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quinta-feira, novembro 29, 2007

Ser ou não ser


Eu acho totalmente desnecessário fazer provas, mas já que as escolas e faculdades insistem, vamos lá. Primeiro, porque prova não prova nada. Metade das notas 10 que já tirei eu nem lembro mais do que se tratava. A gente acaba decorando muitas coisas e fica por isso mesmo. No dia seguinte, nova prova, outros decorebas e pronto, menos um aprendizado na vida.

A grande maioria cola, o que só piora as coisas. Prova com consulta é ridículo. Melhor não ter prova. Os trabalhos são sempre mais interessantes. Até podemos aprender algo com eles. Mas no final pouca coisa fica.

Na faculdade não é diferente. Muita falação e pouca prática, argumentações pouco convincentes e um desespero para conseguir a famosa média global da Uninove. Um lixo. Isso sem falar no despreparo das pessoas para estarem ali – dos dois lados da sala, diga-se de passagem, porque isso serve tanto para quem está em cima do tablado quanto para quem está de olho nele.

Eu fico muito feliz quando percebo que aprendi algo, quando reconheço na vida o que veio do universo acadêmico. Porque é isso que justifica eu estudar. Eu gosto, de fato, de estudar, e acho que aprender é uma dádiva. Sei que a maioria das pessoas acha ridículo eu, uma mulher de mais de 30 anos, que veio de outra cidade, ir à faculdade todos os dias, prestar atenção nas aulas, tirar boas notas. E eu acho que a grande maioria poderia estar gastando o dinheiro de seus pais em outras coisas mais úteis.

Eu sempre estudei em escola particular, e meus pais se sacrificaram muito para eu concluir os estudos. Eles nunca me obrigaram a tirar boas notas, mas uma coisa sempre foi clara: se eles pagavam pela escola, eu deveria fazer jus a isso. Ou seja, eu sabia o quanto eles se esforçavam por mim, abdicando de muitas coisas a meu favor. E eu retribuia sendo boa aluna, com muito orgulho.

Hoje não é diferente. Eu sei o quanto dói no meu bolso pagar a faculdade. Quantas coisas eu deixei de fazer – inclusive algumas viagens que tive que abrir mão, sem ver minha mãe, para pagar a faculdade. Por isso eu faço valer cada centavo, porque eu não estou comprando um diploma. Eu estou adquirindo conhecimento. Aliás, não deveríamos pagar para isso. Mas aí é outra história.

No fim, eu não fico chateada se vou mal numa prova, ou feliz se vou bem. Eu fico é revoltada quando vejo que pareço uma idiota porque estudo. Porque quem deseja aprender é ridicularizado. Porque ir para a faculdade é coisa de quem não tem o que fazer.

Pois é. Inversão total de valores. Não deixo de tomar cerveja, nem de dançar, nem de namorar, ou de me divertir só porque gosto de estudar. Isso não faz de mim alguém melhor do que ninguém. Mas faz de mim uma pessoa que realmente pensa.


Janaina Pereira

segunda-feira, novembro 26, 2007

Unplugged


Quando eu achava que tudo ia se acalmar... lá vem o turbilhão de novo. Não tenho descanso. É um stress daqui, outro de lá... e eu tendo piripaques no meio. Não agüento mais tanta novidade. As raras boas notícias chegam acompanhadas de preocupações. Eu não sei bem o que fazer, nem o que falar, então me refugio no silêncio do meu lar e me desligo do mundo.

Mais um ano chega ao fim, mas os dias que faltam trarão respostas para algumas inquietações. Tenho medo do que vem pela frente, mas não posso mudar o que está escrito.

Maktub.

No final, tudo dá certo. Mas eu não queria que o fim da história fosse assim.



Janaina Pereira

sexta-feira, novembro 23, 2007

Partir, chegar

Eu queria que meus amigos nunca sentissem dor
Nunca chorassem
Nunca sentissem medo
Nunca sofressem
Nunca sentissem solidão
Nunca mudassem
Nunca sentissem desespero

Eu queria que meus amigos nunca perdessem a fé
Nunca perdessem a vontade de viver
Nunca perdessem a alegria
Nunca perdessem a ousadia
Nunca perdessem a esperança

Eu queria que meus amigos fossem sempre felizes
Amados
Respeitados
Elogiados

Eu queria que meus amigos estivessem sempre por perto
Sempre presentes
Sempre ao meu lado

Eu queria que a amizade fosse para sempre
Eu queria que meus amigos nunca partissem.


Janaina Pereira

quarta-feira, novembro 21, 2007

Meu pé direito


Há tantos problemas de saúde me cercando, que penso sempre como é um privilégio poder descobrir as doenças e tratá-las antecipadamente. Tenho me divertido entre exames, cirurgias, e todos os tipos de chatices que meu corpo pode ter.

