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quarta-feira, abril 30, 2008

Pílulas


Mesmo 'engolindo' quatro episódios, o SBT conclui a segunda temporada de "Sobrenatural", exibido nas madrugadas de sábado para domingo. Muito bom, adorei

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Já a primeira e juvenil temporada de "Smallville" pode ser vista nas madrugadas de terça para quarta. Incrível como nossa querida Chloe Sullivan perdeu o ar de garotinha, e a chata da Lana manteve a carinha de sonsa.


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Finalmente eu fui oficializada uma ex-miope. Agora nem o Clark é páreo para mim.


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Vou sugerir para algumas pessoas um cursinho básico de leitura e interpretação. Por que, vamos combinar, ninguém pode ser tão esdrúxulo ao responder um e-mail, chamando de mal-educado algo que foi puramente cordial.


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Mas no final de tudo isso, não vão ficar mortos nem feridos. Vão ficar as palavras malditas. Ou mal-ditas.



Janaina Pereira

segunda-feira, abril 28, 2008

Lembrar para não esquecer


Assisti na Tv, novamente, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, o meu segundo filme referência - depois de Closer, claro. Uma das frases do filme me chamou a atenção. No meio de sua crise emocional, Jim Carey diz: "Por que eu sempre me apaixono pelas pessoas que demonstram o mínimo de interesse por mim?"

Pois é. Não dá para se apaixonar só porque alguém te achou bonito, inteligente, engraçado. É muita baixa-estima se iludir ao primeiro 'gosto muito de você'. Mas, volta e meia ouço histórias desse tipo - o encantamento barato por palavras repetidas, que sabemos que são inválidas, mas que adoramos ouvir.

Para quem nunca viu Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, o filme conta a história de um casal que, após o fim do relacionamento, busca esquecer o que viveram. E neste caso, o esquecer é bem literal. Se eu contar mais perde a graça. Veja e entenda do que estou falando.

A melhor coisa de Brilho Eterno, porém, é a moral da história. Você descobre que, (in)felizmente é preciso errar, sofrer e chorar. Faz parte da vida. Você precisa mesmo disso. Porque você não seria quem é se não tivesse passado por coisas ruins. Tem uma cena no filme, extremamente sutil, que mostra uma mulher tentando apagar da mente a morte de seu cachorro. Mas se o cachorro não morresse, ela não viveria determinadas situações, talvez até nem percebesse o quanto gostava dele.

Entre todas as coisas tristes pelas quais passei, arrependo-me de algumas, mas não sei se apagaria da minha vida. Claro que preferia meu pai vivo, mas a morte dele me fez amadurecer e viver de uma forma diferente. Se meu pai estivesse aqui, eu não teria vindo para São Paulo, não estudaria jornalismo e talvez nem fosse publicitária. Eu não seria esta Janaina, seria outra pessoa, e a outra pessoa não seria eu. A verdade é que eu só sou eu porque a morte do meu pai faz parte da minha história.

Não quero apagar as lembranças, dolorosas ou não, mas quero aprender a conviver bem com elas. E meu pai é, sem dúvida, a melhor de todas as lembranças que tenho, a melhor saudade e a razão que me faz suportar tantas coisas, porque eu sei que onde quer que ele esteja, tem orgulho de mim.


Janaina Pereira

sábado, abril 26, 2008

Não, não e não


Acaba antes de começar, termina pelo meio, não continua, não faz, não acontece, não reclama, não xinga, não estrapola, não enrola, não sabe, não vê, não quer ver, não quer mais, não quer melhorar, não quer piorar, não quer nada, não quer, não pode, não olha, não estrapola, não seja infame, não difame, não ame.



Janaina Pereira

sexta-feira, abril 25, 2008

Songs about Jane

She Will Be Loved
Maroon 5

Composição: Adam Levine e James Valentine

Beauty queen of only eighteen
She had some trouble with herself
He was always there to help her
She always belonged to someone else

I drove for miles and miles
And wound up at your door
I've had you so many times but somehow
I want more

I don't mind spending everyday
Out on your corner in the pouring rain
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay awhile
And she will be loved
And she will be loved

Tap on my window, knock on my door
I want to make you feel beautiful
I know I tend to get so insecure
It doesn't matter anymore

It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want

I don't mind spending everyday
Out on your corner in the pouring rain
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay awhile
And she will be loved
And she will be loved
And she will be loved
And she will be loved

