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sexta-feira, abril 28, 2006

A música mais tocada deste blog

Codinome Beija-Flor

(Cazuza)

Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

terça-feira, abril 25, 2006

Meu Jardim

(Vander Lee)


Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

segunda-feira, abril 24, 2006

Saudades


Sonhei com minha amiga gaúcha Ana Paula e fui surpreendida hoje com um email dela. Então lembrei o que é ter saudades. Saudades da paty, que vai chegar quando eu estiver indo; da Nilda que vai partir para longe; da Lu, da Dani, da Cida... de todos que a distância afastou de verdade. Da Chris, que voltou ao Rio e a gente ainda não conseguiu se falar.

Pior que estou com saudades de quem está tão mais perto... da Kelly, da Vera, da Fabi e da Ana Paula. Do David e nossas pizzas e papos furados. Da Sueli e a conversa pelas ruas do Bexiga. Da Gi e os almoços recheados de comida alemã. Saudades imensas do meu amigo querido Clauber... que agora me faz lembrar, ao olhar para trás, que é necessário um pouco mais do que força para suportar algumas coisas nesta vida.

Eu não queria que fosse assim.
Eu não queria sentir saudades.


Janaina Pereira

domingo, abril 23, 2006

Salve!

Vistam-se de vermelho e branco hoje e rezem a oração do Santo Guerreiro:


Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se quebrem sem ao meu corpo, amarrar.

São Jorge, cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos. Ajuda-me a conseguir um bom emprego; faze com que eu seja bem quisto por todos: superiores, colegas e subordinados. Que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração , no meu lar e no meu serviço; vela por mim e pelos meus , protegendo-nos sempre , abrindo e iluminando os nossos caminhos , ajudando-nos também a transmitirmos paz, amor e harmonia a todos que nos cercam. Amém.

sábado, abril 22, 2006

A Felicidade

(Vinicius de Moraes/Tom Jobim)


Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor
Tristeza não tem fim Felicidade sim

sexta-feira, abril 21, 2006

The end


E no final o amor que você leva é igual ao amor que você faz.


John e Paul sempre souberam das coisas. Pena que a maioria das pessoas veja o amor como algo ruim e não dê valor a ele.


Janaina Pereira

terça-feira, abril 18, 2006

Como Um Samba De Adeus

(Chico Buarque / Caetano Veloso)

Quanto tempo
Mina d'água do meu canto
Manso
Piano e voz
Vento
Campo
Dentro
Antro
Onde reside o lamento
Preto
Da minha voz
Tanto
Tempo
Como nunca mais, eu penso
Como um samba de adeus
Com que jeito acenar
O meu lenço
Branco
Quanto tempo
Pode durar um espanto
Onde lançar a voz
Tempo
Tanto

segunda-feira, abril 17, 2006

Sem teto


Comer carne e xingar todo mundo na Sexta-feira Santa: isso me fez garantir meu lugarzinho no inferno com bastante antecedência. Passei o feriado inerte, morta pra vida, tentando olhar o mar com a ternura de antes. Mas não sobrou nem choro nem vela, foram prantos sofridos e arrancados do coração.

Estudei mesmo cansada, trabalhei mesmo com sono, dormi mesmo sem sono, passei mal de tanto desespero e dor. Joguei as pedras no caminho porque as flores murchuram.

Lar cada vez mais azedo lar. Sem rumo e sem jeito. Sem teto, sem chão. Era uma casa muito engraçada: sobravam tristezas e mágoas. Restaram retratos rasgados e muita solidão.



Janaina Pereira

sexta-feira, abril 14, 2006

PQP


Como seria bom mandar todo mundo pra puta que pariu neste exato momento.
Xingar até cansar. Um bando de idiotas que vivem secando a vida dos outros, vivendo os problemas dos outros, atormentando a paciência.

Não tenho paciência.

Cada um procura seus problemas, porque as pessoas sabem como acabar com histórias mal resolvidas e tirar os incoveninentes da vida, mas não fazem isso.

Preferem continuar com suas vidinhas medíocres, enchendo o saco dos outros. Mas eu não tenho saco para aturar isso. Não tá satisfeito com a vidinha que leva? Mude. Mas me deixa quieta no meu canto.

