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terça-feira, março 30, 2010

Esse teu olhar quando encontra o meu


Às vezes me pergunto se as pessoas são idiotas ou se fazem de bobas. É incrível como é possível se perceber, através de um simples olhar, o que está acontecendo. O olho é o espelho da alma, não mente nunca. E se você olhar no meu olho, vai saber o que está acontecendo. Assim como eu olho nos olhos de todos e percebo o que se passa.

Cada olhar que cruzou o meu significou alguma coisa. Já recebi olhares de admiração, de alegria, de ternura, de amizade, de afeto, de empolgação, de felicidade. Já vi aqueles olhos me lançarem boas energias e muita vibração positiva. Poucas vezes eu tive que conviver com olhares de raiva, de ódio, de rancor, de fúria. Quando esse olhar veio, eu desviei. Nunca olho nos olhos de quem não me quer bem. Porque não preciso deles e não vou ficar batendo de frente.

Lógico que os olhares apaixonados são os melhores. Talvez um, e apenas esse, será inesquecível. Os anos vão passar mais o olhar vai ser o mesmo. Eu posso nunca mais ser olhada daquele jeito. Mas sempre vou olhar com a mesma intensidade, de quem não esquece que algumas coisas morrem, mas o verdadeiro sentimento fica para sempre.

Alguns olhares são difíceis de você encarar. Aquele olhar que tira sua roupa, que te deixa sem palavras, que te deixa com vergonha, com medo, com aflição e agonia. Os olhares tristes, melancólicos, sofredores e angustiantes também me fazem mal. Mas quantas vezes foi esse o meu olhar para o mundo ? Tantas que já não posso contar.

O olhar pode dizer mais que horas de conversa no icq. Pode falar tudo, deixar revelar o que somente seu coração sabe. E a pior coisa do mundo é perceber que o melhor olhar não é para mim. Eu não preciso que ninguém diga nada, eu olhei. Olhei e vi os olhos brilharem, estava ali tão claro. Só quem quer pode se deixar levar pelas palavras. Palavras enganam facilmente. Eu posso escrever mil cartas de amor e mentir em todas elas. Eu posso fazer uma poesia para qualquer um. Eu posso falar “eu te amo” mil vezes por dia, eu posso dizer no seu ouvido que você é o homem da minha vida, eu posso tudo com as palavras, elas me pertencem e eu posso guiá-las como eu quiser. Eu mando nas letras, eu formo as palavras que eu quero e falo como eu quero para você ouvir o que quer.

Eu só não posso mentir com meu olhar. Ele me entrega. Se eu desviar o olhar, piorou. Aí estarei assinando minha sentença. Então eu encaro, bato de frente e deixo você ver que eu te amo, que eu te odeio, que eu te quero, que eu te espero, que eu te ignoro, que eu te acho um completo idiota porque não conseguiu nem disfarçar ! Não disfarçou aquele brilho insuportável no olho, quando olhou para o lado.

É impressionante como as pessoas não conseguem esconder a verdade do olhar. E pra piorar, eu tenho esse jeito aparentemente inocente, aparentemente ingênuo, aparentemente amável, aparentemente frágil. E ai as pessoas falam o que querem, como querem, quando querem, achando que eu não estou percebendo nada. Um bilhão de perguntas, como se eu não soubesse as respostas … Que o mundo continue pensando isso … eu passo a rasteira e sei o que se passa em cada olhar que cruza o meu. Não adianta nem tentar disfarçar. Eu aprendi a ver o que os olhos não podem esconder.

Eu não fico parada na esquina espiando a multidão. Eu ando com ela, olhando. Eu olho para o céu, para o chão, para os lados, para frente, para trás, para tudo. Agora eu estou olhando pela janela. O céu está mais cinza do que nunca. Entre as paredes dos arranha-céus, eu vejo um céu de angústias. Da sua janela você enxerga minha tristeza. Pobres almas, não aprenderam a decifrar olhares. Porque se olhassem a profundeza do meu olhar, conseguiriam ver que isso vai passar. Eu não tenho porque ficar triste. Eu também aprendi a olhar o lado bom das coisas. E agora eu vejo que não vale a pena procurar certos olhares. Quero ser inconsequente e me deixar levar pelos olhares incertos. Busco olhares que me completem e não aqueles que me corroem e deixam um enorme vazio quando os olhos se fecham.


