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sexta-feira, julho 31, 2009

Desejo


O desejo corrói. A sensação de querer alguém e ser ignorada machuca. Mas quem deseja, sabe o que quer. Fica ali, sofrendo calado, sabendo que o outro nunca vai corresponder ao seu desejo.

Mas, um dia, o outro despertou esse desejo, deu sinais, mostrou interesse. E, sabe-se lá porque, chegou um momento em que ignorou ter despertado o desejo alheio e simplesmente deixou de desejar.

Eu te desejo e você sabe, ou finge que não está entendendo. Ou simplesmente acha que não vale a pena, que não é hora de arriscar. Ou não sabe ao certo o que sente, ou vai me dizer que entendi tudo errado.

Pior do que sentir desejo, é não saber o que se quer.

Eu sei o que eu quero. E você?


Janaina Pereira

quinta-feira, julho 30, 2009

Leoninas


A mulher de Leão é muita areia para o caminhãozinho de qualquer um. Ela é uma jóia rara que não se encontra em qualquer lugar!

Existe algo na mulher de Leão que pode assustar os homens: sua popularidade com o sexo masculino! Poucas são as leoninas que não vivem cercadas por muitos amigos e não possuam uma coleção de ex-namorados. Se você é do tipo de homem que detesta saber que é o vigésimo a ocupar o coração de uma mulher, desista! E nem pense em tentar controla-la ou forçar a barra para que jogue fora as fotos dos ex-namorados. Ela é de Leão e este signo detesta ser controlado ou governado. E ela não tem culpa de ter nascido com esta capacidade maravilhosa de aglutinar o sexo oposto ao seu redor!

Se você sofre de complexo de inferioridade, a melhor coisa que deve fazer é esquecer esta "Rainha"!

O homem que espera que uma garota de Leão se ajoelhe para adorá-lo vai acabar dando com os burros na água, quando se trata da leonina! Fique feliz apenas com o fato dela permitir que a ame e fique do seu lado! Ela pode amar com muita paixão e intensidade, mas grande parte deste amor é direcionado para ela mesma! Se existe alguém que realmente se ama, esta pessoa é a leonina! Apesar desta frase parecer um tanto egoísta, ela não tem nada de egoísta. Esta mulher pode ser muito generosa, bondosa e compreensiva. O que ela faz é apenas deixar claro que nunca aceitará ficar em segundo plano!

Apesar de fazer cara de pouco caso quando ouve um elogio, ela simplesmente não pode viver sem eles! E, é muito importante nunca se esquecer de alimentar seu ego. Mas, seja criativo! Ela não se emociona com frases feitas ou românticas. Não adianta dizer que a ama, que está perdidamente apaixonado! Isto funciona com outras mulheres. Com ela o melhor é dizer: "Você é espetacular!!"

Tente agradá-la com um presente barato que não represente todo amor que sente por ela, e vai acabar ouvindo um monte de verdades como nunca ouviu! Ela não é gananciosa ou uma mulher de coração frio e ambicioso. Ela só acha que se tem dinheiro para comprar um anel de brilhantes, por que vai dar um brinquinho de latão?

A leonina adora gastar com roupas, sapatos e geralmente seu gosto é excelente, apesar de um pouco caro.

Ela pode parecer meiga, ter maneiras delicadas e ser tão suave e calma que podemos pensar que se trata de uma mulher de Libra. Não se iluda! Deve ser apenas uma daquelas fases quando seu orgulho está adormecido. As mulheres de Leão não tem nada de tímida ou submissa. Tente provocá-la um pouco para ver como ela volta a ser a Leoa de sempre!

Ela quer o melhor dos homens e só vai se entregar quando achar que descobriu o homem certo!

Mas, poucas são as que aceitam ser menos que eles. E, poucas são as mulheres de Leão capazes de resistir a uma competição com os homens, quer seja para conseguir prestígio ou rendimentos! Para ela, "sexo frágil soa como uma ofensa sem perdão! A melhor maneira de viver ao seu lado é nunca querer vencê-la ou dominá-la, mas sempre estar ao seu lado de igual para igual! Mostre-se forte e capaz de vencer qualquer dificuldade na vida e ela vai adorá-lo!

Apesar de todo seu orgulho e vaidade, a leonina dificilmente é arrogante ou insuportável, como muitos poderiam supor.

Em nada se assemelha a cínica e sarcástica sagitariana que adora rebaixar as pessoas quando sente que não são merecedores de sua companhia. A leonina apenas separa as pessoas de seu convívio de acordo com sua vontade sem ofendê-las ou maltratá-las. Na verdade ela costuma ser uma pessoa tão amável e carinhosa com as pessoas que fica difícil ver qualquer defeito nela. Os amigos nunca conseguem ver uma pessoa orgulhosa quando estão ao seu lado. O que a gente vê é uma mulher com tanta autoconfiança que ficamos maravilhados. Seu magnetismo e charme conseguem derreter qualquer coração. Ela costuma ser um poço de bondade e nunca pensará duas vezes antes de fazer um sacrifício para ajudar um amigo que está em apuros!

