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terça-feira, janeiro 31, 2006

A Não Ser Você
(Marina Lima / Alvin L.)

Eu vim aqui sem medo
Querendo me render
Dizer que mesmo longe
Estava com você
Perdão
Mas não vá trazer
De volta
O que sofri
E aí só
Nos resta inventar
A lua e o mar
Pra nos refletir
E seguir

HOJE EU NÃO QUERO MAIS ME MACHUCAR
HOJE EU NÃO QUERO ME PERDER
HOJE EU NÃO DEIXO MAIS NADA IMPORTAR
A NÃO SER VOCÊ

Eu não nasci sabendo
Como me arrepender
Eu aprendi vivendo
Amando até doer
Então
Se não vingar
O tempo irá
Nos redimir
E seguir

Hoje eu não quero mais me machucar
Hoje eu não quero me perder
Hoje eu não deixo mais nada importa
A não ser você

segunda-feira, janeiro 30, 2006

De quina


(para ler ouvindo “Ela é carioca” com Tom Jobim.)


Sabe o que acontece no próximo dia 4 de fevereiro? Completo cinco anos morando em São Paulo. Pois é. Quem diria que a garotinha que saiu do Rio com uma mala com meia dúzia de roupas e um portfólio, chegaria tão longe.

Nem tão longe, pensam alguns. Cheguei perto do Olimpo mas abandonei os deuses pelo caminho. Desisti dos leões porque matava leões demais por dia. Cansei. Hoje vejo a luz no fim do túnel com cores, versos e prosas diferentes. Jogar tudo para o alto parece insano, mas é sensato diante das amarras da vida.

Quando eu deixei minha família, meus amigos e minha vida carioca para trás, eu tinha 26 anos de idade e muitos sonhos na cabeça. Hoje, aos 31, muita coisa mudou. Os cabelos brancos apareceram, o sotaque já não é tão acentuado, a pele se bronzeia mais lentamente e a vida segue outro compasso. As lágrimas de saudade mudaram e eu mesma não acreditei quando descobri que meu corpo estava no Rio mas a cabeça e o coração em São Paulo.

Se existe algo em minha vida que me orgulho foi ter mudado de cidade para mudar de vida. Foi duro – e ainda é. Dói quando a família cobra, quando os amigos se afastam e o mundo parece cada vez mais vazio. Em São Paulo sou a cada dia mais sozinha. Mas isso não me impede de continuar acreditando que as oportunidades da vida só surgiram porque vim morar aqui.

Mudar é sempre complicado. Deixar para trás o que quer que seja – família, namorado, trabalho, amigos, referências – pode ser bastante doloroso. Porém eu posso dizer que fiz algo que muita gente que conheço jamais faria: larguei tudo, sem medo, para buscar o desconhecido.

Eu vim.

Eu vi.

Eu venci.

Encarem como quiserem, cinco anos em São Paulo significa para mim cinco anos de uma nova vida. Muitas vezes repleta de lágrimas, é verdade. Mas que ainda vale a pena ser vivida.



Janaina Pereira

sexta-feira, janeiro 27, 2006

O infinito parece ter fim



(para ler ouvindo "Não vá embora", com a Marisa Monte.)



Eu queria respirar fundo e dizer: acabou. Mas sou fraca, e estou perdida em meus devaneios. Não creio em nada, não creio em mim, nem em ninguém. Não sei o que fazer, ou sei e não tenho coragem. Às vezes ter pouco é melhor do que não ter nada.

Mas quando eu resolver ter muito, ter tudo, ter o que me pertence, talvez eu pare de chorar, olhe para frente e siga meu caminho.

Chorando só, sem ter você aqui.



Janaina Pereira

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Outra vez

(para ler ouvindo “Satisfaction”, dos Rolling Stones.)


Estou no meio do turbilhão novamente. Perdi o sono, o rumo, estou à deriva, errei o caminho. Troquei os pés pelas mãos e enquanto me fiz forte e valente, fui amada, idolatrada, salve, salve.

