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segunda-feira, julho 31, 2006

O que é, o que não pode ser e o que não é


Assisti “O retrato de Dorian Gray”, peça baseada no famoso livro de Oscar Wilde, um dos meus escritores preferidos. A fulminante carreira literária de Wilde foi interrompida por um processo judicial por causa de sua homossexualidade. Mas isso não impediu que ele se tornasse um dos maiores escritores do século XIX e referência até hoje. O livro “O retrato de Dorian Gray”, que causou escândalo na Inglaterra vitoriana em 1890, quando foi lançado, é sua obra-prima. Adaptado diversas vezes para o teatro e cinema, ganhou uma versão voltada para o público jovem, em cartaz no Teatro Popular do Sesi em São Paulo.

Na atual montagem paulistana se destacam a trilha sonora, assinada por Gustavo Kurlat e tocada ao vivo pelos músicos Gabriel Levy e Ana Elisa Colomar, que mistura música erudita e canções de Tom Jobim, Nirvana, Metallica e Björk, e os recursos multimídia, como projeção de imagens criadas pelo cineasta e VJ Thiago Taboada, além das interferências sonoras eletrônicas executadas ao vivo pelo DJ Nivaldo Junior e um cenário com forte influência expressionista.

Adaptada por Marcos Damigo (que também interpreta o Dorian Gray do título) e dirigida por Débora Dubois, a peça conta a história do jovem Dorian, que tem seu retrato pintado pelo artista Basil Hallward. Por algum estranho e inexplicável motivo, a figura do quadro envelhece, enquanto o próprio Dorian permanece jovem. Diante da possibilidade de aproveitar, impunemente, dos prazeres da vida, o personagem busca uma existência livre de sofrimento. Mas isso vai trazer sérias conseqüências.

O espetáculo mostra a atualidade do texto de Oscar Wilde, escrito há mais de cem anos, confrontando a juventude e o envelhecimento, a moral e o prazer, o crime e o castigo.
No mundo de hoje, em que os padrões estéticos e valores materiais predominam, a obsessão de Dorian Gray pela juventude é absolutamente real. Por isso, “O retrato de Dorian Gray” é uma reflexão sobre o que somos e o que parecemos ser.


O Retrato de Dorian Gray
Sábados e domingos às 16h. Até 13/8.
Teatro Popular do Sesi (Avenida Paulista, 1313)
Entrada franca (a bilheteria abre três horas antes do início de cada sessão e distribui um ingresso por pessoa.)


Janaina Pereira

domingo, julho 30, 2006

O poeta está vivo


Minha primeira experiência no mundo escrito, após as redações do colégio e o concurso de redação sobre o folclore que eu perdi em 1984 (quando eu tinha dez anos), foi com a poesia. Escrevi a primeira justamente aos dez anos, após perder o concurso e me dar conta que meus textos eram ruins. Mas as poesias eram legais. Guardo até hoje as mais de duzentas que escrevi, ativamente, durante quinze anos. Muita coisa amarga, ácida, violenta... mas muita doçura também. Hoje raramente escrevo poesia, mas ainda preservo minha alma de poetisa.

A paixão pelos poetas começou cedinho. Minha avó bem que tentou me convencer que o Drummond era o melhor poeta do mundo. Aos 12 anos, ganhei “A Rosa do Povo”, e, embora desde então goste do poeta mineiro, eu sempre morri de amores pelo Mário Quintana. Ao longo dos anos, ele e Walt Whitman viraram minhas referências. E hoje, dia em que Quintana completaria cem anos de vida, deixo aqui um poema dele. Porque este gaúcho solteirão e ranzinza sempre disse o que eu queria gritar para o mundo... TODOS ESSE QUE AÍ ESTÃO, ATRAVANCANDO O MEU CAMINHO, ELES PASSARÃO... E EU PASSARINHO.

Grande Quintana! É em homenagem a ele o meu post de número 500.



Bilhete

(Mário Quintana)


Se tu me amas,
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho,
amada,
que a vida é breve,
e o amor
mais breve ainda.

sexta-feira, julho 28, 2006

Saldo das férias – Parte I


Entre os mais de vinte filmes que vi e revi nestas férias, selecionei alguns que valem a pena conferir. Prepare-se: cinco das dez indicações são produções em preto e branco. Se você não viu esses filmes, eles merecem a locação. Mas se já viu, pode ver de novo sem contra-indicações.


1 – O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ – a obra-prima sobre paixão, crime e castigo escrita pelos irmãos Joel e Ethan Coen. Nos anos 40, Ed Crane (Billy Bob Thornton, em atuação excepcional) é um barbeiro infeliz, que vive com sua esposa Doris (Frances McDormand). Ao descobrir a traição da mulher, Ed passa a planejar uma trama de chantagem, mas seu plano engenhoso revela segredos obscuros. Indicado ao Oscar de melhor fotografia e produzido em preto e branco, o que proporciona uma grandiosidade poucas vezes vista num filme. O roteiro é brilhante, repleto de reviravoltas, e isso faz a história ser fascinante. Atores em interpretações memoráveis e a impecável direção de Joel Coen (“Fargo”) fazem desta produção uma das melhores do início do século XXI. Imperdível.


2 – O TIGRE E O DRAGÃO – mais um filme com a marca genial de Ang Lee (“O segredo de Brokeback Mountain”) e primeiro trabalho do diretor com artes marciais. A história de duas mulheres (Michelle Yeoh e Zhang Ziyi), exímias lutadoras, cujos destinos se tocam em meio à Dinastia Ching. Uma tenta se ver livre do constrangimento imposto pela sociedade local, mesmo que isso a obrigue a deixar uma vida aristocrática. A outra, em sua cruzada de honra e justiça, apenas descobre as conseqüências do amor tarde demais. O destino conduzirá essas mulheres a uma violenta e surpreendente jornada, que irá forçá-las a fazer uma escolha que poderá mudar suas vidas. Ganhou quatro Oscars: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora. Recebeu ainda outras seis indicações. É totalmente falado em mandarim e além da trama de amor, respeito e honra, destaca-se o figurino, a fotografia, a direção de arte e as cenas de luta, coreografadas com perfeição. Um filme belo, forte e arrebatador.


3 – TÃO LONGE, TÃO PERTO – o poético filme do diretor alemão Win Wenders (“Paris, Texas”) é uma das melhores produções dos anos 90. Vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes em 1993. O roteiro, original e denso, conta a história de um anjo (o ótimo Otto Sanders) que ousa cruzar a linha, chegando à cidade de Berlim passando pela dura realidade do pós-Guerra Fria. Ele acaba engajado em um combate fatal para proteger os mortais que ama. O elenco tem ainda Natassja Kinski, Willen Dafoe, Peter Falk, Bruno Ganz e Mickail Gorbatchev – ele mesmo, o ex-presidente da URSS. Destaque para a trilha sonora com músicas de Lou Reed (que faz uma participação no filme) e U2 (a belíssima “Stay – So faraway, so close”). A fotografia, alternando o preto e branco (nas cenas com o olhar dos anjos) e o colorido (nas cenas dos mortais) é um show à parte. O sucesso deste filme rendeu uma versão americana, “Cidade dos Anjos”, com Nicholas Cage e Meg Ryan, que não chega aos pés da dramaticidade, ternura e força do original.


