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quinta-feira, julho 31, 2008

Jura Secreta


Maria Bethânia



Só uma coisa me entristece
o beijo de amor que não roubei
a jura secreta que não fiz
a briga de amor que não causei

nada do que posso me alucina
tanto quanto o que não fiz
nada que eu quero me suprime
de que por não saber ainda não quis

só uma palavra me devora
aquela que meu coração não diz
só o que me cega o que me faz infeliz
é o brilho do olhar que não sofri

só uma palavra me devora
aquela que meu coração não diz
só o que me cega o que me faz infeliz
é o brilho do olhar que não sofri

só uma coisa me entristece
o beijo de amor que não roubei
a jura secreta que não fiz
a briga de amor que não causei

nada do que posso me alucina
tanto quanto o que não fiz
nada que eu quero me suprime
de que por não saber inda não quis

só uma palavra me devora
aquela que meu coração não diz
só o que me cega o que me faz infeliz
é o brilho do olhar que não sofri

só uma palavra me devora
aquela que meu coração não diz
só o que me cega o que me faz infeliz
é o brilho do olhar que não sofri

terça-feira, julho 29, 2008

Top 10 das 4 estações




1 – Vestidos curtos ou longos, justos ou largos, estampados ou lisos, frente única, tomara-que-caia, de alça, de manga


2 – Botas, de cano alto, médio ou curto, com ou sem salto


3 – Tamanco salto agulha


4 – Sandália anabela


5 – Bolsas grandes e coloridas


6 – Minissaia


7 – Meia-calça colorida


8 – Sapatilha


9 – Coletes


10 - Camisetas

sábado, julho 26, 2008

Moda

Se há uma coisa mais fútil do que a publicidade é a moda. Quando fui na São Paulo Fashion Week percebi como aquele mundinho consegue ser mais desprezível do que os criativos. Mas, não dá para negar, a moda anda dando muito pano para a manga. Literalmente.

Tem umas coisas que viram moda e febre nas ruas. Chega a ser insuportável. Pior que tem a maioria é brega, mas o povo adota e acha estiloso. Você olha para os lados e parece que está todo mundo vestindo uniforme. No verão, toda mulher tinha que usar batinhas com calça legging – que um dia já foram chamadas de 'fuseau' e 'cigarrete'. Eu acho horrível essas batinhas largas, que não são vestidos nem blusas, uns panos coloridos que só servem para esconder a barriga. Aí a mulherada pira e usa de rasteirinha. Péssimo. No máximo uma sapatilha para tornar o visual menos pavoroso. No outono substituiram por botas. Era um tal de mulher de calça legging, bota e bata... que pareciam todas iguais. As magras ainda eram menos ridículas que as rechonchudas, que insistem em apelar para esse visual.

Com o frio, as botas continuam em alta. Eu amo botas. Amo tanto que não tenho
sapatos, só botas, de todas as cores e tamanhos. Minhas preferidas, claro, são as de cano longo. Com salto ou sem. Mas nada de bico fino. Aliás, quem foi que disse que bico fino é chique? Pelo amor de Deus, aquele negócio aperta os dedos, é feio, deselegante! Legal é bico quadrado – que foi ali dar uma volta mas já, já retorna à moda – e bico redondo. Mas bico fino é o fim da picada.

Mas vamos voltar às botas. Elas agora são companheiras da calça skinner. Para quem não sabe, são aquelas calças bem juntas, que afinam no tornozelo. Fica bacana, mas um visual batido demais: 9 entre 10 mulheres estão usando isso. E desses 9 mulheres, 8 usam errado, colocando umas calças de strech ou mais larguinhas, que fica simplesmente ridículo. A calça fica com um 'papo' na perna, folgada, um horror. E não pode usar com qualquer bota, tem que ser bota de montaria. Ou faz a combinação direito, ou não usa, mas não... existem aquelas mulheres que acham que precisam ficar na moda a qualquer custo. E ai ficam patéticas. Eu ainda prefiro botas com saias e vestidos. Adoro. E uso desde sempre.

O melhor revival desse inverno são os coletes. Esta sim foi uma volta demorada. Sou apaixonada por coletes e guardei minha coleção na esperança que um dia eles voltassem. Demorou, mas olha eles ai, em camisas sociais – também adoro camisas -, camisetas, camisas de malha de manga longa e... vestidos! Sim, essa foi a melhor combinação dos últimos tempos... coletes com vestidos. Um luxo.

Acho que mais importante do que estar na moda é se sentir bem com uma roupa. Não adianta querer usar os shorts da estrela das novela das oito se você está com muitos quilos a mais! Existe uma roupa que cabe direitinho em cada tipo de pessoa. Ache seu estilo e não tente copiar ninguém. Até porque a cópia nunca vai ter o brilho da original.


