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segunda-feira, dezembro 13, 2004

Tem espaço na van para uma viagem afudê, maneira e da hora



Era uma madrugada de sexta-feira em São Paulo. Parecia uma noite como outra qualquer, mas os gadianos estavam se reunindo rumo a Porto Alegre para dois dias de integração entre os escritórios do Gad. Foi na Vila Olímpia que nossa aventura começou. A turma da arquitetura, do design, da comunicação, da produção, da administração e do atendimento se juntou numa só massa, todos com suas malas coloridas repletas de animação e ansiedade. Primeira viagem de avião para alguns, primeira ida a Poa para outros. Na porta do Gad Sao já dava para ver que a viagem prometia: o mocinho da portaria pedindo nosso crachá – às três da madrugada – e o Clauber chegando atrasado. Lotamos as vans e partimos para Garulhos sob o comando da querida Kelly. Todo mundo com uma grande expectativa. A Ju Jardini prestes a viver seus dias de Ju Mengarda. Vôo com alguma turbulência. E chegamos com o sol em Porto Alegre.

No aeroporto de Poa, identificamos nossa van com o motorista dormindo. Como ninguém ia acordá-lo, eu fui lá e chamei o mocinho. E depois de acordar o coitado, descobrimos que aquela van não era nossa. Ainda bem que descobrimos a tempo, senão a essa hora a gente podia estar ... em Gramado, talvez. Mas conseguimos embarcar em nosso micro ônibus, que nos levou para um rolê por Poa antes do nosso café da manhã no Gad local. Tudo isso em companhia do guia gatinho, o guri que foi o preferido de dez entre dez gadianas da paulicéia. Apesar do vento frio, do cansaço e do sono, o café da manhã foi bem-vindo. E a recepção no Gad local também. Não dá para negar que era tudo muito intimidador: aquela gente toda, que só conhecíamos por telefone ou por e-mail, estava materializada ali. Para mim, que tenho pouco tempo de Gad, soava estranho. Imagino que para os mais antigos era bem mais interessante pois foi a chance de conhecer cara a cara, as pessoas que fazem parte de suas vidas à distância. Alguns grandes – e esperados - encontros não tiveram platéia. Mas já dava para perceber ali que nossos dias em Porto Alegre seriam intensos.

Após o café, seguimos para o Novotel onde fomos participar do Gad´Future. Não posso esconder que o cansaço era quase insuportável e durante as palestras foi possível observar algumas pessoas tentando vencê-lo. A palestra da Dulce Ribeiro foi bem interessante, sob diversos pontos de vista. Foram momentos de descontração, reflexão, emoção e muito questionamento. E ao som de “Imagine” e “É preciso saber viver” (nesta música, com a revelação de que nosso produtor gráfico Alexandre é o sósia oficial do Paulo Miklos), fomos almoçar no hotel e despachar nossas malas para o quarto. A tarde livre ia começar e não havia tempo a perder.

Fomos dividos em duplas por diversos andares do hotel. Alguns casais famosos do Gad Sao foram separados, entre eles Junior e Paulo, que agora vivem dando rolês pelo Taboão na hora do almoço, mas em Porto Alegre não puderam ficar juntos. Junior ficou com o Beto e ao Paulo restou dormir com o Clauber. Eu, fazendo jus a minha fama de atrapalhada, comecei bem: após entrar com minha companheira de quarto, a Ana Paula, e o Beto na sala errada para pegarmos nossas malas (atrapalhando uma convenção), fui instalada no quarto errado. Ana Paula e eu já tínhamos deitado na cama e usado o banheiro quando fomos informadas que estávamos em quarto alheio. Deixamos o quarto para a Ana Puttini e a Roberta e seguimos em perigrinação atrás de nossas camas. Quero dizer que eu não comi o bombom que era da Ana, conforme andaram falando por ai. Eu devolvi, já que o bombom não era meu, assim como não era aquele quarto. Quando conseguimos chegar ao sétimo andar, onde finalmente ficaríamos, a galera do tour por Poa já estava de partida. Não deu tempo para nada: eu e a Ana Paula só deixamos as malas e fomos com a turma rodopiar por Porto Alegre.

Nossa tarde livre em Poa foi de pura diversão. E cada departamento tinha seus representantes: do design, Fernando "Senninha" Ângulo, Ana, Ana Paula e Leo; da comunicação, eu, Paulo e os inseparáveis Junior e Beto; da produção, Fabi, André Cascão, Bispo e Bruno Nenê; do atendimento, Dani, Re, Evelyn, Helena e Márcia; da arquitetura, Roberto e Vera, e ainda a Cris, representando a administração, Leandro, direto de Campinas e duas representantes do Gad Rio. Fomos de ônibus – fazendo muita bagunça, é claro – até o Mercado Municipal e de lá seguimos a pé pelo centro de Porto Alegre, aos cuidados da Tia Ana, que eu garanto ser muito mais legal que a Tia Augusta. Como éramos um grupo muito grande, acabamos dispersando. Enquanto alguns ficaram pelo Santander Cultural, outros foram conhecer igrejas, a Casa de Cultura Mário Quintana e até dançaram tango ! Mas o ponto de encontro foi o Gasômetro. Um lugar belíssimo, com um inusitado bar dentro de um barco. Parada obrigatória para uma cerveja e para relaxar. Parte do grupo que se reencontrou ali, por ali ficou. Outra parte voltou ao hotel para descansar. No meu caso, eu só voltei para encontrar parte dos meus amigos gaúchos, que conheci pelo Brasil afora, que foram me ver no hotel. Mas isso é uma outra história para um outro texto.

