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segunda-feira, julho 03, 2006

Lá vai o Brasil descendo a ladeira


Estamos fora da Copa do Mundo. Sentimento estranho esse, com uma derrota nas quartas-de-final... nas últimas três Copas chegamos à final e mesmo perdendo em 98, a gente já se via no último jogo. Não deu, por vários motivos, que, infelizmente, se repetiram. Pois é. Os mais jovens nem lembram, mas essa história de favoritismo exagerado, festas na concentração, jogador amarelando e sendo acusado de jogar apenas por dinheiro, é antiga.

Em 1990, a seleção brasileira de Sebastião Lazaroni também foi acusada de ser mercenária. Na época, os jogadores posaram para a foto oficial, ainda no Brasil, com a mão sobre o peito. Patriotismo? Não. O patrocinador da equipe na ocasião era a Pepsi, que não pagou aos jogadores o que eles achavam que mereciam. Resultado: a equipe pôs a mão no peito e escondeu o logotipo da Pepsi na foto. Já na Itália, a briga pelo valor do prêmio, caso o Brasil chegasse a final, era imensa. E a baderna na concentração também. O Brasil acabou sendo eliminado nas oitavas-de-final, pela Argentina, que ainda contava com Maradona. O gol foi de Caniggia.

Em 1994 também tivemos problemas. Romário não treinava e não se dava bem com Bebeto, Raí era o capitão que vivia apagado em campo, mas todos os problemas foram abafados. Romário queria ser campeão do mundo, assim como Dunga, Taffarel, Bebeto, Jorginho... eram jogadores vitoriosos, mas que sabiam que se valorizariam ainda mais caso fossem campeões. Dito e feito. Aliás, muito bem feito: só tinha time capenga naquela Copa. Tanto que na final jogamos com a Itália, uma seleção que estava de mal a pior naquela época. Se o Brasil não ganhasse... seria piada.

Em 1998 éramos favoritos, com a base de 94. Romário foi cortado às vésperas da Copa, graças aos seus desentendimentos com Zico, então auxiliar de Zagallo. Ronaldo era a esperança, o melhor jogador do mundo, mas na final... titubeou. Perdemos, de forma patética, para os donos da casa. Até hoje uma história mal contada, mas o que ficou foi o baile de Zidane e cia., que entraram para a história do futebol.

Em 2002, novamente cercado de times cambaleantes, fomos campeões. A Alemanha, muito mais pela camisa do que pelos jogadores, chegou à final mas não era uma adversário à altura dos brasileiros. Ronaldo brilhou, e enfiou garganta abaixo dos críticos todas as ofensas que recebeu. Rivaldo também teve sua redenção. E viramos penta, novamente com possíveis problemas abafados. Alguém se lembra que Roberto Carlos disse, antes dessa Copa, que em seu pulso havia um apartamento? Pois é, o relógio de RC custava o valor de um apartamento. Declaração lamentável e desnecessária.

Então nem adianta a torcida xingar, chorar, desmaiar, berrar. Brasileiro esquece tudo muito fácil. Daqui a quatro anos está todo mundo empolgado de novo, reclamando do técnico de novo, sendo patriota por alguns dias de novo. Aliás, desde quando o Felipão se tornou unanimidade nacional? Ah, sim, desde sábado.


Janaina Pereira

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