Janaina Pereira

sábado, março 27, 2010

Por Enquanto


A melhor canção de despedida é de Renato Russo, que hoje faria 50 anos. Por Enquanto é daquelas músicas raras, que falam tudo que eu gostaria de dizer. É, ao lado de O Portão, do Rei, a canção de 'volta pra casa'.

Por Enquanto é a música de quem volta e percebe que mudou; de quem deixa uma história para trás e segue em frente. É a música de quem reconhece que, mesmo não levando a pessoa especial junto, sempre vai lembrar daquele alguém.

Porque o pra sempre acaba. Mas nada consegue mudar o que ficou.


Poxa, Renato, disse tudo que eu queria dizer. Saudades.



Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre
Sempre acaba...

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem...

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...

quinta-feira, março 25, 2010

Me Adora


Pitty

Composição: Pitty / Derrick Green / Andreas Kisser


Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
“Só não desonre o meu nome”

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome

Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

segunda-feira, março 22, 2010

People are strange


Eu sei que sou esquisita. Tenho um defeito que não consigo mudar: eu me canso facilmente das pessoas. A grande maioria dos seres humanos me irrita com tanta profundidade que eu dispenso qualquer contato. São poucas as pessoas que merecem meu respeito e carinho.

Eu acho um tédio ter que dar satisfação da minha vida para amigos. Não dou satisfação nem para a minha mãe, quanto mais para alguém que conheci antes de ontem. Não gosto que grudem em mim também, sempre odiei namorado que grudava, ainda mais amigo que gruda. Por isso detesto quanto alguém expõe, nas redes sociais, que vai me encontrar ou falar comigo. Eu não dou satisgação da minha vida em público, eu pago as minhas contas, eu tenho as minhas dívidas e ninguém tem nada a ver com isso.

Eu sou muito George Clooney em Amor sem Escalas. É horrível dizer isso, mas é a verdade. Eu sou sozinha, eu gosto de ficar sozinha, eu me sinto melhor sozinha. Nas - raras - vezes em que sinto falta de gente, tem sempre um ou outro amigo para me fazer companhia. Pessoas que escolhi a dedo, que se destacaram no meio da multidão.

Existem algumas pessoas que eu gosto tanto e talvez elas nem imaginem como são importantes para mim. Mas existem também aquelas que se acham minhas amigas e nunca serão de fato, pelo motivo mais simples: elas não sabem o que é amizade.

Eu sou esquisita nesse meu jeito estúpido de ser, nessa minha vontade de sumir e ficar sozinha, longe de tudo e de todos. Eu sou esquisita nesse meu jeito de permanecer em silêncio enquanto meu coração grita. Sou esquisita por querer seguir em frente, sem levar algumas pessoas comigo. O problema é que às vezes olho para trás e tento resgatar algumas coisas, quero levar algumas pessoas para o meu mundo particular. E nem sempre é possível, porque o mundo real não é como eu quero, as pessoas não são como eu quero, e eu não posso obrigar você a gostar de mim.

No final da história eu sei que vou acabar só. E eu até me importava com isso, mas agora já não estou ligando mais. Se é para ficar sozinha, que pelo menos eu tenha paz nos meus pensamentos. E, como um dia me aconselharam - e acho que foi nesse dia que eu percebi que ia ficar só para sempre - é hora de seguir em frente sem olhar para trás.



Janaina Pereira

sábado, março 20, 2010

Ayrton: 50


Ayrton Senna faria 50 anos neste 21 de março. Saudades. Você, leitor recente, talvez não saiba que eu era fã de carteirinha do Senna. Literalmente. Eu era da Torcida Ayrton Senna - TAS - e guardo com carinho meu autógrafo e meu boné do Nacional.

Acordar domingo de manhã bem cedo para acompanhar corrida de Fórmula 1 era o maior barato. Eu brigava no colégio com a Aninha, minha amiga torcedora do Piquet. Sempre odiei o Piquet, troféu limão, azedo que só ele. Meu pai sempre curtiu esportes, e foi ele quem me alertou que Senna era o cara. Lembro da primeira corrida, da clássica corrida de Mônaco 1984 (o primeiro pódio dele), da sua primeira vitória. Tenho várias corridas gravadas, incluindo a fatídica - que eu nunca revi.

