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domingo, julho 31, 2005

O pecado mora ali


O filme mais aguardado dos últimos tempos finalmente chegou aos cinemas brasileiros. E eu não perdi tempo para vê-lo. Assisti ontem “Sin City – A Cidade do Pecado”, adaptação da grafic novel homônima de Frank Miller (dos ótimos “Batman Ano Um” e “Cavalheiro das Trevas”, clássicos das HQs), dirigido pelo próprio Miller e por Robert Rodriguez, com participação de Quentin Tarantino – que dirige uma cena. O filme, de atmosfera noir e com diálogos em primeira pessoa, preserva toda a linguagem dos quadrinhos, desde a concepção visual ao estilo rápido e mordaz, com muita violência, anti-heróis dispostos a salvar mulheres e vilões maus. É uma das melhores coisas que já vi no cinema. Simplesmente fascinante.

“Sin City” une quatro histórias dos quadrinhos: ‘O Assassino Amarelo’, ‘A Cidade do Pecado’, ‘A Grande Matança’ e ‘O Cliente Tem Sempre Razão’. O roteiro apresenta tudo isso em três histórias paralelas e violentas, que se passam em uma cidade infestada pela criminalidade. Em uma delas, Marv (Mickey Rourke, irreconhecível e em ótima atuação) investiga o assassinato de uma bela mulher, que foi morta enquanto estava dormindo com ele; em outra, o ex-matador Dwight (Clive Owen) mata um policial (Benício Del Toro) por acidente e deve encobrir o crime para que o caos não se instale na Cidade Velha, dominada por prostitutas; e por último, o policial prestes a se aposentar, Hartigan (Bruce Willis), é colocado na prisão por oito anos, acusado de um crime que não cometeu.

Por tamanha perfeição, “Sin City” tem sido apontado como um marco entre as adaptações de HQs – prática que já pode ser considerada um gênero à parte, já que ultimamente o mundo dos quadrinhos vêm pipocando nos cinemas. O filme é belo, sujo, violento, canastrão, sensual, engraçado, duro e alucinado, do jeito que deveria ser. As histórias têm um ritmo acelerado, e são contadas de forma envolvente. A fotografia é um espetáculo à parte. Com altos contrastes em preto-e-branco, são criados belíssimos jogos de luz e sombra, exatamente como nos quadrinhos desenhados por Frank Miller. Em alguns trechos, o filme dá espaço a algumas cores – como o sangue no rosto do herói, o azul dos olhos de uma personagem, o vermelho do vestido de outra ou mesmo a pele amarela do assassino. Em outras, o sangue tem cores intensas, como branco ou amarelo, criando um contraste ainda maior. Um lindo espetáculo visual. Você tem a nítida impressão que está lendo uma HQ, só que numa tela gigante.

Adaptação rica e fiel de histórias em quadrinhos, “Sin City” é único e desde já, a obra-prima de Rodriguez e Miller. Então assista o filme, leia o quadrinho e garanta prazer aos olhos e a mente.



Janaina Pereira
Redatora
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quinta-feira, julho 28, 2005

Para dar água na boca


Um dos maiores clássicos do cinema infantil dos anos 70 voltou à telona pelas mãos magistrais de Tim Burton. Apesar de não ser minha referência de infância – não lembro se assisti ao original, só me recordo vagamente da cara do Gene Wilder, o protagonista – fui convencida a ver “A fantástica fábrica de chocolate”. E não me decepcionei com o resultado desta nova versão.

Willy Wonka (Johnny Depp, ótimo como sempre) é o excêntrico dono da maior fábrica de doces do planeta. Ele decide realizar um concurso mundial para que cinco crianças conheçam sua lendária fábrica, que não era visitada por ninguém há 15 anos. O passeio vai revelar um mundo de surpresas para todos, especialmente para Charlie Bucket (Freddie Highmore), um dos felizardos que encontrou um convite dourado nas barras de chocolate Wonka.

O divertido roteiro de John August, baseado em livro de Roald Dahl , a maravilhosa direção de arte e a bela fotografia são alguns dos trunfos de “A fantástica fábrica de chocolate”. O filme encanta adultos, que eram apaixonados pela versão original, e novatos como eu. E tem a marca registrada do estilo colorido e precioso do diretor Tim Burton. Simplesmente uma delícia.



Janaina Pereira
Redatora
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terça-feira, julho 26, 2005

Então


(para ler ouvindo “Son of a preacher man” com Janis Joplin)



Não me olhe assim
Eu fujo
Eu corro
Eu nem sei para onde eu vou
Mas também não deixe de olhar
Não fale mais nada
Prefiro a incerteza dos fatos
As palavras cortantes
Corações que sangram um dia cicatrizam
Eu tenho sede
Preciso beber esta água cheia de vida
Acredite no meu olhar
E sorria
Porque eu posso fugir
E correr
E nunca mais voltar.


Janaina Pereira
Redatora
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segunda-feira, julho 25, 2005

Pílulas



O mundo é assim ... um deputado é pego com a cueca cheia de dinheiro, outro prefere esconder em malas fashion. A Daslu vende roupas por R$5.000,00 mas a nota da importação era de apenas U$10. Crianças são mortas em Bagdá numa fila para ganhar doces. Como diria Nelson Rodirgues ... é a vida como ela é.

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Mais um blog maneiro para vocês visitarem ... http://ideiasdesencontradas.zip.net do meu amigo Thiago. Com direito a fotos do moço em sua mais recente viagem a Venezuela. Muito chique !

