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terça-feira, junho 14, 2005

Eu queria ver no escuro do mundo


(para ler ouvindo “I am mine”, do Pearl Jam.)


Eu nunca tive um temperamento fácil. Estou longe de ser considerada uma pessoa afável, apesar da aparência dizer isso. Quem me olha vê uma pessoa meiga, doce, serena, absolutamente tranqüila. E eu não sou nada disso. Sou extremamente ansiosa, tensa, complexa. E exigente demais. Sou exigente comigo mesmo e com todos a minha volta. E por isso me desaponto fácil.

Ultimamente, meu humor oscila de tal forma que eu mesmo não compreendo. Ontem estava bem. Hoje estou irritada. Ontem sorria fácil. Hoje choro copiosamente. E por aí vai. Talvez seja reflexo da idade. Quando se chega aos 30 anos sem saber que caminho tomar, o peso do mundo é maior. Eu olho para trás e vejo todas as conquistas, as lágrimas inúteis, o desespero que só me fez mal. Vejo que o caminho foi tortuoso mas valeu a pena. Só que eu ainda não sei onde vou chegar. Talvez nem chegue. E será que isso importa ?

Cansa lutar e não chegar a lugar nenhum; cansa ver pessoas caindo de pára-quedas no mundo dos sonhos; cansa ver que a luta é insana. Cansa me manter armada o tempo todo, fechar a guarda, quebrar a cara e perder todas as balas do fuzil numa luta inútil. Cansa até ser chata. A maior parte das vezes eu apareço por aqui para falar de dor, desafeto, desamor, desalento. Porque a vida é assim ... e eu não posso mais começar uma frase usando “porque”. Por que ? Porque está errado. Mas eu escrevo assim, eu quero escrever como sempre escrevi, eu não quero que me ditem regras. Eu sou contra o sistema, eu sou contra a falsa moral e os falsos bons costumes que imperam a mídia. Eu sempre fui do contra. E talvez eu seja até contraditória.

Eu sei que meu valor está acima de qualquer dinheiro, de qualquer presente, de qualquer nota, espécie, cheque ou cartão. Eu tenho uma missão, como você que lê este texto agora também tem. Eu quero ser melhor do que sou agora, porque hoje já sou melhor do que era ontem. E eu fico feliz quando ouço que alguém quer ser igual a mim, porque eu sei que sou um bom exemplo. E isso basta. Basta porque eu sou alguém que nunca desistiu. E nunca, jamais, irei desistir.

Pessoas valem o que sentem, o que fazem, o que são. Não o que tem. Pessoas valem pelas causas que lutam. Pessoas devem lutar ainda que a batalha esteja vencida. Não abaixe a cabeça. Não desista. O mundo está repleto de gente vazia; o mundo está cheio de sombras, mas nem por isso devemos estar no meio delas. Eu sempre busquei as coisas que me fizessem bem. Mas definitivamente, o bem não vence com tanta facilidade.

Ainda assim eu creio no bem, creio na vida após a morte, creio que nada acontece por acaso e que não existem coincidências. E creio que não sou eu quem me navega. É o mar que está, mais uma vez, me levando.


Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

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