Agora sou o pó. Para renascer das cinzas não será fácil. O silêncio me incomoda. Sinto-me desamparada. Queria ficar calada mas não dá. Eu só precisava de um minuto de atenção. Que alguém dissesse que se importa, que se preocupa, que podia me estender a mão.

Eu errei novamente. Errei por acreditar que os dias seriam diferentes, as pessoas seriam diferentes, a vida seria diferente. Mas nada muda. Eu continuo perdida, sozinha, chorando pelos cantos procurando o caminho que me leve até o sol.

A felicidade nunca esteve fora. A felicidade nunca fez parte do outro. É injusto dizer que outra pessoa pode me curar. Isso nunca vai acontecer. Cada vez mais creio que devo seguir com minhas próprias pernas o caminho sinuoso.

Um dia me disseram: ‘segue sua vida e não olha para trás.’ E por quantos anos eu olhei? Por quantos anos eu acreditei que tudo mudaria? Por quantos anos eu esperei por ele, pelos outros, por todos?

Nunca ninguém me esperou. Eles nunca voltaram. Eles só souberam me magoar, mesmo repetindo milhares de vezes que isso jamais aconteceria.

O grande erro das mulheres é a passionalidade. Se fossemos racionais como os homens, o mundo estaria aos nossos pés. Não sou do tipo que usa o fato de ser mulher para conseguir benefícios. Não me faço de burra, não me faço de sonsa e não me faço de meiga para fazer tipo. Não faço tipo.

Sou ácida, sou chata, sou boba, sou exagerada. E porra, eu sou gente. Sou carente, e daí? Eu vivo nesta cidade nebulosa sozinha, eu me sustento, eu não tenho referências aqui. Eu tenho poucos amigos, e eu sei que existem pessoas que gostam de mim e se preocupam. Mas eu sempre serei só, porque a vida é assim: você precisa se virar sem depender de ninguém.

Um dia também me disseram que eu me achava auto-suficiente. Que merda, eu não sou não! Eu preciso de carinho, afeto, atenção. Detesto quando as pessoas me olham apenas como a mulher forte que nunca chora.

Eu choro. Eu erro, eu caio, eu levanto, eu faço bobagem. Eu gosto intensamente, mas também sou capaz de detestar com toda a força da minha alma. Já não sou mais rancorosa, mas apago da mente e do coração todos que algum dia me apunhalaram.

O mundo não gira em torno de mim ou de você. Ele é cruel, as coisas não são como eu quero, e as pessoas não são e não agem de acordo com a minha vontade. Mas eu também não sou passiva. Eu não fico sentada esperando o que vai acontecer.

A crise não passa, as lágrimas não cessam e as histórias se repetem: pessoas entram e saem com a mesma velocidade, deixando suas marcas de dor no meu coração. E quando eu vejo que estou perdida na multidão, só me resta pedir a Deus para não me deixar desistir.

Eu queria muito, agora, ser criança de novo. Teria meu pai de volta, teria minha infância feliz, teria meus sonhos. Mas eu cresci, e foi na marra. Restaram algumas coisas que fazem a diferença: ainda tenho o ombro da minha mãe.

Estou voltando para casa outra vez.



Janaina Pereira
Redatora

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Aos meus coordenadores amados



(para ler ouvindo “Here comes the sun”, dos Beatles.)



A vida nos reserva momentos difíceis mas também especiais. E quando o turbilhão de mudanças chega fazendo estragos, parece que nada vai sobrar. Mas tudo passa, as coisas se acalmam e a mente acaba aceitando o que o coração nega.