Ficar enciumado por que ela gosta de ser o centro das atenções masculinas é perda de tempo! Para ela é natural que os homens a desejem, isto faz com que se sinta mais viva! Mas nem tente fazer o mesmo com relação às mulheres para não ter que enfrentar sua ira!

É mais fácil encontrar encontrar chifre na cabeça de cavalo do que encontrar uma leonina que se deixe ver desarrumada.

Ela jamais vai se deixar ver vestindo um roupão velho ou os cabelos cheios de grampos e a cara coberta de creme! Na verdade, pouquissimas são as leoninas que costumam ficar desarrumadas. Mesmo se estiver sozinha em casa ela vai preferir vestir um short novo ao inves de uma calça velha de moleton. Afinal, ela não se veste bem apenas para se mostrar bela para o mundo.

Se está apaixonado por uma mulher de Leão, parabéns! Você tem uma mulher que sabe ser elegante, tem bons gostos, adora aventuras e sabe fazer amor como poucas. Ela não é do tipo que gosta de reclamar da vida ou fica deprimida facilmente. Todos os dias em que acordar e ver esta mulher ao seu lado, pode ter certeza de que é um felizardo que conseguiu conquistar uma das melhores mulheres do mundo. Sei que as vezes será um pouco duro lidar com seu jeito imponente e seu orgulho, mas os momentos de bom humor e otimismo farão com que sempre esteja pronto para levantar da cama e viver a vida com mais alegria!



http://www.revistaandros.com.br/leonina.html

terça-feira, julho 28, 2009

Garotas cariocas


A polêmica mais recente sobre o Rio é aquele guia de turismo da cidade, publicado em inglês, que classifica a mulher carioca como 'máquina de sexo'. Bem, vamos por partes. Primeiro, essa definição não me surpreende. Desde que sai do Rio tenho que conviver com aquele sorrisinho malicioso dos homens quando abro a boca para falar. É o sotaque. Alguns fazem aquele olhar indefectível de 'ah, essa é facinha'. Faz tempo que percebi que carioca é sinônimo de puta.

Mas eu não sou puta, e se fosse, ninguém tem nada a ver com isso. O corpo é meu e faço dele o que eu quiser. Mas não sou. E não sou fácil, pelo contrário, sou difícil pra caramba. E mulher carioca não é puta. Claro que tem as prostitutas ali da Vila Mimosa, da Glória, da Lapa, de Copacabana, assim como a Rua Agusta tem as suas também. Puta tem em qualquer lugar. E elas estão lá e merecem ser respeitadas. Mas dizer que toda carioca é popozuda - que termo bizzarro - e máquina de sexo, como se o turista fosse chegar ao Rio e pegar a primeira mulher que cruzar com ele no aeroporto - coitada das aeromoças! - é um pouco demais.

A fama de despudorada da carioca está relacionada com a cidade em si. O Rio é quente, faz 40 graus no verão, a gente anda de short, camiseta e chinelo. Usar pouca roupa lá não assusta ninguém. Não é escandaloso ir trabalhar de vestido ou saia - como em São Paulo tantas vezes é. No Rio a mulherada usa decote, saia curta, sandália, e está elegante. Não somos fake. Sinto muito se no Sul é frio e se em SP é preciso usar terninho.

O fato de uma mulher usar decote, minissaia ou roupa justa não significa que ela é vagabunda. Nem no Rio nem em lugar nenhum. Outro dia, fazendo reportagem em um Congressso, a palestrante disse que mulher que usa vestido curto vermelho pode ser confundida com prostituta, mas se o vestido for preto, ela estará elegante. Ah, tá. Vermelho é a cor da prostituição. Era só o que faltava.

A onda de bundas expostas na TV - e do silicone, nova mania nacional - também ajuda neste preconceito. Só porque uma dúzia usa o corpo para se divulgar e ganhar dinheiro -numa nova forma de prostituição, a virtual e midiática - não significa que toda mulher que usa short é piranha. Então eu vou à praia vestida ou não vou mais porque tem uma seleção de 'mulheres frutas' se exibindo por aí? Francamente. Cada um no seu quadrado!

Se a carioca gosta mais de sexo do que a paulista ou a mineira, talvez seja porque ela é mais bem-resolvida no assunto, mas as pessoas são diferentes e não se pode afirmar que todas são assim. Não gosto de funk, nunca usei calça da Gang, não desfilo no Carnaval, mas amo praia e rock - e já me falaram que carioca não gosta de rock. Puro preconceito.

