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sexta-feira, dezembro 09, 2005

O mundo sem o John



Vinte e cinco anos da morte de John Lennon ... a mídia não deixou a data passar em branco. Eu, como fã dos Beatles, também não posso deixar de comentar o fato. Minhas lembranças do assunto são passionais. No dia em que Lennon foi assassinado, minha mãe chorou copiosamente. Eu tinha seis anos de idade, mas a recordação me acompanha até hoje.

Lembro da tristeza pela morte dele, lembro das revistas da época e suas capas em homenagem ao ex-Beatle. Lembro de “Imagine” sendo tocada sem parar. Lembro do olhar de Lennon, sempre com algo melancólico... e do assassino ser um fã. Isso era o que mais me angustiava: como alguém que ama, mata ?

John Lennon foi um cara inteligente, um músico brilhante. Ele era o cérebro dos Beatles, e por isso mesmo o trabalho em grupo o cansou. Quando se pensa demais, o isolamento é algo real e inevitável. E neste processo ele precisou se afastar de Paul McCartney, a alma do grupo, seu parceiro e amigo.

A amizade deles é algo que vale ser comentado. John e Paul se distanciaram ainda dentro dos Beatles e não se falavam quando Lennon morreu. Duas pessoas de temperamento toa forte quanto eles não podiam mesmo conviver muito tempo juntas. Paul sempre teve seu talento visto com olhos diferentes de John: era o bom menino de músicas românticas; o parceiro era o rebelde que contestava. Paul escreveu “Eleanor Rigby”, uma das mais belas músicas sobre a solidão. John escreveu “Help”, sobre o desespero de ter fãs aos seus pés. É dele a frase: “um rei sempre acaba sendo morto pelos seus súditos”. Ele sabia o que estava dizendo.

Lennon era contestador, e suas frases de efeito deixavam a mídia enlouquecida. Nunca negou o uso de drogas, mas sempre lutou pela paz. Assumiu que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo – e eram mesmo – e jamais deixou que a hipocrisia que ronda o sucesso tomasse conta dele. Ao escrever “Imagine” deixou para o mundo uma ode a igualdade dos povos. Era mesmo um sonho imaginar ... e continua sendo.

John Lennon foi um dos maiores nomes do século XX e um homem que é lembrado não apenas pela sua obra musical, mas por sua posição política e humanista. Um homem para ser lembrado por suas idéias e ideais. Aliás, idéias e ideais um monte de gente têm. Mas expor todas elas em público sem medo do linchamento, é para poucos. É para gente que faz diferença. É para alguém com a postura de John Lennon.



Janaina Pereira

Comentários
Ai, só de pensar no que ele dizia, no que sentia, dá um arrepio nos pelos do braço, gente; dá um frio na barriga imaginar que o mundo poderia ser melhor, caso todos lutassem pela paz decentemente..

Hum, enquanto isso os pássaros voam lá no meu sítio e é isso o que importa: ainda existe lugar calmo neste mundo! (:
 
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