I know where you hide
Alone in your car
Know all of the things that make you who you are
I know that goodbye means nothing at all
Comes back and begs me to catch her every time she falls

Tap on my window, knock on my door
I want to make you feel beautiful

I don't mind spending every day
Out on your corner in the pouring rain, oh
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay awhile
And she will be loved
And she will be loved
And she will be loved
And she will be loved

Please don't try so hard to say goodbye

quarta-feira, abril 23, 2008

Salve


Que meus inimigos tenham pés mas não me alcancem
Tenham olhos mas não me vejam
Tenham mãos mas não me toquem

Porque eu sou protegida pelo escudo e pelas armas de São Jorge.

terça-feira, abril 22, 2008

De repente


E de repente, não mais que de repente, bateu uma saudade de algumas coisas que eu nunca imaginei que sentiria saudades. Saudades do stress de ter que fazer um anúncio em duas horas, saudades dos layouts, títulos e textos, dos spots - porque eu amava rádio desde então - saudades, principalmente, de trabalhar em dupla. Saudades do fabuloso mundo da publicidade.

Uma das melhores coisas da propaganda é a dupla redator/diretor de arte. Tive duplas maravilhosos, e conheci amigos especiais em meus 12 anos consecutivos em agência. E de repente eu percebi que eu não ia agradecer a esse mundo, que me fez ser quem eu sou e estar onde estou, por tudo que fizeram por mim.

Eu nunca serei apenas jornalista. Eu serei publicitária para o resto da minha vida. Eu tenho orgulho do meu passado, que fez o meu presente. Eu fico imensamente feliz quando meus amigos queridos, conquistados em anos e anos de propaganda, mandam um e-mail, ligam, se fazem presente. Essa profissão, tão cheia de egos e brilho, ainda tem muita gente boa.

Sinto saudades, especialmente, de gente maravilhosa como o Vamberto, o Beto Venturi, a Ana Leone, a Fabi, a Vera, o Erlon, a Kelly, o Júnior, o Mutza, o Sílvio, o Fabinho Brandão, a Fernandinha, a tia Ana, o Karmo, o Evandro e toda a galera incrível que eu convivi, que eu trabalhei, que eu pude conhecer. Sinto saudades de gente como o Fê, que eu reencontrei, que depois de tantos anos ainda se lembra que eu sempre serei a DJanis. Sinto saudades do Beto e minhas tortas de maçã - eu nunca fui tão paparicada e tão amada como na época em que trabalhávamos juntos. Eu nunca fui tão redatora e tão querida como nos tempos do Gad.

Sinto saudades, claro, do meu chefe preferido de todos os tempos, o meu amigo a quem meu TCC será dedicado por ter apoiado a retirada da redatora para o ingresso da futura jornalista: Clauber Trivoli, o mais querido entre os meus queridos.

Poxa... eu não saberei ser jornalista, se eu não for redatora.

E eu não saberia chegar até aqui se não fossem vocês.



Janaina Pereira

sexta-feira, abril 18, 2008

Hitchcock


Alfred Hitchcok é meu diretor preferido, aquele que inspira minha paixão por cinema desde pequena, o cara mais magistral da telona. Nunca ganhou um Oscar, mas sempre fez sucesso. Seus filmes são eternos, e eterna foi sua ousadia. E é por isso que adoro ele. Sempre foi ousado, sempre arriscou, sempre fez mais do que um filme: ele fez clássicos.

Eu nunca fui fã do Woody Allen, por exemplo. Sempre gostei do Spielberg, apesar de todo mundo dizer que ele é comercial demais. Mas Spielberg criou o maior herói do cinema, Indiana Jones, e por isso eu serei eternamente grata pela criatividade dele. Adoro o Clint Eastwood, o Scorcese, o Fellini, o Ang Lee, o Almodóvar (meu preferido entre os diretores atuais) e tantos outros... mas ninguém supera Hitchcok. Por isso, esta lista é só de filmes dele, que é, disparado, o melhor entre os melhores.