A mulher carioca tem o que toda mulher nascida em região praiana tem: colorido. O Rio, por si só, é cheio de cores. E, como bem disse minha amiga carioca Cris, a carioca tem cheiro de filtro solar, hidratante, salada de fruta e suco. O jeito é outro, o cheiro, o olhar, a forma de andar, de falar, de sorrir. Carioca é diferente já pelo tom da pele - em São Paulo eu sou neguinha, e fico muito feliz por isso, adoro a cor da minha pele.

Cariocas são diferentes. Assim como a baiana é diferente - e minha querida amiga Diana, de Salvador, com sua risada única, não me deixa mentir. As gaúchas também são diferentes - e minha comadre Ana Paula, de Porto Alegre, com sua pele branquinha, que fica rosada ao sorrir, não me deixa mentir. As mineiras também são diferentes - e minha querida amiga Djenane, de Belo Horizonte, com seu jeitinho manso de falar, não me deixa mentir. Das paulistas nem falo. Conheço desde as mais alternativas, como a Sueli, às mais elegantes, como a Bárbara. Cada lugar tem suas particularidades e quem nasce ali incorpora alguma coisa.

Graças a Deus eu tenho o melhor que o Rio pode oferecer: a cor, o brilho, o bronzeado, o olhar de quem vê no mar uma fonte eterna de inspiração. Se para algumas pessoas a mulher carioca é sinônimo de vulgaridade e prostituição, eu só tenho a lamentar. Estas pessoas perdem a oportunidade de conhecer as verdadeiras garotas cariocas, meninas e mulheres guerreiras que tem mais que uma bunda grande para exibir por aí.

E, como diria a paulistana Rita Lee - nem toda brasileira é bunda!

Aproveito e posto a música, da Rita e da Zélia Duncan, cujo título é uma homenagem a Patrícia Galvão, uma mulher extraordinária que viveu numa época em que a mulher era valorizada pelo seu conhecimento, e não pelo tamanho das suas nádegas.


Pagu


Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão

Eu sou pau prá toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira
Nem sou puta...

Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem
Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Eu sou mais macho
Que muito homem...

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hi! Hi!
Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe
É Maria Ninguém

Não sou atriz
Modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Eu sou mais macho
Que muito homem...

Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...



Janaina Pereira

domingo, julho 26, 2009

Inimigos Públicos


Vários amigos queridos responderam agradecendo as citações no texto anterior. Quem me conhece sabe: eu sou assim mesmo. Conversando com a querida Parvati, concluimos que quando a gente gosta, releva muita coisa. Aí avaliei quantos pequenos atritos já tive com alguns amigos, e foi tudo superado por um simples motivo: eu gosto destas pessoas.

Mas algumas coisas não superei, algumas pessoas que um dia foram importantes ficaram para trás. Outras tentam conquistar meu coração, mas algo ainda impede que isso aconteça. Não sei explicar. Eu sou do tipo que faz amigos fácil, que gosta de todo mundo, que abre mente e coração para novas pessoas em minha vida. Aí vem alguém e abusa da minha boa vontade. Tenta fazer de mim um contato social, um trampolim para chegar a algum lugar - como se eu fosse importante para impulsionar alguém.

Eu não impulsiono, mas eu derrubo. Derrubo mesmo. Derrubo qualquer um que ouse magoar quem eu gosto, qualquer um que tenta me usar ou se aproveitar da minha boa vontade. Não gosto de gente picareta, que se faz de sonso e santo, que se acha, que anda por aí se exibindo. E odeio gente que se faz de meu amigo para me passar rasteira. Nem vem. Tenho cara de boba, mas boba eu não sou mesmo.

Por isso minha frase preferida é da Mae West - quando sou boa, sou muito boa, quando sou má, sou melhor ainda.

Quando eu gosto, eu amo mesmo, sou uma amiga leal, e para mim é indiferente conhecer você ontem ou desde sempre, eu gosto do mesmo jeito. Eu adoro gente, adoro conversar, reunir pessoas, jogar conversa fora, compartilhar minha vida insana com aqueles que fazem parte dela. E estou aqui sempre que meus amigos precisam. Mas eu detesto ser enganada, ver gente se aproximar de mim e depois partir sem mais nem menos, ao alcançar - ou não - seu objetivo.

Eu já me enganei demais com as pessoas, e não faz muito tempo que isso aconteceu de novo. Mais uma puxadinha de tapete básica, mas vamos levando. Fico com raiva de mim mesma ao lembrar que ajudei tanto a pessoa, e hoje ela desfruta de um certo prestígio graças a mim. Mas da mesma forma que está no topo, tenho certeza que vai cair. E espero que o tombo seja bem doloroso e deixe marcas profundas.

Mas não vou perder tempo com os inimigos públicos. Melhor falar dos amigos, as pessoas que valem a pena. Agradeço os elogios ao texto, mas as minhas palavras, da mesma forma que têm acidez, também podem ser doces e afetuosas.

