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sábado, novembro 05, 2005

Polêmicas no blog


Pois é, meus amigos companheiros de escriba e leitores do blog acharam que peguei pesado no texto anterior. Não estou aqui para defender os mestres não, pelo contrário, aqueles que me conhecem sabem que eu pego no pé dos professores ... mesmo.

Acho que tem professor que vai para a aula jogar suas amarguras e frustrações em cima da turma, mas também acho que tem aluno que pensa que pode tudo só porque está pagando a faculdade. Tem professor em cima do muro, tem professor conivente com cola, tem professor que nivela a turma por baixo, tem professor que não aceita a opinião dos outros. Mas tem aluno que acha que manda mais porque a autoridade é dele (que paga a mensalidade), e não do mestre. O que questiono é a falta de respeito que impera nas salas, a educação como mercadoria barata – coisa que não é.

A coisificação do ser, cada vez mais inanimado, me irrita. E fico mais irritada com os coniventes, com todos que não tem peito para falar. Eu não apenas tenho peito pra dizer o que penso, como falo na cara mesmo. Mas tem gente que não se preocupa e não quer ouvir. Até que ponto a Universidade só quer receber sua grana e vender a educação como mercadoria? Até porque, estudar não é algo importante no Brasil; quem pensa, neste país, nunca teve o menor valor.

E sobre as amizades da sala de aula ... sempre achei que poderiam ser as mais verdadeiras. Claro que faço amigos na faculdade, até porque tem gente que vale a pena sim. Mas este não é e nunca foi meu objetivo final. Eu não sou dessa cidade, sofro preconceitos e, definitivamente, fazer amigos não é algo fácil na paulicéia. Ao contrário do que se pensa, a universidade é sim uma disputa de vaidades, porque poucos sobreviverão. Mas tenho consciência que levarei algumas pessoas amigas ao final do curso.

Outro dia um professor me perguntou se eu já estava na área de comunicação, e eu respondi: ‘sou publicitária, tenho este defeito; mas não acho que como jornalista vou me redimir disso’. É bem por aí: não quero ser absolvida dos meu pecados, mas quero cometer menos deslizes na vida.

E quando eu entro numa sala de aula quero acreditar que a humanização das coisas é passageira, assim como a coisificação do homem. Não é. A educação é mercadoria vendida em qualquer Universidade. Os alunos não querem pensar e muitos professores não se importam com isso. Quase tudo é burocrático. Mas eu posso fazer a diferença. E é por isso que eu ainda estou lá, em frente ao quadro negro – que é verde! – sabendo que o mundo não vai mudar por minha causa. Mas, mesmo assim, acreditando que minhas palavras e minhas idéias ainda podem mudar o mundo.



Janaina Pereira
Redatora

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