4 – A MONTANHA DOS SETE ABUTRES – clássico noir de Billy Wilder (“Crepúsculo dos Deuses” e “Quanto mais quente melhor”) e filme obrigatório para discussões sobre ética. Em Albuquerque, Novo México, o veterano repórter Charles Tatum (Kirk Douglas, em atuação espetacular) está entediado em busca de uma grande matéria. Por acaso, ele descobre que um homem, Leo Minosa (Richard Benedict), ficou preso em uma mina quando procurava por "relíquias indígenas”. Tatum transforma o resgate de Leo em um assunto nacional, atraindo milhares de curiosos, cinegrafistas de noticiários e comentaristas de rádio, e as conseqüências de seus atos são surpreendentes. Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro e ganhou o Prêmio Internacional, no Festival de Veneza, em 1951. Filmado em preto e branco.Wilder se inspirou na história real de Floyd Collins, que ficou preso em uma montanha, para fazer uma crítica a chamada imprensa marrom.


5 – TRAMA MACABRA – o último filme dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock, em 1976. A falsa médium Madame Blanche (Barbara Harris) e seu namorado taxista George (Bruce Dern) tentam roubar o dinheiro da velhinha Julia Rainbird (Cathleen Nesbitt), dizendo que podem se comunicar com seu falecido sobrinho. Mas, como num clássico filme de Hitchcock, nem tudo é o que parece. O mestre do suspense deixa sua marca no roteiro, que reserva uma surpresa para o final.


6 - O QUARTO PODER – raro filme de Costa-Gravas (“Missing – Desaparecido”) sem conotação política. Dessa vez, o diretor grego discute os valores do jornalismo. Ao realizar uma matéria em um museu de Madeline, na Califórnia, o repórter Max Brackett (Dustin Hoffman), se depara com o ex-funcionário Sam Baily (John Travolta) que pede seu emprego de volta à diretora do local e, acidentalmente, dispara um tiro. O jornalista decide então aproveitar a chance para conseguir cobertura exclusiva do caso e retornar à fama. Manipulação da imprensa, a busca pela audiência a qualquer preço e a idéia de que a verdade não é tão importante assim são alguns dos temas abordados pelo filme. O título em português é uma alusão a força da mídia, considerada justamente o quarto poder.


7 - O HOMEM QUE COPIAVA - André (Lázaro Ramos) é um jovem de 20 anos que trabalha numa fotocopiadora em Porto Alegre. Ele mora com a mãe e tem uma vida comum, basicamente vivendo de casa para o trabalho e realizando sempre as mesmas atividades. Um dia André se apaixona por Sílvia (Leandra Leal), uma vizinha, a qual passa a observar com os binóculos em seu quarto. Decidido a conhecê-la melhor, André descobre que ela trabalha em uma loja de roupas e, para conseguir uma aproximação, tenta de todas as formas conseguir R$38 ,00 para comprar um suposto presente para sua mãe. Roteiro esperto e mais um excelente filme de Jorge Furtado (“Ilha das Flores”).


8 - A SANGUE FRIO – adaptação de um dos melhores livros de todos os tempos, “A cold blood”,de Truman Capote – que foi escrito a partir de uma história real. Dois ex-condenados, Perry (Robert Blake) e Dick (Scott Wilson), invadem a casa de um fazendeiro na intenção de roubar um cofre que na verdade não existe. Sem querer deixar testemunhas, eles matam o fazendeiro e sua família. Tem início então uma busca para prendê-los. Dirigido e adaptado por Richard Brooks em 1967. Originalmente em preto e branco.


9 - MELHOR É IMPOSSÍVEL – em Nova York, um escritor grosseiro e sarcástico (Jack Nicholson) tem como alvos principais um artista gay (Greg Kinnear), que é seu vizinho, e uma garçonete (Helen Hunt) que enfrenta problemas por ser mãe solteira e ter que se desdobrar para cuidar de seu filho, que tem asma crônica. Mas o destino vai fazer com que eles fiquem muito mais próximos do que poderiam imaginar. Divertida história dirigida por James L. Brooks (“Laços de ternura”) com grandes momentos, graças ao elenco afinado. Vencedor de dois Oscar: melhor ator para Nicholson e melhor atriz para Hunt.


10 – OS INOCENTES – conto gótico de 1961, adaptado da novela “A volta do parafuso” de Henry James. Originalmente em preto e branco, com fotografia e direção de arte primorosas, é dirigido por Jack Clayton e estrelado pela diva Débora Kerr. Jovem governanta (Kerr) aceita cuidar de um casal de crianças órfãs de aparência angelical, que parecem esconder uma força terrivelmente maléfica. Considerado um dos mais assustadores longas-metragens de todos os tempos, é a fonte de inspiração de vários filmes de terror e suspense, como, por exemplo, o recente “Os outros”.


Janaina Pereira

quarta-feira, julho 26, 2006

É a vida


(para ler ouvindo "Stand by me", com John Lennon)


A vida é curiosa. Cheia de surpresas. Pessoas que vão e que vem, que mentem, que desmoralizam, que mudam o rumo mas não calam a boca. Gente de toda parte. Gente que não parte.

A vida é repleta de gente curiosa. Gente que fala demais, e fala sem saber o que está falando. Gente que não sabe de nada, mas acredita que sabe de tudo. Gente que não se basta, e precisa importunar os outros para continuar se divertindo com a tristeza alheia.

Mas a vida é curiosidade plena. E de onde menos se espera vem apoio, conforto, palavras de afeto. Vem gente que se importa, gente que ama sem esperar nada em troca. Gente de verdade. Gente que não julga. Gente que sabe reconhecer almas e não apenas corpos.

A vida é assim. Gente que passa. Gente que fica. Que fica para sempre. Gente que mora no meu coração, aquele órgão que já foi tão machucado, e que mesmo sangrando, acolhe meus amigos leais. E a lealdade sempre foi o pilar das verdadeiras amizades.


Janaina Pereira

terça-feira, julho 25, 2006

Pílulas


Finalmente mais uma tatuagem ganhou forma no meu corpo. Acho que já estou acostumando, depois de tantas... dor passageira, curativo simples e os músculos já nem sentem mais. O melhor nisso tudo é que eu faço tatuagem e nunca vejo minha pele sangrar. Cicatrização plena e meu pergaminho está quase completo.

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Começa nesta quarta o Anima Mundo 2006, versão São Paulo. Depois de mais uma edição de sucesso no Rio, os paulistanos vão poder conferir o melhor do fascinante mundo da animação. Horários e outras informações no site www.animamundi.com.br


14º Anima Mundi

Edição São Paulo
Quando:de 26 a 30 de julho
Onde: salas 1, 2 e 3 do Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade 664, Barra Funda)
Quanto: entre R$ 2 e R$ 6, além de sessões com entrada franca


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Uma das companhias de dança mais famosas do mundo chega a São Paulo. David Parsons Company estará no palco do Credicard Hall nos dias 28 e 29. Imperdível.


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Dunga é o novo técnico da seleção brasileira de futebol. Efeito Klinsmann: jogador campeão do mundo, mas sem experiência como técnico, para tirar a equipe nacional da lama. Vamos ver no que dá. Gosto do Dunga. Tem raça, grita mesmo, não faz pose. Tomara que dê certo.


