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terça-feira, setembro 14, 2004

Aprendendo a ver onde não há luz



As coisas simples da vida são as mais importantes, o resto é conversa fiada. Um cinema, papo com amigos, caminhar na praia, ver o sol nascer, viajar, comer, beber, dançar, dormir ... não é preciso ir muito longe para ser feliz. E, num rompante de que tudo que é simples me fará melhor, fui curtir minha melhor fuga, numa escapada estratégica: fui ao cinema.Desta vez para ver “A Vila”, do M. Nigth Shyamalan, que ganhou o mundo com o sensacional “O Sexto Sentido” (o filme que eu queria ter escrito). Desde o sucesso espetacular de sua estréia cinematográfica, Shyamalan é apontado como um cineasta inovador. Indiano, com crenças que vão além da matéria, seus filmes deixam mensagens subliminares e por isso mesmo se tornam atraentes. Mas, definitivamente, ele não é de fácil digestão. “Corpo Fechado” conseguiu conquistar o público, mas “Sinais” (que eu gosto bastante) causou grande decepção na massa popular. Como eu tenho essa visão irreal da vida – nada é o que parece e tudo é como se vê – acabei me interessando profundamente pelo trabalho de Shyamalan.

Mas vamos ao filme. “A Vila” nada mais é que uma história simples, com pequenos sustos e uma sacada que não é tão original. Mas a maneira como o roteiro foi escrito (dando margem a várias interpretações e deixando dúvidas aos menos atentos), a atuação contida do elenco (com a volta do - sempre bom - William Hurt e da Sigourney Weaver, além do fofo Joaquim Phoenix) e a direção sempre segura de Shyamalan, dão ao filme um estilo bem particular. Curti de montão. Mas, confesso, não foi tão simples assim gostar de algo que deixa nas entrelinhas uma mensagem de inocência poupada a qualquer preço. A vida é mais que isso. Só que está longe de ser um erro poupar aqueles que amamos das dores e sofrimentos do mundo. E quem somos nós para dizer se é justo ou não fazer isso.

Mas, voltando ao começo, são as coisas simples da vida que nos fazem felizes. E se você for ver “A Vila” com um olhar simplório da vida, vai se surpreender. Porque o que nos basta é o amor e o bem-estar de quem amamos. O resto não passa de conversa fiada para o mundo inteiro engolir.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com




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