segunda-feira, abril 17, 2006
Sem teto
Comer carne e xingar todo mundo na Sexta-feira Santa: isso me fez garantir meu lugarzinho no inferno com bastante antecedência. Passei o feriado inerte, morta pra vida, tentando olhar o mar com a ternura de antes. Mas não sobrou nem choro nem vela, foram prantos sofridos e arrancados do coração.
Estudei mesmo cansada, trabalhei mesmo com sono, dormi mesmo sem sono, passei mal de tanto desespero e dor. Joguei as pedras no caminho porque as flores murchuram.
Lar cada vez mais azedo lar. Sem rumo e sem jeito. Sem teto, sem chão. Era uma casa muito engraçada: sobravam tristezas e mágoas. Restaram retratos rasgados e muita solidão.
Janaina Pereira
Comer carne e xingar todo mundo na Sexta-feira Santa: isso me fez garantir meu lugarzinho no inferno com bastante antecedência. Passei o feriado inerte, morta pra vida, tentando olhar o mar com a ternura de antes. Mas não sobrou nem choro nem vela, foram prantos sofridos e arrancados do coração.
Estudei mesmo cansada, trabalhei mesmo com sono, dormi mesmo sem sono, passei mal de tanto desespero e dor. Joguei as pedras no caminho porque as flores murchuram.
Lar cada vez mais azedo lar. Sem rumo e sem jeito. Sem teto, sem chão. Era uma casa muito engraçada: sobravam tristezas e mágoas. Restaram retratos rasgados e muita solidão.
Janaina Pereira
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