Janaina Pereira

segunda-feira, julho 24, 2006

Complexo de Narciso


Tem gente que prefere cópias. Os clones estão por aí, fazendo a festa. Pessoas falsamente inteligentes, que fazem aquela cara de conteúdo. Acham que sabem muito, acham que sabem tudo. Fingem ser o que não são. Vivem num mundo em que elas sobem ao palco e todos em volta aplaudem. Aplaudem sorrisos, afetos e carinhos falsamente planejados. Pura manipulação. É certo que cada um tem a companhia que merece, disso eu não tenho a menor dúvida.

Eu prefiro errar a fingir que sou perfeita. Prefiro gritar a fingir falsa educação. Ninguém é polido sempre. Ninguém se contém 24 horas por dia. Eu desço do salto se for necessário e não faço papel de santa. Não sou sonsa. Antes de tudo sou um ser humano. E meus sentimentos, quando cruelmente atingidos, merecem ser cicatrizados com todo respeito.

É por essas e outras que eu cheguei até aqui sem precisar ser uma cara bonita querendo sair do meio da multidão. Sem precisar de artifícios. Sem usar máscaras. É por tudo isso que mais um ciclo se fecha e outro começa com a mesma força de antes. Porque eu ainda acho que as pessoas podem se enganar, e até enganar o mundo inteiro por muito tempo. Mas nunca o tempo todo.

Acho que a frase que nunca vou esquecer é que é muito mais fácil lidar com pessoas bonitas do que com pessoas inteligentes. Pessoas bonitas vivem em seus mundos artificiais. Pessoas inteligentes sabem o que querem, o que fazem, quando erram e quando acertam. Pessoas inteligentes, acima de tudo, pensam. Pensar é uam arte. Usar o cérebro não é para qualquer um.

A inteligência é um afrodisíaco. Pena que alguns vivam a ilusão da beleza eterna, como se pudessem sempre enganar com falsos sorrisos e elegância ímpar. Complexo de Narciso. Vão morrer enforcados naquela corda que está lá, já faz algum tempo, esperando para enforcá-los.


Janaina Pereira

domingo, julho 23, 2006

Ser ou não ser


Assisti “Transamérica”, um road movie marcante, forte e sensível. Muito bem escrito e dirigido pelo novato Duncan Tucker, que desponta como uma promessa do cinema contemporâneo em seu primeiro longa-metragem, o filme também chama a atenção pelo desempenho arrebatador da protagonista, a atriz Felicity Huffman, no papel de um transexual. Felicity perdeu o Oscar deste ano para a chatinha Reese Whiterspoon, mas ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Dramática – entre outros prêmios – graças à sua brilhante atuação, numa impressionante transformação física para o papel.

A história gira em torno de Bree (Felicity Huffman), um transexual que já passou por uma série de tratamentos estéticos e hormonais para transformar seu corpo. Ele está prestes a fazer a operação que vai lhe transformar, definitivamente, em mulher. Mas um telefonema muda sua vida: um rapaz procura Stanley, o homem que Bree costumava ser antes de passar por sua transformação sexual. O rapaz, no caso, é Toby (Kevin Zegers), filho de Stanley/Bree, nascido após a única relação com uma mulher que o transexual teve, durante a faculdade. Hoje com 17 anos, o menino, cuja mãe cometeu suicídio alguns anos antes, mora em Nova York e é para lá que Bree viaja para encontrá-lo. Mas não tem coragem de contar quem realmente é. Ambos querem chegar a Los Angeles: Bree para fazer a cirurgia, Toby para tornar-se ator profissional. Assim, eles partem de carro em busca de seus objetivos.

”Transamérica” é baseado em personagens fortes, a começar pela própria protagonista. Felicity Huffman constrói uma Bree densa, divertida e extremamente carismática, num trabalho estético e vocal impressionante. Ela interpreta com suavidade um homem que não aceita seu próprio corpo, mas mesmo quando está num corpo de mulher não sabe o que fazer com ele. Também vale destacar a presença de Kevin Zegers, um galã em potencial. Os dois atores são beneficiados pelo excelente roteiro de Dunkan Tucker, que desenvolve de uma maneira sensível os dramas vividos por ambos os personagens.

Com um humor inteligente, sem apelar para as piadas prontas ou óbvias, “Transamérica” é um filme leve e divertido, apesar da história pesada e triste de uma pessoa completamente deslocada não somente dentro da sociedade, mas, especialmente, do seu próprio corpo.


Janaina Pereira

sábado, julho 22, 2006

O Rei está no trono


Leão, o quinto do zodíaco, é de longe o signo mais radiante. Reproduz simbolicamente o início da juventude e o período da adolescência humana. Reveste-se assim de um otimismo típico dos jovens. A vida para o leonino é um evento a ser festejado a toda hora. Seu sorriso ensolarado é um sinal desta alegria contagiante que possuem. Expansivos e calorosos, os leoninos vão agregar em torno de si um círculo muito grande de amigos. Como o Sol, que rege este signo, atrai e mantém os planetas em torno de si, o leonino estará sempre satisfeito em sentir que todos estão reunidos em torno dele; que é ele quem os atrai. Todo este glamour torna o leonino um artista teatral por excelência.

O poder que exercem é espontâneo: está impregnado em seu espírito. Agem como reis, inatingíveis embora, ao mesmo tempo, populares. Se alguém não os nota ou deles desdenha, sentir-se-ão ofendidos mas farão de tudo para parecem impassíveis. Porém, em seu íntimo foram já bastante feridos. Porque dependem muito da admiração dos outros para confiarem em si mesmos. Seu brilho ofuscante esconde no mais das vezes a necessidade incontrolável de representar e estar no centro dos acontecimentos.

O leonino teme demais a rejeição, e só consegue reagir a este medo antecipando-se a ele, e fazendo-se visto e ouvido a toda hora. Por sentir-se dono de um trono, não aceita de bom grado ficar em posição subalterna. Assim, não terá pudor em dizer exatamente o que seus ouvintes, chefes ou empregados, querem ouvir, se for preciso agradá-los. Mas não chega ao ponto de bajular as pessoas, pois isso seria contrário ao seu sentimento régio e intocável. E não conseguem aceitar um erro. Darão diversas desculpas, mas em nenhuma delas reconhecerá a própria culpa.

Adoram crianças em geral, pois identificam-se muito com elas. Empenham-se no amor com ardor, sobrepujando qualquer dificuldade com demonstrações ainda mais explícitas de paixão. Quando amam, são fiéis e devotados.

Na mitologia, este signo representa o Leão de Neméia, o monstro morto por Hércules durante os seus trabalhos lendários. O símbolo do leão é o de um soberano, que encarna tanto a virtude e a sabedoria do mundo, quando o orgulho vão por sua própria posição. Quando cegam-se com suas pretensas qualidades, tornam-se tiranos prepotentes. O Leão de Neméia encarnava este lado destruidor que existe latente em todo leonino. Seu lado positivo estava justamente na pele impenetrável que o tornava indestrutível, e que Hércules depois usou como armadura.

