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sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Alone


Morar sozinha é a melhor experiência da vida. É ótimo chegar em casa e não ter que tirar o sapato para não fazer barulho. Comer o que se quer, a hora que se quer, do jeito que se quer. Dormir sem hora para acordar no final de semana. Fazer bagunça, ouvir som alto, falar com as paredes e ter a TV como sua única companhia. Morar sozinha é uma dádiva.

Claro que tem seus impencilhos... detesto arrumar a casa, mas faço. Odeio cozinhar, mas cozinho. Não gosto de lavar roupa, mas lavo. Ou seja: não sou uma mulher prendada, mas me viro muito bem.

Pagar aluguel é um grande negócio para quem se importa com liberdade e sossego. E eu me importo. Sou totalmente independente, dona do meu nariz arrebitado, cheia de convicções com a vida. Gosto de ser assim. Sozinha, mas não solitária. Convivo bem comigo mesma. Adoro minha companhia. E amo chegar em casa e não ter que contar para ninguém como foi o meu dia e o que eu vou fazer no dia seguinte.

Teve uma época que era legal dormir abraçados, acordar sorridente com o carinho de alguém. Hoje é totalmente dispensável. Detesto acordar com a cara inchada e o cabelo desarrumado e ainda ter que ficar sorrindo para namorado. Nem pensar. É cada um no seu canto. Esse negócio de dormir juntinhos, só no frio e olhe lá. De resto, é tudo muito prático. Eu nasci para morar sozinha. Preciso de espaço e, principalmente, de silêncio.

Morar sozinho é não dar satisfação para ninguém. É ser você o tempo inteiro, com qualidade e defeitos. É estar sob a vigilância constante de Deus. Porque só Ele sabe o que eu faço entre quatro paredes.

Janaina Pereira

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Algumas coisas que eu detesto em vocês


Eu não gosto, não gosto mesmo, que fiquem falando do meu sotaque. Aliás, eu não gosto que falem de mim. Nem bem, nem mal. Não gosto que queiram saber onde estou, o que estou fazendo, ou com quem estou saindo. Não gosto que fiquem esperando eu abrir a boca para falar que não sou mais carioca só porque meu sotaque não é mais tão carregado. Não gosto que gritem comigo, não gosto que coloquem o dedo no meu nariz, não gosto que me critiquem em público. Não gosto nem que me elogiem em público. Não gosto que, no auge da sinceridade, alguém resolva falar que eu deveria fazer isso ou aquilo. Não gosto que debochem de mim pelos cantos e depois me perguntem como sair de uma enrascada acadêmica. Não gosto que, nas entrelinhas, ataquem minha vida e depois corram atrás de mim pedindo ajuda para resolver... uma questão acadêmica.

Entre as coisas que mais detesto é que cuidem da minha vida, do que escrevo ou do que falo. Porque, até segunda ordem, quem paga minhas contas sou eu. Portanto, eu não devo satisfação nem da minha vida, nem do meu sotaque, nem das minhas palavras, nem dos meus textos, a absolutamente ninguém.


Janaina Pereira

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

E o Oscar vai para...


Os irmãos Coen foram as grandes estrelas da noite do Oscar 2008. Quem diria que os debochados roteiristas e diretores saíriam carregados de estatuetas douradas. Mas eles são merecedores. Não posso afirmar – ainda – se por "Onde os fracos não teem vez", ou se pelo conjunto da obra.

Claro que a Globo estragou a transmissão. Primeiro, porque começou a mostrar a festa muito tarde e perdemos a melhor parte – o desfile dos glamourosos vestidos longos pelo tapete vermelho. Entre as bizarrices ocorridas devido ao atraso, tivemos que ver o impecável Javier Bardem receber seu prêmio no intervalo do Big Brother! Lamentável. Segundo, porque os cometários sarcásticos de José Wilker e a empolgação insana da Maria Beltrão – que ainda não tinha saído do desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio tamanha sua alegria carnavalesca – davam sono. Wilker odeia o Oscar, é fato. Mas como a Globo não arruma ninguém melhor para falar um pouco do que se passa em Hollywood... vai ele mesmo.

Mas, voltando aos prêmios... nada foi mais emocionante do que a francesa Marion Cotliard recebendo seu prêmio de melhor atriz. Surpresa, Marion tremia e não sabia mesmo o que dizer. Avassalador. Um pouco menos emocionada, mas não menos surpresa, Tilda Swinton também ficou boquiaberta ao ganhar como coadjuvante. Entre os homens, Bardem e Daniel Day Lewis confirmaram o favoritismo e levaram a estatueta de coadjuvante e ator principal. Lewis, ao contrário do que se imaginava, não foi aplaudido de pé pelos colegas que estavam na platéia. Uma falta de classe, mas ele está além disso e mostrou toda sua elegância ao se curvar diante da "rainha" Helen Mirrenn.