1 – FESTIM DIABÓLICO - Em Nova York, Brandon (John Dall) e Phillip (Farley Granger) assassinam seu amigo David, por considerarem-se superiormente intelectuais em relação a ele. Com toda a frieza e arrogância, resolvem provar para eles mesmos suas habilidades: escondem o cadáver em um grande baú, que serve como mesa no meio da sala de estar do apartamento deles, durante uma festa. Mas, um professor de ambos (James Stewart, meu ator preferido!) começa a desconfiar da dupla. Foi o primeiro filme colorido do diretor Alfred Hitchcock.- O filme foi todo realizado em tomadas de 10 minutos e editado de tal forma que se tem a impressão que não houveram cortes durante as filmagens. Ao invés de Hitchcock aparecer numa ponta, como em vários outros filmes dirigidos por ele, surge aos 55 minutos apenas seu logotipo em um letreiro de néon, que pode ser visto através da janela do apartamento onde ocorre toda a ação. O roteiro foi inspirado no caso Leopold-Loeb, dois estudantes da Universidade de Chicago que cometeram um assassinato de forma bem parecida com a mostrada no filme.


2- DISQUE M PARA MATAR - Em Londres, um ex-tenista profissional decide matar sua mulher, para poder herdar seu dinheiro e também como vingança por ela ter tido um affair um ano antes, com um escritor que vivia nos Estados Unidos, mas que, no momento, está na cidade. Ele chantageia um colega de faculdade para estrangulá-la, dando a entender que o crime teria sido cometido por um ladrão. Mas, quando algo sai muito errado, ele vê uma maneira de dar um rumo aos acontecimentos em proveito próprio. Estrelado pela atriz preferida de Hitchcock, Grace Kelly. Perto dos 13 minutos de Disque M Para Matar, o diretor Alfred Hitchcock aparece no canto esquerdo de uma fotografia. Ele colocou propositalmente Grace Kelly usando vestidos em cores brilhantes no início do filme, para, aos poucos, ir escurecendo o tom de suas roupas.


3 – INTERLÚDIO - Após seu pai alemão ser condenado como espião, uma mulher (Ingrid Bergman) passa a se refugiar em bebida e homens. É assim que se aproxima de um agente do governo (Cary Grant), que a convence a ser uma espiã americana no Rio de Janeiro, para investigar nazistas amigos do pai dela. Ela acaba se casando com um espião nazista, mas se apaixona pelo seu contato no governo americano. A tradicional aparição do diretor Alfred Hitchcock surge com aproximadamente uma hora de filme, em meio à festa realizada na mansão do personagem Alexander Sebastian.


4 – PSICOSE – Marion Crane (Janet Leigh) rouba 40 mil dólares para se casar. Durante a fuga, erra o caminho e chega em um velho motel, onde é amavelmente atendida pelo dono, Norman Bates (Anthony Perkins). Marion nem desconfia que o lugar tem segredos que podem mudar sua vida para sempre. Clássico de Hitchcock, um dos filmes mais famosos do mestre do suspense, que usou de genialidade em técnica cinematográfica para criar cenas do mais puro terror sem explorar a violência explícita. O roteiro foge do convencional, com poucos diálogos, se desenvolvendo quase que totalmente nas imagens. O som ouvido do facão encravando no corpo de Marion é, na verdade, o som de um facão encravando em um melão. O sangue na cena do chuveiro é apenas calda de chocolate. Psicose custou apenas US$ 800 mil e faturou mais de US$ 40 milhões nas bilheterias. Foi filmado em preto e branco por opção do próprio Alfred Hitchcock, que considerava que, a cores, o filme ficaria "ensanguentado" demais.Uma verdadeira obra-prima.


5 – OS PÁSSAROS - A pacata cidade de Bodega Bay, na Califórnia, vive momentos de terror quando milhares de pássaros se instalam na localidade e começam a atacar as pessoas. Os Pássaros não possui trilha sonora. Por causa disto, o compositor Bernard Herrman, colaborador de Hitchcock em grande parte de seus filmes, aparece nos créditos apenas como "consultor de som". No final, não aparece o tradicional "The End" por opção do próprio Alfred Hitchcock. A intenção do diretor era passar ao público a impressão de que havia um terror sem fim no filme.



Janaina Pereira

terça-feira, abril 15, 2008

Jornalismo para jornalistas


No último dia 7 de abril foi comemorado o dia do jornalista. Eu nem sabia que essa data existia - ainda vivo no dia mundial da propaganda, 4 de dezembro - mas diversos jornais publicaram listas de filmes que falam dessa cobiçada profissão.

