<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, julho 06, 2005

Um balé na lua


Apesar das cadeiras desconfortáveis do Credicard Hall (que são um desrespeito a todos que pagam caro – com ou sem carteira de estudante – pelo ingresso) e do ar condicionado insuportável, assisti ontem ao espetáculo “Lunar Sea - Mar Lunar” do Momix, a sensacional companhia americana formada por bailarinos-acrobatas-ilusionistas. E a única coisa que posso garantir é que assistir ao Momix alguma vez na vida é uma obrigação: todo mundo tem que passar por essa experiência.

Conhecidos por apresentarem um trabalho que une criatividade e beleza física excepcional, o Momix - que siginifica 'The Moses Mix' - se consagrou internacionalmente como uma companhia de bailarinos que misturam acrobacia e ilusionismo, sob a direção do coreógrafo Moses Pendleton. “Lunar Sea”, que estreou nos EUA, já passou pelo Rio, está com ingressos esgotados em São Paulo e segue ainda para Salvador e Belo Horizonte antes de continuar em turnê mundial, foi criado para celebrar os 25 anos desta companhia de dança aclamada mundialmente. É a quarta vez que o Momix se apresenta no Brasil, sempre com estrondoso sucesso. Vou descrever a seguir minhas impressões sobre este espetáculo.

O termo MAR LUNAR entrou para a história da ciência em 1610, quando o italiano Galileu, observando a lua, achou que as imagens das crateras poderiam ser mares. Quase quatrocentos anos depois, “Lunar Sea” passa à história da dança graças ao Momix. O espetáculo brinca com a ausência de gravidade, mostrando bailarinos que flutuam, desenham formas com o corpo e criam imagens que parecem longe do possível dentro da nossa atmosfera. Boa parte dessas imagens se passam no escuro, onde corpos que brilham ganham destaque juntamente com sedutores movimentos que reúnem ginástica, dança e acrobacia, sob o som de músicas envolventes. Uma tela separa o palco da platéia, recebendo projeções de imagens surrealistas, que aprofundam a idéia de sonho, idealizada pelo diretor Moses ao criar o espetáculo. A iluminação, assinada por ele e por Joshua Starbuck, tem papel fundamental assim como o figurino. O que os bailarinos vestem e o público vê, e também o que eles vestem e o público não vê, impressiona: muitas cenas são feitas por duplas que, cobertas de preto dos pés à cabeça, tornam-se invisíveis no cenário.

Somando estes detalhes, “Lunar Sea” torna-se um desfile de imagens mágicas, com bailarinos que andam, flutuam ou nadam no vazio, seres que se unem e se dividem sem tocar o chão, que se agrupam e se separam em misteriosos formatos, e aranhas que se formam do nada. Como já é tradicional nos espetáculos do Momix, esta é uma brincadeira de corpos ou partes destes, um desafio as posições tradicionais da dança, que valoriza o jogo de sombra e luz, o possível e o inusitado, o aparente e o invisível, o que se vê e o que se imagina. Um balé lunar, de rara beleza e com coreografias extremamente originais. Dá até vontade de sair voando no final.



Referência Bibliográfica: www.momix.com


Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

Comentários Postar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?