Ayrton é meu ídolo eterno, aliás, o único ídolo que eu tive. Sua morte abriu um buraco no meu coração: eu passei uma semana chorando horrores. Minha mãe ficou até preocupada, achando que eu ia ter um piripaque. Era tanta dor, tanta tristeza, tanta melancolia que eu não sabia como podia gostar de uma pessoa que eu nem conhecia - é, porque eu tive uma chance inacreditável de conhecê-lo que eu não gosto nem de lembrar, quanto mais de contar.

Desde 1994 eu não vejo corridas de Fórmula 1. Até suporto hoje em dia dar uma olhadinha, mas nada me convence ou comove. Agora que o Bruno, sobrinho do Senna, está na Fórmula 1, pode ser que eu me empolgue outra vez.

Neste domingo o ariano Ayrton Senna faria 50 anos. Fico pensando que ele morreu sem chegar a idade que eu tenho hoje, ou seja, com uma vida ainda pela frente. Incrível que tantos anos se passaram e eu nunca consegui esquecer aquelas manhãs de domingo.

Saudades sempre e para sempre.


Janaina Pereira

quinta-feira, março 18, 2010

Caleidoscópio



Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num caleidoscópio sem lógica
Eu quase posso ouvir a tua voz e sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa

Quem vai pagar as contas desse amor pagão
Te dar a mão e trazer à tona pra respirar
Quem vai chamar teu nome
Ou te escutar
Me pedindo pra apagar a luz
Amanheceu, é hora de dormir
Nesse nosso relógio sem órbita

Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Pra gente não ter nunca mais que terminar.


(Herbert Vianna)

terça-feira, março 16, 2010

Filmes da minha vida


Já contei aqui que sou cinéfila desde os quatro anos, né? Meu primeiro filme, vocÊs já sabem, foi em janeiro de 1978 - Os Trapalhões no Planeta dos Macacos. Até hoje lembro do encanto que senti ao ver a telona. Não parava de comentar o filme. Foi paixão à primeira vista.

Minha mãe é a responsável pelo meu amor ao cinema. Ela me levava sempre ao Santa Alice, um cinema de rua no Engenho Novo que virou igreja evangélica. Foi ela também que impôs o fim dos Trapalhões na minha vida e me obrigou, em 1983, a assistir um filme legendado. "Você já sabe ler, tem que aprender a acompanhar as letrinhas." Letrinhas = legenda. O filme escolhido para o début legendado? ET, do Spielberg. Aliás, o Spielberg é o cara que me fez gamar pelo cinema. Ele é o responsável pelo grande amor da minha vida, Indiana Jones. Amo o Spielberg.

Alguns filmes são essenciais para minha vida de cinéfila e, agora, de jornalista que, por acaso, escreve sobre cinema. Eles foram marcantes porque me apresentaram atores, diretores, roteiros e ideias que se tornaram parte de mim. Aqui está a minha lista de filmes fundamentais, aqueles que marcaram minha história.


1 - Star Wars - Sei todos os diálogos da trilogia original. É uma paixão avassaladora, que o tempo só fez aumentar. Outro dia revi todos na TV, num especial que a Band fez. Quando foi relançado no cinema, nos anos 1990, lá estava eu - até então só tinah visto pela TV. Não curto a trilogia nova, mas vi tudo no cinema também. Amo a trilha sonora do John Williams e, sim, eu queria ser um Jedi. Foi minha primeira crítica, aos 12 anos.


2 - Blade Runner - É o filme que me apresentou a ficção científica. Mais um da minha trilogia pessoal 'Eu amo Harrison Ford'. Novamente, trilha sonora imbatível. Tinha a versão do diretor (minha preferida) num DVD que um ex nunca devolveu. Outro dia quase comprei outro mas desisti. Adoro o visual e a história me impressionou muito, quando vi na TV com meus singelos 12 anos. Foi paixão ao primeiro acorde de saxofone.


