<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Obrigada, Meryl Streep


Meryl Streep ganhou, finalmente, seu terceiro Oscar. Incrível como a atriz, recordista de indicações da Academia, conquistou o mundo com seu talento, só reconhecido depois da maturidade. Sim, você talvez seja jovem demais para lembrar que, um dia, Meryl Streep foi criticada em Hollywood.

Quando a atriz de nariz grande surgiu no final dos anos 1970, como a mãe desnaturada do drama familiar Kramer x Kramer, Streep teve seu talento questionado. Vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante em 1980, ganharia como melhor atriz em 1983 por outro drama familiar, A Escolha de Sofia. A partir dali virou queridinha do Oscar, recebendo indicações com frequência mas nunca conquistando a crítica. Era um tal de "Meryl Streep é feia", "Meryl Streep não tem esse talento todo", e por aí vai. Ela era uma espécie de Regina Duarte dos americanos: a namoradinha da América, mas sempre sendo alfinetada.

Nos anos 1980 Streep travou um duelo com Glenn Close, outra atriz fantástica que nunca teve valor para Hollywood. Sempre gostei muito das duas, e sempre achei Streep uma atriz fora dos padrões americanos: ela nunca fazia papel de bonitona nos filmes. Era sempre a mãe sofrida, a mulher desamparada, a dona de casa em busca de um grande amor. Nos anos 1990 a atriz começou a dar novo rumo à sua carreira, fazendo comédia e estrelando aquele que, na minha modesta opinião, é um dos filmes românticos mais lindos de todos os tempos: As pontes de Madison, do Clint Eastwood. Madura, Meryl, que nunca foi bela, deixava seu rosto marcante à mercê do cinema.

Mas foi nos anos 2000 que veio a virada. Com O Diabo Veste Prada, fazendo a arrogante Miranda e assumindo os cabelos brancos, a atriz conquistou público e crítica e virou preferência mundial. A velhice chegou, as rugas também, e com elas uma dignidade poucas vezes vista na telona. Meryl Streep virou a maior estrela do cinema americano, disputada para papéis toscos como a mãe cantante de Mamma Mia! ou papéis ótimos como a dona de casa que revolucionou a cozinha em Julia & Julia.

Tudo que Meryl Streep fazia virava ouro: o filme podia ser ruim, mas ela brilhava. Foi assim em A Dama de Ferro, filme medíocre sobre a ex-primeira ministra britânica Margareth Tatcher. A representação de Meryl é incrível: perfeito sotaque, perfeita caracterização, perfeita atuação. Talvez premiá-la por um filme tão meia-boca seja um desperdício - ela ganharia de algum jeito, algum dia - mas já estava ficando chato indicar Meryl e não premiar.

Tive a oportunidade de conhecer Meryl Streep no Festival de Berlim deste ano. Faz apenas algumas semanas e sim, eu fiquei emocionada. Detesto essa coisa de 'jornalista não pode ser fã', me desculpem, mas sou fã de Meryl desde que o mundo rejeitava ela. Vi todos os seus filmes, arrastava minha mãe para o cinema para ver o filmes de Meryl e hoje mamãe é tão fã de Meryl como eu. E que bom, que bom que eu a conheci em um momento tão especial, na plenitude de seus 62 anos, inteira, divertida, apaixonada pela profissão de atriz.

Todo mundo já sabe que eu fiquei encantada com a Glenn Close quando a conheci: Glenn é fofa, querida, meiga. Meryl é divertida, leve, descontraída. As duas são tão imensas na telona, tão grandes, tão especiais, que eu queria que o Oscar fosse dividido! Mas Meryl levou, e lá no discurso mostrou que não esqueceu o seu passado, ao citar que via ali toda a sua a vida. Pois é, foi ali mesmo na cerimônia do Oscar que o mito Meryl Streep foi criado, mesmo que, durante muitos anos, suas indicações ao prêmio tenham sido questionadas.

E hoje Meryl é unanimidade, Meryl é o que resta do lado 'diva' de Hollywood. Meryl é digna demais, e por isso não levo em consideração esse 'oba-oba' em torno do nome dela, uma idolatria recente. Para mim o que fica é saber que, quando eu era criança, vi Kramer x Kramer e a odiei muito por ter largado o filho, e desde então ela desperta em mim o amor e o ódio por causa de seus personagens.

E eu sou muito grata por ter conhecido Meryl Streep, e talvez agora nada mais faça sentido. Vai ser muito difícil outro artista superar esse orgulho que sinto agora, de poder dizer ao mundo: eu conheço Meryl Streep.

Como diz meu amigo David, estou fazendo história... a minha história. E é muito bom saber que Meryl Streep faz parte dela.