Se eu for contar todos os filmes sobre jornalistas que eu já vi, a lista seria enorme. De todos, o mais marcante ainda é "Todos os homens do presidente". Eu vi quando tinha uns 9 anos de idade, e fiquei fascinada pela profissão. Ainda assim, jornalsimo nunca foi - e ainda não é - a primeira opção da minha vida.

Dos filmes mais recentes, gosto muito de "O Informante", mas gosto também daqueles que focam os bastidores da televisão - e não, especificamente, os jornalistas - como "Quiz Show" (baseado numa assustadora história real) e "O show de Trumam" (uma fabulosa história sobre o poder da televisão). Dos mais antigos, meu preferido é "A montanha dos sete abutres", com o Kirk Douglas, que mostra a imprensa marrom, agora chamada apenas de sensacionalista. É bom assisitr para perceber que o jornalismo continua igual: adora um espetáculo.

No curso de jornalismo assisti a poucos filmes sobre a profissão - aliás, o que vi na sla de aula eu já vira no cinema ou na televisão - mas o que me deixa pasma é que nunca, nenhum professor falou do maior clássico do cinema, que, por coincidência, é um filme que fala da indústria da comunicação: Cidadão Kane. E, obviamente, a maioria dos alunos nunca ouviu falar do filme. Além de ser inovador como cinema em si - com tomadas que nunca tinham sido feitas até então - o filme é um tapa na cara de qualquer jornalista - mas foi feito em 1941, ou seja, até hoje o filme esbofeteia a profissão.

Escolhi cinco filmes que os futuros jornalistas não podem deixar de ver, mas que o público em geral pode assistir para refletir se o cinema dá um glamour desnecessário à profissão. Dos filmes citados abaixo, menção honrosa para "Capote", um jornalista absolutamente ordinário e brilhante.


1 – Cidadão Kane (Citizen Kane, EUA, 1941)

Cidadão Kane foi escolhido o melhor filme de todos os tempos, em votação realizada em 1998 pelo American Film Institute. Esta opinião é compartilhada por diversas associações cinematográficas em todo o mundo. A obra de Orson Welles é repleta de inovações, como as tomadas de câmeras diferentes e a narrativa não-linear, recursos até então inéditos. Isso fez desta produção uma referência. Aos 25 anos, Welles mudou a história do cinema com este clássico que ele dirigiu, produziu, roteirizou e estrelou. O roteiro gira em torno da ascensão de um mito da imprensa americana, Charles Forster Kane (Welles), de garoto pobre do interior a magnata de um império dos meios de comunicação. O filme, uma crítica ácida à sociedade e à imprensa, foi inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst e ganhou o Oscar de melhor roteiro.

2 – Todos os homens do presidente (All president's men, EUA, 1976)

Baseado na história real dos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, vividos por Robert Redford e Dustin Hoffman, do Washington Post. Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, Woodward e Bernstein iniciam uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do Partido Democrata. A série de reportagens dá origem ao escândalo Watergate, que teve como conseqüência a queda do presidente americano Richard Nixon. O roteiro é uma adaptação do livro homônimo de Woodward, que iniciou as investigações, e Bernstein, que ajudou a fazer as matérias. A direção é de Alan J. Pakula. O filme mostra cenas históricas, permeadas às demais dirigidas por Pakula, reforçando sua intenção de reproduzir de maneira fiel o que foi o caso Watergate, com imagens da rotina de um jornal e o objetivo principal dos repórteres: contar a verdade, de maneira certa. Bernstein, atualmente, é assessor da campanha de Hilary Clinton. E em 2005 foi, finalmente, revelado o nome da fonte que ajudava Woodward em suas matérias - e o mundo viu o rosto do famoso Garganta Profunda.

3 – Reds (Reds, EUA, 1981)

Cinebiografia do jornalista e escritor americano John Reed, que escreveu Os dez dias que abalaram o mundo, considerado o documento mais completo sobre a Revolução Russa. O filme foi escrito, produzido, dirigido e estrelado por Warren Beatty, e concorreu a 12 Oscars, ganhando três: diretor (Beatty), atriz coadjuvante (Maureen Stapleton) e fotografia. John Reed (Beatty) já é um jornalista famoso quando conhece Louise Bryant (Diane Keaton), uma mulher casada por quem se apaixona. Louise larga tudo para morar com Reed, e entre muitas turbulências no relacionamento, eles participam da Revolução Russa de 1917. Este acontecimento inspira o casal, que volta para os EUA tentando liderar uma revolução semelhante. Louise começa a dar forma ao sonho de ser escritora e Reed alcança o sucesso com o livro Os dez dias que abalaram o mundo, que o coloca na linha de frente do movimento socialista. Um dos destaques desta produção é a participação de 32 pessoas que realmente conheceram John Reed e aparecem pontuando toda a narrativa.

