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segunda-feira, junho 27, 2011

Affe


Como eu odeio as redes sociais. Queria mesmo me livrar de todas elas, ma o trabalho me impede. Então vamos lá, eu sou obrigada a ver/ler/manter relações puramente profissionais com pessoas que não gosto - e que não gostam de mim, mas fazer o que, é a vida.

Eu sei que sou alguém que se cansa facilmente do ser humano. Especialmente do tipo 'human com ressalvas'. Pessoas chatas, pessoas fofoqueiras, pessoas maldosas, pessoas ardilosas, pessoas que ferram você com um sorriso nos lábios. Será que, algum dia, esse tipo de gente será desmascarado?

Espero que sim. Espero, realmente, que máscaras caiam e pessoas que não merecem ter o que acham que tem, se machuquem feio. Eu desejo mesmo. Não sou boazinha, não sou hipócrita e não quero o bem de quem só faz o mal - e de quem me deseja o mal.

Então desejo em dobro para você todo o rancor que você tem por mim. Boa tarde!



Janaina Pereira

sexta-feira, junho 24, 2011

Alive

Pearl Jam


Son, she said, have I got a little story for you
What you thought was your daddy was nothin' but a...
While you were sittin' home alone at age thirteen
Your real daddy was dyin', sorry you didn't see him, but I'm glad we
talked...

Oh I, oh, I'm still alive
Hey, I, I, oh, I'm still alive
Hey I, oh, I'm still alive
Hey...oh...

Oh, she walks slowly, across a young man's room
She said I'm ready...for you
I can't remember anything to this very day
'Cept the look, the look...
Oh, you know where, now I can't see, I just stare...

I, I'm still alive
Hey I, but, I'm still alive
Hey I, boy, I'm still alive
Hey I, I, I, I'm still alive, yeah
Ooh yeah...yeah yeah yeah...oh...oh...

Is something wrong, she said
Well of course there is
You're still alive, she said
Oh, and do I deserve to be
Is that the question
And if so...if so...who answers...who answers...

I, oh, I'm still alive
Hey I, oh, I'm still alive
Hey I, but, I'm still alive
Yeah I, ooh, I'm still alive
Yeah yeah yeah yeah yeah yeah

sábado, junho 18, 2011

Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar




As pessoas mudam, graças a Deus, mas depois dos 30 é meio complicado essa mudança. Até os 30 você ainda parece inseguro com a vida, olha para o mundo de um jeito esperançoso. Depois dos 30 não há mais tempo a perder, então você deixa rolar e já não se importa mais em mudar.

Eu mudei. Em alguns aspectos para melhor. O que não mudei continua ruim como antes. Por exemplo, eu continuo sendo uma pessoa que acredita no ser humano. Isso é bom, não fiquei amarga, mas é ruim, porque ainda levo rasteira. Não adianta,isso não vai mudar. Continuarei abrindo sorrisos para novos amigos e sendo traída por vários, que de amigos não têm nada. Mas, para cada amizade falsa sempre tem uma pessoa bacana que entra na minha vida, então ainda vale a pena acreditar no ser humano.

Acho que minha maior mudança ao longo dos anos foi em aprender a me calar. Hoje dou importância ao silêncio, não conto minha vida, não me exponho mais. Levei tanto pela cara por demonstrar felicidade ou tristeza que prefiro ficar na minha agora. Não falo mais nada. Não compartilho as alegrias nem as tristezas, simplesmente deixo para comentar - cada vez com um número menor de pessoas - depois de tudo concretizado e/ou resolvido.

O silêncio se tornou um poderoso aliado. Atualmente é meu melhor amigo. Tenho planos, muito bem definidos por sinal, mas ninguém sabe, ninguém viu. Não interessa. Minha vida deixou de ser interessante para os outros quando eu virei protagonista da minha história. Agora eu brilho sozinha no meu palco e alguns amigos fiéis aplaudem. O resto, sinceramente, está na fila e não vai conseguir ver o espetáculo.

