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quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Catarina mandou me chamar


A vida, quando é surpreendente, faz todo sentido. Sem programar nada, fui parar em Floripa durante o carnaval. Finalmente conheci a cidade que os paulistanos tanto amam. Eu, que tenho uma queda gigantesca pelo sul e pelo povo de lá, pude ver de perto o que é que Florianópolis tem. Realmente tem muita beleza, um clima jovial e saudável e aquele jeitinho de Rio de Janeiro. Só que um Rio mais quieto, tranquilo e sereno, com uma Beira-Mar que lembra a Barra, uma Lagoa que parece Cabo Frio e praias que são iguais a Búzios. Tudo muito bonito e, para uma época de folia, achei tudo muito pacato também.

Mas afinal de contas, por que os paulistanos conhecem Floripa e nunca vão ao Rio ? Deve ser porque no Rio tem carioca, óbvio. Floripa é igual ao Rio, então estar lá me fazia lembrar de tantos lugares que já fui, de tantas areias que já andei, de tantas águas que já mergulhei … eu não consegui achar nada espetacular, achei tudo muito familiar. Conheci 12 das 42 praias da ilha, numa verdadeira excursão cercada de gaúchos por todos os lados. E de tudo que vi, registrei as melhores lembranças da Armação, Cachoeira do Bom Jesus, Santinho (essa, uma praia selvagem mas com um resort para mostrar que a civilização chegou ali) e da mais bela, a mais límpida e especial, a abençoada Joaquina. Como eu adoro dunas, a praia da Joaquina ficará viva para sempre na minha memória. E significa que preciso ir urgente conhecer as dunas que só o nordeste tem.

Uma grande vantagem da região Sul é que eu adoro as pessoas que vem daquela parte do país. E eles adoram cariocas. E é isso que me faz admirar e respeitar tanto este povo que dá valor ao que tem. E que sabe ser receptivo quando vê um carioca pela frente. É por isso que tenho tantos amigos do sul: gente que veio do Paraná, como o Gustavo; de Santa Catarina, como a Ju e especialmente do Rio Grande do Sul. São tantos gaúchos e gaúchas na minha vida que eu acho que conheço mais gente de POA do que do Rio. E se eu fui parar em Santa Catarina foi porque em Floripa havia uma gaúcha muito querida me esperando: minha amiga, comadre e irmã Ana Paula, que sempre me faz atravessar um país para vê-la com toda a emoção que só as verdadeiras amizades têm.

Viajar é um exercício maravilhoso. Vale a pena sempre e é o maior investimento que alguém possa fazer. O retorno é garantido: paz de espírito, calma e leveza refletidas na pele. Eu preciso de sol, natureza, cor, vida. Algo que, definitivamente, São Paulo nunca vai me oferecer. Mas quando me perguntaram se eu moraria em Floripa, a resposta foi um silêncio. Eu apenas penso que, cada vez que conheço mais o mundo, mais eu amo o Rio. Cada vez que vejo outras praias, mais eu valorizo as praias da minha cidade. Cada vez que eu estou longe de casa, mais vontade eu tenho de voltar. Penso que hoje ainda é impossível construir uma vida distante do Rio. Porque, por enquanto, não existe vida que me satisfaça fora de lá. Mas tudo pode mudar. Até mesmo eu.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora

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