3 - Caçadores da Arca Perdida - Tenho o livro que foi inspirado no roteiro. Tudo isso porque eu sou apaixonada pelo filme - e por todos os outros do Indy. Gosto de homens com barba por fazer por causa dele, um fetiche incorporado aos 12 anos de idade. Poxa, quando eu tinah 12 anos eu descobri a vida, ainda que cinematográfica. 1986 foi o ano em que meu mundo mudou, e Indy faz parte disso. Amo a trilha sonora - de novo, né? Eu amo trilhas sonoras! A propósito, meu primeiro filme pós-miopia foi o último de Indy. Eu fiquei cinco meses sem poder ir ao cinema e quando fui, escolhi o filme dele. Porque eu queria dizer 'o primeiro filme que vi com meus próprios olhos depois de quase 20 anos míope foi Indiana Jones".


4 - De Volta para o Futuro - Michael J. Fox virou meu irmão. Eu não tinha por ele a paixão nutrida pelo Harrison e, porteriormente, por Tom Cruise. Mas adorava Michael. Adoro ainda, né? Ele sempre será Marty McFly. É o filme que mais vi no cinema: duas vezes o primeiro, três vezes o segundo e duas vezes o terceiro.


5 - Os Goonies - Se eu fui Jedi, claro que fui Goonies também. Foi o filme que marcou minha passagem para o mundo do cinema em definitivo. Assisti em dezembro de 1985, aos 11 anos. Foi a partir dele que tudo começou - depois de Goonies veio De volta para o futuro, Stars Wars e toda a história que vocês leram acima. Ou seja, primeiro fui Goonie, depois fui Jedi.


6 - O Sexto Sentido - A cena fatífica, lá no final, quando descobrimos o que aconteceu de fato, mexeu muito comigo. Eu quase gritei no cinema: "Pára tudo, quero ver de novo". Foi o primeiro roteiro que eu queria ter escrito. E o primeiro - e único - filme que eu não consegui descobrir o final ainda na metade. Mas eu desconfiei pacas!


7 - Janela Indiscreta- O primeiro Hitchcock a gente nunca esquece. Tinha uns 13 anos quando vi. Virei fã do Hitch e aluguei todos os filmes dele. Vi Festim Diabólico e Disque M para Matar milhares de vezes. Mas Janela Indiscreta ainda é meu queridinho, por ser meu primeiro Hitch.


8 - Mulheres à beira de um ataque de nervos - O primeiro Almodóvar a gente nunca esquece. Tinha uns 15 anos quando vi. Virei fã do cara e aluguei todos os filmes dele. Vi Ata-me e O Matador milhares de vezes. Mas Mulheres ... ainda é meu queridinho, por ser meu primeiro Almodóvar.


9 - As Pontes de Madison - Não foi meu primeiro Clint Eastwood mas o que mudou minha relação com o diretor. Já era adulta quando vi. Virei fã do cara e aluguei todos os filmes dele, incluindo os westerns spaguetti, que eu já conhecia mas, até então, não dava atenção. Hoje meu preferido dele é Sobre meninos e lobos, mas Pontes ainda tem lugar guardado em meu coração.


10 - Golpe de Mestre - O filme que me revelou os olhos azuis de Paul Newman, o meu ator preferido. Tinha uns 11 anos quando vi. Quando ganhei meu videocassete aluguei todos os filmes dele. Quando ele morreu (há um texto neste blog em que comento sobre isso) eu fiquei muito triste. Nenhum ator me fez suspirar tanto quanto Newman fazia. Nem Tom Cruise. E olha que eu era muito fã de Tom!


11 - Top Gun - Ah, meu primeiro filme em videocassete, em 1987. Vi na casa de um amiga - fui a última a ter videocassete da minha turma de colégio. Descobri Tom Cruise e gamei. Vi todos os filmes dele até Nascido em 4 de julho, quando percebi que tinha crescido e não era mais apaixonada por ele. Reatamos em Minority Report e quando ele esteve no Brasil fiquei possessa que meu então diretor de redação não me liberou para participar da coletiva. Poxa, ele era meu ídolo de adolescência´, isso não se faz!


12 - Toy Story - Vi no cinema em 1995, aos 20 anos. E assim iniciava meu casamento com a Pixar. Sou apaixonada pela história e pelo Buzz. É o filme que imortalizou minha alma infantil.


13 - O Rei Leão - Graças a ele me apaixonei por animados de novo. Durante anos eu fui o Simba no orkut. Adoro aquele leãozinho fofo.