O dia em que eu aprendi a me calar - inclusive para as ofensas e trairagens - eu me fortaleci tanto que comecei a ler mais claramente os sinais da vida. As mesmas pessoas que ontem me fecharam a porta hoje são obrigadas a me aturar. Simples assim. O mundo dá voltas, por isso é redondo. Eu não me vingo, eu nem espero para ver o que vai acontecer. Simplesmente acontece.

Em dois meses completo 37 anos. É muita idade, é muita história, é muita vida que já foi chorada, festejada, vivida. É praticamente a metade do caminho. Se eu não mudei até aqui, se não me tornei alguém melhor, se não aprendi com meus erros, realmente, o que ainda faço nesse mundo? Envelhecer só tem uma vantagem: a vida é bem mais divertida depois que você começa a passar pelas mesmas situações ruins e tira tudo de letra. Quando você percebe que já não vale a pena insistir nisso ou naquilo porque você já passou por algo parecido. Quando você aproveita mais as alegrias que surgem inesperadamente. Quando você, de fato, entende que aprendeu a jogar o jogo.

É bom mudar e perceber que sim, tenho defeitos, e sim, tenho inúmeras qualidades. Sou humana. E não ter perdido essa lágrima no olho é o que me mantém viva. Além do sorriso que sempre há de aparecer para aqueles que merecem.



Janaina Pereira

terça-feira, junho 14, 2011

“Sutaque”


Não importa em que lugar do Brasil você está: se o seu sotaque é marcante, as pessoas já sabem de onde você veio. Mas não há nada mais irritante do que as pessoas ficarem tentando imitar você. Não adianta, um paulista nunca vai fazer sotaque de gaúcho, um gaúcho não sabe imitar um carioca e um carioca jamais vai se expressar como um baiano.
Mas não ! Alguém tem sempre que vir com uma piadinha, com uma gracinha, com aquela palavrinha típica de uma cidade, só pra se mostrar entendido em sotaques.

Eu nunca vou falar bolacha. Bolacha pra mim é tapa na cara. Da onde eu vim se fala biscoito. Sim, biscoito, com aquele “s” bem puxado. Mas tudo bem, eu já chamo trabalho de trampo. Eu já falo que estou com um “puta stress”, que aquilo é um “puta anúncio” e que eu fui numa “puta festa”. Aliás, quando eu saio eu vou pra balada. Deixei a night no Rio.

Mas eu devo estar perdendo a identidade. Quando vou ao Rio as pessoas dizem que estou falando com sotaque de paulista. Mas para os paulistas eu nunca perdi meu sotaque de carioca. Então eu já não sei mais como eu falo. Às vezes me pego falando com a mesma entonação dos paulistas. Conversava com minha mãe outro dia e falei: “num-sei-o-quê- é pequeno.” Ela me olhou assustada. Eu falei pequeno, com “e” e não “piqueno”, como os cariocas falam. Os paulistas falam certo: pequeno, teatro, futebol. Eu sempre falei “piqueno”, “tiatro”, “futibol”. E de repente, não mais que de repente, eu falei uma palavra corretamente no sotaque errado. E quase fui deserdada das dívidas pela minha mãe. Chocada, ela disse: “Filha, você virou paulista.”

Ai, essa perda de identidade é desconcertante. Certa vez brincaram comigo dizendo que não dava pra perceber que eu era carioca. Fiquei pasma. Esbravejava: “Como assim ? Eu tenho sotaque, eu tenho sotaque ! “ A pessoa até hoje diz que meu sotaque é de gaúcha. Claro que é brincadeira, imagina, o guri só está me zoando. Pronto, a convivência com pessoas de outras cidades fez com que eu perdesse de vez a identidade. Agora eu falo guri, que fulano é um querido… daqui a pouco estou achando tudo trilegal.

Quando você muda de cidade, incorpa novos hábitos à sua vida. E por que não um novo sotaque também ? Não tem como fugir, você acaba ouvindo as pessoas falarem diferente, e as palavras saem naturalmente em outra melodia. Se bem que dizem que jamais se perde totalmente o sotaque, principalmente quando as pessoas brigam. Nos momentos de fúria, você fala exatamente como aprendeu, na sua origem.