E a amizade continua, distante ou mais perto, sempre com respeito e admiração, ainda que às vezes os amigos tenham atitudes com as quais não concordamos. Mas se o sentimento é verdadeiro, a amizade prevalece. Porque bons amigos não questionam uns aos outros. Afinal, se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las.



Janaina Pereira

quinta-feira, julho 23, 2009

Amigos de fé



Passou o tal dia do amigo e eu nem comentei. Recebi torpedos, recados, emails, manifestações de carinho. Obrigada. Mas você tem certeza que é meu amigo?

Eu era do tipo que achava que todo mundo era meu amigo. Por ser filha única, tinha necessidade absurda de fazer amigos. Era algo importante para mim. Tive algumas amizades marcantes na infância - Aninha, Cris e Andréa - e na adolescência - Angélica e Beth - mas a grande maioria passou em branco.

Na vida adulta, tudo mudou. Trabalhando em publicidade, profissão masculina, só tinha amigos homens. O Jorge foi o primeiro, inesquecível leonino. Não o vejo faz anos. Assim como o Mauro, o Alexandre, o Alex, o Marco, o Fábio, o Renato, tantos meninos queridos que eram grandes amigos.

Quando fui trabalhar na ID veio uma enxurrada de amigas: Dani, Pri, Giovanna, Ana Paula, Simone, Vivi, Linda, Annie - primeira a me chamar de Jane. Todas elas estão por aí, algumas ainda presentes, mas a distância é cruel, e as coisas nunca mais foram as mesmas.

Aí vieram a Cida, a Carmen, a Danny, a Lu, a Clau, a Chris, a Vanny, a Cinthia, a Cynthia, a Nilda ... uma infinidade de mulheres marcantes e boas amigas. Mas a distância, novamente, é desculpa para dizer que nossos caminhos são diferentes.

Uma pessoa, porém, é a prova que algumas amizades podem sobreviver a tudo - inclusive a distância. Luiza, aquela que nunca desitiu de mim, uma amiga carioca que se tornou mais companheira depois que vim para São Paulo. Sim, neste caso, a distância nos uniu e eu me surpreendo ao perceber que, em quase 16 anos que nos conhecemos, eu não sabia quase nada sobre ela, e ela sabia tudo de mim. A distância serviu para nos aproximar, num caso raro de amizade que é capaz de suportar tudo - e que transforma o Rio e São Paulo em referência. Porque não posso ir ao Centro do Rio sem lembrar de Luiza. E eu adorava fazer roteiros de passeios + restaurantes quando ela vinha para São Paulo.

Quando vim morar em São Paulo, eu sofria muito pela ausência dos meus amigos. Eu chorava, eu não tinha com quem falar, era doloroso. Uma dor tão forte e cruel que parecia que eu nunca iria superar. Mas o tempo tudo cura.

E em São Paulo eu conheci o David, primeiro e único, o meu amigo mais antigo aqui. Quanta pizza dividida, quanta lágrima, quanto sorriso, quanto coração partido. Quanto sofrimento e dor transformando em esperança e fé.

Conheci aqui a Gi, queridíssima, aquela que, como na música do Rei, é a mais certa na hora incerta. O Erlon, meu querido gaúcho agora em Los Angeles. Parvati, Cleide e Kelly, que estão sempre por perto.

A Sueli, a Sil, a Re, o Beto, o Vamberto, o Guto, a Ana, o Clauber. Todos estão por aí, e eu aqui.

Veio o jornalismo e a amada Elis. A Mari, a Sandra, a Lu Fuoco, o Bruno, a Ju, a Re, o Chagas, a Neia, a Andréa, a Cynthia, o Valter.

A faculdade trouxe quatro anos de convivências diárias e boas amizades. Mas hoje já não tenho mais a Val, a Camilinha, o Edson e a Mari por perto. Meus amigos tão queridos, o grupo perfeito, inseparável por quatro anos... cadê? Ficaram por aí também, em alguns e-mails perdidos no tempo.

A faculdade me trouxe também gente de fora da minha turminha. Vieram o Fabinho, a Karina, a Guilene, o Will, a Diana, a Janis, o Rogério, o Cassiano, a Bá, a Lísia, a Ivy. E, claro, o Ale e a Ana Ziccardi, professores que ainda se mantém fortemente presentes em minha vida.

E até nos meus cursos surgiram amizades. Eu e essa necessidade louca de fazer amigos! Em poucos meses, Celinha, Camila, Rafa, Diana, Christye, Patrícia, Silvio e Lu passaram a fazer parte da minha vida de modo muito especial - e inesquecível.