Janaina Pereira

segunda-feira, julho 21, 2008

Batman again


Batman não é um super-herói. Pode ser difícil de acreditar, mas ele não é. Bob Kane criou um personagem ambíguo; valente mas cheio de raiva; digno mas extremamente impaciente; determinado mas repleto de amargura. O desejo de vingança sempre moveu Bruce Wayne e foi para aliviar sua dor e dar voz aos seus instintos primitivos que ele deu vida à Batman, o homem-morcego.

Na década de 1980, Frank Miller recriou nos quadrinhos os traços e a história do Batman original, tornando o personagem ainda mais sombrio. Mesmo com a estética visual aprimorada de Tim Burton, a franquia cinematográfica de Batman, dos anos 1990, não conseguiu capturar o espírito do personagem. Isso só veio a acontecer em 2005, quando Christopher Nolan (diretor do excelente Amnésia) mostrou que entendia a figura soturna do homem-morcego no sensacional Batman Begins. Três anos depois, Nolan traz às telas mais uma aventura do personagem, com muito caos, desordem e loucura. Não espere um blockbuster no gênero da franquia do Homem-Aranha, com efeitos especiais e aventura sem pretensão. Em O cavaleiro das trevas ( The dark knight), Batman está mais dividido do que nunca, mais sombrio do que antes, mais confuso do que poderíamos prever. E muito mais próximo da sua realidade em HQ.

Em primeiro lugar, vamos aos fatos: Heath Ledger está brilhante como Coringa, mas nada que justifique o 'auê' em torno de sua interpretação. Talvez o que surpreenda é o tom pessoal que ele dá ao personagem, fugindo da caricatura eficaz que Jack Nicholson fez em 1989, no Batman de Burton. Ledger está insano como o Coringa dos quadrinhos, um personagem saído do Asilo Arkham, visceral e debochado. A caracterização é perfeita: a voz, os gestos, o figurino, tudo funciona muito bem. O ator – morto prematuramente em janeiro deste ano – agarrou a oportunidade e fez do Coringa de Nolan o seu Coringa, que em momento algum faz lembrar o Coringa de Nicholson. Palmas para ele.

Mas eu fiquei bem mais impressionada com o Harvey Dent de Aaron Eckhart do que com o Coringa de Ledger. É Dent a figura central do filme, e em torno dele giram as dúvidas de Bruce Wayne/Batman. E por falar em Bruce, novamente Christian Bale mostrou que foi a escolha certa para o papel. Sem a boca e os dentes perfeitos – características muito marcantes dos Batmen anteriores, pois é o que se destaca na figura deste personagem – Bale investe na voz para caracterizar o homem-morcego. Uma voz poderosa, assustadora e intimidadora. O ator se mostra o mais perfeito e preparado para o papel, dando o charme e a vulnerabilidade necessários para o papel. Como Bruce Wayne, é altivo e atormentado. Como Batman é soturno e ainda mais atormentado.

Ainda se destacam no elenco o humor irônico do Alfred de Michael Caine, a elegância do Lucius Fox de Morgan Freeman (aparecendo menos que no primeiro filme), a incerteza romântica e quase ideológica da Rachel Dawes de Maggie Gyllenhaal (substituindo Katie Holmes e dando mais maturidade à personagem) e, especialmente, a forte presença do sargento e futuro comissário Gordon, em atuação magistral de Gary Oldman – que desta vez tem muito – e merecido - destaque no filme.

Vamos à história: Batman (Bale) está pagando o preço de sua popularidade em Gotham City. A cidade, que já era caótica, se tornou pior com o surgimento do justiceiro mascarado. Além de ter que lidar com novos vilões, entre eles o insano Coringa (Ledger), ele precisa conter o povo, que se inspira em suas ações, fantasia-se de Batman e fazem o homem-morcego questionar sua real importância para Gotham. As consequências dos atos de Batman acabam atormentando ainda mais o milionário Bruce Wayne, que pretende transformar o novo promotor Harvey Dent (Eckhart) no herói sem máscara da cidade.

Cuidado! A partir daqui o texto contém trechos que revelam a história!!!

Um dos pontos altos do roteiro de Christopher Nolan - em parceiria com o irmão Jonathan - é mostrar, justamente, que Batman não é um super-herói. Mais uma vez – e de forma mais intensa - vemos os limites físicos do personagem, desde machucados no corpo de Bruce Wayne ao processo de melhoria da armadura do homem-morcego, para que Wayne possa ser um Batman melhor. Tudo no filme gira em torno de que Bruce não tem superpoderes, não veio de outro planeta nem é uma mutação genética. Ele é um homem como outro qualquer, que viveu uma tragédia em sua vida que poderia ter acontecido com todos nós. Seu desejo de vingança, que parecia ter um tempo certo para acabar, se transformou numa vida dupla que ele escolheu, mas não planejou.

