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quarta-feira, dezembro 15, 2004

Antídoto



Escrever para mim, sempre foi tão importante quanto respirar. Desde pequena eu sempre gostei de fazer as maiores redações no colégio, escrever poesias, essas coisas ... li Drummond aos onze anos e aos treze era fã do Mário Quintana. Todo mundo achava que eu seria jornalista, mas eu acabei partindo para o mundo da propaganda. E talvez seja uma redatora com veia jornalística. Acho que eu sou uma boa escrivinhadora. Tenho um olhar muito crítico para mim mesma e não deixo a vida me levar. Adoro fazer acontecer.

Este blog só existe porcausa da Silvia, minha amiga querida que me convenceu a arquivar os textos que eu escrevia para alguns sites. Porque depois que o texto “Forever Young” saiu no Propaganda & Marketing, em maio de 2003, eu virei uma quase famosa. E ali comecei a levar a sério este papo de escrever artigos. Foi assim que o “Veneno da Gata “ nasceu. O nome do blog nunca foi uma pretensão minha: eu sou ácida nos comentários e fiz também uma brincadeira com a expressão “da lata”. Eu não sou e nunca fui pretensiosa. Eu nem divulgava o blog. Mas o André e o Lisboa colaboraram para isso, colocando link do meu blog a partir dos meus textos no Trampolim. E assim o blog foi crescendo, ganhando corpo e forma, até meu nome ir parar no Google. Assim, gente fora da propaganda começou a me ler também. Apesar de escrever sobre publicidade, eu também gostava de contar minhas experiências de vida como uma carioca que mora em São Paulo. E o retorno era absurdo. Tenho guardado todos os emails que recebi com elogios e críticas aos meus textos. O texto sobre portfólios ainda é o campeão: 71 e-mails. Acho que nunca escrevi sobre publicidade ... eu sempre escrevia sobre o comportamento no mundo da propaganda.

E daí vieram as pesquisas pros textos, as histórias engraçadas que viraram artigos e, especialmente, os textos encomendados. Tudo era motivo para alguém me pedir para escrever. Almoço com Kiko e Pedro virou texto obrigatório; os amigos do Rio sempre ganhavam palavras doces e festa de fim de ano da agência tinha que ser retratada. Aos poucos ganhei fãs, gente como o João, o Ed, a Grazi, a Maju, o Eme, a Katy, o Diego, gente de norte a sul do país que falava comigo (e muitos ainda falam) e me inspirava. Eu corri o Brasil pelas minhas palavras, eu levei mensagens, eu ganhei vida com as letras. Eu passei a ser a Jana Redatora, a Jana Pereira, aquela que de modo às vezes cruel, às vezes sereno, escreve com a alma. Porque minhas palavras são apenas o que vivo e sinto, minhas dores, meus amores, minha vida que eu permito ser lida. Quantas brigas com namorado se transformaram em textos de catarse, quantas festas viraram textos divertidos e quantas mudanças se tornaram reflexões profundas ...

O texto do Gad, criado a partir do apoio do Beto, foi o mais complicado para mim. Falar de pessoas que pouco conheço, num evento de trabalho, exigiu de mim uma auto-censura e uma auto-crítica que não costumo ter. Não queria deixar de citar ninguém que esteve a minha volta e ao mesmo tempo não podia deixar nenhuma piada passar em branco. Quando voltávamos de Garulhos no domingo, e o texto da viagem virou assunto da pauta, o Clauber me disse “ nossa, que responsa.” Foi então que eu me toquei que tinha uma grande chance de mostrar se tinha ou não jogo de cintura. Talvez tenha sido meu texto mais complicado de escrever, sabendo que seria lido por todos os escritórios, diretores, tanta gente envolvida naquele mesmo assunto. Levei algumas horas do último domingo escrevendo, relembrando, censurando e passando a limpo tantos momentos de alegria. Precisava ser divertido. E quando o texto estava no ar e o Clauber e o Paulo – os primeiros a ler – começaram a rir, eu pensei: “missão cumprida”. Fazer rir era a missão do texto “ Tem espaço na van ...” porque a viagem por si só foi muito divertida. E eu, que sou irônica mas não sou engraçada, tinha chegado ao ponto final com a graça que precisava.

Tá no sangue, tá na veia. Eu sou bem melhor escrevendo do que falando. E isto molda meu futuro, minha vida, minhas conquistas, meu mundo. Se existe missão na vida, escrever é a minha. É minha praia, minha melhor onda, meu melhor momento. Receber um e-mail de gente como o Fábio Saboya (que disse certa vez que gostava das leituras que eu fazia da vida e também do jeito que eu expressa minhas emoções)ou do David Romanetto (que uma vez me falou que são poucas as pessoas que conseguem passar o seu sentimento através de palavras e eu era uma delas), dois grandes redatores, dois grandes incentivadores ... isto é o que faz valer a pena. Saber que você, que lê este texto, vem aqui procurar refletir sobre si mesmo. Por que um dia você perdeu um amor, um amigo, brigou com seus pais, sentiu uma dor, sofreu, chorou mas também sorriu, se divertiu, tomou porre e se aventurou. É por você, que agora lê este blog, que eu paro e analiso a vida, como boa observadora que sou. Isso aqui é minha terapia. É meu instante de desabafo. É meu cantinho de mensagens que alguém lá em cima manda eu passar.

A minha inspiração vem desse dom que só Deus pode explicar. Eu escrevo. E é só por isso que nasci e estou aqui. Para, através das palavras, levar o amor que eu talvez nunca conseguisse transmitir de outra forma. Escrever é a maior paixão da minha vida. Meu amor incondicional. Meu antídoto para qualquer coisa. Nada me abala porque as letrinhas me consolam. É só girar a metralhadora, apontar e escrever. Às vezes sai bala, mas também sai flores. Queria dividir a felicidade pelo sucesso do meu blog com cada um de vocês. E dizer, do fundo do meu coração: muito obrigada.

Aos meus leitores, todo o meu carinho e amor e saibam que continuarei fazendo deste espaço o momento mais inspirador e desafiador da minha vida.

E nunca se esqueçam do lema de Janaina: Carpe Diem. Porque cada minuto merece ser vivido de maneira única e inesquecível. E no caso dessa viagem a Porto Alegre, levamos isso ao pé da letra.



P.S.: Obrigada a todos os gadianos do Brasil.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora





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