Por exemplo: quando eu iria saber que meu calcanhar direito é menor que o esquerdo? Pois é, meu corpo cheio de pequeninos defeitos, o que torna uma pessoa imperfeita. Isso me deixa feliz, porque sempre odiei perfeições e nunca quis ser certinha. Então agora me descobri uma pessoa torta!

As dores irritantes no pé não são piores que os dentes trincados pelo stress, o maxilar dolorido e a boca completamente rachada, que me fazem usar um aparelho para dormir. Mas o sacrifício vale a pena, afinal, gosto de comer, e para comer, preciso da minha boca e dos meus dentes no lugar. Bem pior é ter que usar palmilha e tênis, coisas que detesto, e abrir mão de minhas rasteirinhas.

Existem os problemas nos olhos, esses sim, uma grande descoberta. Incrível reconstituir a retina, controlar a pressão do globo ocular e ainda continuar míope! Adoro frequentar o hospital e já não me incomodo em dilatar as pupilas, ato que me deixa com pouca visão, e mostra que sou extremamente habilidosa com meus outros sentidos.

E os milhares de problemas internos? Seres que habitam meu corpo sem minha permissão, que talvez nunca sejam retirados de mim, que estão ali só para dizer "garota, você se estressou demais nessa vida, agora... ature!"

Eu nunca quis escrever sobre doenças porque acho isso tudo muito pessoal, mas, quando uma amiga me disse que esse ano eu tive muitos problemas de saúde - e eu pensei, nossa, não tive não! - me dei conta que passo por isso sem maiores tormentos. Claro, no começo assusta, mas depois eu apenas faço o que tem que ser feito: cuido muito da minha saúde, porque da minha vida já tem um bando de gente tomando conta.


Janaina Pereira

quinta-feira, novembro 15, 2007

Feriadão & cinema


Seis dias de descanso é para quem pode. Eu não posso, mas nem por isso deixarei de dar dicas de filmes para quem vai dar um descanso para os pés. Bom feriadão!


1 – MACHUCA - Chile, 1973. Gonzalo Infante (Matías Quer) e Pedro Machuca (Ariel Mateluna) são dois garotos de 11 anos que vivem em Santiago. O primeiro, numa bela casa situada num bairro de classe média. O segundo, num humilde povoado ilegal instalado a poucos metros de distância da escola. Dois mundos separados por uma muralha invisível que alguns sonham em derrubar na intenção de construir uma sociedade mais justa, como o padre McEnroe (Ernesto Malbran), diretor de um colégio particular de elite onde Gonzalo estuda. Em meio à política instalada por Salvador Allende no país, o diretor decide fazer uma integração entre estes dois universos, abrindo as portas do colégio para os filhos das famílias do povoado. É assim que Machuca vai parar na mesma sala de Gonzalo, ponto de partida para uma amizade cheia de descobertas e surpresas, que acontece paralelamente ao clima de enfrentamento que vive a sociedade chilena na violenta transição de Allende para Pinochet. Dirigido por Andrés Wood.


2 – CAMILLE CLAUDEL - Paris, 1885. A jovem escultora Camille Claudel (Isabela Adjani) entra em conflito com sua família burguesa ao tornar-se aprendiz e, depois, assistente do famoso Auguste Rodin (Gerard Depardieu). Quando ela se transforma em amante do mestre (que já é casado), cai em desgraça junto à sociedade parisiense, embora tenha amigos do porte do compositor Claude Debussy. Depois de quinze anos de tortuoso relacionamento com Rodin, Camille rompe o romance e mergulha cada vez mais na solidão e na loucura. Por iniciativa de seu irmão mais novo, o escritor Paul Claudel, é internada em 1912 num manicômio. O filme, de Bruno Nuytten, atribui a ela a autoria da mais famosa obra de Rodin, O Pensador.


3 – DIA DE TREINAMENTO – Los Angeles, 2001. O jovem policial Hoyt (Ethan Hawke) quer entrar para o departamento de narcóticos da LAPD (polícia de Los Angeles) e tem que passar por um "dia de treinamento"; avaliação feita pelas mãos de um policial corrupto do departamento, Alonzo (Denzel Washington, vencedor do Oscar de melhor ator por esse papel). Dirigido por Antoine Fuqua.


4 – SERÁ QUE ELE É? – Alabama, 1997. Cameron Drake (Matt Dillon), vencedor do Oscar de melhor ator, ao fazer seu agradecimento ressalta a importância de Howard Brackett (Kevin Kline, hilário), seu professor de literatura inglesa, que é gay. Nem o mestre sabia disto e muito menos poderia imaginar como sua vida seria totalmente modificada a partir deste momento, quando sua sexualidade passa a ser questionada, principalmente por Emily Montgomery (Joan Cusack), sua noiva e até mesmo por Berniece (a veterana Debbie Renolds) e Frank (Wilford Brimley), seus pais. Comédia despretensiosa dirigida por Frank Oz, com participações de Whoopi Goldberg e Glenn Close como elas mesmas.