Cansado e preocupado com os rumos que sua vida toma, Bruce quer acabar com Batman. Ele nunca quis ser herói nem ser o motivo que levam loucos e bandidos a invadirem Gotham para desafiá-lo. Ele nunca planejou isso. Para o milionário, Batman era uma válvula de escape, uma maneira de vingar a morte dos pais e colocar as coisas em ordem. Mas ele acabou virando ícone, não só da população de Gotham, mas dos bandidos também. Como o Coringa diz quase no final do filme, a relação entre eles será para sempre. Afinal, o Coringa só existe por causa de Batman. Ele não quer fama nem dinheiro: ele quer que o circo pegue fogo. E Batman precisará lidar com as consequências de seus atos, já que Gotham se tornou pior por sua causa.

Batman é, durante todo o filme, o responsável pela salvação e pelo caos de Gotham. Ao ser enganado pelo Coringa, acaba salvando Dent e não a amada Rachel, e assim dá origem a mais um vilão, o Duas-Caras. Dent, capaz de tudo para conseguir o que deseja, dá vazão ao seu lado sombrio após ter parte do rosto corroído pelo ácido. E o sentimento de culpa de Batman se faz presente e ele assume o que não fez para manter a pose de herói sem máscara de Dent, na maior surpresa do roteiro.

O final assustador, que leva o personagem a fugir no meio das sombras, revela que um terceiro filme se faz necessário, afinal, Batman é o cavaleiro das trevas, o herói que Gotham precisa. Mesmo tendo suas próprias regras – ele nunca mata os vilões – sabe que os criminosos desejam testá-lo. Então, ao invés de assumir o posto de herói, termina o filme como fugitivo. E é essa toda a graça da história: mostrar que tentando ajudar, Batman acabou criando mais confusão. Isso é tão real, e tão próximo dos espectadores, que faz de Batman o que ele de fato é: o mais humano de todos os heróis. Por isso ele sempre será o meu favorito.




Janaina Pereira

terça-feira, julho 15, 2008

De tirar o fôlego


Sidney Lumet é um dos mais respeitados nomes do cinema americano. Diretor de clássicos como Serpico, Assassinato no Orient Express, Rede de Intrigas e Um dia de Cão, ele se destaca pelas tramas dramáticas recheadas de boas doses de suspense. Aos 84 anos, Lumet mostra que ainda está em forma ao dirigir o claustrofóbico Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (Before the devil knows you're dead, EUA, 2007), em cartaz nos cinemas brasileiros há alguns meses. Apoiado em um elenco excepcional - encabeçado pelo trio Phillip Seymour Hoffman, Ethan Hawke e Albert Finney – o diretor faz o que mais gosta: resgata o espírito do cinema dos anos 70 e questiona mais uma vez a auto-imagem da América.

O roteiro da estreante Kelly Masterson conta a história de Andy (Hoffman), um viciado em drogas cuja carreira de executivo está desmoronando. Para se livrar da falência, convence o irmão Hank (Hawke), também desajustado, a assaltar a joalheria dos pais. O plano parece fácil, pois eles conhecem bem o funcionamento do lugar. No dia do roubo as coisas não saem como eles planejavam e os dois irmãos precisarão lidar com as repercussões do seu trágico plano.

Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto destila uma fortíssima dose de crise familiar que cresce a cada momento, tornando-se praticamente insuportável até o seu final. Tenso e intenso do primeiro ao último momento, o filme sobrepõe tempos narrativos, revelando informações a partir de diferentes pontos de vista. O veterano cineasta Sidney Lumet busca uma possibilidade no desespero humano e no desconforto doméstico e faz um filme que certamente não vai cativar o grande público, mas deixará boquiaberto os cinéfilos de plantão. Mas só aqueles que têm um coração forte o suficiente para perder o fôlego na angustiante cena final.


Janaina Pereira

sábado, julho 12, 2008

Mulher de 40 anos



Tome a mesma mulher aos 20 e aos 40 anos. No segundo momento ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro.

Ela perde o frescor juvenil, é verdade. Mas perde também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma, de um homem.

Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20, só que é compensado por outros atributos encantadores de que se reveste a mulher de 40.
Como se conhece melhor, é muito mais autêntica, centrada, certeira no trato consigo mesma, e com seu homem.

Aos 40, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e com seu cheiro cíclico. Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível. Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando que for feio e baixo-astral.

Ela só quer é ser feliz !!! Se o seu homem não gostar do jeito que ela é, que vá procurar outra. Ela só quer quem a mereça.