E a noite prometia. Nossa festa de fim de ano, sob a cumplicidade das estrelas, à beira do Guaíba, estava badaladíssma. As vans foram saindo ao longo da noite mas a turma da bagunça ficou por último, lógico. Algum alvoroço na saída do hotel – o tamanho da minha saia não era para causar tanta polêmica – e a entrada triunfal dos nossos queridos Clauber – com sua música-tema sendo ardorosamente cantada – e Junior – que foi trocar de roupa e jogar playstation, atrasando a nossa já atrasada saída. E sob o comando de Ale, o terrível Mendigão, seguimos para a Marina Datelli.

A festa já estava quente quando a última turma de gadianos de Sampa chegou. À base de caipirinha de sakê e de vodka de morango e kiwi (para alguns se pronuncia kivi, ok ?), cerveja e champagne, a galera da manguaça arrepiou geral. Para nós, bebuns confessos, a caipirinha era fraca, e a gente queria era álcool puro na veia. Mas estava tudo sob medida para nossa euforia. Tudo preza para uma noite afudê (é, eu conheço bem o dialeto gaúcho porque sou uma carioca marrenta que mora numa Sampa às vezes embaçada). Algumas figuras se destacaram na festa: Beto, o mais falante dos gadianos, dançou sem tapetinho e foi o que mais se integrou aos ‘locais’, fazendo inúmeras amizades e participando dos momentos mais inusitados da festa; Junior, o mais popular dos gadianos de Sampa, não fez feio no quesito birita; Dani e Re, com suas pilhas duracell com capacidade infinita; Gabi, agora também conhecida em Poa como Gabão, ligadíssima em 220V; Marco e Ilza, o casal que não perdeu o pique e dançou pra valer; Vera e Márcia, outras duas grandes revelações das pistas; Paulo, nosso querido DJ Mutza, das raves de SP para arrebentar na noite gaúcha; Fabi, Evelyn, Roberto, Leandro e Andrezza, campeões de empolgação; Bruno Nenê e Leo, que mostraram que febre e dor de garganta não são nada para quem quer cair na gandaia; Bispo, que depois não lembrava nem o que aconteceu, mas a gente garante que ele foi e celebrou a festa muito bem e por último, mas não o último, a maior revelação de todos os tempos, direto das pistas da F-1 para as pistas de dança, com seu molejo indescritível, seu suingue inovador e sua coreografia única: Fernando “Senninha” Ângulo. Não tenho palavras para descrever os momentos marcantes do nosso querido Ângulo na festa. Quando estávamos dançando, ele disse a frase da noite: “Jana, tudo bem se pisar no meu pé, mas não derruba minha cerveja”. Ainda bem que ele mesmo derrubou a cerveja. Vale a pena destacar o quesito dança, onde a galera provou que entende do assunto: eu e Junior ganhamos no quesito “um pra lá, um pra cá “, a Re no quesito “embarque no trem”, Márcia e Clauber mostrando serem ótimos pés de valsa e Ale como grande revelação da “dança da bundinha”. Teve gente que dançou na moita também, mas o quesito bambuzal não está em questão no momento. No quesito birita ... bem quem sou eu para falar ? Depois que eu escorreguei na pista de dança (mas não cai !!! ), é melhor eu ficar quieta. E no quesito “guris e gurias”... eu não vi, e se vi, não falo, eu não sei e se sei, não digo.

A volta da festa foi um capítulo à parte. Eu embarquei na última van, onde estavam os mais breacos da noite. André Cascão e Ângulo Senninha desmaiaram, sem perdão. Aos berros de euforia, a galera do Rio – esses meus conterrâneos ... fala sério – botou pilha para uma saideira. Acompanhados de alguns gaúchos mais empolgados, gritavam aquele que se transformou no hino da viagem: “Cidade Baixa !, Cidade Baixa !”. E lá fomos nós para a Cidade Baixa. Claro que na hora que chegamos lá, os cariocas não quiseram ficar. Mas os gaúchos, acompanhados dos nossos bravos representantes dos cachaceiros – Bruno Nenê e a dupla dinâmica Clauber e Alexandre – não fizeram feio e foram para o segundo tempo. Eu parti para o hotel onde ainda presenciei dois grandes momentos: o intrépido Junior, fazendo a chamada para saber se todo mundo sabia qual era o seu quarto, e nosso destemido Fernando “Senninha” Ângulo, que mesmo sem saber aonde estava, chegou são e salvo ao seu quarto.

