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segunda-feira, maio 30, 2005

O feriado em verso e prosa


E a Adriana não saiu do CD dos meus ouvidos ...




Quinta-feira – parte I


Cariocas
(Adriana Calcanhoto)

Cariocas são bonitos
cariocas são bacanas
cariocas são sacanas
cariocas são dourados
cariocas são modernos
cariocas são espertos
cariocas são diretos
cariocas não gostam de dias nublados

Cariocas nascem bambas
cariocas nascem craques
cariocas têm sotaque
cariocas são alegres
cariocas são atentos
cariocas são tão sexys
cariocas são tão claros
cariocas não gostam de sinal fechado



Sexta-feira – Parte II


Esquadros
(Adriana Calcanhoto)

Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Khalo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Ah, eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome, nos meninos que têm fome

(Refrão)
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela, quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados
De uma lado eu gosto de opostos
Esponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?

(Refrão)

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém, ao lado!

(Refrão)




Sábado – Parte III


Devolva-me
(Lílian – versão Adriana Calcanhoto)

Rasgue as minhas cartas e não me procure mais
Assim será melhor, meu bem
O retrato que eu te dei, se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me, deixe-me sozinho
porque assim eu viverei em paz
Quero que sejas bem feliz junto do seu novo rapaz
O retrato que eu te dei, se ainda tens não sei
Mas se tiver, devolva-me
O retrato que eu te dei, se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me
Devolva-me, devolva-me




Domingo – Parte IV


Mentiras
(Adriana Calcanhoto)

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo
Eu quero acordar sua família
Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu gosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos
Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha pra mim

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua aula
Queria falar sua língua
Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria
Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha pra mim

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha pra mim




Segunda-feira ... o que restou de mim ...


Metade
(Adriana Calcanhoto)

Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim

Eu perco a chave de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio
Onde será que você está agora?





Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

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