Agora temos a turminha das cabines. Parece que cheguei a SP de novo: todo mundo me vê quase todo dia, mas não fala. Sempre que tenho oportunidade, procuro fazer amizade, mas às vezes sinto que a pessoa não quer se aproximar, ou só fala por educação. É tudo muito frio, distante. Claro que há exceções e existe o Léo, meu primeiro amigo das cabines. Meu companheiro fiel de msn, o mais fofo e carinhoso, que me atura como poucos - tá, o César me atura muito também. E até o Bruninho e a Paula já estão me aturando.

E quando o Rio parecia não me oferecer mais nada... eis que surgem Wanderson e Paloma. Quase infartei quando sai de uma cabine e lá estava Wanderson, me esperando por mais de duas horas - perdeu o filme e ficou lá, só para me ver. Isso é de partir o coração. Como disse minha mãe, 'numa época em que as pessoas pisam umas nas outras, alguém demonstrar carinho é muito raro'. E Paloma? Com quem mais eu fico na rua conversando sobre a Dança dos Famosos? A única pessoa que eu twitto nessa vida!!! O afeto que sinto por eles é gigante, e começou graças ao Hugh Jackman - e sempre teremos aquele dia inesquecível para lembrar.

As pessoas vem e vão, isso é fato. Sei que na hora do aperto - como esta semana, em que aluguei o Ed e o Sérgio por causa do meu computador - algumas são tão solidárias e queridas, tão companheiras e atenciosas, que eu acho que ainda vale a pena investir no ser humano.

Não adianta me seguir no twitter, estar no meu orkut, no meu facebook, no meu msn e todas essas parafernálias odiosas da internet. É preciso estar no meu coração. Lugar para poucos e fiéis amigos, aqueles que me aturam mesmo quando eu sou a mais insuportável pessoa da face da Terra.

Eu mudei, mudei muito,e não sei se melhorei. Mudei porque as pessoas mudam, mudei para continuar sendo sempre a mesma. Aquela que tem um milhão de amigos, mas só confia em meia dúzia de pessoas.

Eu tenho mil defeitos, um deles é a necessidade incontrolável de me isolar. Preciso de silêncio. Mas meu coração nunca está sozinho, porque algumas pessoas que escolhi para serem os irmãos que eu não tive... estão dentro dele.

Amo vocês.



Janaina Pereira

quarta-feira, julho 22, 2009

Os filhos do Sol


O signo de Leão representa a clareza, a firmeza, a nobreza e a vitalidade. Os leoninos são autoconfiantes, honestos, criativos, extrovertidos e conscientes de seus direitos.

Negativamente podem ser orgulhosos, presunçosos, inflexíveis e egocêntricos.

Os leoninos são afetuosos, generosos e gostam de demonstrar seus sentimentos. Têm grande necessidade de aprovação e são suscetíveis à lisonja. Precisam estar em evidência, gostam de ser o centro das atenções.

Têm um forte senso de integridade e presumem que ao outras pessoas sejam iguais. Por isso são muito confiantes e sinceros, e estas características podem provocar dificuldades interpessoais. Também podem ser muito impacientes e, com freqüência, obstinados e irritadiços nas discussões. Quando os leoninos não são autênticos e não satisfazem seu desejo por brilho e reconhecimento, podem desenvolver características de indolência, preguiça, falta de coragem e impetuosidade.

Profissionalmente os leoninos atuam bem em posições de responsabilidade, comando e administração. Podem trabalhar em áreas ligadas à política, bolsa de valores, relações públicas, entretenimento, direção de empresa, ensino e pedagogia. Trabalham bem em áreas que requeiram criatividade, confiram distinção e reconhecimento.

A falta de afeto e a timidez podem diminuir seu alto grau de vitalidade. Com isso podem surgir problemas no coração, na coluna, nas costas e na visão. Os leoninos também são propensos a sofrer acidentes, terem febres altas e doenças súbitas.

Como são muito amorosos e afetuosos, os leoninos gostam de se apaixonar e sentem grande atração pelo sexo e o prazer. No amor são calorosos, românticos e generosos. Conduzem a relação como uma peça teatral, como algo mágico e suntuoso. Amam com classe e sem inibição, certos de que sempre agradarão.

segunda-feira, julho 20, 2009

Tá fazendo o que aqui?


Este blog vai completar 6 anos em 1 de agosto. Também estamos chegando aos mil posts.


Para comemorar estes dois feitos, vou fazer uma pequena pesquisa com você leitor. E claro que sua resposta vai fazer parte de um dos próximos posts (ou não, se você não quiser).É só responder uma perguntinha:

POR QUE VOCÊ LÊ O VENENO DA GATA?


Mandem as respostas para janaredatora@hotmail.com



Obrigada, desde já, pela colaboração.



Janaina Pereira

sábado, julho 18, 2009

Pequena cinéfila


Achei uma das melhores recordações de infância: meus álbuns de crítica de cinema. Pois é. Eu não lembrava mais deles, mas estão no Rio, guardados com todo carinho.