14 - Os Intocáveis - Eu tinha uma queda pelo Kevin Costner mas este filme tem outro ator que amo, Sean Connery. E a cena da escadaria. E todo o climão de filme de ação que se tornou meu gênero preferido por vários anos.


15 - O Império do Sol - Meu Spielberg preferido e o que despertou outra paixão em mim, dessa vez pelos filmes de guerra. A partir dele eu fiquei viciada em ver a história do mundo contada pelos combates. Vi todos os filmes de guerra graças a este aqui.


16 - Curtindo a vida adoidado - Ferris Buller é meu ídolo. Eu, cdf nata, queria ser o Ferris por um dia. Eu já adorava o Mathew Broderick - Jogos de Guerra foi meu primeiro filme com ele - mas quando vi esse aqui, ele entrou para minah lista de imortais, junto com o Marty McFly do Michael J. Fox.


17 - Grease - Meu primeiro musical, antes mesmo do clássico Cantando na Chuva. Não curto muito musicais, mas este aqui eu sei todas as músicas de cor.


18 - Casablanca - Meu primeiro clássico. Um dia ia passar na TV, eu tinha lá meus 11, 12 anos, e mamãe falou que eu deveria assistir porque era um filme muito famoso e importante. Ela também me fez assistir, na mesma época, E o vento levou. Na real não lembro qual deles vi primeiro, mas sei que gostei mais de Casablanca.


19 - A liberdade é azul - A Band tinha uma sessão aos domingos, chamada Carlton Cine, que só passava filmes de arte. Aos 14 anos - antes tarde do que nunca! - eu descobri o cinema europeu, asiático e latino-americano. A liberdade é azul abriu caminho para outros filmes fundamentais na minha formação de cinéfila, como A festa de Babette, Minha vida de cachorro e Como água para chocolate.


20 - Juventude Transviada - Quando finalmente ganhei meu videocassete, este foi o primeiro filme que vi. O ano era 1989. Aluguei os três de James Dean na mesma semana. Gosto de todos, mas esse é absurdamente clássico e fundamental para mim.

segunda-feira, março 15, 2010

Caps Lock


Adoro o BBB porque ele mostra como as pessoas são de verdade. é tudo por dinheiro, trairagem, falsidade, mudança de opinião a cada paredão. Dourado vai ganhar porque já sabe como é o jogo e aprendeu com ele. Os outros estão muito atrasadps. Só Cadu e Lia sacam a parada na real.

Cadu tem cérebro além dos músculos,pensa antes de falar, joga limpo e claro, mas se a Fernanda continuar dançando de perna aberta, já era. Como Dourado se ferrou no primeiro BBB que ele participou - e por isso agora decidiu não se aproximar das mulheres - Cadu pode ser estrepar.

Lia é disparada a melhor jogadora das mulheres. Peca pela sinceridade excessiva: se percebe trairagem vai tirar satisfação e acaba naquele barraco. Na vida - e no BBB - não dá para ser muito sincero. Sou mais o estilo Cadu de ser: observa, fica calado e dá a rasteira no traíra na primeira oportunidade. No caso do BBB, manda pro paredão. Às vezes nem é preciso você se estressar com o traíra: a vida - e os outros parcitipantes do BBB -já se encarregam de dar um sacode. E geralmente traíra peca pela pouca inteligência - vide Elieser - e se enforca sozinho.

Traíra que é traíra é estúpido. Se fosse inteligente, não seria traíra. Fica a dica, Lia.

Mas e a tal Fernanda? Santa do pau oco, piriguete da pior qualidade. Quem diria, Tessália estava certa. Atirando pra todos os lados, é a típica mulher que na carência quer pegar até o amigo gay. Baixa auto-estima loira. Cheia de falsos pudores, agora só dança de perna aberta mostrando a calcinha. Vulgar é pouco, mas é isso que os homens gostam.

Como bem disse Cadu, o que não faz um caps lock na vida de uma pessoa, né?

O BBB ensina que o mundo é assim: cheio de traíras, gente sem opinião, falsos, leva-e-traz, maria vai com as outras. Por que o Dourado vai ganhar? Pelo mesmo motivo que o Max ganhou a outra edição. Ele não está ali para ser ele mesmo, para pegar mulher, para posar pelado, nem para se exibir. Ele está ali para jogar.