Leoninos podem ser indestrutíveis quando estão de bem com a vida, o que não é muito incomum. Têm uma energia magna e vitalizante, provida pelo elemento fogo que caracteriza este signo. Seu carisma é inegável. Quando lideram alguma iniciativa, não precisam se impor. Os outros o conduzem à direção, devido ao seu magnetismo pessoal. E quando conhecem bem os limites de seu poder, acabam tornando-se chefes exemplares, capazes de animar toda a equipe e unir pessoas dos mais diferentes tipos em torno de um objetivo comum.
(Fonte: Estrela Guia)

Meus leoninos queridos:

- Clauber Trivoli
- Vamberto Araújo
- Camila Santos
- Daniela Reis
- Jorge Valente
- Bruno Medina
- Evandro Cordeiro
- Fernando Ângulo
- José Luiz Vaz
- Adriana Vasconcelos
- Cynthia Antunes
- Juliana Corbellini
- Marcelo Matungo
- Alexandre Carmo

quinta-feira, julho 20, 2006

Do que as mulheres gostam


Difícil escalar a seleção de homens mais bonitos da Copa do Mundo 2006. Descobri que é no meio de campo que tem a maior concentração de gatos. O ataque também não faz feio. Já a defesa... é um desastre. Complicadíssimo achar um defensor bonitão. No banco, treinador é carrancudo, e na maioria das vezes, barrigudo. Ainda bem que o Klinsmann virou treinador, viu? Senão... a coisa ia ficar realmente feia entre os técnicos.

Mas, eis que conto para vocês quem é o time de gatos da Copa. Não escalei a equipe titular, mas em cada posição, escolhi os mais belos – do meu ponto de vista, claro. Algumas posições são privilegiadas, com mais de um gato, por isso a seleção do Mundial tem 17 jogadores. Sem o Kaká, porque para mim ele é apenas um menininho engraçadinho. Precisa crescer e correr muito para virar um homem bonito.

A Itália, tetracampeã, continua liderando o ranking de homens mais belos do Planeta. É da Azzurra que vem o jogador mais bonito de todos os tempos: Paolo Maldini. Zagueiro italiano da seleção de 90, 94 e 98. Olhos azuis inesquecíveis. Pele bronzeada. As mais jovens não vão lembrar, mas o talentoso Maldini ainda não foi superado nos campos no quesito beleza. Italianos bonitos surgiram nesta seleção de 2006, mas nenhum mais belo que ele.

Alemanha, França, Inglaterra e Portugal também aparecem bem. Os latinos são representados por um mexicano, um paraguaio e a fúria espanhola, que foge da tradicional beleza européia. Os craques, que também são gatos, possuem estilos diferentes: uns mais magros, outros mais musculosos; tatuados, fashion, displicentes ou discretos, cada um chama atenção de um jeito muito particular.

Existem as unanimidades, como o inglês David Beckham, que faz questão de ser maravilhoso para as lentes do mundo. Ou o português Luís Figo, que também faz pose de modelo mas não é tão estiloso quanto Beckham, adotando um jeito displicente de ser gato. Para mim, os dois são extremamente bonitos. O italiano Canavarro é outra beleza inquestionável, assim como o alemão Ballack e seus irresistíveis olhos azuis.

Mas alguns se tornam bonitos ao longo do tempo. Ou dos jogos da Copa. É o caso do alemão Lehman, que com sua cara de anjo, mostrou garra e ganhou a torcida feminina. Ou o inglês Joe Cole, difícil de se perceber mas realmente bonito de se ver. Mas dois jogadores me chamaram mais a atenção: Francesco Totti e Zinedine Zidane. O italiano tem uma sensualidade que nenhum outro jogador de futebol consegue ter. Ele é sexy mesmo chupando o dedo para homenagear o filho. O francês tem charme e carisma que vão além do seu talento. Porém, o que mais encanta em Zidane é sua elegância, em dribles, passes e na vida. Sabe se vestir, sabe falar, sabe sorrir, sabe ser sério, sabe ser líder, e sabe dar cabeçadas. Na bola é gol. No adversário é expulsão. Ele até perde a cabeça, mas a elegância, jamais.

Vamos a seleção de gatos da Copa.


Defesa:

- Jens Lehman, goleiro da Alemanha. Os cabelos cacheados são seu maior charme. Jeito de menino, é quase um anjo, mas com muita atitude. Titular absoluto no campo e na beleza.

- Fabio Canavarro, zagueiro e capitão da Itália. Olhos que riem, pernas arrasadoras, braços musculosos com tatuagens estratégicas. Era muito mais bonito cabeludo, mas ainda preserva a beleza tipicamente italiana com sua cabeça raspada.

- Rafa Márquez, zagueiro e capitão do México. Raspar a cabeça está na moda no futebol, mas ele preservou seus longos – e belos – cabelos. Charmosíssimo.

- Olof Mellberg, zagueiro e capitão da Suécia. Beleza tipicamente européia.

- Fabio Grosso, lateral esquerdo da Itália. Charme e beleza que só os italianos têm.

- Zdenek Grygera, lateral direito da República Tcheca. Beleza simples.


Meio campo:

- Luís Figo, meio-campo/ataque e capitão de Portugal. O caso raro de homem que não faz esforço para ser bonito. Tipo meio rústico, másculo, sério, peitoral arrasador, abdômen perfeito – é o verdadeiro tanque. Absolutamente lindo.

- Michael Ballack, meio-campo e capitão da Alemanha. Dono dos olhos mais lindos do Mundial, uma beleza encantadora. Tem cara de bom menino, mas um jeito meio displicente de ser bonito, o que faz dele extremamente interessante.

- David Beckham, meio-campo e capitão da Inglaterra. Não precisa falar muito, né? Ele é o cara. Podem chamá-lo de metrosexual... não tem problema. Estiloso desde o corte de cabelo as tatuagens. É o rosto mais perfeito.

- Joe Cole, meio-campo da Inglaterra. Quando os holofotes ingleses não estão em Beckham, ele é quem domina. E vale a pena prestar atenção no moço, que é uma graça.

- Zinedine Zidane, meio-campo e capitão da França. Muito magro? Muito alto? Muito branco? Nada disso: Zizou é muito lindo. É a verdadeira beleza, de dentro para fora.Olhar forte, postura de homem, tímido, do tipo sério que sabe como – e quando - sorrir. Consegue ser sereno e corajoso, discreto e arrojado; transmite doçura, simplicidade e simpatia. Um gentleman. O jogador mais charmoso e elegante, nos campos e longe deles. Nem depois da cabeçada perdeu a pose. E no quesito carisma, é campeão.

- Francesco Totti, meio-campo e ataque da Itália. Bate um bolão: sorriso perfeito, pernas bem torneadas, rosto bonito, charmoso, típico galã. É, disparado, o jogador mais sexy.



Ataque:

- Raul, atacante da Espanha. Beleza madura.

- Thierry Henry, atacante da França. O mais sarado.

- Roque Santa Cruz, atacante do Paraguai. Faz o gênero galã latino.

- Cristiano Ronaldo, atacante de Portugal. O único dos mais jovens que sabe ser um garoto com sex appeal.

- Luca Toni, atacante da Itália. Rosto e corpo em plena sintonia de beleza.



