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terça-feira, novembro 28, 2017

A Via Láctea

(Renato Russo)


Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz

Mas não me diga isso

Hoje a tristeza não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza das coisas com humor

Mas não me diga isso

É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto isso passa
Amanhã é um outro dia, não é?

Eu nem sei porque me sinto assim
Vem de repente um anjo triste perto de mim

E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser quem eu sou

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado por pensar em mim

Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado por pensar em mim



sexta-feira, novembro 17, 2017

Pec 181

O ano era 2006. Na entrevista de emprego para ser redatora do site de uma ONG pelos direitos da mulher, me perguntaram se eu era a favor do aborto. Minha resposta foi: depende. Essa resposta me fez conseguir o emprego que, tempos depois, me ajudou a enfrentar um ex-namorado que me ameaçou de morte; e me deu também a oportunidade de acompanhar de perto a aprovação da Lei Maria da Penha.

Dito isso, o meu 'depende' daquela época permanece até hoje - e ele foi dito por um motivo muito óbvio: a mulher tem o direito de abortar em caso de estupro. Eu sei que é uma vida que está ali, porém filhos devem ser frutos de amor, não de violência. Dar a mulher a chance de decidir se deve ou não ter esse filho é o mínimo que se pode fazer. Entendo que existe questões religiosas envolvidas, e não julgo ninguém, mas minha opinião permanece a mesma: estupro é crime, e ter um filho a partir de um ato violento como esse não pode fazer bem a ninguém.

segunda-feira, novembro 13, 2017

Eu apenas queria que você soubesse

Gonzaguinha


Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

quarta-feira, novembro 08, 2017

O ser normal


Curioso como as pessoas adoram ser descoladas para dizer que os outros são normais e ter regras é um saco. Assim fica difícil ter um ponto de vista diferente porque, afinal, o que é ser normal?

Parece que as pessoas ainda acham que ser normal é seguir o padrão pré-estabelecido da vida. Casar, ter filhos, comprar uma casa e um carro, ter um apartamento ou casa com varanda, viajar uma vez por ano para o exterior de férias, ganhar muito dinheiro e ter uma profissão de sucesso. É tipo nascer, crescer, morrer - todo mundo tem que passar por isso. Só que não! Claro que sim, vamos nascer, crescer e morrer, mas a parte intermediária nisso - viver - é cada um por si, e não com regras determinadas pelo mundo.

Aí se você não casa, não tem filhos, não comprou o carro e a casa você é infeliz. Coitado, é aquela pessoa largada, sem rumo, sem raízes. Ops, raízes! As pessoas ainda buscam raízes, querem fincar seu pés em um lugar e por lá ficar para sempre. Mas e se eu não quiser isso, sou anormal?

É chato quando alguém se diz independente e prega que faz isso e aquilo porque detesta regras. Ora bolas, regras são importantes. E eu não sou como sou para ser rebelde, ou para desafiar os outros: eu apenas fiz escolhas diferentes na vida.

Respeitar o outro - que escolher casar,ter filhos, etc e o que escolheu não fazer nada disso - deveria ser o princípio de tudo. Mas não é. A humanidade ainda precisa de muita evolução para entender que ser diferente do padrão não é ser anormal. Aliás, a palavra diferente nem deveria existir: seja você mesmo e que se dane o resto! Pronto, falei.

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