Então tá, olha só: sotaque nunca se perde, valeu ? A gente muda um pouco, mas não perde não. E como me disse um guri, o mesmo que me chama de gaúcha, até escrevendo eu não perco meu sotaque. Já vi que as piadinhas regionalistas nunca vão acabar. Fala sério.




Janaina Pereira

domingo, junho 12, 2011

EU PRECISO APRENDER A SÓ SER

(Gilberto Gil)

Sabe, gente
É tanta coisa pra gente saber
O que cantar, como andar, onde ir
O que dizer, o que calar, a quem querer

Sabe, gente
É tanta coisa que eu fico sem jeito
Sou eu sozinho e esse nó no peito
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder

Sabe, gente
Eu sei que no fundo o problema é só da gente
E só do coração dizer não quando a mente
Tenta nos levar pra casa do sofrer

E quando escutar um samba-canção
Assim como "Eu preciso aprender a ser só"
Reagir e ouvir o coração responder:
Eu preciso aprender a só ser

quinta-feira, junho 09, 2011

Eu, eu mesma!



Eu sou uma pessoa fofa. Minha simpatia quase contagiante atrai sempre algum mala de plantão, mas beleza, eu continuo sendo gentil mesmo com quem não merece. Mas quem me conhece bem sabe que meu gênio é forte, e quando estou atacada, exalo meu jeito estúpido de ser. Algumas pessoas - poucas, é verdade - eu sou incapaz de dar um fora. São pessoas tão doces e serenas que eu realmente não consigo ser grosseira mesmo quando estou mal humorada. Já outros sofrem com minha patadas, e nem faço isso por mal, é que geralmente sou curta e grossa com quem sei que vai aturar o tranco. E esse tipo de pessoa, quase sempre, merece um chega para lá.

Eu já fui bem mais chatinha. Aliás, eu tive momentos insuportáveis quando trabalhava fora. Outro dia uma amiga lembrou que eu chegava na agência em que trabálhavamos,murmurava um 'bom dia', colocava fones de ouvido e não abria mais a boca. Achei graça porque não me lembrava disso, mas ela contando eu revi toda a cena. Eu simplesmente deletei esses momentos da minha cabeça.

O mundo corporativo sempre me causou náuseas. Não tenho paciência para ele. Sou mais feliz trabalhando em casa. Gosto, no entanto, de fazer cabines, cobrir eventos, fazer um frila ou outro nas redações e nas agências para poder conviver com as pessoas. Esse convívio momentâneo é saudável. Insuportável é aturar gente chata o dia todo, todos os dias, ai eu não aguento.

Eu era muito mais brava, irritada, impaciente. Hoje em dia só meu computador me tira do sério. A tecnologia quando não funciona me deixa muito tensa. Fora isso, procuro não me estressar mais com gente ansiosa e tenho tentado me rodear de pessoas com bom astral para trabalhar. Cansei também de gente que só reclama da vida ou exige de mim como se eu fosse exclusiva da empresa. Eu sou freelancer, faço meu trabalho com competência, então é assim que funciona: eu faço o meu, você faz o seu, e está tudo certo.

A tranquilidade profissional conquistada me deu o direito de ser uma pessoa emocionalmente mais estável. Eu, que nunca chorei por causa de trabalho, já engoli muito sapo e levei muito pela cara. Fui humilhada tantas vezes que perdi a conta. A clássica 'você não sabe escrever' eu ouvi tanto que quase se tornou uma verdade. Só que, como boa leonina, não acreditei no que me diziam.

Hoje, quando o telefone toca e é alguém querendo me passar um trabalho, penso: 'é, as pessoas realmente gostam do meu trabalho'. Sim, porquê a minha pessoa pode não ser simpática aos olhos de todos - e não é - mas do meu trabalho ninguém pode reclamar. No geral, eu sou uma pessoa fofa com todos que são fofos comigo, mas pisa na bola, meu amigo, já era.

Fico particularmente feliz quando alguém diz que sou muito profissional. É bom ouvir isso agora, pois não faz muito tempo me disseram que eu não sabia o que era ser jornalista e sempre seria 'apenas uma publicitária'. Bem, eu não nego de onde vim, não tenho vergonha de ter duas profissões distintas, e não me considero melhor em uma do que na outra. Pelo contrário, tudo que faço, faço bem feito, porque se é para fazer meia boca, não faço. Simples assim.