Técnico:

- Jürgen Klinsmann, da Alemanha. Quando era jogador, tinha uma cabeleira loira que o deixava com cara de menino. Consegue ser hoje ainda mais bonito do que quando conquistou a Copa da Itália, em 90. Na época tinha 25 anos. Agora aos 41, com cabelos curtos, corpo em forma e elegância e estilo para comandar, mostrou que o tempo pode ser sábio para alguns. Talvez para poucos. Fez bem para ele: sua beleza madura é arrebatadora.



Em 2010 tem mais. Sem Zidane, talvez sem Beckham, Figo e Totti. Fora dos campos, quem sabe nos bancos... mas a realidade é que ser bonito está muito além do que os olhos vêem. Atitudes podem destruir uma bela imagem. E é justamente na força das atitudes que uma imagem deve ser construída. Pessoas, bonitas ou não, devem ser verdadeiras, assumirem o que fazem, dar a cara para bater. Ter coragem, personalidade, presença, encarar os erros de frente. E na hora que o mundo inteiro achar que aquela pessoa é um caso perdido... dar a volta por cima. De forma íntegra, sem trapacear ou manipular. A beleza quer fica é aquela que vem junto com gestos, palavras e ações. É por isso que eu acho o Beckham lindo. Mas sou muito mais o Zidane.



Janaina Pereira

quarta-feira, julho 19, 2006

Pílulas


E não acabou em pizza a máfia da compra de resultados nos jogos do Campeonato Italiano de futebol. Treze dos vinte e três jogadores da Azzura que foram campeões mundiais estão na segunda divisão. Resta saber se lá permanecerão, já que muitos clubes europeus estão em busca de seus passes.

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Desde o dia 12 de julho estão ocorrendo as eliminatórias do Prêmio Visa de Música – versão Compositores. Sempre às quartas-feiras no Sesc Vila Mariana, nomes da MPB como Leandro Medina, André Abujamra, Mário Seve, Fred Martins, Vitor Santana e Luiz Carlos da Vila apresentam seu repertório de composições nas vozes de gente como João Donato, Ceumar, Fabiana Cozza, Isabel Padovani e Ilana Volcov. Até dia 16 de agosto.

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Chico Buarque voltará aos palcos a partir de 30 de agosto com o show do CD “Carioca”. Estréia em São Paulo, no Tom Brasil. Os conterrâneos de Chico vão ter que esperar mais um pouco para vê-lo, já que a turnê seguirá por outras capitais antes de chegar à Cidade Maravilhosa.


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Frank Miller vai dirigir "The Spirit", o clássico dos quadrinhos. É Will Eisner na veia. E nas telas.


Janaina Pereira

terça-feira, julho 18, 2006

Parafraseando o Zidane


Para quem reclamou dos adjetivos que usei no texto “As cores do mundo”, em que eu afirmo que racismo e xenofobia são mais chocantes que a cabeçada do Zidane, gostaria de prestar alguns esclarecimentos.

Um jornalista não deve usar adjetivos numa reportagem ou matéria. Isso é o que se aprende na faculdade, e o que não se utiliza com freqüência na profissão. Eu me controlo muito e evito ao máximo. Este aprendizado vem do jornalismo americano. Na Europa o jornalismo é opinativo e, conseqüentemente, os adjetivos predominam. Mas existe um momento em que o jornalista expõe o que pensa. É para isso que servem os editoriais e artigos. Já repararam que nos jornais e revistas existem observações sobre isso? “Este texto é de responsabilidade do autor” ou algo parecido. É para garantir que aquela opinião é de quem escreveu e não do veículo.

No caso de “As cores do mundo” eu escrevi um texto de opinião. É o que predomina neste blog: em 99% dos casos, eu expresso a minha opinião sobre um assunto. E num texto opinativo os adjetivos são aceitos, justamente porque é o momento do jornalista expressar o que pensa.

Quando fazemos uma reportagem, uma entrevista ou uma matéria jornalística, não podemos – ou não devemos - usar adjetivos. Dessa forma, se eu tivesse entrevistado o Le Pen, o Zidane, o Materazzi, o Chirac, e milhares de pessoas no mundo sobre a relevância da cabeçada e das atitudes racistas e xenófobas, eu não usaria adjetivo algum. Mas, como escrevi um artigo, que é um gênero jornalístico cujo texto é opinativo, eu expressei o que penso sobre o assunto.

Imagina se a minha professora de Pauta e Reportagem, Marcela Mattos, iria deixar eu escrever uma matéria cheia de adjetivos... e meu editor/professor orientador Alexandre Barbosa jamais deixaria passar isso. Mas artigo pode colocar adjetivos. Aliás, deve. Até porque eu não sou uma pessoa de substantivos. Eu sou cheia de adjetivos.

Eu, Janaina, que por acaso estudo jornalismo, acho que racismo e xenofobia são mais chocantes que a cabeçada do Zidane. E, parafraseando o Zizou, que disse que antes de ser jogador, é homem, antes de ser jornalista eu sou mulher, e foi como mulher que escrevi o texto.



Janaina Pereira

sábado, julho 15, 2006

As cores do mundo


O mundo inteiro queria saber o que Marco Materazzi disse para Zinédine Zidane que fez o craque francês atingir o italiano com uma cabeçada feroz na final da Copa do Mundo. As explicações aparecem aos poucos mas a mídia não faz questão de falar de um ato muito mais chocante. Durante a Copa, o francês Jean-Marie Le Pen, presidente do xenófobo partido Frente Nacional, disse que a seleção francesa tinha negros demais. Com a derrota na final, Le Pen acusou os negros e árabes da seleção pelo resultado. Racismo e xenofobia: esses são assuntos muito mais perturbadores do que a cabeçada de Zidane.

A questão foi polêmica durante a Copa, mas pouco divulgada. Raymond Domenech, técnico da França, defendeu os jogadores, o jogador Thuram reclamou de Le Pen e ficou tudo por isso mesmo. A confusão entre Materazzi e Zidane acabou abafando os comentários da direita radical francesa, que comemorou a derrota da seleção - que por ser multiracial é chamada de ‘arco-íris’ - das piores formas possíveis. O semanário de direita ‘Minute’ publicou, no dia seguinte da final da Copa, a manchete “Tchau, bandido”, referindo-se a despedida de Zidane do futebol. Zidane é filho de argelinos e nunca negou suas origens, sendo um dos maiores ativistas das campanhas contra o racismo e a xenofobia.

Em 1998, quando conquistou seu título mundial, a França tinha na seleção oito jogadores negros. O time que entrou em campo contra a Itália tinha sete negros como titulares, sendo que quatro não nasceram no país. E dos 23 jogadores que foram à Alemanha, 15 são negros, e seis nasceram na África e Caribe. A França tinha a equipe mais multicultural da Copa, superando inclusive a seleção brasileira. E perdeu a competição justamente para a Itália, predominantemente branca.

É assustador saber que um país tão desenvolvido tenha esse tipo de problema. A ilusão é que somente o mundo subdesenvolvido tem cor na pele. Negros, mulatos e filhos de imigrantes formam as minorias, e eles estão presentes em várias partes do mundo. Na Europa, aparecem em massa na França, onde encontram dificuldades de integração. Segundo Le Pen, pessoas como Zidane, Henry e Vieira não representam a composição racial francesa. Já Zizou prefere dizer que foi o futebol que pode levar a França uma certa harmonia racial.

