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segunda-feira, agosto 23, 2004

A cor da imprensa



É assustador o massacre que a imprensa vem fazendo em cima da Daiane dos Santos. Com tanto atleta brasileiro com a mão na medalha – e o Robert Scheidt não me deixa mentir – os jornalistas só pensam na Daiane. A menina é ótima na competição de solo, mas está sofrendo uma pressão desumana.


Antes mesmo de chegar à Atenas, Daiane era capa de todas as revistas semanais. Apontada como ouro certo, favorita absoluta, já era fenomenal antes mesmo de desembarcar na Grécia. Desde que chegou lá, são milhares de entrevistas e fotos, flashes por todos os lados. E o joelho doendo e ela sorrindo ... uma maldade.


Rodrigo Pessoa – então campeão mundial de hipismo – já passou por isso. Assim como o Scheidt (que já tinha ganho várias vezes o campeonato mundial na classe laser do iatismo) e a dupla de vôlei de praia Adriana Behar e Shelda (que chegaram a Sidney como campeãs mundiais e favoritas absolutas ao ouro). Todos foram absolutamente massacrados pela mídia, com os holofotes voltado para eles de maneira brutal. Resultado: na hora da decisão, tremeram, o peso da responsabilidade foi maior que o talento e a prata serviu de lição. Mas lição para quem ? Para os atletas, talvez fique a lembrança de não se deixar levar pelo espetáculo manipulador da imprensa. Para a imprensa, a lição nunca aconteceu: taí a história se repetindo com a Daiane.


Espero que dessa vez o final da história seja mais animador. Mas algo me diz que tanta pressão não pode fazer bem e o resultado virá num formato de decepção. Vamos aguardar e torcer por um final feliz.




Janaina Pereira
Redatora

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