Janaina Pereira

terça-feira, fevereiro 14, 2012

O mundo não fala inglês



É um erro grotesco achar que o mundo fala inglês. Se você quer falar inglês, vá a países cujas línguas nativas são o inglês, como os EUA e a Inglaterra. Mas, pior do que a maioria achar que o mundo fala inglês, é quando as pessoas ficam chocadas com quem não fala. Acho perfeitamente normal os alemães falarem alemão, os holandeses falarem holandês, os italianos falarem italiano e os espanhóis falarem espanhol. Por que deveria ser diferente?

Sempre gostei da Itália e da Espanha porque, além da cultura, a facilidade da língua me agrada. Estar em Berlim, fora do Festival de Cinema, é uma experiência assustadora, já que as pessoas não falam inglês e a comunicação é complicada. Mas, ao contrário dos franceses, os alemães tentam se comunicar, são educados e procuram ajudar, mesmo que por mímicas e sinais.

A comunicação primata, que a princípio parece ridícula, acabou me mostrando que eu consigo ter muito mais jogo de cintura do que poderia imaginar. Foram vários momentos difíceis, mas em nenhum deles eu me desesperei. O que ficou para mim dessa experiência é que, por questão de educação, é bom saber minimamente o idioma local. Se esforce. Tente pelo menos dar 'bom dia' e 'obrigado' na língua do país em que você está.

Os estrangeiros aprendem o português - que não é um idioma fácil - por que a gente não pode aprender a língua deles? Além de educação, é uma questão de simpatia. E ser simpático e educado na terra dos outros já é meio caminho andado para não ficar - literalmente - perdido.


Janaina Pereira

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Pílulas


Para onde quer que fores, vai todo, leva junto teu coração. (Confúcio)

--------------------------------------------------------------------------------


Nem a estação, nem a viagem. A poesia, meu irmão, é a paisagem. (Mário Prata)


--------------------------------------------------------------------------------


Costumo responder, normalmente, a quem me pergunta a razão das minhas viagens: que sei muito bem daquilo que fujo, e não aquilo que procuro. (Michel Eyquem de Montaigne)


-------------------------------------------------------------------------------------

Pior do que não terminar uma viagem é nunca partir. (Amyr Klink)

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

She Will Be Loved

Maroon 5


Beauty queen of only eighteen, she
had some trouble with herself
He was always there to help her, she
always belonged to someone else

I drove for miles and miles
And wound up at your door
I've had you so many times
But somehow, I want more

I don't mind spending everyday
Out on your corner in the pouring rain
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay a while
And she will be loved - 2X.

Tap on my window, knock on my door
I want to make you feel beautiful
I know I tend to get so insecure
It doesn't matter anymore

It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want

I don't mind spending everyday
Out on your corner in the pouring rain
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay a while
And she will be loved - 4X

I know where you hide
Alone in your car
Know all of the things that make you who you are
I know that goodbye means nothing at all
Comes back and begs me to catch her every time she falls

Tap on my window, knock on my door
I want to make you feel beautiful

I don't mind spending every day
Out on your corner in the pouring rain, oh
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay a while
And she will be loved - 4X

Please don't try so hard to say goodbye

sábado, fevereiro 04, 2012

11


Hoje completo 11 anos morando em São Paulo. E chegou aquele momento em que eu ja não tenho mais nada a dizer, faz parte da minha vida e pronto. Simples assim.


Janaina Pereira

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Partir, chegar



"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."


(Fernando Pessoa)

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Censura


Eu me sinto censurada nas redes sociais. Sinto que as pessoas me vigiam e esperam que eu cometa algum deslize para tripudiarem em cima. Sinto que o tempo todo estão querendo saber se o suposto post que escrevi é para elas, se há uma mensagem subliminar ou se estarei comentando alguma gafe virtual. Um saco.

Eu não consigo escrever o que penso, muito menos o que sinto. Se escrevo algo mal humorado, sou acusada de ser uma pessoa infeliz; se escrevo algo triste sou acusada de ser depressiva, se escrevo algo que me deixa feliz, sou acusada de me auto-promover, ou de ser exibicionista. Se não posso dizer o que sinto ou o que penso, para que estou nas redes sociais então? Se não posso expor meu trabalho, para que serve o Facebook ou o Twitter?

Francamente, será que eu sou tão importante para o mundo a ponto das pessoas ficarem se preocupando com o que escrevo, o que penso e com quem estou me relacionando? fico realmente chateada com todo esse disse-me-disse das redes sociais, especialmente porque, toda vez que estou bem e expresso isso, vem alguém tentando me derrubar.

Eu tive um diretor de criação que dizia 'detesto pessoas felizes'. E como tem gente por ai assim! Gente que se incomoda tanto com a felicidade dos outros que faz questão de expressar isso.

Não aguento mais essa censura nas redes sociais, não aguento mais ter meus comentários sempre sendo alvo de críticas e suposições, como se fosse errado ser feliz ou ficar triste! Eu sou humana, eu tenho meus momentos bons e ruins, e se um facebook ou um twitter não servem para eu expressar isso, então acabou para mim!

Cansei dessa brincadeira.


Janaina Pereira

This page is powered by Blogger. Isn't yours?