Mesmo tendo como exemplo uma guerra causada pela busca da raça pura, o mundo parece não ter aprendido a lição. Então este seria um bom momento para pensarmos que preconceito e discriminação estão cada vez mais em evidência. É uma bomba prestes a explodir. Vamos começar desde agora a refletir sobre isso e, principalmente, a tomar uma posição diante desse assunto. Porque xenofobia e racismo estão além do que se vê à flor da pele.


Janaina Pereira

quarta-feira, julho 12, 2006

A volta das listas

Atendendo a pedidos, a lista de filmes para alugar voltou. Para agradar a todos os gostos e aproveitar aquela que ainda é a maior diversão: o cinema. Ainda que seja em casa.


1 - A SÍNDROME DA CHINA – filme-sensação na época em que foi lançado – 1979 - graças à enorme publicidade gerada na vida real pelo acidente da usina nuclear de Three Mile Island, que foi não apenas um espelho dos eventos retratados no filme, mas também por ter ocorrido justamente doze dias após sua estréia. Durante uma reportagem em uma usina nuclear na Califórnia, a repórter Kimberly Wells (Jane Fonda) vê algo muito irregular e seu cinegrafista Richard Adams (Michael Douglas) filma discretamente o "incidente". No entanto, devido a pressões, o fato não vai ao ar. Fica claro que existe um esquema para tentar encobrir o acontecido, e Kimberly e Richard desejam descobrir a verdade. Eles recebem uma grande ajuda de Jack Godell (Jack Lemmon, em atuação brilhante e premiada com a Palma de Ouro de melhor ator no Festival de Cannes), um engenheiro da usina, que gradativamente toma consciência da gravidade da situação. Dirigido por James Bridges e indicado para quatro Oscar - Melhor Ator (Lemmon), Melhor Atriz (Fonda), Melhor Roteiro Original e Melhor Direção de Arte – é um excelente suspense que alerta os perigos da energia nuclear e o poder dos noticiários de televisão.

2 - O HOMEM QUE SABIA DEMAIS – um dos melhores filmes de Alfred Hitchcock e clássico do cinema de suspense. Durante férias no Marrocos, o médico Ben McKenna (James Stewart) e sua família se envolvem acidentalmente em uma trama internacional de assassinato, quando um moribundo fala ao ouvido de Ben algumas palavras. Para impedi-lo de denunciar a trama à polícia, os conspiradores resolvem então seqüestrar seu filho. Roteiro brilhante e elenco afinadíssimo, que conta com Doris Day como esposa de Stewart, é mais uma aula de cinema no mestre Hitchcock.


3 - A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA – mais um grande filme de Tim Burton, baseado no clássico conto de Washington Irving "The Legend of Sleepy Hollow". Em 1799 o excêntrico e cético detetive Ichabod Crane (Johnny Deep) utiliza métodos modernos para solucionar crimes. Ele viaja até o vilarejo de Sleepy Hollow para investigar uma série de assassinatos supostamente cometidos por um cavaleiro sem cabeça. Katrina Van Tassel (Christina Ricci), jovem que busca algo mais do que a cidade oferece e membro da família mais influente do local, se apaixona por Crane, mas ela é filha do principal suspeito. Katrina, seu pai, e todos os outros moradores de Sleepy Hollow são cheios de segredos, que levam a história a um final revelador.


4 - CURTINDO A VIDA ADOIDADO – clássico do cinema infanto-juvenil, é o filme que marcou toda uma geração. Quem passou dos 25 anos se divertiu com as aventuras de Ferris Buller (Mathew Broderick), o jovem que matava aula com a namorada e o melhor amigo para dirigir uma Ferrari, comer em restaurante caro e ainda cantar “Twist and Shout” num desfile. Passando o diretor da escola para trás, driblando os pais e a irmã chata (Jennifer Grey), Ferris conquistou uma legião de fãs dentro e fora das telas. É diversão garantida para as tardes. Salve Ferris!


5 - THE COMMITMENTS - Jimmy Rabbitte (Robert Arkins) é um jovem de 21 anos que deseja ser empresário e levar a soul music para Dublin. Após entrevistar dezenas de candidatos Jimmy forma a "The Commitments", uma banda com músicos inexperientes, três vocalistas improvisadas e um egocêntrico como cantor. Interpretando sucessos dos grandes astros da música, eles se apresentam nos pubs da cidade e logo conseguem alguma fama. Mas os desentendimentos também não demoram a aparecer. Trilha sonora inesquecível num dos melhores filmes sobre música que o cinema já exibiu. Dirigido por Alan Parker, do clássico “O expresso da meia-noite”.


6 - O CHEIRO DO PAPAIA VERDE – o diretor vietnamita Tran Anh Hung conta com brilho uma história sobre a vida simples de uma mulher. Nos anos 50, jovem camponesa vietnamita vai trabalhar na cidade em casa de família, como doméstica. Ao longo dos anos, muitas mudanças vão ocorrer, inclusive no que diz respeito à sua emancipação. Prêmio de melhor filme por um diretor estreante em Cannes.


7 - NOVA IORQUE SITIADA – de Edward Zwick (“Tempo de Glória”). Bruce Willis e Denzel Washington comandam ação e caos neste filme eletrizante.Quando um ônibus lotado explode no Brooklin e tem início uma guerrilha que deixa sua marca sangrenta nas ruas de Nova Iorque, o agente especial do FBI Anthony "Hub" Hubbard (Washington) e o General do Exército dos EUA William Devereaux (Willis) são encarregados de achar o responsável e colocar um fim nessa destruição. Juntos, eles enfrentam um perigoso explosivo a cada passo, quando se aliam numa verdadeira guerra contra um implacável bando terrorista. Co-estrelando por Annette Bening, o filme foi realizado antes dos atentados de 11 de setembro e hoje sua semelhança com a vida real impressiona.


8 – FEITIÇO DA LUA – divertido filme de Norman Jewison ( “Hurricane”) e vencedor de 3 Oscars: melhor atriz para Cher, atriz coadjuvante para Olimpia Dukakis e roteiro original. Uma jovem viúva (Cher) concorda em se casar com um homem mais velho (Danny Aiello), mas quando conhece seu futuro cunhado (Nicolas Cage), um temperamental padeiro, fica apaixonada por ele. Aos poucos ela percebe que não pode fugir à influência romântica do luar em sua vida. É garantia de boas risadas.


9 - O BICHO DE SETE CABEÇAS - Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro) possuem um relacionamento difícil, com um vazio entre eles aumentando cada vez mais. Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas. Excelente drama de Laís Bodanzky com roteiro de Luís Bolognesi sobre relações humanas e familiares e como lidar com elas.