Detesto grosseria, gente que fica fuçando a vida alheia, perguntas fora de hora, ironia sme motivo. Detesto falsidade, falsos moralistas, gente que duvida das minhas palavras.

Detesto esse mundo hipócrita que sou obrigada a conviver. Detesto viver nesse mundo cheio de politicagem. Sou chata sim, e ninguém tem nada a ver com isso. Meus defeitos são problemas meus.

Hoje o dia amanheceu e eu só queria mandar meia dúzia se ferrar. Mas nem preciso. O mundo vai se encarregar de ferrá-los com todo direito que eles têm.


Janaina Pereira

quarta-feira, abril 12, 2006

Apesar De Você


(Chico Buarque)


Amanhã vai ser outro día

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….

terça-feira, abril 11, 2006

Todo sentimento

(Chico Buarque)


Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

segunda-feira, abril 10, 2006

Abandono


(Edu Lobo/Chico Buarque)


O que será ser só
Quando outro dia amanhecer
Será recomeçar
Será ser livre sem querer
O que será ser essa moça
E ter vergonha de viver

Ter corpo pra dançar
E não ter onde me esconder
Tentar cobrir meus olhos
Pra minh'alma ninguém ver
Eu toda a minha vida
Soube só lhe pertencer

O que será ser sua sem você
Como será nua em noite de luar
Ser aluada, louca
Até você voltar
Pra que

O que será ser só
Quando outro dia amanhecer
Será recomeçar
Será ser livre sem querer
Quem vai secar meu pranto
Eu gosto tanto de você

domingo, abril 09, 2006

E somos gloriosos hoje


Pois é.
Como diria Zagalo, vão ter que me engolir. Agora sou campeã carioca de futebol.

Não é que o meu time, o gloriosíssimo Botafogo, ganhou o campeonato estadual?
Também, perder para o Madureira - terra do samba, e não do futebol - ninguém merece!

Salve meu timão - que não é o Corinthians - maravilhoso, alvinegro do Manequinho, a Estrela Solitária. Amo o Botafogo porque sou sofredora, sou raçuda e marrenta pra caramba.

Lembro quando vi o Fogão ser campeão pela primeira vez em 1989. Foi muito emocionante. Chorei horrores. E o bicampeonato? Inesquecível. E o campeonato brasileiro de 1995 sobre o Santos (que hoje ganhou o Paulistão)? Fantástico.

Ah, meu time de tantas alegrias passadas ... nasci perdedora, torcendo para um time que não vencia nunca. Foram 21 anos esperando o título carioca. E agora, dezesseis anos depois do bicampeonato, eis que estamos de novo no topo.

Minha casa é repleta de símbolos do Botafogo. Canecas, flâmulas, revistas, quadros, chaveiros e até um minidicionário inglês-português cuja capa é o escudo do Glorioso. Uma graça.

As estrelas brilham intensamente hoje. Nossa, que orgulho de ser carioca, marrenta e botafoguense. Onde quer que meu pai esteja agora, certamente ele está feliz porque esta ser botafoguense é a maior herança que eu recebi dele.

Hoje eu sou gloriosa e não posso perder para ninguém.


Janaina Pereira

sábado, abril 08, 2006

Sou carioca e quero meu crachá



Sou a garota de Ipanema do Vinícius.
A carioca do Tom. Desafinada.
A exagerada do Cazuza.
Marrenta como o Romário.
‘Escrivinhadora’ como o Rubem.
Artilheira como o Zico.
Fenomenal como o Garrincha.
A carioca suingue sangue bom da Fernanda.
A menina do Rio do Caetano.
A que usa o all star azul do Nando.
A amada amante do Roberto.
A que ficou sentada à beira do caminho do Erasmo.
A venenosa da Rita. Pior do que cobra cascavel.
E a ovelha negra da Rita também.
Sou do Leme ao Pontal como o Tim.
Aquela que faria você ir a pé do Rio a Salvador como o Barão.
A mulher brasileira do Jorge.
A que quer sair só como o Lenine.
A que procura um amor desses de cinema como a Vanessa.
A princesinha que fala no pé dos Paralamas.
O xodó do Gil.
A flor de Liz do Djavan.
A morena que samba com o Chico.
E até aquela garota que entrou pela porta do banheiro dos Beatles
e não deu satisfação aos Rolling Stones.
A Maria do Milton.
A Madalena do Ivan.
Como os meus pais e os pais do Belchior.
A carioca que não gosta de dias nublados como a Adriana.
Sou o Rio de Janeiro que continua lindo e continua sendo.


