segunda-feira, novembro 25, 2013
Gita
(Raul Seixas)
Às vezes você me pergunta
por que é que eu sou tão calado,
não falo de amor quase nada,
nem fico sorrindo ao seu lado.
você pensa em min toda hora,
me come, me cospe, me deixa,
talvez você não entenda
mas hoje eu vou lhe mostrar.
Que eu sou a a luz das estrelas,
eu sou a cor do luar,
eu sou as coisas da vida,
eu sou o medo de amar.
Eu sou o medo do fraco,
a força da imaginação,
o blefe do jogador,
eu sou, eu fui, eu vou.
Gitâ, gita gita gita!
Eu sou o seu sacrifício,
a placa de contra-mão,
o sangue no olhar do vampiro
e as juras de maldição.
Eu sou a vela que acende,
eu sou a luz que se apaga,
eu sou a beira do abismo,
eu sou o tudo e o nada.
Por que você me pergunta?
perguntas não vão lhe mostrar,
que eu sou feito da terra,
do fogo, da água e do ar.
Você me tem todo o dia
mas não sabe se é bom ou ruim,
mas saiba que eu estou em você
mas você não está em mim.
Das telhas eu sou o telhado,
a pesca do pescador,
a letra "a" tem meu nome,
dos sonhos eu sou o amor.
eu sou a dona de casa,
nos "peg-pagues" do mundo,
eu sou a mão do carrasco,
sou raso, largo, profundo.
Eu sou a mosca da sopa
e o dente do tubarão,
eu sou os olhos do cego,
e a cegueira da visão.
é, mas eu sou o amargo da língua,
a mãe, o pai e o avô,
o filho que ainda não veio,
o início, o fim e o meio.
(Raul Seixas)
Às vezes você me pergunta
por que é que eu sou tão calado,
não falo de amor quase nada,
nem fico sorrindo ao seu lado.
você pensa em min toda hora,
me come, me cospe, me deixa,
talvez você não entenda
mas hoje eu vou lhe mostrar.
Que eu sou a a luz das estrelas,
eu sou a cor do luar,
eu sou as coisas da vida,
eu sou o medo de amar.
Eu sou o medo do fraco,
a força da imaginação,
o blefe do jogador,
eu sou, eu fui, eu vou.
Gitâ, gita gita gita!
Eu sou o seu sacrifício,
a placa de contra-mão,
o sangue no olhar do vampiro
e as juras de maldição.
Eu sou a vela que acende,
eu sou a luz que se apaga,
eu sou a beira do abismo,
eu sou o tudo e o nada.
Por que você me pergunta?
perguntas não vão lhe mostrar,
que eu sou feito da terra,
do fogo, da água e do ar.
Você me tem todo o dia
mas não sabe se é bom ou ruim,
mas saiba que eu estou em você
mas você não está em mim.
Das telhas eu sou o telhado,
a pesca do pescador,
a letra "a" tem meu nome,
dos sonhos eu sou o amor.
eu sou a dona de casa,
nos "peg-pagues" do mundo,
eu sou a mão do carrasco,
sou raso, largo, profundo.
Eu sou a mosca da sopa
e o dente do tubarão,
eu sou os olhos do cego,
e a cegueira da visão.
é, mas eu sou o amargo da língua,
a mãe, o pai e o avô,
o filho que ainda não veio,
o início, o fim e o meio.
segunda-feira, novembro 11, 2013
A paz
(Gilberto Gil)
A paz
Invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"
(Gilberto Gil)
A paz
Invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"