BBB é jogo antes de tudo. De paciência, de estratégia e de antecipar a jogada alheia. Não é só caps lock: é delete. Um por um.


Janaina Pereira

sábado, março 13, 2010

(Des)agradar



Um dia decidi que só ia fazer as coisas que me agradam e não ia ficar por aí tentando agradar ninguém. Foi neste dia que descobri que sou mais feliz me agradando do que tentando agradar os outros.

Não preciso fazer o que as pessoas querem. Tenho que fazer o que eu quero. Só saio se quero sair, só vou aonde quero ir, só faço o que quero fazer. Detesto quando alguém tenta me impor as coisas.

Aprendi a dizer não, e isso foi muito difícil. Mas não posso e não quero sair para agradar alguém, fazer algo para agradar alguém, ter atitudes para agradar alguém. Um dia um amigo me chamou para sairmos e depois perguntou se tinha atrapalhado alguma coisa. Respondi: "Você não me conhece? Se eu não pudesse sair com você, eu diria. Eu sai porque eu quis, não foi só porque você me convidou."

Claro que me importam as pessoas e os lugares para onde eu vou. Vou por elas e com elas, mas só vou se posso ir. Não vou porque alguém quer que eu vá. Ninguém me obriga a nada. Odeio pessoas infantis que ficam fazendo bico se não faço isso ou aquilo. Odeio gente que tenta impor as coisas. Odeio que mandem em mim. Sai de casa faz tempo e nem minha mãe tem esse poder na minha vida.

Eu pago minhas contas, sou dona das minhas dívidas, tenho as amizades que escolhi, falo com quem eu quero e faço que bem entender da minha vida. Então nem adianta tentar me obrigar a nada. Eu só vou te desagradar. E só vou resolver agradar você se, antes de tudo, estiver me agradando também.


Janaina Pereira

segunda-feira, março 08, 2010

Batom no Oscar



O Oscar nunca mais será o mesmo a partir de hoje. Assim como a vitória de atores negros foi importante para abrir o caminhos – alguém comentou que a melhor coadjuvante Mo´Nique é negra? Ela virou apenas ‘atriz’ e não representante de uma classe distinta graças ao prêmios recentes de Denzel Washington, Halle Berry e Forest Whitaker – o fato de uma mulher ganhar o prêmio de direção e filme muda o foco do até então eterno Clube do Bolinha que é a Academia de Hollywood.

Kathryn Bigelow, ex-mulher do todo poderoso James Cameron, diretor da maior bilheteria da história do cinema, fez poucos filmes e preciso de apoio da França, e não de seu País natal para fazer Guerra ao Terror, o filme que ganhou o Oscar 2010.

Kathryn é a primeira mulher a vencer na categoria de diretor em 82 anos de Oscar. Ela foi apenas a quarta indicada, e recebeu a estatueta dourada das mãos da sempre injustiçada pela Academia Barbra Streisand.

Sabendo a importância do prêmio, Barbra disse antes de divulgar o vencedor. “É chegada a hora.” Talvez as mulheres do mundo – jornalistas, críticas de cinema e cinéfilas, tão jogadas para escanteio no universo masculino que é o cinema – ainda não tenham se dado conta da importância da premiação de Bigelow. Mas o fato é que ela fez história e mostrou que mulher não precisa fazer ‘filme mulherzinha’ para ser diretora.

Em entrevista recente à Reuters, Bigelow disse ‘não vou mudar minhas ideias nem meu sexo para fazer filmes’, mostrando assim a personalidade forte de alguém que foi sim fazer um filme de guerra, tema tão masculino.

No Dia Internacional da Mulher, data totalmente dispensável e que só reforça o preconceito contra nós – existe Dia Internacional do Homem, por acaso? – Kathryn Bigelow, ao lado da ressurgida das cinzas Sandra Bullock, de Mo´Nique, e do filme Preciosa – grande surpresa com o prêmio de roteiro adaptado – são as melhores coisas do Oscar 2010.

E, claro, O Segredo dos Seus Olhos, filme que tive o prazer de ver no Festival do Rio 2009 muito antes de virar mania nacional. Filme, aliás, dirigido por um grande homem chamado Juan José Campanella.