É claro que todas as pessoas que um dia me humilharam profissionalmente se acham a última coca-cola do deserto. Eu não me acho nada, eu sei que sou boa no que faço e pretendo continuar sendo, só isso. E é justamente por ser essa pessoa que alcançou a paz profissional que tirei do meu caminho todos aqueles que duvidavam de mim.

Eu sou uma pessoa fofa mas... não me provoque. E se algum dia eu te dei um fora que você acha que não merecia, desculpe, mas certamente você invadiu o meu espaço. Não faça mais isso. Não sou leonina mansa. E isso é bom sempre lembrar a todos que estão a minha volta, para depois não reclamarem... porque ai posso soltar a sempre funcional 'eu avisei.'



Janaina Pereira

domingo, junho 05, 2011

Solteira sim, e daí?



Vem chegando mais um dia dos namorados. Algumas mulheres que conheço já estão sofrendo antecipadamente com a data. Solteiras, tentam disfarçar a tristeza por esta 'situação'. É impressionante como, cada vez mais, as mulheres andam meio desesperadas neste sentindo. Aí fica muito fácil para os homens. Por que um cara vai se comprometer se tem um monte de mulher se jogando para cima dele?

Vejo que a situação se tornou preocupante com aquelas que, como eu, já passarm dos 30. Rola um certo nervosismo com a 'solteirice'. E uma cobrança, de si mesma e com as outras na mesma 'condição'. O que eu já ouvi nas últimas semanas de 'mas você está saindo com alguém? você tem namorado? espero que aquele encontro se transforme em relacionamento' não está no gibi! Isso porque, já faz alguns anos, eu evito falar sobre relacionamentos com minhas amigas. Com conhecidas então, não falo nunca. Hoje prefiro ficar na minha porque se eu falo que estou saindo com alguém praticamente me casam com a pessoa. Então não falo mais nada.

Fico pensando... por que essa neura toda minha gente? Acho tão ridículo tudo isso. Sinceramente, em pelo ano 2011, a sociedade ainda cobrar que uma mulher só será feliz se casar e tiver filhos me dói profundamente. E seu eu não quiser isso para minha vida, serei considerada uam aberração da natureza? Bem, já devo ser meio isso, de repente muita gente pensa isso de mim - não duvido nada. Mas, sinceramente, não ligo. Estão pagando minhas contas? Não. Então pensem o que quiserem!

Nunca tive problemas em estar solteira. Isso não quer dizer, pelo menos para mim, que sou sozinha. Mas para agradar a gregos e troianos eu tenho que assumir um relacionamento, é isso mesmo? Eu tenho que ir no twitter e dizer se transei ou não esta semana. Quantos beijos eu dei, com quem sai, se fico com um ou com 100... ops, com 100 não pode, ai você vira puta. Homem pode sair com várias, mulher não, né? Ah tá.

Então eu não posso me dar ao luxo de optar por ser solteira. Será? É melhor eu ficar com qualquer um, ou com um que fica com várias, ou com um que não sabe o que quer da vida, ou com um que fica comigo hoje e enjoa amanhã, ou ainda com aquele que quer me arrastar para o fundo do poço com ele, ou o que não me dá valor, ou o que não respeita minha privacidade, ou o que está comigo para esquecer a ex, ou aquele que não sabe fazer sexo, mas, afinal, isso é um detalhe, como mulher eu tenho que fingir que gostei.

Não! Eu não quero fingir que gostei!!! Eu não quero fingir nada. Eu sou independente o suficiente para querer alguém que goste de mim do jeito que sou e que sim, atenda a todas as minhas expectativas emocionais e sexuais, porque francamente, se o cara não sabe fazer isso, vai fazer o que então? (Agora que os homens vão fugir mesmo de mim, coitados!) Eu não quero alguém para estar aí do meu lado por estar. Eu não quero conhecer uma pessoa e colocar nela a expectativa de uma vida inteira - e é por isso que não comento mais nada porque até minhas amigas já me pressionam com o assunto.