4 – Capote (Capote, EUA, 2005)

Truman Capote foi um dos maiores escritores e jornalistas do século passado. Autor do clássico Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's), que inspirou o filme de Blake Edwards, com Audrey Hepburn, já era famoso quando iniciou um gênero chamado por ele de non-fiction novel (romance de não-ficção). Com A sangue frio, sobre o assassinato de uma família numa cidade do Kansas, marcou a literatura mundial e o jornalismo literário. O processo de criação do livro, que levou sete anos para ser escrito, mudou para sempre a vida de Capote. E é este o fio da meada da cinebiografia dirigida por Bennet Miller, sobre a pesquisa do escritor para fazer aquela que seria sua obra de maior sucesso. O roteiro de Dan Futterman, baseado no livro de George Clark, inicia-se em novembro de 1959 quando Truman Capote (Phillip Seymour Hoffman, vencedor do Oscar por esta interpretação), então um escritor conhecido e jornalista da revista The New Yorker, vai ao Kansas com sua amiga Harper Lee (Catherine Keener). Capote deseja escrever sobre um quádruplo assassinato que abalou uma pequena cidade local. Diante dos assassinos, percebe que tem material para um livro e inicia uma longa jornada para escrevê-lo. Ele faz amizade com um dos acusados, Perry (Clifton Collins Jr.), e esta relação mexe com sua vida e com o que está escrevendo. Mesmo se revelando quase apaixonado pelo assassino, Capote quer que ele morra para poder, finalmente, concluir seu livro. Mas o grande mérito do filme é mostrar como o jornalista acabou sendo influenciado pela sua obra, a ponto de nunca mais escrever.

5 – Boa noite e Boa Sorte (Good night and Good Luck, EUA, 2005)

Baseado em fatos reais, o filme se passa no início dos anos 50, e conta como o jornalista Edward R. Murrow lutou para desmascarar o senador Joseph McCarthy (que aparece em imagens originais da época). McCarthy inaugurou a era do 'mccarthismo' ou 'caça às bruxas', período polêmico da história americana em que várias pessoas foram acusadas, sem provas, de serem favoráveis ao comunismo. Murrow, interpretado por David Starhairn, foi um dos maiores jornalistas da história americana. Famoso no rádio, graças as transmissões que fez durante a Segunda Guerra Mundial, levou seu carisma e inteligência à televisão. Era apresentador do jornalístico "See it now" e do programa de entretenimento "Person to person", ambos na CBS, quando resolveu enfrentar o senador McCarthy. Com o apoio do diretor de seu programa, Fred Friendly (George Clooney, que também escreveu e dirigiu o filme) e a conivência do diretor da emissora, Bill Paley (Frank Langella), Edward Murrow travou uma batalha pública contra os métodos de Joseph McCarthy. Muitos dos textos são falas do próprio Murrow aproveitadas por Clooney e pelo co-roteirista Grant Heslov, que tiveram a colaboração do verdadeiro Friendly. O título foi tirado da frase que o jornalista dizia ao final de seus programas. O filme, produzido em preto e branco, retrata o mcchartismo ao mesmo tempo em que mostra o fim da era da informação e o início da TV como entretenimento.


Janaina Pereira

sexta-feira, abril 11, 2008

Garotos

Garotos se acham tanto quanto garotas. São fofoqueiros. São esquisitos. São menos passionais e gostam de mostrar frieza. E tem aqueles que sabem que são bonitos e gostam de deixar claro isso.

Segundo minha amiga Mariana Marques, homem metido já é metido mesmo, mas, quem sabe, pode ficar fofo. Já o fofo é que vira chato, e o chato já é chato, só surpreende se ficar mais... chato.

Adorei essa definição. Homem fofo vira chato fácil, e homem chato tem que sair fora o quanto antes... porque de chata, já chega eu.



Janaina Pereira

quarta-feira, abril 09, 2008

Pois é

É muito fácil julgar os outros. É muito fácil se fazer de vítima e dizer que o outro fez isso ou aquilo. É muito fácil dizer que o outro é o culpado. E é muito fácil desistir de tudo e deixar cada um por si.