Quando eu era pequena, recortava os cartazes dos filmes nos jornais, colava o bonequinho do Globo - de acordo com o que eu achava do filme - e escrevia, a mão, minha opinião. Comecei a fazer isso aos 11 anos, quando vi, pela primeira vez - na TV - Star Wars.

Incrível como eu já prestava atenção em tudo - eu comento nos textos sobre a fotografia e as trilhas sonoras, que sempre me encantaram. Mas isso não foi por acaso. Eu sou 'cria' do Globo - leio o jornal desde os meus 5 anos, praticamente aprendi a ler com o Globinho (caderno de domingo com histórias em quadrinhos), e até sair de casa era o jornal que eu lia todo dia de manhã, antes de sair para trabalhar. Mesmo morando em São Paulo, o Globo é o primeiro jornal que eu leio todo dia. então ler críticas de cinema fazia parte, e eu prestava atenção nas mesmas coisas que o Ely Azeredo e o Eduardo Souza Lima escreviam.

Eu tinha esquecido disso. Tinha esquecido de como fazia parte da minah vida ver e rever filmes e depois escrever sobre eles. Tinha esquecido que eu era precoce - e que larguei por anos a paixão de escrever sobre cinema, mas não o amor que tenho pelos filmes.

Eu voltei a ser criança, só que agora digito minhas críticas. Talvez por isso ainda seja tão importante não deixar algumas coisas para trás.


Janaina Pereira

quinta-feira, julho 16, 2009

Para Sampa


Ain't no sunshine when she's gone
It's not warm when she's away
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long
Anytime she goes away

Wonder this time where she's gone
Wonder if she's going to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home
Anytime she goes away

And i know...
You don't leave those things alone
Ain't no sunshine when she's gone
Only darkness every day
Ain't no sunshine when she's gone
This house just ain't no home
Anytime she goes away
Anytime she goes away
Anytime she goes away

terça-feira, julho 14, 2009

Já foi



Em 30 dias eu faço aniversário. Lá vem tudo de novo: brindes, amigos, bolo, comemorações. Confesso, dessa vez estou sem paciência. Deve ser porque minha jornada já teve metade do caminho percorrido. E, quando olho para trás, percebo que não fiz nada do que queria.

Não conheci os lugares que eu sonhava - e continuo aqui, dividida entre São Paulo e Rio, numa vida insegura, cheia de conflitos, falta de dinheiro e muitas cobranças. Consegui me formar mas isso, agora, não tem a menor importância. Todo meu talento para escrever foi desperdiçado. Meu dom, que sempre me deu tanto orgulho, não serve para nada.

Cansei de ouvir as pessoas falarem 'nossa, você não parece a idade que tem!' E daí? O que importa se meu rosto representa 20 e poucos anos se meu corpo está morrendo? Cada dia é um dia a menos. É uma dor aqui, um aborrecimento ali, um estresse acolá. A pressão aumenta, a coluna não aguenta, o joelho estala, e todo o meu organismo grita: 'você envelheceu'. Então não adianta ter cara de 20 e poucos se meu corpo, já com seus quase 35 anos de vida, está cansado da jornada.

Eu resolvi não lutar por um lugar melhor, por uma vida melhor, por sonhos realizados. Resolvi desistir de mim mesma, de tudo que eu queria e até agora não consegui. Resolvi não tentar mais nada. Resolvi que a vida segue seu rumo e eu não me importo mais com o que vai acontecer.

Estou muito cansada de ver os imbecis conquistarem um lugar ao sol, o mau caráter vencer sempre, o ardiloso se dar bem na vida. O puxa saco mente e finge ser o que não é, mas acaba sobressaindo e conquistando a multidão. Ser honesta nunca me levou a lugar algum. E vai continuar me deixando aqui, olhando os idiotas vencerem.

Em 34 longos anos de vida, eu perdi as pessoas que amava, eu perdi minha identidade, eu mudei meu sotaque, eu vivi a minha vida do jeito que quis. Não conquistei nada, é verdade, sou um fracasso como mulher e como profissional, e talvez na próxima encarnação eu tenha uma nova oportunidade.

Agora, já era. O passado não volta e o futuro pode durar menos de 30 anos.