10 - VIDAS AMARGAS – um dos três filmes estrelados por um dos maiores mitos do cinema: James Dean. É clássico absoluto e merece ser visto sempre. Adaptação de Paul Osborn do romance “East of Eden” de John Steinbeck, grande escritor americano vencedor do prêmio Nobel de literatura, é claramente inspirado na tragédia bíblica dos irmãos Caim e Abel. Em 1917, nas fazendas da Califórnia, Adam Trask (Raymond Massey) é o patriarca rude e puritano que não esconde demonstrar sua preferência pelo filho Aron (Richard Davalos), o que muito incomoda seu outro filho Caleb, conhecido como Cal (James Dean, num show de interpretação). Incompreendido e solitário, Cal toma atitudes que desagradam profundamente ao pai. O passatempo do rapaz é cruzar as cidades de Salinas e Monterey, viajando em cima do trem, e passar a noite fora. Numa dessas noites, Cal procura a cafetina Kate (Jo Van Fleet, perfeita) para descobrir sua verdadeira identidade e desvenda um segredo que mudará a vida da família. James Dean é o destaque do filme atuando quase o tempo todo e de maneira brilhante. Esta é considerada a maior interpretação de sua promissora carreira, interrompida prematuramente e tragicamente num acidente de carro em 30 de setembro de 1955, quando ele pilotava seu Porsche Spyder. Dirigido por Elia Kazan (do também clássico “Sindicato de Ladrões”).


Janaina Pereira

terça-feira, julho 11, 2006

Pílulas


E agora que a Itália é tetra, será que vai acabar em pizza a investigação sobre compra de resultados no Campeonato Italiano de Futebol? E o melhor goleiro do mundo, Buffon, vai devolver a grana que ele ganhou apostando que seu time, a Juventus, ia vencer as partidas - resultado que ele já sabia, porque era comprado ? É esperar para ver se os novos campeões mundiais de futebol vão honrar o título que ganharam de mão beijada.


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Belíssima festa alemã pelo terceiro lugar na Copa. E mais legal é perceber que finalmente existe uma única Alemnha. Para os mais jovens, talvez seja difícil perceber a importância política dessa Copa em relação ao mundo. Para mim, que vivi na Guerra Fria e vi a queda do muro de Berlim, é um sonho de igualdade mundial, nem sempre possível, mas muito viável.


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Começa nesta terça no Centro Cultural São Paulo a Mostra Jornalismo e Cinema. Até domingo serão exibidos filmes que abordam os aspectos positivos e negativos da imprensa. Entre as produções escolhidas para a Mostra estão "O Informante", "Todos os homens do Presidente", "Boa noite, Boa Sorte", "O ano em que vivemos em perigo", "Rede de Intrigas", "Vlado - 30 anos depois" e o clássico "Cidadão Kane". As sessões são gratuitas. Confira a programação em www.centrocultural.sp.gov.br


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O 1° Festival de Cinema Latino-Americano também começa nesta terça e vai até domingo no Memorial da América Latina, Cinesesc e na Sala Cinemateca. O evento contará com 129 filmes, curta ou longa metragem, entre ficcções, dramas e documentários, alguns inéditos, com temas que mostram os problemas dos países latinos. A seleção de filmes inclui "Machuca", de Andrés Wood e o documentário "Cabra marcado para morrer", de Eduardo Coutinho. Além do festival, ocorre o 1° Ciclo de Debates sobre o Cinema Latino-Americano no auditório do Memorial da América Latina.
A programação é gratuita e a programação completa está no site www.festlatinosp.com.br

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A partir de sexta, dia 14, o Rio de Janeiro recebe o 14º Festival Internacional de Animação, o AnimaMundi 2006. Este ano o festival conta com a presença de John Canemaker, vencedor de dois Oscar e autor de vários livros de animação. Outros convidados internacionais são o japonês Kihachiro Kawamoto, que exibe seus longas "Winter Days" e "The Book of the Dead", e o inglês Ian Mackinnon, responsável pelas animações em filmes de Tim Burton, como "Marte Ataca" e "A Noiva-Cadáver".
O evento chega a São Paulo no dia 26. Horários e outras informações no site www.animamundi.com.br


14º Anima Mundi

Edição Rio de Janeiro
Quando: de 14 a 23 de julho
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Primeiro de Março, 66, centro), Centro Cultural Correios (r. Visconde de Itaboraí, 20, centro), Cinema Estação Botafogo (r. Voluntários da Pátria, 88, Botafogo), Casa França Brasil (r. Visconde de Itaboraí, 78, centro) e Cinema Odeon BR (pça. Floriano, 7, centro)
Quanto: entre R$ 2 e R$ 5, além de sessões com entrada franca

Edição São Paulo
Quando:de 26 a 30 de julho
Onde: salas 1, 2 e 3 do Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade 664, Barra Funda)
Quanto: entre R$ 2 e R$ 6, além de sessões com entrada franca



Janaina Pereira

domingo, julho 09, 2006

Um tom azul desbotado no ar


E a Itália é tetracampeã mundial de futebol. Uma vitória sem brilho, sem força e sem graça. Mesmo jogando muito melhor, a França perdeu numa atitude passional de seu principal jogador, Zinedine Zidane. E é sobre ele que eu quero escrever.

Cada vez mais eu acho o jornalismo esportivo brasileiro um tédio. Sem nenhuma convicção de suas palavras, os jornalistas brasileiros insistem em se perder nas regras e lendas que criam. Desde o jogo em que o Brasil perdeu para a França que a imprensa brasileira virou fã número zero do Zidane. Óbvio que ele é um fantástico jogador. Mas todo seu talento caiu por terra quando ele deu uma cabeçada no italiano Materazzi, após ter ouvido algo que não gostou.

Apesar de elegante e comedido, Zizou já havia mostrado ter personalidade forte: no segundo jogo da França na primeira fase da Copa, quando foi substituído a um minuto do fim da partida, jogou a braçadeira de capitão no chão e saiu visivelmente irritado. Por isso sua atitude na final não chega a ser surpreendente. Quando o sangue ferve, quem se exalta com maior facilidade não segura a onda. E isso não tem nada a ver com inteligência ou elegância. Tem a ver com personalidade forte. Claro que a atitude de Zidane foi passional. No calor do jogo, ele perdeu a cabeça, faltando poucos minutos para acabar a prorrogação de uma partida em que ele havia feito um gol e a França mandava. Ninguém sabe o que ele ouviu, mas ele certamente se arrependeu do que fez quando foi expulso e encerrou sua carreira cabisbaixo, rumo aos vestiários. A França perdeu nos pênaltis e não poderia ser diferente. Imaginem se a França vence! Seria no mínimo constrangedor ver os franceses comemorando após a patética cena de Zidane. E os deuses do esporte não perdoam, nem mesmo aqueles talentos raros que eles abençoam. Zidane, com sua cabeçada sem propósito, deixou a França na mão. E sem a taça.

Mas a atitude do jogador francês não tira os méritos de grande craque que ele foi. E dizer que um cara inteligente e elegante como ele não pode ter atitudes assim é de uma hipocrisia absurda. Pessoas inteligentes também têm emoção e perdem a razão de vez em quando. Nesta mesma Copa o também elegante e sensato Luís Figo, de Portugal, fez a mesma coisa. E nosso também elegante e tranqüilo Leonardo, por causa de uma cotovelada num americano nas oitavas de final da Copa de 94, foi expulso e suspenso por três jogos. Na ocasião a imprensa brasileira defendeu ardorosamente o Leo, que realmente não é um jogador violento. Nem ele conseguia explicar o porquê da agressão. Foi um impulso, o momento, uma reação de defesa diante de um puxão do adversário. Isso nunca fez dele um jogador menos honrado, e eu acho que este é o mesmo caso do Zidane.