Nunca imaginei que minha coordenadora amada, a tia Ana, não estaria mais por perto quando eu precisasse de socorro profissional. Mas ela precisa partir para um vôo maior, pois ela merece alcançar o céu das possibilidades. E hoje, quando a vi, tive a certeza de que o amor brota nos corações de maneira pura e simples, e que as amizades sobrevivem a tudo. Como ela mesmo disse, os melhores pássaros voam em bandos. E a gente está nessa, voando para alcançar as alturas.

Enquanto eu estava longe, conectei-me com o mundo online algumas vezes e ouvi do meu outro coordenador amado, o Clauber, que ele estava com saudades de conversar comigo. Lembro-me que, quando ele saiu de férias, eu fiquei triste e me deu vontade de chorar. Sentei-me ao seu lado e ele perguntou o que acontecia... respondi que não era nada. Meu coração não sabia o porquê, mas a verdade é que eu já pressentia algo. Ele está lá, mas não será mais meu chefinho querido. Mas ele estará lá, sempre por perto quando eu precisar do apoio profissional.

Eu queria dizer um monte de coisas... mas a única palavra que me parece justa agora é de agradecimento. Obrigada, tia Ana e Clauber. Pela amizade sincera, pela verdadeira crença num ser humano como eu, tão cheia de defeitos. Hoje, mais do que nunca, eu entendi que uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida foi ter cruzado o caminho de vocês.

Um caminho cheio de flores. Lindo e ensolarado. Como a vida que está reservada para vocês: uma vida de brilho intenso e luz imensa, porque vocês merecem. Não consigo mais imaginar minha vida sem esta dupla. Porque vocês conseguiram enxergar a minha essência, e me fizeram acreditar que amizades resistem as diferenças.

Ana Cristina Puttini e Clauber Trivoli: obrigada por tornarem meus dias menos tediosos. Obrigada pela confiança. Obrigada por aturarem meu mau humor. Obrigada por respeitarem meu silêncio. Obrigada pela amizade, pela solidariedade, pelo afeto. Obrigada por me adotarem mesmo eu sendo uma carioca marrenta. Obrigada por existirem na minha vida desse modo único e especial.

Que Deus dê em dobro todo o carinho que vocês me oferecem.



Janaina Pereira
Redatora

terça-feira, janeiro 24, 2006

O que é que a Bahia tem


Salvador – Lençóis – Mucugê – Andaraí – Tanquinho – Vitória da Conquista – Eunápolis - Porto Seguro – Arraial D´ajuda – Trancoso – Caraíva – Curuípe – Itabuna – Ilhéus – Itacaré – Península de Marau – Taipus de Fora – Barra Grande – Nilo Peçanha – Torrinha – Ilha de Boipeba – Valença – Nazaré - Ilha de Itaparica – Baía de Todos os Santos.


Foram estradas, rios, mares, vôos; horas e horas de havaianas no pé e mochila nas costas. Passei por albergues, pousadas, ruas, esquinas, dias de sol e de chuva, noites com estrelas e lua cheia; conheci gente. Gente de Minas, de São Paulo, do Rio, da Bahia.

Ouvi histórias.
Contei histórias.
Senti tristeza.
Chorei.
Acho que até me perdi em mim mesma.
Para me encontrar em cada praia, num novo pôr-do-sol, num novo olhar para o mar.

Cada lugar tinha sua inspiração.
Cada viagem teve seu tropeço.
Cada dia teve sua lágrima e seu sorriso.

Cada vida teve sua transformação.

Atravessei a Bahia de todos os santos, de todos os amores, de todas as dores, de todos os sorrisos, de todas as lágrimas, de todas as saudades. Percorri o maior litoral do Brasil, entrei pelo sertão afora; vi cerrado, agreste, caatinga, casa de pau a pique, caminhão de bóia-fria, pau-de-arara, gente descalça, criança desnutrida, índio civilizado; vi seca, vi fome. Vi sorrisos de esperança e olhares de angústia, vi gente de pele negra e gente de pele branca queimada pelo sol.

Ouvi sotaques.
Olhei para fora e não me reconheci.
Dentro de mim havia algo se corroendo.

