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domingo, julho 31, 2005

O pecado mora ali


O filme mais aguardado dos últimos tempos finalmente chegou aos cinemas brasileiros. E eu não perdi tempo para vê-lo. Assisti ontem “Sin City – A Cidade do Pecado”, adaptação da grafic novel homônima de Frank Miller (dos ótimos “Batman Ano Um” e “Cavalheiro das Trevas”, clássicos das HQs), dirigido pelo próprio Miller e por Robert Rodriguez, com participação de Quentin Tarantino – que dirige uma cena. O filme, de atmosfera noir e com diálogos em primeira pessoa, preserva toda a linguagem dos quadrinhos, desde a concepção visual ao estilo rápido e mordaz, com muita violência, anti-heróis dispostos a salvar mulheres e vilões maus. É uma das melhores coisas que já vi no cinema. Simplesmente fascinante.

“Sin City” une quatro histórias dos quadrinhos: ‘O Assassino Amarelo’, ‘A Cidade do Pecado’, ‘A Grande Matança’ e ‘O Cliente Tem Sempre Razão’. O roteiro apresenta tudo isso em três histórias paralelas e violentas, que se passam em uma cidade infestada pela criminalidade. Em uma delas, Marv (Mickey Rourke, irreconhecível e em ótima atuação) investiga o assassinato de uma bela mulher, que foi morta enquanto estava dormindo com ele; em outra, o ex-matador Dwight (Clive Owen) mata um policial (Benício Del Toro) por acidente e deve encobrir o crime para que o caos não se instale na Cidade Velha, dominada por prostitutas; e por último, o policial prestes a se aposentar, Hartigan (Bruce Willis), é colocado na prisão por oito anos, acusado de um crime que não cometeu.

Por tamanha perfeição, “Sin City” tem sido apontado como um marco entre as adaptações de HQs – prática que já pode ser considerada um gênero à parte, já que ultimamente o mundo dos quadrinhos vêm pipocando nos cinemas. O filme é belo, sujo, violento, canastrão, sensual, engraçado, duro e alucinado, do jeito que deveria ser. As histórias têm um ritmo acelerado, e são contadas de forma envolvente. A fotografia é um espetáculo à parte. Com altos contrastes em preto-e-branco, são criados belíssimos jogos de luz e sombra, exatamente como nos quadrinhos desenhados por Frank Miller. Em alguns trechos, o filme dá espaço a algumas cores – como o sangue no rosto do herói, o azul dos olhos de uma personagem, o vermelho do vestido de outra ou mesmo a pele amarela do assassino. Em outras, o sangue tem cores intensas, como branco ou amarelo, criando um contraste ainda maior. Um lindo espetáculo visual. Você tem a nítida impressão que está lendo uma HQ, só que numa tela gigante.

Adaptação rica e fiel de histórias em quadrinhos, “Sin City” é único e desde já, a obra-prima de Rodriguez e Miller. Então assista o filme, leia o quadrinho e garanta prazer aos olhos e a mente.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

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