Eu não sou perfeita. Mas eu faço o meu melhor, sempre. Não faço pela metade, não fico dando desculpas. Eu não sou melhor do que ninguém, mas eu sei o meu valor. O duro é ser julgada por coisas que não fiz, e ser apontada como alguém que eu não sou.

Eu não preciso agradar os outros, mas eu preciso ficar bem comigo mesma. Por isso falo o que penso. Se gritarem comigo, vou gritar de volta. Se me maltratarem, vou devolver na mesma moeda. Mas eu não sou grosseira aleatoriamente, e não aceito que questionem meu jeito de ser só por isso. Eu sei que é duro ser criticado, mas é muito fácil ser subordinado. Complicado é dar a cara para bater e ser a pessoa que vai decidir tudo.

A melhor frase que ouvi essa semana é que se eu deixar de reclamar, não serei mais eu. Porque é sempre bom saber que existem pessoas que gostam de mim exatamente como eu sou.


Janaina Pereira

segunda-feira, abril 07, 2008

Cadê milha ilha?


Desde a época que eu estava no jardim de infância - e já faz muitos e muitos anos que isso aconteceu - eu sempre detestei trabalhos em grupo. Mas é aquela história: você precisa fazer trabalhos em grupo para aprender a conviver em comunidade. Foi assim, desde pequena, que eu descobri que preferia viver numa ilha deserta.

As pessoas dizem que o mundo está sendo destruindo, falam de sustentabilidade... mas quem destrói o mundo? O homem. Esse ser dito racional, mas que é, na verdade, passional a ponto de ser irracional. O homem é o lobo do homem, já dizia Hobbes, e eu concordo com ele. O ser humano é mau e cruel, ele tem instinto selvagem e sua suposta racionalidade é só para disfarçar.

Quando temos que resolver alguma coisa em conjunto - seja em um simples projeto em grupo na escola ou em uma reunião do trabalho - somos obrigados a ouvir opiniões alheias e, caso a gente não concorde, começa a ladainha. Tem gente que não aceita ser contrariado, outros se acham o dono da verdade, outros se fazem de vítima, e ainda tem a turma do 'eu fiz o meu melhor' e se recusa a assumir o erro. Isso sem falar os que jogam a culpa nos outros para tirar o seu da reta.

Difícil mesmo é encontrar quem dá a cara para bater. Difícil é achar o fulano que está sempre no olho do furacão, que é criticado, que não baixa a cabeça para os outros, que enfrenta os desafios e não deixa esmorecer. Difícil é achar alguém que acredita que pode ser melhor e luta para isso. Difícil é encontrar inteligência e competência no mesmo cérebro.

Definitivamente, o problema do mundo é o ser humano. Não foi por acaso que o mais perfeito dos homens foi crucificado e pediu a Deus para nos perdoar. Afinal, já naquela época, o homem provou que era irracional.

Então, diante do passado nebuloso do homem, como se espantar com um pai que supostamente atirou a filha pela janela? Eu fico chocada, mas penso: "é isso mesmo, o ser humano é mau por natureza." Porque na hora da raiva, as pessoas perdem a razão. Se é que algum dia tiveram razão.

Viver em comunidade não é fácil. Os simples trabalhos em grupo na escola ou na faculdade provam isso. Mas o problema não é o grupo. O problema são as pessoas que não assumem responsabilidades, não assumem erros, se encostam nos outros, acham que já sabem tudo, não aceitam receber ordens, não cumprem prazos e, principalmente, na hora do aperto, empurram a decisão para o líder.

Ah, o líder. Já falei disso antes. o líder nada mais é que o otário que fica na linha de frente para receber chumbo grosso. O líder é o cara que dá a cara para bater. Competente ou não, ele aceitou ficar no olho do furacão. O líder é a pessoa que aceitou a missão de não ser mais um na multidão.

É por isso que na vida tem gente que sobressai enquanto outros ficam parados, olhando a multidão.


Janaina Pereira

sábado, abril 05, 2008

Amigos, amigos... e os negócios?


As pessoas deveriam aprender que, entre as maiores virtudes de uma boa amizade, está a sinceridade. Estou cansada de ver gente 'tapando o sol com a peneira' só para poupar os amigos. Que amigo é esse que esconde do outro a realidade?