A mudança interna, sempre necessária, vem lentamente, quem sabe em ritmo baiano.

Conectei-me com o mundo.
Desliguei-me da vida.

Viajei.

Voltei.


Vi um Brasil que o eixo Sudeste-Sul desconhece. Vi um mundo além dos limites da nossa vida insana. Não vi apenas paisagens belas e praias deslumbrantes. Vi o que meu olhar nunca vai esquecer: a estrada e o mar que levam às belezas da Bahia carregam rios de dor.

As pessoas fazem os lugares. E o Brasil é feito de gente cheia de esperança, que vive na desigualdade que mata.

Eu percorri um Estado, a Bahia, e foi o suficiente para entender que meu país apenas sobrevive. Sobrevive a fome, a seca, a miséria, ao turismo sexual, ao tráfico de drogas. Sobrevive até ao insuportável ritmo do axé.

Às vezes até vivemos. De sonhos, de fé, de esperança.

Amarrei minha fitinha do Senhor do Bonfim no pulso e comprei um chinelo repleto delas. Eu também sou uma sobrevivente. E também vivo – e ando – com a fé, porque ela é que não costuma falhar.



Janaina Pereira
Redatora





Roteiro Gastronômico da Bahia da Jana


-Cocada em Salvador
-Sopa de Cenoura do restaurante “Sopa & Cia”, da Ana Figueiredo, em Lençóis
-Doce ‘nega maluca’ do restaurante “Canto da Duca”, em Caraíva
-Moqueca a moda da casa (com peixe, siri, camarão e caranguejo) do restaurante “Silvana & Cia”, em Trancoso
-Sorvete de banana com nozes da “Sorveteria”, em Trancoso
-Guaíba com farofa de banana da Praia dos Coqueiros, em Trancoso
-Café da manhã da pousada Quarto Crescente, em Trancoso
-Moqueca de jabá (carne seca) com pirão de abóbora do restaurante “La in”, em Itacaré
-Moqueca de siri do restaurante “Uai Bahia”, em Barra Grande
-Siri e Aratu da Didize do restaurante “Jorge Som”, em Boipeba
-Água de coco, muita água de coco.



Janaina Pereira
Redatora

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Tô Voltando


(Chico Buarque)


Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar, muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Leva o chinelo pra sala de jantar...Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar porque eu tô voltando

Dá uma geral, faz um bom defumador, enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, ta calor, vai pegando uma cor
Que eu tô voltando
Faz um cabelo bonito pra eu notar que eu só quero mesmo é
Despentear
Quero te agarrar... pode se preparar porque eu tô voltando

Põe pra tocar na vitrola aquele som, estréia uma camisola
Eu tô voltando
Dá folga pra empregada, manda a criançada pra casa da avó
Que eu tô voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar... Quero lá.. lá.. lá.. ia.....porque eu tô voltando!

terça-feira, janeiro 17, 2006

A vida como ela é


A pior solidão é quando estamos no meio de um monte de gente e nos sentimos completamente isolados. A imaturidade é o que causa rompimentos e atitudes desnecessárias.

Mais do que uma simples viagem, minhas férias são aprendizado de vida. Agora dou valor a minha individualidade e ao meu espaço. No meu território, ninguém pisa.

Estou voltando, galera. E cheia de veneno.



Janaina Pereira

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Quanto Tempo Dura Um Mês

(Biquini Cavadão)


Acordei com o seu gosto
E a lembrança do seu rosto
Porque você se fez tão linda

Mas agora você vai embora
Quanto tempo será que demora
Um mês pra passar

A vida inteira de um inseto
Um embrião pra virar feto
A folha do calendário
O trabalho pra ganhar um salário

Mas daqui a um mês
quando você voltar
A lua vai estar cheia
E no mesmo lugar

Se eu pudesse escolher
Outra forma de ser
Eu seria você

E a saudade em mim agora
Quanto tempo será que demora
Um mês pra passar

Ser campeão da copa do mundo
Um dia em Saturno
Pra criança que não sabe contar vai levar um tempão

daqui a um mês
quando você voltar
A lua vai estar cheia
E no mesmo lugar

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Conta-gotas



Já que estou na Bahia, e aqui o tempo não anda, se arrasta, o tradicional PÍLULAS deste blog virou CONTA-GOTAS. Doses homeopáticas, mas necessárias para eu descarregar o veneno.