Janaina Pereira

sexta-feira, abril 07, 2006

Fala sério


Sou carioca sim, e daí?
Nasci numa cidade linda, cheia de defeitos como você que lê este blog. Sou carioca, marrenta, maloqueira, barraqueira e enfezada. Não tenho sangue de barata e não cuspo pra cima para não cair na minha cara.

Uso saia curta, uso decote, uso sandália de salto fino, uso tamanco plataforma e brinco de argola. Sou colorida e risonha, tenho sangue que ferve de raiva e passo por cima quando pisam no meu calo.

Sou osso duro de roer. Sou forte pra caramba, porque neste mundo só sobrevive quem sabe ser assim. Erro, faço um monte de besteiras, cometo pecados mortais. Sou amiga, mas sou fria quando preciso. Morro lutando. Não estou sentada na esquina espiando a vida, eu faço acontecer.

Sou uma mulher de verdade. Tenho alma de menina. Sou boba, exagerada, passional, emotiva, lutadora, guerreira. Mas não sou burra nem idiota. Muito menos otária.

Sou tudo isso e muito mais. Que não conhece, que pena. Quem conhece, vale ap ena. Quem já conheceu e se incomodou, sinto muito. Eu estou aqui para incomodar mesmo. Não gostou? Processa.

E como diz a música: 'se eles querem o meu sangue, terão o meu sangue só no fim. E se eles querem meu corpo, só se eu estiver morto, só assim.'

Pode tentar derrubar. Eu caio, mas você nunca vai passar por cima.



Janaina Pereira

quinta-feira, abril 06, 2006

Foram me chamar


Quero ir a praia ontem.
Porque o mar é o que me alimenta
quem veio da areia sabe como é
Tem cheiro de mar, tem cheiro de vento, tem cheiro diferente
Quero ir a praia ontem.
Porque ontem foi melhor que hoje
E hoje será melhor que amanhã

Sou do mar.
Sou das ondas do mar.
Sou navegante sem destino.
Sou alguém que faz valer o nome que tem.

Segura tua onda porque bateu aqui é como bater na rocha: vai se estabacar.

Vai se cortar e se ferir até sangrar.

O mar que me trouxe, me leva.
Sou do mar. Sou das ondas do mar. Sou como a Rainha do Mar que se banha em lágrimas e se desespera pelo amor perdido.

Não se engane com essas lágrimas. O mar leva a dor para sempre. Leva o rancor, o ódio, a mentira que norteia o mundo. Então cuidado ao me confrontar.

O mar não perdoa, se vinga. Iemanjá não tem medo. Iemanjá chora e seu pranto é pela humanidade impdiedosa e cruel.

Quem me chamou, se ferrou: eu vim do mar, e eu vou me vingar.



Janaina Pereira

sábado, abril 01, 2006

Ela é carioca

(Tom e Vinícius)


Ela é carioca
Ela é carioca

Basta o jeitinho dela andar
Nem ninguém tem carinho assim para dar
Eu vejo na luz dos seus olhos
As noites do Rio ao luar

Vejo a mesma luz
Vejo o mesmo céu
Vejo o mesmo mar

Ela é meu amor, só me vê a mim
A mim que vivi para encontrar

Na luz do seu olhar
A paz que sonhei

Só sei que sou louca por ela
E pra mim ela é linda demais
E além do mais

Ela é carioca
Ela é carioca

Só sei que sou louca por ela
E pra mim ela é linda demais
E além do mais

Ela é carioca
Ela é carioca

Menino do Rio

(Caetano Veloso)