O resto foi aquela coisa de sempre... músicas arrastadas, piadinhas infames e muito diamante, aquele que é mesmo o melhor amigo das mulheres... especialmente de Nicole Kidman, com seu colar de brilhantes que dava várias voltas. Poderosa. Os homens ocilaram entre smokings e ternos, com elegância e estilo. E nada como trazer Indiana Jones de volta às telas para ver Harrison Ford e seus cabelos brancos desfilarem pelo Kodak Theatre ao som da sua trilha sonora inesquecível.

Não posso deixar de comentar o festival de botox. Nicole Kidman, a campeã, está com a pele mas lisa que um bebê recém-nascido. Tom Hanks e John Travolta estavam gordos ou inchados? O medo de envelhecer naquelas bandas é tanto que fiquei admirada ao enxergar rugas na testa de Laura Linney. Palmas para o sempre eclético Johnny Depp e a insosa, mas chiquérrima, Hilary Swank. Feia, mas ajeitadinha, Hilary brilhou com o melhor longo da noite – e olha que era um pretinho quase básico, mas muito gracioso.

Para concluir, a 80ª edição do Oscar teve, como melhor frase da noite, o monossilábico Ethan Coen dizendo 'thank you' ao receber o prêmio de roteiro adaptado. E dizendo: 'não tenho muito a acrescentar do que disse antes' ao receber a estatueta de diretor. Hilário. Afinal, para que discursos longos se ele só faz cinema por diversão? O cinema é que deveria agradecer aos irmãos Coen pela grandeza de seu trabalho.


Melhor filme: "Onde os fracos não têm vez"

Melhor diretor: Ethan e Joel Coen ("Onde os fracos não têm vez")

Melhor ator: Daniel Day-Lewis ("Sangue negro")

Melhor atriz: Marion Cotillard ("Piaf - um hino ao amor")

Melhor ator coadjuvante: Javier Bardem ("Onde os fracos não têm vez")

Melhor atriz coadjuvante: Tilda Swinton ("Conduta de risco")

Melhor roteiro original: Diablo Cody ("Juno")

Melhor roteiro adaptado: Ethan e Joel Coen ("Onde os fracos não têm vez")

Melhor animação: "Ratatouille", de Brad Bird

Melhor documentário:"Taxi to the dark side", de Alex Gibney e Eva Orner

Melhor filme estrangeiro: "The counterfeiters", de Stefan Ruzowitzky (Áustria)

Melhor fotografia: "Sangue negro"


Melhor direção de arte: "Sweeney Todd - O barbeiro demoníaco da Rua Fleet"

Melhor edição: "O ultimato Bourne"

Melhor mixagem de som: "O ultimato Bourne"

Melhor edição de som: "O ultimato Bourne"

Melhores efeitos especiais: "A bússola de ouro"

Melhor maquiagem: "Piaf – Um hino ao amor"

Melhor figurino: "Elizabeth – A era de ouro"

Melhor canção original: "Falling slowly", de Glen Hansard e Marketa Irglova ("Once")

Melhor trilha sonora original: Dario Marianeli ("Desejo e reparação")

Melhor curta-metragem: "Le Mozart des pickpockets"

Melhor curta-metragem de animação: "Peter and the wolf"

Melhor documentário em curta-metragem: "Freehand"



Janaina Pereira

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Paixonite


Confesso que foi muito engraçado ver o querido Will entrar na sala de aula com uma camisa do Flamengo. Mas tinha que ser o Flamengo? Eu passei a minha infância aturando o Vinícius, meu primo, jogando na minha cara que o Flamengo era o melhor time do mundo. Eu via o Zico ganhar tudo e o Botafogo perder tudo. Um saco!

Eu sempre detestei o Flamengo. Aliás, homem flamenguista é carta fora do baralho. Imagina eu ter que acompanhar um flamenguista marrento em um jogo do Maracanã. Nem pensar. E todo flamenguista é chato. Fanático. Insuportavelmente convencido. Eu prefiro torcer para um time de São Paulo a torcer para o Flamengo.

Mas, voltando ao Will e sua camisa do Flamengo, ele e a querida Diana foram ao Rio assistir ao show da Cláudia Leitte. Eu não gosto dela, acho uma versão loira da Ivete Sangalo, que para mim é uma chata. Mas eu acho legal essas viagens-aventura. Eu já fiz isso, num passado distante. E nessas horas você acha que realmente está aproveitando a vida. E está.

Acho maravilhoso a descoberta do Rio pelos paulistanos. E fico muito orgulhosa de saber que as pessoas podem ver a minha cidade como um lugar legal para passar um final de semana. O Will não sabe como eu fiquei feliz ao ouvir ele dizer que adorava o Rio, em alto e bom som na nossa sala. Porque cada vez que eu ouço falar mal da minha cidade, parte meu coração. E quando eu ouço uma declaração de amor a ela, sinto-me muito agradecida por ter nascido lá.

Eu mudaria poucas coisas em minha vida. Certamente eu desejaria ter mais dinheiro, um cabelo menos desajeitado e um óculos de sol Gucci. Mas se há uma coisa que eu agradeço a Deus, todos os dias, é ter nascido no Rio de Janeiro. E não me sinto culpada por ter saído de lá. Porque foi exatamente por isso que me tornei uma pessoa melhor. E pude conhecer paulistanos que nem sonhavam com o Rio, e hoje sabem o quanto minha cidade é maravilhosa. De verdade.


