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terça-feira, fevereiro 14, 2006

Sem segredos


Há um certo exagero em torno do favorito ao Oscar, “O Segredo de Brokeback Mountain” (Brokeback Mountain, EUA, 2005). A nova produção do diretor Ang Lee é apenas uma grande história de amor. Só que entre dois homens. Pronto, foi dada a largada para um festival de elogios e preconceitos em relação ao filme.

Longe de ser uma obra-prima, “O Segredo de Brokeback Mountain” tem em sua narrativa pausada o seu maior trunfo. Baseado em conto de Annie Proulx, o roteiro percorre vinte anos da vida de Ennis (Heath Ledger) e Jack (Jake Gyllenhall), dois caubóis que se conhecem no ponto geográfico do título, apaixonam-se e vivem, como podem, este intenso romance. Com o passar do tempo, sufocar esta paixão parece perturbá-los de formas diferentes, e enfrentar a conservadora sociedade americana nem sempre é uma boa idéia.

Impossível não se impressionar com a bela fotografia do filme, assim como a primorosa direção de Lee. Entre os atores, Jake Gyllenhall sobressai mais que Heath Ledger. E a trilha sonora, de uma melancolia única, também chama a atenção. Com méritos, o filme concorre a oito Oscar,sendo o favorito na categoria filme e diretor.

Ang Lee já abordou a homossexualidade no excelente “Banquete de Casamento”. Agora, levando o preconceito com os gays para o universo mais machista dos americanos, o mundo country, conseguiu despertar o interesse até da burocrata academia de Hollywood.

“O Segredo de Brokeback Mountain” é simplesmente uma história de amor, com os mesmos percalços, o mesmo medo e a mesma intensidade que todo amor verdadeiro tem. O preconceito que existe neste caso é porque são dois homens que se amam, mas poderia ser um branco e uma negra, uma mulher mais velha com um homem mais novo, e por aí vai. Aliás, o amor é um dos maiores alvos de preconceito da sociedade: tudo que foge do padrão ‘homem branco mais velho + mulher branca mais nova” gera polêmica. Então se é para polemizar, não saiam do cinema quando os belos rapazes deixam a paixão florescer. Porque a vida é assim: o amor deve ser vivido até a última gota, independente da cor, da raça, da religião e do sexo.


Janaina Pereira

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