É muito fácil dizer: "não faça isso, vai estragar uma amizade por besteira". Ora, ora... se a amizade é sincera, ela não vai se acabar por besteira. O que destrói uma amizade é a traição, a mentira e a falsidade - três coisas que eu não aceito, nunca.

Se tem alguma coisa para me dizer, diz na minha cara. Não gosto de ninguém falando nas minhas costas. Eu não sou perfeita, nunca quis ser e odeio que achem que eu sou. Eu não aceito traição, em hipótese alguma. Sou muito radical nisso. Não obrigo ninguém a gostar de mim, mas se não me quer mais, ainda que como amiga, vá embora e não me enche o saco.

Mentira então... está fora de cogitação. A pessoa olhar na minha cara e dizer que não fez aquilo... ou que fez... mas na verdade não fez... é o fim! E o pior que eu sou ótima para detectar mentirosos. Posso ser enganada por um tempo, mas não por muito tempo.

Falsidade é outra coisa fora de cogitação. Como já disse, não preciso que gostem de mim, então não venham com gentilezas e graciosidades, não preciso disso. Eu sou curta e grossa mesmo, e não vim ao mundo para agradar. Aliás, eu gosto mesmo é de desagradar.

Eu nunca usei o argumento de 'ser amigo' para burlar uma situação, não assumir um erro ou deixar algo mal acabado por isso. Eu sou sincera ao ponto de ser cruel, e eu não vou mudar. Eu já mudei muita coisa em mim, e agora eu acho que está bom do jeito que sou. Então, se não está satisfeito, só lamento. Eu não vou fazer as coisas para agradar e não vou poupar alguém só porque é meu amigo.

É por isso que eu concordo cada vez mais com a frase do Nelson Rodrigues: o amigo não é fiel. Fiel é o inimigo, que vem cuspir na cova da gente.


Janaina Pereira

quinta-feira, abril 03, 2008

O líder


O líder é aquele que indica para o paredão. É o dono da bola, o nome do jogo. Nem sempre é craque, mas bate um bolão. Ele sabe o que faz, sabe escalar o time, sabe exercer sua influência, sabe persuadir. Ele sabe mandar, e também sabe obedecer. Porque o bom líder, antes de mandar, obedeceu algum dia.

O líder está sempre na linha de frente. É o primeiro a ser fuzilado. A vitória é da equipe. A derrota é do líder. Ele busca soluções, delega tarefas, incentiva, se esforça, mas também cansa. O líder tem que saber escolher seu time. Não pode deixar que amizades prevaleçam. O importante é ter gente competente que saiba fazer as coisas direito. Gente comprometida. Gente que faça, e não apenas que fale que vai fazer. Gente que assuma erros e aceite críticas. Gente que peça ajuda se precisar e não ignore os conselhos. Gente que saiba que tem alguém acima que, sabendo ou não, é o líder. E a palavra final sempre será dele.

O líder não precisa gritar, não precisa ser simpático nem amigo. Ele tem que ser competente. Tem que gerenciar a crise, administrar os egos, elogiar e criticar na hora certa. Tem que saber até quando deve perder a cabeça e mandar tudo para o espaço. O líder é justo mas não deve ser democrático. Porque a democracia é sempre injusta.

O líder sofre quando manda e alguém não faz direito. Ele chora escondido. Isola-se em uma ilha e questiona sua postura. Questiona se merece aquele posto. Questiona se a sua rigidez não deixa os outros ainda mais inseguros. O líder sofre calado. Procura aparar as arestas. Tenta juntar os cacos. Espera que sua equipe perceba os erros e reconheça que pode melhorar.

O líder exige mais de si do que dos outros. O líder precisa de reclusão. O líder precisa, muitas vezes, abandonar a equipe e seguir o seu caminho. Sozinho.



Janaina Pereira

terça-feira, abril 01, 2008

Lost

Ah, como eu queria uma ilha deserta agoram, só para mim. Todinha minha. Só eu e Deus. Longe de tudo, de todos. Das laudas. Das pautas. Das sonoras. Das gravadas. Das matérias. Dos boletins. Longe, bem longe daqui.

Quero me perder na ilha de Lost!!! Quero ficar lá, mas sozinha, isolada do mundo. Tá, eu levo um som dos Beatles para me acompanhar.

Quero ficar no meio do nada. Longe de tudo.


Janaina Pereira

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