E quem disse que a gente queria acordar no sábado ? Com uma programação intensa, eu até agora não sei como consegui ficar em pé. Mas tínhamos um longo dia pela frente e unidos chegaríamos em algum lugar, nem que fosse ao restaurante para tomar o café da manhã. E foi na mesa do café que fiquei sabendo de grandes histórias: na penúltima van que saiu da festa para o hotel, a galera achou que estava chovendo mas era só alguém que passou mal na janela do ônibus. Mas foi na antepenúltima van que tudo aconteceu: pairava no ar um cheiro estranho de alguém que se estragou. É por isso que falei pro Ale fazer um livro para ensinar as pessoas a beberem. Vai fazer o maior sucesso, garanto. E falando no querido Ale, ele chegou triunfante a mesa do café. Pena que não fotografamos a cena mas a imagem foi inesquecível.

Detonados e quase sem poder abrir os olhos, passamos o sábado em intensas atividades. Chimarrão, relaxamento, palestras, lanchinhos, dinâmicas de grupo. Na dinâmica, aliás, cometi um deslize: eu não sou redatora exclusiva da comunicação. Embora eu não tenha participado do grupo de design, quero deixar registrado aqui que eu também faço parte da equipe da Ana. Ainda que o Clauber me considere uma traidora, dessa vez eu fui fiel aos meus queridos mocinhos da comunicação. E eu espero que nossos próximos dias de job sejam inspirados pela música que cantamos lá: “ tudo muda, o tempo todo no mundo“. Que mude para melhor. Mas acho que uma coisa não vai mudar: ainda vou continuar ouvindo comentários como " Noooossssa ! o departamento de arquitetura, hein ? Foi muito bem escolhido ! " Eles sempre vão falar de mulher nos meus ouvidos e eu vou ter que aturar.

O cansaço era gigante pela própria natureza, mas a gente resistiu com louvor. E terminamos a noite numa autêntica churrascaria gaúcha, com danças típicas, muita carne, cerveja, alegria e sotaques diferentes. Na caravana para o aeroporto, nosso ônibus foi o retrato do que aconteceu nestes dia em Porto Alegre: animação total. Cantamos a trilha sonora de Clauber, ovacionamos nosso ídolo Ângulo Senninha, lembramos as histórias do Bispo, comentamos as melhores poses das fotos tiradas pelo Leo (muitíssimo aguardadas), brincamos com o figura que é o Beto e nos divertimos com as tiradas certeiras do Junior e do Ale. E após um vôo tranqüilo, ainda teve espaço na van para sair de Garulhos rumo ao Gad Sao. Onde tudo começou ...

O que fica dessa viagem ? Que o esforço da empresa em unir seus escritórios realmente valeu a pena. Agora sabemos quem são os rostos por trás dos e-mails. E nossa equipe paulistana pode se conhecer melhor. Não tenho dúvida de que o Gad Sao vai ser muito mais unido. Se faltava isso aos departamentos de SP acho que agora o trabalho pode fluir muito mais legal. A gente precisou viajar a Porto Alegre para se reunir e descobrir que temos muita animação para levar ao nosso dia-a-dia. Ou pelo menos, tentar transformá-lo em algo mais leve, tranqüilo e solidário. O Gad Sao é uma mistura de sotaques, estilos e experiências. E quem está dizendo isso é uma carioca legítima que aprendeu a respeitar uma cidade tão difícil e complexa. Uma carioca que acha afudê trabalhar numa empresa gaúcha em São Paulo. Foram dois dias de uma maratona inesquecível. Povinho animado esse do Gad Sao, meu ! Fala sério, já estamos marcando balada para esta semana. Afinal, temos que ter paixão pelo trabalho, amor no coração e servir mais uma dose, porque de bebida a gente entende. Mas não se preocupem: na hora do job sabemos muito bem o que estamos fazendo. E vamos fazer um trabalho de equipe. Porque é isso que nós somos: uma grande e animada equipe, repleta de sotaques (tem até sotaque argentino - essa é pro Hugo, não agüentei !). Uma equipe afudê. Uma equipe maneira. Uma equipe da hora, meu.


P.S.: Quero dizer que o casal que citei como um dos mais famosos do Gad Sao - Junior e Paulo - na verdade não é um casal: no mesão da comunicação, a gente não tem um casal definido ... acho que somos um bom sexteto (em Poa, estávamos em quinteto, sem o reforço de Ju "Margarida" Mengarda). Mas nós somos fiéis uns aos outros ali. E batemos um bolão. Por isso dedico este texto aos gadianos de Sampa mas, em especial, aos meus queridos mocinhos Clauber, Junior, Beto e Paulo. Os guris mais fofos que passaram por Poa.



Ah, e para quem não sabe ... "Tem espaço na van", que compõe o título deste texto, é o nome de uma música do Ed Motta.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com




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