Eu sou uma mulher solteira sim, e não me preocupo com isso. Amanhã posso não ser mais, mas eu realmente tenho que seguir minha vida sem todo esse alarde feminino de que 'só sou feliz com um homem do lado'. Ai, que coisa chata! Eu tenho até evitado esse tipo de pessoa, que só quer sair para caçar, que sai com o cara hoje e fica roendo as unhas para o fulano ligar amanhã. Menos, mulherada! Para que esse desespero todo?!

Enquanto isso os homens pegam várias, e ainda têm aquele 'caso fixo' para a hora em que todas as outras não estão disponíveis. Ai o 'caso fixo' finge acreditar que ele é exclusivo dela mas, tadinho, está confuso e não quer se comprometer. Senta lá, querida, e espera sentada mesmo, ok?

Eu só lembrei que no próximo domingo é dia dos namorados porque pelo menos umas seis mulheres que conheço - todas sozinhas, claro - tocaram no assunto. Affe. Que cansaço! Gente é só um dia, mas se isso te faz sofrer, toma um dramim e vai dormir. #prontofalei

E só para concluir: não entro nessa de campanha 'adote um solteiro'. Não estou aqui para ser adotada. Se não é para me amar e ser um companheiro, amor, amante e amigo decente, prefiro ficar sozinha. Já passei da idade de adoção, né, vamos combinar que isso é meio cafona. Vou ali comemorar porque estou viva e feliz, e isso é tão bom e não depende de outra pessoa, só de mim.


Janaina Pereira

quinta-feira, junho 02, 2011

Em nome do Pai


Se meu pai fosse vivo hoje completaria 68 anos - e não consigo imaginar meu pai conta tanta idade assim. A medida em que vou envelhecendo a saudade do meu pai parece só aumentar. Sempre gosto de frisar que, ao contrário de muita gente que sofre eternamente pela morte de alguém querido, eu sempre aceitei o que Deus reservou para minha vida, embora, é claro, questione de vez em quando.

Lógico que eu queria meu pai aqui. Eu convivi tão pouco com ele - apenas 14 anos - mas foi um período de muito aprendizado. Meu pai era realmente um pai muito legal e tudo que aprendi com ele segui à risca por todos esses anos. Tenho certeza que ele se orgulha do que sou, mas é óbvio que eu queria ele aqui comigo. Eu sou egoísta, não quero perder ninguém.

O que me consola - e eu acredito muito nisso - é que vou reencontrar todos que amo quando eu partir também. Não acho mesmo que tudo se resuma a uma convivência somente neste plano e que depois que a gente morre acaba. Espero mesmo que exista um outro lado em que pelo menos eu possa amenizar todos os anos que fiquei sem essas pessoas.

Hoje eu lembrei do meu pai assim que acordei, e lembrei que ele era uma pessoa muito simples, muito tranquila, que dava muito valor ao trabalho - o mesmo trabalho que o estressou tanto a ponto dele ter dois derrames cerebrais e morrer por causa do segundo. O que mais eu aprendi com ele, ou melhor, com a sua morte, é que eu nãoiria deixar trabalho algum me destruir dessa forma. Por isso hoje estou onde estou e faço o que faço, tudo do meu jeito, porque quero - e preciso - viver meus momentos de ócio. A vida é bem mais do que trabalhar para me estressar.

Meu pai talvez não tenha tido tempo de se arrepender de suas escolhas, seu caminho era aquele, não há o que questionar, mas eu posso aprender com o que vivi e senti, com tudo que passei, com as milhares de vezes que fui trabalhar com meu pai nos finais de semana e hoje penso que eu posso e quero fazer diferente, e eu faço, e fiz minhas escolhas e ele deve estar achando que foi mesmo melhor para mim.

Eu sinto muitas, muitas saudades, saudades que vão doer de novo amanhã - vai fazer um ano que minha avó morreu - e que vão voltar em agosto, quando meu aniversário for exatamente no Dia dos Pais - um tipo de coincidência que sempre me deixa mal.

Depois de todos esses anos, e de me acostumar com essa saudade, tenho cada vez mais certeza que meu pai faz parte desse caminho que hoje eu sigo em paz.



Janaina Pereira

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