Aos 40 anos, a mulher sabe se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar o que não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos, tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Gasta mais porque tem mais dinheiro. Mas, sobretudo, gasta melhor.

E tem gestos mais delicados e elegantes. Aos 40, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar. E finge indiferença com mais competência quando interessa repelir. Ela não é mais bobinha. Não que fique menos inconstante.

Mulher que é mulher, se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor. Mas, aos 40, ela já sabe lidar melhor com este aspecto peculiar da condição feminina. E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiam - e quem mais estiver por perto - irremediavelmente.

Aos 20, a mulher tem espinhas. Aos 40, tem pintas, encantadoras trilhas e de pintas.
Que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos.

Aos 20 a mulher é escolhida. Aos 40, é ela quem escolhe. E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem. Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo. Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata.

A mulher aos 40, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome. Aos 40, ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada.

Aos 20, ela rói unhas. Aos 40, constrói para si mãos plásticas e perfeitas.
Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave. Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável.

Acontece também alguma coisa com os cílios, o desenho das sobrancelhas. O jeito de olhar fica mais glamuroso, mais sexualmente arguto.

Aos 40, quando ousa no que quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio. No jogo com os homens, já aprendeu a atuar no contra-ataque. Quando dá o bote, é para liquidar a fatura. Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado.

Mostra sua força na hora certa e de modo sutil. Não para exibir poder, mas para resolver tudo a seu favor, antes de chegar o ponto de precisar exibi-lo.

Consegue o que pretende sem confrontos inúteis. Sabiamente, goza das prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher.

Se você, anda preocupada porque não tem mais 20 anos - ou porque ainda tem mas percebeu que eles não vão durar para sempre - fique tranqüila :é precisamente aos 40 que o jogo começa a ficar bom.



(Anônimo)

quinta-feira, julho 10, 2008

Não Vou Me Adaptar
Nando Reis
Composição: Arnaldo Antunes


Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia

Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar

Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha
É que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho

Será que eu falei o que ninguém dizia?
Será que eu escutei o que ninguém ouvia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar

segunda-feira, julho 07, 2008

Em série


A segunda - e sensacional - temporada de Supernatural está sendo reprisada nas madrugadas de quarta para quinta, no SBT. Espero que dessa vez eles passem todos os episódios.



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Finalmente Grey's Anatomy chegou à TV aberta.


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Com o fim da reprise da sexta temporada de Smallville - jogada para as manhãs de domingo - será que a série vai sumir do SBT?


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A segunda temporada está sendo reprisada nas madrugadas de terça para quarta. E nada da Lana ficar com o Clark. Meu Deus, como ela é chata!

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Não é à toa que eu só comecei a acompanhar Smallville pra valer com a entrada da voluntariosa Lois Lane, na quarta temporada.


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CSI, que também é a série preferida da minha amiga Guilene, continua com sua inédita quarta temporada às sextas. um episódio melhor que o outro.


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Eu já falei de The Closer aqui? Não? Pois eu quero ser a Brenda Lee Johnson quando eu crescer.


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Com Fritz e tudo.



Janaina Pereira

quarta-feira, julho 02, 2008

A grande mãe


Minha avó faz 81 anos hoje.

Eu queria estar muito perto neste dia. Todos os dias. Às vezes a distância se torna desesperadora. Fico lembrando da minha infância, quando ela era a pessoa mais presente da minha vida. Suas histórias, os desenhos, o sabor diferente da comida, os passeios ao jardim zoológico, o carinho. Minha avó era mais próxima que minha mãe. Ela era a pessoa mais importante da minha vida.

Mas o tempo passou, eu cresci, muita coisa mudou. Especialmente quando eu comecei a trabalhar. A medida que eu ganhei o mundo, ela foi envelhecendo e eu não consegui mais acompanhá-la.

Um dos momentos mais dolorosos da nossa relação foi quando ela precisou fazer uma delicada cirurgia, há seis anos, e eu viajei para o Rio às pressas, de ônibus, sem celular. Cheguei lá e não sabia se minha avó ainda estava viva. Foi horrível. Até hoje meu coração dói só de pensar.

Eu sei que ela não vai viver para sempre mas eu não queria que ela se fosse. Eu não estou preparada para passar por isso de novo. Eu não sei viver sem ela. Eu não quero viver sem ela.

Foi da minha avó que herdei o gosto pelas palavras. Talvez essa seja a maior herança que ela vai me deixar, já que eu não tenho seus lindos e brilhantes olhos verdes.

Vovó, eu te amo. Hoje mais do que quando eu tinha seis anos. Apenas me perdoe por estar longe agora, por estar longe nos últimos sete anos, por estar longe mesmo quando estou por perto... perdoe-me por não saber envelhecer com você.



Janaina Pereira

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