Hoje estou mais feliz por ser uma jornalista que pode ver o cinema – área em que trabalho com tanta satisfação – com os olhos de uma mulher que não precisa mudar de sexo para gostar de ‘filmes que homens gostam’.

Obrigada, Kathryn Bigelow. Você é o cara.

sexta-feira, março 05, 2010

Grito de Alerta

(Gonzaguinha)


Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
Me bota na boca
Um gosto amargo de fel...

Depois
Vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar
Um bocado de mel...

Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo
Reflito e estendo a mão
E assim nossa vida
É um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando:
Até quando?...

São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...

Não quero a razão
Pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais
Prá engolir...

Veja bem!
Nosso caso
É uma porta entreaberta
E eu busquei
A palavra mais certa
Vê se entende
O meu grito de alerta
Veja bem!
É o amor agitando o meu coração
Há um lado carente
Dizendo que sim
E essa vida dá gente
Gritando que não

terça-feira, março 02, 2010

Fetiches Masculinos


Em 2003 escrevi um texto sobre fetiches masculinos que fez o maior sucesso. Então resolvi fazer um novo texto sobre o assunto, afinal, de lá para cá conheci outros meninos e seus fetiches particulares.

A bunda já foi a paixão nacional – maior do que os consumidores de cerveja poderiam imaginar – mas um dia um par de silicone entrou em nossas vidas e tudo mudou. Ter peitão virou mania, virou rotina, virou polêmica. Diante de tantas possibilidades, o universo masculino tem suas predileções. Alguns homens continuam achando que bunda é o que há. E lá vamos nós para academia, correr na esteira, usar a última versão de um creme ultramoderno para acabar com as celulites. Outros preferem os seios. Grandes, fartos, daqueles que chegam antes das suas donas.

Mas existem homens que gostam mesmo de um belo par de pernas. Musculosas, torneadas, fortes, daquelas que enroscam fácil no corpo deles. Ainda temos outras partes cobiçadas pelos garotos: mãos, com unhas que abalam ao acenar – e que deixam bem à vista aquele esmalte vermelho poderoso; barriga – saradas, definidas, malhadas; boca – quanto mais desenhado e carnudo o lábio, melhor o beijo, segundo eles; pés – eu acho pé algo inacreditavelmente horrível, mas tem homem que adora; olhos – de todas as cores, com olhares profundos e reveladores e ainda aquele nariz perfeito, arrebitado e atrevido.

Mas é claro que existem outros aspectos do curvilíneo corpo feminino que agradam também. Alguns homens adoram mulheres de cabelos curtos. Outros preferem os longos e lisos. Temos ainda os que são vidrados nos cachos indomados (chapinha não, por favor!). Ainda existe preferência por peles claras e sardas que enchem o corpo de uma misteriosa sensualidade. Ou peles morenas e seu eterno bronzeado enlouquecedor. As loiras podem conquistar multidões mas eles ainda casam com as morenas e são seduzidos pelas ruivas. E aí tudo pode contar para deixá-los babando: uma andar sensual, um sorriso arrasa-quarteirão e até um sotaque charmoso (modestia à parte, as cariocas levam alguma vantagem neste quesito. A cada “s” pronunciado vem um sorriso malicioso). E as mulheres altas têm seus fãs, as baixinhas conquistam vários, as magrelas arrastam multidões e as cheinhas também têm seus admiradores.

E tem fetiche que vai além do corpo feminino. Tem gosto para tudo e para todos: homem que gosta de mulheres tatuadas, mulheres com piercing, vocalistas de bandas de rock, zíper, minissaia, salto alto, decote, barriga de fora, e até mulheres de óculos. Gosto, definitivamente, não se discute.

A beleza, nisso tudo, é relativa. Porque existem esteriótipos, padrões que podem ser seguidos pelas estrelas da TV e as musas da passarela. Mas nós, mulheres normais que passam no caminho de vocês, meninos, temos algo em particular, algo só nosso. Um jeito de ser, um olhar, um gesto, uma coisa única que quando o homem olha, admira. O que eles olham são os objetos de desejo, aquele pedaço do corpo que eles curtem – e muitas vezes nem sabem porquê. Mas isso é apenas um detalhe de um corpo. O que fica são atitudes, não as aparências.


Janaina Pereira

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