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terça-feira, dezembro 13, 2005

Quem não virá para a ceia



Hoje as recordações da infância vieram junto com a tempestade. Não posso conter as lágrimas. Natal sempre me lembra os doces momentos de criança, a alegria efervescente do meu sorriso maroto. Natal me lembra a minha família, pequena mas unida, que se dilacerou após a morte do meu pai.

Natal me lembra coisas tristes. Uma infância feliz perdida no passado; sonhos adormecidos; promessas que jamais serão cumpridas. Natal para mim não existe. O que ficou foi a saudade de algo que nunca mais terei.

Pai, sinto demais sua falta.

E só por hoje eu queria você aqui, mais uma vez, para me dizer que nada vai ser em vão. Queria poder dizer que eu sinto sua falta e que daria minha vida para olhar de novo em seus olhos e pedir para Deus deixar você ficar.

Hoje sou mais forte porque você não está aqui. Mas eu preferia ser a mulher mais fraca do mundo só para ter você por perto.

Nenhum momento de felicidade parece estar completo sem você.

E todas as dores do meu coração não existem diante da sua ausência.

Existem dois momentos no ano que eu lembro demais do meu pai: em meu aniversário, que é sempre próximo ao Dia dos Pais, e no Natal. Ambas as datas me causam depressão e amargura. E hoje é um daqueles dias que eu gostaria de dormir e perceber que a ausência dele era apenas um pesadelo. Mas não é. Ele nunca mais vai voltar.

Meu coração resiste a aceitar que esta dor terá fim algum dia. Prefiro conviver com a certeza de que um dia ele virá me buscar. Enquanto isso não acontece, eu peço que esta dor se transforme em sabedoria. Para que eu possa viver em paz, aceitando que ele não está aqui fisicamente, mas sempre estará dentro do meu entristecido coração.




Janaina Pereira

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