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quarta-feira, novembro 23, 2005

Agosto em novembro


Hoje é um dia que parece que não vai acabar. Queria estar agora de frente para o mar, comendo casquinha de siri. Casquinha. Com todos os ‘esses’ que tenho direito. Queria beber água de coco e andar descalça na areia. Muito bom.

Mas, estou descascando na Paulicéia Desvairada do Mário de Andrade. Só me resta um pedaço generoso da pizza Silvio Lancellotti, com alcaparras, parmesão e gorgonzola. Adoro. Estou faminta, e o pão de mel prestígio da faculdade não vai matar minha fome.

Agora que meu computador tem DVD, começo a entrar num mundo mais moderno. Apesar de ser uma mulher de vanguarda, tenho minhas restrições. Como detesto televisão, acabo não vendo nem filme nela. Mas estreei meu DVD vendo trechos de “Agosto”, excelente minissérie que a Globo exibiu faz doze anos. Uau, eu tinha só 19 ... lembro bem. Da série e de como era ter 19 anos ... lembro que fiquei atordoada com o final da história, baseada no livro do Rubem Fonseca, que eu li anos depois. Agora reli o livro e revi a série.

O livro é maravilhoso. Rubem Fonseca é um escritor que tem uma narrativa espetacular. Dinâmico, detalhista, cheio de molejo, ele é o cara. Um dos meus favoritos. Li o livro em três dias porque para mim, suas quase 300 páginas são pura diversão. Os personagens são bem construídos e a história se desenvolve com muita ação e força. A série é muito interessante, com rara fidelidade aos diálogos (palmas para Jorge Furtado e Giba Assis Brasil, que adaptaram com maestria o livro), direção de arte belíssima e elenco afiado. O comissário Mattos tinha que ser o José Mayer. E todos os outros atores se encaixam muito bem com seus respectivos personagens.

Pode-se constatar, portanto, que a comunicação de massa consegue se salvar vez ou outra: “Agosto”, a série, é um caso raro de produção para a televisão que respeitou o livro. Tem suas liberdades, é verdade, mas que são necessárias para ‘entrar no clima’ da TV. Ah, e se passa no Rio ... em todos aqueles lugares e ruas que fizeram parte da minha vida desde sempre.

Agora eu queria estar lá, de frente para o mar, comendo cuscuz ... cuscuz, hein ? Com sotaque. Mas estou aqui na Paulicéia do Mário. Então, vou comer pastel mais tarde.



Janaina Pereira
Redatora

Comentários
muito legal, adorei !
 
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