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Eu sabia que não resistiria muito tempo sem acessar a internet. Mas como os programas não foram do meu agrado, ficar de molho e entrar no messenger se tornaram uma solução bem bacana. Então nestes dias falei com várias pessoas queridas e percebi que a distância realmente não existe. Ainda bem.


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Estou neste momento em Lençois, cidade pacata da região da Chapada Diamantina. Meus dias aqui são lentos, devagar, quase parando. A cidade pára - literalmente - na hora do almoço. Um sossego só. Jamais moraria aqui: eu sou cada vez mais cosmopolita.


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Ando pensando muito, sonhando muito e refletindo muito. Mas o trabalho não passa nem voando pelos meus pensamentos. Se eu precisava desligar minha tomada proletariada, ela pifou de vez.



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Nada de comidinhas típicas, meu estômago não deixa. E lá se vão, longe de meus olhos e de minha boca, o acarajé, a casquinha de siri e a cocada que adoro. Fala sério. É por isso que eu sempre preferi o Sul.



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Dizem que meus dias serão mais radiantes quando eu chegar na praia. Levarei tantas horas para pisar na areia que vou agradecer de joelhos ao Senhor do Bonfim a graça alcançada. Depois quando eu falo que paulista é um povo esquisito, todo mundo acha que é implicância minha...


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Vamos deixar as coisas bem claras... meu povo é do mar e não das matas e cachoeiras... meu povo não sobe e desce ladeiras... aprecio a natureza e respeito mesmo... mas sou da estrada e do mar. Porém, na Bahia de Todos os Santos, tenho que acender uma vela para cada orixá porque a coisa está difícil por aqui, neguinhos.


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E Salvador? Gente, a cidade é uma coisa assim sei lá, ou não... como diria Caetano. Vinícius estava breaco quando elogiou Itapoã. E passar o reveillon tirando o pé do chão não é comigo. Sim, eu estou velha. Sarada, mas balzaquiana e cansada, sem querer esta presepada toda. O Farol da Barra, o Jardim de Alah, nada disso me emociona... faixa estreita de área não é comigo. E dizer que o Pelourinho é maneiro... um lugar em que escravos eram açoitados não pode ter energia boa. Salvador me mostrou o Brasil pobre, o Brasil miserável, o Brasil doente, o Brasil que sorri porque faz sol e dá para ganhar um trocado em cima dos turistas... as pessoas acham isso o máximo ? eu não achei. Achei lamentável. Principalmente porque ouvi que a Bahia é linda e baiano não presta.

Baiano presta sim. Presta atenção para te indicar o caminho, para te dar a informação correta, para ser atencioso e você voltar. Baiano é gente boa pra caramba. As pessoas esquecem que quem faz um lugar são as pessoas que moram nele.

Senti-me ofendida quando ouvi falarem mal dos baianos. É como dizer: 'adoro o Rio mas detesto cariocas'. Não é assim que funciona. Salvador tem outro ritmo, é uma cidade que sofre com a falta de recursos, mas que tem um povo do bem. E São Paulo, a capital econômica do Brasil, só cresceu porcausa desse povo sofrido que desceu pro Sul pra construir isso tudo aí.

Tá dito.

Detesto preconceito. E sim, na Bahia todo mundo acha que sou baiana. Portanto, de alguma forma, eu estou me sentindo em casa.



Janaina Pereira

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