Janaina Pereira

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Em série


Quase não acreditei quando vi o primeiro episódio da segunda temporada de "Sobrenatural" no SBT. Depois de pular na programação da madrugada de terça para sexta, e estacionar nas madrugadas de sábado, a série foi reprisado nada menos que três vezes. Mas agora vai: Dean e Sam continuam a jornada e os dois primeiros episódios da temporada foram muito legais.

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Enquanto isso, a sexta temporada de "24 horas" segue nas madrugadas globais. Confesso que não estou gostando muito, mas Jack Bauer é meu herói, sempre. O sexto dia mais difícil de Jack está chegando ao fim e ano que vem não teremos temporada nova na tv aberta, graças a greve dos roteiristas. Não vejo a hora de saber o que vão reservar para o sétimo dia complicado de nosso bravo guerreiro.

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Já a Record, depois de insistir em repetir a segunda temporada de CSI, sumiu com CSI Miami da programação e jogou Heroes para escanteio. Depois não sabem porque não tem audiência.

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Infelizmente não vai dar para acompanhar a terceira temporada de Lost. Eu preciso dormir, né?


Janaina Pereira

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Sétimo céu


Vai começar tudo de novo. Já começou. Grava, desgrava, lauda, pauta, sonora, ao vivo, stress. Eu gosto muito, muito mesmo de fazer rádio, mas não vamos exagerar, não é? Todo mundo sempre disse que este ano a faculdade seria absurdamente insana graças aos produtos do sétimo semestre e o TCC. Mas eu ainda duvido que tanto terrorismo vai se tornar real.

Primeiramente, o TCC não é nenhuma Brastemp. E eu não acho que os produtos vão ser aquilo que sonhamos porque não dá tempo. Mas não quero fazer resumo e fichamento de livro, nem imprimir revista, muito menos imaginar que farei um hot site que não vai ficar do jeito que eu gostaria.

Então, já que não dá para fazer o que eu quero, vou fazer o que dá. Não tenho tempo para me estressar. Só quero que esse ano acabe logo para dar um ponto final nessa história.


Janaina Pereira

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Olhos nos olhos


Estou tão cansada de falsas promessas.
Falsas alegrias.
Falsas intenções.
O barato sai caro, sempre.
O que parece ser, não é.
A vida parece tão frágil... ou sou eu que sou forte demais.


Janaina Pereira

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Fome


Finalmente consegui uns quilinhos a mais. Deve ser a quantidade absurda de porcarias que ando comendo. Adoro. Acabei de comer um McChiken, batatas fritas, guaraná e uma torta de maçã. Mais tarde vou comer uma de banana, enquanto vejo a prova do líder do BBB - sim, eu assisto BBB.

Adoro comer bobagens, coisinhas como amendoim, chocolate, bolo de cenoura com cobertura de chocolate, torta de frango... mas também sinto falta de arroz com feijão. Comer, para mim, é uma das três melhores coisas da vida. As outras duas eu deixo para a sua imaginação.

Um dos problemas de comer Mcdonald´s é que, duas horas depois, já estou com fome.

Ops, vou nessa 'beliscar' alguma coisa.


Janaina Pereira

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Sete


Dizem que a cada sete anos, um ciclo se fecha. Então lá se vão sete anos de São Paulo. Nem eu acredito que já faz tanto tempo. Se há uma coisa que posso me orgulhar é que neste período, entre indas e vindas, algumas pessoas ficaram presentes. E serão eternas.

Alguns dos meus melhores amigos do Rio continuam sendo ... meus melhores amigos. A gente se fala pouco, eles estão espalhados pelo mundo, mas se fazem presente sempre. Nas últimas semanas, ninguém foi mais importante para mim do que a Luíza e a Giovanna, e estamos a quilômetros de distância. As pessoas que fizeram parte da minha vida lá, continuam fazendo parte da minha vida mesmo eu morando aqui. E isso é importante demais para mim, saber que não fui esquecida – porque esquecê-los é impossível.

Já aqui em Sampa, cidade esquisita, de gente que vive correndo e sem tempo para nada, falta oportunidade para encontrar as pessoas. No entanto, sobram pessoas para eu encontrar. A cada dia sofro mais por saber que, na hora de partir, deixarei tanta gente maravilhosa para trás. Sim, porque a partida é inevitável, e algum dia eu vou embora – ou não, vai saber. Mas o importante são as pessoas que abriram suas casas, suas vidas e seus corações para me acolher. São elas que fazem os dias que vivo aqui, suportáveis. São elas que não me deixam só. São elas que me fazem acreditar que valeu a pena todos os sacrifícios.

Um dia eu cheguei nesta cidade e não tinha ninguém para enxugar minhas lágrimas ou dividir meus sorrisos. Hoje eu estou aqui para enxugar as lágrimas de todas as pessoas queridas que encontrei, e sorrir com cada uma delas. Porque os amigos que conquistei em Sampa são a razão pela qual ainda estou aqui.



Janaina`Pereira

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