MENINO DO RIO
CALOR QUE PROVOCA ARREPIO
DRAGÃO TATUADO NO BRAÇO
CALÇÃO, CORPO ABERTO NO ESPAÇO
CORAÇÃO DE ETERNO FLERTE
ADORO VER-TE

MENINO VADIO
TENSÃO FLUTUANTE DO RIO
EU CANTO PRA DEUS PROTEGER-TE
O HAVAÍ SEJA AQUI
TUDO O QUE SONHARES
TODOS OS LUGARES
AS ONDAS DOS MARES
POIS QUANDO EU TE VEJO EU DESEJO O TEU DESEJO

MENINO DO RIO
CALOR QUE PROVOCA ARREPIO
TOMA ESTA CANÇÃO COMO UM BEIJO

Garota de Ipanema

(Tom e Vinícius)

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo sorrindo se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

Samba do Avião

(Tom Jobim)


Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de um minuto estaremos no Galeão

Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Aterrar...

Garota Carioca

(Fernanda Abreu)


Junto com a boca
Vem a coxa debochando
No compasso do escândalo dançante
Meio samba meio funk
Vem dançando no açúcar
Da presença feminina carioca
Suburbana, carioca Zona Sul
Corpo que é alma
Assim sublime irresistível inspiração
De cidade maravilha cortesa
Sintetizada pelas ondas
De um corpo feminino que é
Prestígio de calibre sensual
Olha o jeitinho dela falar
Olha o jeitinho dela dançar
Olha o jeitinho dela olhar
Olha o jeitinho dela andar
Olha o jeitinho dela paquerar
Olha o jeitinho dela go-go-go
Garota carioca
Suingue sangue bom
Garota carioca
Suingue sangue bom
Dá gosto de ver a inteligência
Movendo um corpinho como esse
Luz gostosa de boate
Fervilhante pagodinho churrascante
Na noturna suburbana
Tem garota sangue bom
No charme do suingue
Do desejo inevitável
Que é o convite irrecusável
Que o açúcar da presença
Feminina carioca
Quente paraíso do espírito excitado
Pela festa dos sentidos animados pelo sol
Quente paraíso do espírito excitado
Pela festa dos sentidos animados pelo mar
Garota carioca
Suingue sangue bom
Garota carioca
Suingue sangue bom

Cariocas

(Adriana Calcanhoto)


CARIOCAS SÃO BONITOS
CARIOCAS SÃO BACANAS
CARIOCAS SÃO SACANAS
CARIOCAS SÃO DOURADOS
CARIOCAS SÃO MODERNOS
CARIOCAS SÃO ESPERTOS
CARIOCAS SÃO DIRETOS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE DIAS NUBLADOS

CARIOCAS NASCEM BAMBAS
CARIOCAS NASCEM CRAQUES
CARIOCAS TÊM SOTAQUE
CARIOCAS SÃO ALEGRES
CARIOCAS SÃO ATENTOS
CARIOCAS SÃO TÃO SEXYS
CARIOCAS SÃO TÃO CLAROS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE SINAL FECHADO

Aquele Abraço

(Gilberto Gil)


O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março
Alô, alô, Realengo - aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo - aquele abraço!
Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha, Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho palhaço
Alô, alô, Terezinha - aquele abraço!
Alô, moça da favela - aquele abraço!
Todo mundo da Portela - aquele abraço!
Todo mês de fevereiro - aquele passo!
Alô, Banda de Ipanema - aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que meu esqueceu - aquele abraço!
Alô, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!

Carioca

(Chico Buarque)


Gostosa
Quentinha
Tapioca
O pregão abre o dia
Hoje tem baile funk
Tem samba no Flamengo
O reverendo
No palanque lendo
O Apocalipse
O homem da Gávea criou asas
Vadia
Gaivota
Sobrevoa a tardinha
E a neblina da ganja
O povaréu sonâmbulo
Ambulando
Que nem muamba
Nas ondas do mar
Cidade maravilhosa
És minha
O poente na espinha
Das tuas montanhas
Quase arromba a retina
De quem vê
De noite
Meninas
Peitinhos de pitomba
Vendendo por Copacabana
As suas bugigangas
Suas bugigangas

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