Janaina Pereira

domingo, julho 12, 2009

Do fundo do meu coração


(Roberto & Erasmo)


Eu cada vez que vi você chegar
Me fazer sorrir e me deixar
Decidido eu disse: nunca mais

Mas, novamente estúpido provei
Desse doce amargo quando eu sei
Cada volta sua o que me faz

Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim

Mas,basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais p'ra mim

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
Sei que vou chorar a mesma dor
Agora eu tenho que saber
O que é viver sem você

Eu cada vez que vi você voltar
Eu pensei que fosse p'ra ficar
E mais uma vez falei que sim

Mas já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais p'ra mim

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
Sei que vou chorar a mesma dor

Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor eu sei que eu
Novamente vou dizer que sim

Mas já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais p'ra mim
Do fundo do meu coração

sábado, julho 11, 2009

O Rei


Enquanto eu estou trabalhando, minha mãe está lá no Maracanã no show de Roberto Carlos. Mamãe sempre foi muito fã dele - ela vai chorar no show, tenho certeza. Por conta desse amor ao Rei, desde pequena eu ouço as canções que ele fez para nós. Sim, porque é impossível não se identificar com uma música de RC.

Eu adoro o Rei. Adoro aqueles trocadilhos infames, as canções cheias de duplo sentido, o lado religioso, a amizade com Erasmo e Wanderléa, o jeito simples e sereno que ele tem. Roberto Carlos é mara! Tudo bem que hoje ele não faz mais canções como antigamente, mas ele sempre será o Rei.

Quando fui a Cachoeiro de Itapemirim para o casamento da minha amiga Priscila, em 1999, conheci a casa em que RC nasceu e cresceu. Você olha aquele lugar simples e não imagina que Roberto saiu de lá para conquistar o Brasil inteiro. Cercado de fé - e numa vida com alguns momentos trágicos - ele soube, ao lado de Erasmo, transmitir paixão em suas músicas aparantemente simplórias, mas que atingem em cheio o povão.

Roberto não tem o lado intelectual e poético de Chico Buarque - o preferido das mulheres burguesas. Roberto é periferia, é subúrbio, é cerveja no boteco da esquina, é cantor que se ouve em motel. Discriminado pela imprensa por não ser politizado como Chico, Caetano e Gil (embora seja dele uma das mais incríveis canções da época da ditadura, a irreverente Ilegal, Imoral ou Engorda), nunca precisou de jornalista bajulando para ser querido. O povo o escolheu. E já diz o ditado: a voz do povo é a voz de Deus.

Deus, que ele canta em suas canções cheias de fé (a única vez que o vi cantar ao vivo foi quando o Papa João Paulo II veio ao Rio e rezou uma missa no Aterro do Flamengo, e lá fui eu com minha mãe. RC cantou Jesus Cristo e - confesso! - eu chorei. O cara sabe como mexer com a multidão).

De todas as suas músicas, sempre românticas e melosas, minha preferida é As canções que você fez para mim (a que me faz derramar baldes de lágrimas).

Hoje eu ouço as canções
que você fez pra mim
Não sei porque razão tudo mudou assim
Ficaram as canções
E você não ficou
Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que entre nós dois ficou
Eu acho que você
já nem se lembra mais
É tão difícil olhar o mundo e ver
o que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste
Quantas vezes você disse
que me amava tanto
Quantas vezes eu enxuguei o teu pranto
E agora eu choro só
sem ter você aqui



Ah, fala sério. É lindo demais. Uma verdadeira canção de fossa, de coração partido, a melhor música de fora de todos os tempos. Adoro. Esse negócio de dizer 'minha alegria é triste', ah... acaba comigo.

Adoro o Rei, adoro esse lado povo que tenho em mim, essa coisa de não ter vergonha de dizer que o amor é brega, é burro, é surdo e faz trocadinhos infames. E, como diz RC, que tudo mais vá para o inferno.



Janaina Pereira

quarta-feira, julho 08, 2009

O espetáculo da morte


Chocante e desnecessário o espetáculo em que se transformou a morte de Michael Jackson. Não foi à toa que ele deixou sua família de fora do testamento. Mas, inconformados, os Jackson 10 - oito irmãos mais os pais - resolveram ganhar uma grana com o caixão de Michael.

O que foi aquele velório em ginásio de basquete? Caixão fechado, os filhos que ele tanto escondeu expostos ao mundo... Mariah Carey cantando I´ll be there com um decote digno de um funeral. Então tá. Triste mesmo estavam Steven Wonder e Brooke Shields, o resto parecia numa grande festa.

No entanto, nada foi pior do que os irmãos Jackson vestidos iguais, com luvinhas a la Michael. E as gêmeas siamesas La Toya e Janet com cara de viúvas hollywoodianas. Agora eu acredito que o mundo está mesmo perdido e a humanidade se colocou no fundo do poço. É muita falta de caráter, vindo da própria família do morto, explorar uma coisa dessas.

E o corpo? Bem, este vai fazer uma turnê pelo mundo. Devidamente embalsamado, vai visitar cada continente, arrancar lágrimas, gritos e declarações de amor. Pobre Michael. Andrógeno em vida, virou múmia depois de morto.

Prefiro ficar com a imagem dele dançando e cantando - até mesmo na cena gravada dois dias antes de sua morte, que mostrava um Michael ainda bem ativo, apesar dos anos de reclusão. Tudo que foi mostrado depois - da sua imagem inconsciente na ambulância ao velório-show - é desnecessário para o meu coração de fã.


