<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, setembro 09, 2005

Sem juízo



Minha paixão pela filosofia já ficou explícita aqui. Então hoje vou falar de um estudo bem bacana dessa matéria, o juízo de fato e o juízo de valor.

A gente vive fazendo julgamento, desde a hora que acorda. Julga o carinha que avançou o sinal – será que estava atrasado ? – e todos os infortúnios que acontecem no caminho de casa para o trabalho. Julgamos a tudo e a todos o dia inteiro, sem perdão, sem dó nem piedade. E somos julgados. Julgados porque chegamos atrasados e ninguém se importou em saber o porquê; julgados pelo trabalho que está fora do prazo mas ninguém quer saber se temos todo material para fazê-lo decentemente; julgados porque não demos aquele telefonema, porque não fizemos do jeito que os outros queriam, porque não sorrimos como todos esperavam. É um julgamento atrás do outro, nosso e alheios, e parece que nada passa desapercebido.

Os fatos ocorrem e julgamos o acontecido, e isso parece simplesmente o juízo de fato. Mas quando avaliamos tudo ao nosso redor e colocamos como coisas boas ou ruins, chegamos ao tal juízo de valor... e aí a gente pira. Pira criticando o outro e pira quando somos ferozmente criticados. Elogio é espécie em extinção, e por isso é sempre bem-vindo!

Graças ao juízo de valor chegamos ao juízo ético e aí a coisa desanda de vez. De repente eu percebo que a liberdade é uma fantasia que colocaram na minha cabeça. Eu não posso ser livre se tenho que seguir algumas regras. E não é só isso: meus valores éticos fazem com que meus desejos não possam ser extravazados. Complexo demais ? Nem tanto. Todo dia você pode ter o desejo de matar alguém que te ofende, agride e humilha. Mas você sabe que, se fizer isso, será punido. Portanto sua ética não permite cometer vários assassinatos por dia. A ética impõe normas. E lá se foi a liberdade.

A liberdade esbarra em vários pontos e acaba sendo limitada. Ninguém se dá conta disso ... e é por isso que continuamos reclamando, falando, lutando para sermos livres no mundo capitalista que nos explora cada vez mais. E ao invés de olharmos para o nosso próprio umbigo, julgamos os outros. É mais fácil. Eu não sou livre porque o fulano não deixa, estou presa ao sistema. Pura enrolação.

Pense primeiro nos seus atos e em tudo que você faz bom e mau juízo vinte e quatro horas por dia. Pense. Reflita. Questione. Julgar é fácil, ser julgado não é. Então antes de atirar a pedra, defenda o seu telhado com a força do seu pensamento e do seu conhecimento.



Janaina Pereira
Redatora

Comentários
Adorei....veio de encontro a algo q venho pensando muito.
Valeu.
Bjos
 
Postar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?