5 – O BOM PASTOR – EUA, 1939. Desde sua trágica infância, Edward Bell Wilson (Matt Damon, impecável) aprendeu a ser discreto e ter compromisso com a honra. Aluno da Universidade de Yale, é recrutado para participar da sociedade secreta Skull and Bones, uma fraternidade voltada para desenvolver futuros líderes mundiais. Sua mente afiada, a reputação irretocável e sua crença nos valores americanos o tornaram o candidato ideal para uma carreira na Inteligência. Com isso Edward é selecionado para integrar o Escritório de Serviços Estratégicos (OSS), durante a 2ª Guerra Mundial. Neste período Edward e seus companheiros trabalham na criação da CIA, uma organização em que a duplicidade é uma exigência e que nada aparenta ser o que realmente é. O filme acompanha a trajetória de Edward Bell Wilson, com idas e vindas no tempo. O personagem é parcialmente baseado em James Jesus Angelton, que fundou o setor de operações de contra-inteligência da CIA. Dirigido por Robert de Niro, conta com grandes estrelas no elenco como o próprio de Niro, Angelina Jolie, Alec Baldwin, John Turturro, Joe Pesci e Willian Hurt.


Janaina Pereira

quarta-feira, novembro 14, 2007

Será que é disso que eu necessito?



As pessoas não aprendem que, para conseguirem o que desejam, não precisar humilhar, maltratar ou menosprezar os outros. Não precisam gritar, posar de arrogante ou tentar persuadir alguém. Não precisam parecer o que não são.

Depois ninguém sabe porque sofre, tem problemas graves, vive em conflitos. É incrível como as pessoas não olham para sua vida e percebem que elas mesmas causaram todos os transtornos.

Eu já nem ligo mais para as confusões, onde quer que elas apareçam, porque não tenho mais idade para isso. Não vim ao mundo a passeio, e assim como todos já foram dessa para uma pior, o presente vai se tornar passado, em breve.

A vida é assim. Nada é para sempre. Nem mesmo a falta de educação e a presunção dos outros. Um dia a gente se livra dos inconvenientes, e aparecem novos desafetos para atormentar. O negócio é deixar o barco correr e, ao primeiro grito, baixar a voz.

Como diria Dirty Harry: Go ahead, make my day.



Janaina Pereira

sábado, novembro 10, 2007

Pílulas



Esqueci de incluir na votação do texto anterior 'porcarias para comer na
praia'. Justo a praia, meu lugar preferido no mundo...

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Já estou sentindo o cheiro das rabanadas... mais um ano chegando ao fim. Ainda
bem. 2007 foi bom enquanto durou.

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É necessário diferenciar solidariedade de oportunismo. Muita gente finge ter
uma atitude solidária, quando, na verdade, só quer aproveitar a oportunidade
para tirar algum proveito da situação. Nem que seja aparecer como uma
pessoa ... solidária!

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Idealismo não é apenas tentar mudar o mundo. Comece mudando seu pequeno
universo e seja um idealista de verdade. Lute por causas ao seu redor como o
preconceito na sua família, a falta de caráter no seu trabalho, a arrogância
na sua escola... comece a mudar o mundo... mudando o seu mundinho.

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Há sempre um lugar medíocre que acolhe... pessoas medíocres!



Janaina Pereira

quarta-feira, novembro 07, 2007

Porcarias

Adoro comer besteiras. Então resolvi fazer uma lista de guloseimas para comer
nas horas mais inusitadas. Mas vamos ser democráticos: quero a opinião de
todos os meus queridos leitores. Mande suas sugestões até 17/11 e as melhores
dicas estarão num próximo texto do blog.

Porcarias para se comer na sala de aula

Porcarias para se comer no ônibus

Porcarias para se comer no ponto de ônibus

Porcarias para se comer vendo TV

Porcarias para se comer no cinema

Porcarias para se comer no trabalho

Porcarias para se comer no shopping

Porcarias para se comer no estádio ou no ginásio

Porcarias para se comer no computador

Porcarias para se comer na fila

Porcarias para se comer no engarrafamento


Deixe suas sugestões e aguarde o resultado!


Janaina Pereira

quinta-feira, novembro 01, 2007

Palavras e palavrões

Dizem que você fez, mas você não fez.
Que você falou, mas você não falou.
Que você sabia, mas você não sabia.
Que você armou, mas você não armou.
Que você aprontou, mas você não aprontou.

Dizem tanta coisa. Dizem até que provam. Mas não provam nada. Não sabem nada. Falam por falar. Para caluniar e difamar.

Dizem que você é.
Mas você não é.

Cuidado com o que se diz por aí.
Palavras ditas ao vento sem fundamento... causam danos. Causam transtornos. Causam.

Definitivamente, o problema do homem e da mulher não é o que entra pela boca.
É o que sai da boca: as palavras.


Janaina Pereira

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