Agora todo mundo vai criticar o craque francês, que já deve estar constrangido o suficiente pela sua atitude. Mas a imprensa brasileira não precisa enterrá-lo de maneira tão mórbida só porque ele é o nosso carrasco. Fazer o que? Somos fregueses da França mesmo e ainda que um dia a gente vença os franceses em Copa, nunca paramos o Zidane.

Vou defendê-lo não por sua atitude, mas porque reações passionais fazem parte da vida humana. Assim como eu acho um absurdo a imprensa criticar o Ronaldo, que por seu passado merece todo nosso respeito, acho ridícula essa conversada fiada de que pessoas inteligentes não podem errar. A hipocrisia é uma característica que predomina na vida. No jornalismo, particularmente o esportivo, ela é predominante.


Janaina Pereira

quarta-feira, julho 05, 2006

Tudo azul


A Copa do Mundo chega ao final com duas derrotas de cortar o coração. A Alemanha, que vinha com uma equipe entusiasmada conquistando sua torcida, caiu diante da garra italiana. Dois gols no final da prorrogação enterraram o sonho do tetra para os alemães, que faziam uma bela festa em casa. Aliás, a mensagem de Klinsmann era brilhante: a Alemanha nunca foi campeã do mundo, quem a tricampeã era a antiga Alemanha Ocidental. Mas, infelizmente, a unificação alemã das ruas, estádios e campos não resitiu a marrenta seleção italiana.

Sim, os italianos têm os homens mais belos do mundo. O Totti é uma graça, mas eu gosto mesmo do Klinsmann e ponto final. Mas ver a Itália na final não muda em nada a minha vida, até porque Copa do Mundo é uma grande atração da indústria cultural que só me faz achar graça de tanto caos.

E pelo jeito brasileiro é pé frio mesmo – ou a culpa é do Galvão? Portugal lutou até o fim, mas perdeu para a França, gol de pênalti do Zidane. Sempre ele... uma pena, o time de Felipão estava com gás e com garra, mas os talentos individuais franceses, somados aquela marcação cerrada, levaram a melhor.

Só nos resta no final de semana ficar vendo a felicidade dos outros. Quem vai entrar de azul em campo? Italianos ou franceses? Ah, de que lado estou? Ora, a comida italiana é muito melhor. Não sou chique e além de tudo alérgica a perfumes. Ainda que franceses. Mas confesso que o vinho francês é melhor que o italiano. Mas a Itália tem Veneza. Pronto, já sei de que lado estou.


Janaina Pereira

segunda-feira, julho 03, 2006

Lá vai o Brasil descendo a ladeira


Estamos fora da Copa do Mundo. Sentimento estranho esse, com uma derrota nas quartas-de-final... nas últimas três Copas chegamos à final e mesmo perdendo em 98, a gente já se via no último jogo. Não deu, por vários motivos, que, infelizmente, se repetiram. Pois é. Os mais jovens nem lembram, mas essa história de favoritismo exagerado, festas na concentração, jogador amarelando e sendo acusado de jogar apenas por dinheiro, é antiga.

Em 1990, a seleção brasileira de Sebastião Lazaroni também foi acusada de ser mercenária. Na época, os jogadores posaram para a foto oficial, ainda no Brasil, com a mão sobre o peito. Patriotismo? Não. O patrocinador da equipe na ocasião era a Pepsi, que não pagou aos jogadores o que eles achavam que mereciam. Resultado: a equipe pôs a mão no peito e escondeu o logotipo da Pepsi na foto. Já na Itália, a briga pelo valor do prêmio, caso o Brasil chegasse a final, era imensa. E a baderna na concentração também. O Brasil acabou sendo eliminado nas oitavas-de-final, pela Argentina, que ainda contava com Maradona. O gol foi de Caniggia.

Em 1994 também tivemos problemas. Romário não treinava e não se dava bem com Bebeto, Raí era o capitão que vivia apagado em campo, mas todos os problemas foram abafados. Romário queria ser campeão do mundo, assim como Dunga, Taffarel, Bebeto, Jorginho... eram jogadores vitoriosos, mas que sabiam que se valorizariam ainda mais caso fossem campeões. Dito e feito. Aliás, muito bem feito: só tinha time capenga naquela Copa. Tanto que na final jogamos com a Itália, uma seleção que estava de mal a pior naquela época. Se o Brasil não ganhasse... seria piada.

Em 1998 éramos favoritos, com a base de 94. Romário foi cortado às vésperas da Copa, graças aos seus desentendimentos com Zico, então auxiliar de Zagallo. Ronaldo era a esperança, o melhor jogador do mundo, mas na final... titubeou. Perdemos, de forma patética, para os donos da casa. Até hoje uma história mal contada, mas o que ficou foi o baile de Zidane e cia., que entraram para a história do futebol.

Em 2002, novamente cercado de times cambaleantes, fomos campeões. A Alemanha, muito mais pela camisa do que pelos jogadores, chegou à final mas não era uma adversário à altura dos brasileiros. Ronaldo brilhou, e enfiou garganta abaixo dos críticos todas as ofensas que recebeu. Rivaldo também teve sua redenção. E viramos penta, novamente com possíveis problemas abafados. Alguém se lembra que Roberto Carlos disse, antes dessa Copa, que em seu pulso havia um apartamento? Pois é, o relógio de RC custava o valor de um apartamento. Declaração lamentável e desnecessária.

Então nem adianta a torcida xingar, chorar, desmaiar, berrar. Brasileiro esquece tudo muito fácil. Daqui a quatro anos está todo mundo empolgado de novo, reclamando do técnico de novo, sendo patriota por alguns dias de novo. Aliás, desde quando o Felipão se tornou unanimidade nacional? Ah, sim, desde sábado.


Janaina Pereira

sábado, julho 01, 2006

Pílulas


A Alemanha, com um time burocrático, mas vibrante e solidário, despachou a Argentina. Ainda bem, porque a gente pode nem ganhar a Copa, mas a Argentina também não leva.

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Enquanto isso a Itália, com seu jogo meia-boca, mandou a Ucrânia de volta para casa. Era o jogo mais fácil das quartas-de-final e os italianos fizeram sua parte dignamente.

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E na concentração do Brasil, tudo é festa. Dizem que Ronaldinho Gaúcho, finalmente, vai dar às caras nessa Copa. Engraçado, nem sabia que ele estava na Alemanha!


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Na eleição dos homens mais bonitos da Copa, ainda acho que dentro de campo ninguém barra o Figo, de Portugal. Cara de homem, maduro, uma beleza rústica, bem diferente da carinha de bebê do Ballack ou do Kaká. Mas o mais gato de todos está mesmo no banco: Jürgen Klinsmann, o técnico da Alemanha, que na minha modéstia opinião é o máximo. E agora, aos 41 anos, ainda melhor do que no auge de sua carreira, quando foi campeão mundial aos 25 anos na Copa da Itália, em 1990.


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No quesito elegância, porém, ninguém assume o posto de Zidane. O que foi aquele gol contra a Espanha? Zizou, que estava praticamente morto nesta Copa, ressurgiu das cinzas. E isso pode ser um sério problema. Esqueceram de enterrar a carreira de Zidane, agora agüentem... abre o olho, Brasil.



Janaina Pereira

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