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segunda-feira, outubro 03, 2005

Como as cores de Almodóvar


Eu não estou a fim de falar. O que acontece, como, onde, por que ... realmente não importa. Como as cores de Almodóvar, expresso-me por mim mesma sem precisar me explicar.

Estou com sono. Preciso descansar eternamente como se nunca mais fosse acordar, como se todo dia a esperança rondassem sempre na mesma direção. O caminho de volta. A porta de saída. Se eu descer pela escada de incêndio, sobrevivo. Talvez seja a melhor opção, hoje não é um bom dia para morrer, está sol.

Quantas vezes alguém disse ‘eu te amo’ e alguns momentos depois já estava odiando. Não dá para se confiar nas pessoas. Não se deve confiar. Nem quero.

Estou chata, mas tenho meus momentos de mau humor. Não quero falar, eu já disse e repito. Não me pergunte o que há. Não quero responder nem preciso. A autoridade sobre a minha vida ainda é exclusividade minha.

Hoje eu não queria ter dormido, mas já que dormi eu não queria levantar, mas já que levantei eu não queria fingir que está tudo bem, mas já que fingi eu não queria mentir, mas já que menti eu não queria estar aqui mas já que estou só me resta esperar.

O dia vai passar.
Como todos os outros.
Alguém que era importante, morreu.
Alguém que nunca esteve perto, chegou.
Alguém que precisa de mim, pediu ajuda.
E eu continuo aqui ... esperando ... esperando ... andando pelo mundo observando as cores de Almodóvar. As minhas cores que já não pintam minhas paredes e apenas colorem minhas meias.


Janaina Pereira
Redatora

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