Janaina Pereira

domingo, julho 05, 2009

Solteiro x sozinho


O tempo passa mas fomos criados assim: a continuação da espécie humana é necessária e você precisa casar e procriar. Mas já faz tempo que este pensamento mudou. Ainda bem.

Lembro o dia em que uma grande amiga me falou que eu seria infeliz por não querer ser mãe. Achei o comentário extremamente infeliz. Assim como infeliz foi a Gisele Bundchen dizer que toda mulher sonha ter filhos. "Toda mulher" quem, cara pálida?

Adoro crianças. Mas eu mal consigo me sustentar, como vou cuidar de outra pessoa? Além do mais, eu decidi ter uma vida só para mim. Sem dar satisfações, sem promessas, sem cobranças. Se minha família vai morrer com a minha pessoa, paciência. Eu não me arrependo das minhas escolhas.

Outra coisa chata é a história de relacionamento. Não tenho paciência. Primeiro porque os homens estão, em sua maioria, estacionados no tempo. Odeio homem grudado na barra da saia da mulher, odeio machões e machistas, odeio o cara que quer me atormentar com seus problemas. Se não veio para somar, cai fora. Não preciso de ninguém para me perturbar.

Um amigo me perguntou o que era melhor: o namorado/amigo ou o namorado/amante. Ora, claro que é o namorado/amante, porque amigo eu tenho vários. Não adianta ser bonzinho, fofinho e queridinho se não serve para fazer o que tem que ser feito. Simples assim.

Acho que pertenço a um grupo de mulheres que aprendeu - de forma quase sempre cruel -a se reiventar todo dia. A viver cada momento como se fosse o último, a não dar importância para casamento e filhos, a ser feliz com suas conquistas, a dar valor aos amigos e à família. Pertenço ao grupo de mulheres que olha o mundo e deseja fazer parte dele, e não apenas observá-lo.

Ser solteiro, hoje, é uma das melhores opções de vida. Isso não significa que o solteiro está sozinho. Mas se estiver, foi a melhor opção. Porque eu prefiro estar só do que ter que ficar ouvindo juras e lamentações. Eu já tenho meus problemas. E sei me virar muito bem sem fazer de ninguém uma bengala para eu caminhar.



Janaina Pereira

quarta-feira, julho 01, 2009

Um brasileiro no mundo


O Brasil tem a (má) fama de país sem memória. Mas algumas histórias o cinema ajuda a se tornarem inesquecíveis. É o caso do assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes, no metrô de Londres, em 2005. A história chega às telas hoje, no filme Jean Charles, dirigido por Henrique Goldman e estrelado por Selton Mello.

Sem rodeios e indo direto ao ponto, Goldman aborda a vida de Jean Charles pouco antes de sua morte. O roteiro enxuto de Marcelo Starobinas começa com a chegada da prima de Jean (Selton), Vivian (Vanessa Giácomo), a Londres. Eles, assim como outros dois primos – Alex (Luis Miranda) e Patrícia (Patrícia Armani, que interpreta seu próprio papel) – saíram de Gonzaga, interior de Minas Gerais, na esperança de conseguir uma vida melhor na capital da Inglaterra. Os quatro dividem um minúsculo apartamento e vivem numa espécie de ‘gueto’ brasileiro em Londres – todo mundo se conhece e todos – quase sempre – se ajudam.

Como milhares de brasileiros que emigram para a Europa e os Estados Unidos em busca de melhores condições econômicas, Jean Charles partiu para Londres em 2002. Na cidade ele trabalha como eletricista, e como bom brasileiro, se mete em confusões mas sempre dá um jeitinho de se sair bem da situação. E esta é a história do longa.

A cena do trágico incidente no metrô – Jean foi confundido pela polícia com um dos extremistas islâmicos que teriam planejado um ataque frustrado ao sistema de transportes da capital britânica em 21 de julho de 2005. No dia seguinte, ele foi seguido ao sair do apartamento em que morava e, ao entrar na estação Stockwell, foi morto por um grupo especial da polícia londrina – é rápida e sem grande alarde. Até hoje o inquérito policial está aberto e o filme não tira conclusões precipitadas.

Jean Charles conta, de forma simples e objetiva, a vida de um brasileiro, como tantos outros, que apenas queria um futuro melhor. Não esperem uma versão da morte do rapaz, nem cenas politizadas. O filme não levanta bandeiras, tem momentos divertidos e emocionantes, mas nada exagerado, e um dos seus trunfos é contar com pessoas que viveram ao lado do personagem real, todos interpretando a si mesmos. E, no final das contas, consegue cumprir seu objetivo: falar sobre a vida, e não sobre a morte do brasileiro.



Janaina Pereira

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