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quarta-feira, dezembro 21, 2005

Batendo na porta do paraíso


Teatro alternativo cheio de vigor você encontra no Espaço Satyros, em São Paulo. Com diversas peças em cartaz, é possível escolher entre a comédia e o drama, todos com textos interessantes. “Homens, Santos e Desertores” foi a minha estréia como espectadora no Satyros.

A peça de Mário Bortolotto, que também é um dos atores da montagem, traz personagens verossímeis, que evoluem deixando entrever pouco a pouco suas fragilidades. Em tom quase confessional, um ex-seminarista (Bortolotto) que vive isolado do mundo e cercado de livros, recebe as visitas forçadas de um adolescente (Gabriel Pinheiro) em busca de certezas. O jovem procura respostas sobre o pai que sumiu e a mãe que o envergonha com sua promiscuidade. Na disposição em ouvir o rapaz, o homem acaba reconhecendo-se em seus medos, e chamando-o para a vida.

Introspectivo e amargurado, “Homens, Santos e Desertores” chama a atenção pelo texto forte; a atuação irretocável dos atores; a iluminação, que consegue tirar belos efeitos de magros recursos; a trilha sonora – que também é feita por Bortolotto - com um estilo fácil de imitar, mas de eficácia difícil de atingir; e a direção firme de Fernanda Dumbra. Um espetáculo que compartilha sua intimidade com a platéia de forma irresistível, e que tem a densidade de um ritual de passagem, capaz de perturbar profundamente o público.



Homens, Santos e Desertores
Texto: Mário Bortolotto
Direção: Fernanda Dumbra
Com: Mário Bortolotto e Gabriel Pinheiro
Espaço dos Satyros 2 (pça. Franklin Roosevelt, 184, Consolação, SP, tel. 0/xx/11/ 3255-2829)
Sábados às 21h30 e domingo às 20h30.
R$ 15,00 – estudante paga meia!




Janaina Pereira

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