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Se você anda meio perdido no Rio de Janeiro em relação a programação cultural da cidade, visite o NA CARREIRA http://www.dannyreis.blogger.com.br , o blog da minha amiga leonina Daniela. Cheio de dicas para aproveitar ao máximo a Cidade Maravilhosa, este espaço conta também com a ótima seleção musical da Danny. Um luxo essa menina, viu ?


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E se o seu negócio é conhecer um pouco mais de Música Popular Brasileira, preste atenção nos textos do mestre Zé Amaral na coluna “Perfil” do site Ziriguidum http://www2.uol.com.br/ziriguidum Meu companheiro de escriba Léo Pinheiro (o dono do Balcão da Padaria http://www.balcaodapadaria.blogspot.com) também aparece por lá.

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Graças ao meu amigo Beto Freitas, este blog agora tem som. Leia o texto e ouça a música. Literalmente.


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Alguns minutos de reflexão numa sala de acupuntura podem salvar um mau dia. E mudar o rumo do que ainda me resta de vida.


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Hoje é dia de Clauber. Quarta é dia de Evandro. Que bom que Deus colocou leoninos especiais no mundo e no meu caminho.




Janaina Pereira
Redatora
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domingo, julho 24, 2005

Uma história maravilhosa


Finalmente assisti “Peixe Grande”, o filme que é considerado a melhor fábula de Tim Burton. E posso dizer que “Ed Wood” já não é mais meu filme preferido dele. Com um roteiro belíssimo, direção de arte primorosa e atuações irresistíveis, Burton criou uma história emocionante e profunda. Já entrou facilmente na minha lista de favoritos.

Ed Bloom (Ewan McGregor) é um grande contador de histórias. Quando jovem, saiu de sua pequena cidade-natal, no Alabama, para realizar uma volta ao mundo. A diversão predileta de Ed, já velho (Albert Finney), é contar sobre as aventuras que viveu neste período, misturando a realidade com a fantasia. As histórias fascinam todos que as ouvem, com exceção de Will (Billy Crudup), filho de Ed. O relacionamento entre pai e filho vai ganhando contornos emocionantes enquanto as histórias fantásticas de Ed Bloom são contadas.

Impossível “Peixe Grande” passar desapercebido. O filme é singelo e mexe com os sentimentos de maneira única. Perfeito da concepção visual a idéia simples e simpática, é um encantador conto –de-fadas moderno. E, com certeza, a obra-prima do excepcional Tim Burton.


Janaina Pereira
Redatora
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sábado, julho 23, 2005

Aberta a temporada de caça ao leão


(para ler ouvindo “Born to be Wild”, com Steppenwolf, na versão da trilha Sonora de ‘Easy Rider’)

O quinto signo do Zodíaco chegou para animar a festa e iluminar corações e mentes preguiçosos. Governado pelo sol, os leoninos dominam os próximos dias com sua força, coragem e ousadia. Porque a gente é chato pra caramba, perfeccionista, rabugento e reclamão, mas sem os nativos deste signo o mundo teria menos encanto.

Sim, sou leonina com orgulho, com prazer e com toda garra que meu signo me deu. Nós, os leões indomáveis, somos ótimos organizadores, extremamente fiéis, às vezes um pouco teimosos, e gostamos de expressar nossa criatividade. Trabalhamos duro para conseguirmos o que queremos e temos a tendência de sermos dominadores. O signo de Leão é masculino, positivo, extrovertido, inquieto, ansioso e entusiasmado.

Quando se apaixonam, seu mundo se enche de alegria e vivem como um dia lindo de sol. Quando são rejeitados ou tem falta de sorte no amor, é como se as nuvens pretas estivessem sobre sua cabeça. Isso quer dizer que, quando as coisas dão errado, o leonino é o signo do Zodíaco que mais sofrerá. Porém, sua força descomunal faz com que ele ressurja das cinzas e abra seu coração para amar outra vez.

Sua casa refletirá conforto, elegância, estilo e beleza. O lar dos leoninos são um refúgio para reflexão, e também um lugar muito especial para receber amigos e para passar o seu tempo. Leoninos são cheios de vida, de amor, de esperança e de fé. Leoninos têm graça, fazem graça, são espertos, carinhosos, sensíveis, amigos e, acima de tudo, leais. Quem conhece uma pessoa de leão sabe que a lealdade está acima de tudo para estes nativos. Por isso às vezes é duro ser cobrado, pois um amigo, amante, irmão, pai, mãe, ou qualquer outro leonino querido que exista na sua vida, sempre será especialmente sedutor, absurdamente fiel, totalmente companheiro, infinitamente leal ... mas cobrando atenção e cuidado. É um preço alto a se pagar mas vale a pena ter um leãozinho por perto.


O signo de Leão está relacionado a:
Elemento: Fogo

Planeta Regente: Sol

Palavra-chave: Eu sou

Afinidades: Áries, Gêmeos, Libra e Sagitário

Dia da semana: Domingo

Cor: Dourado

Pedra: Diamante

Metal: Ouro

Planta: Crisântemo, Girassol

Órgão: Coração

Função vital: visão e cegueira, sentimento

Incenso: Mirra

Apóstolo: Tiago Menor, conhecido por seu espírito de comando, demonstrava confiança em seu poder de atingir tudo que estava a sua volta. Irradiava para todos a alegria da fé. Tinha um forte senso de individualismo e de amor pessoal.

Anjo: Michael - Salmo 51




Janaina Pereira
Redatora
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sexta-feira, julho 22, 2005

I Started A Joke

Bee Gees

(ouçam a versão do Faith No More )


I started a joke
Which started the whole world crying
But I didn't see
That the joke was on me

I started to cry
Which started the whole world laughing
Oh had I only seen
That the joke was on me

I looked at the sky
Rolling my hands over my eyes
And I fell out of bed
Cursing my head from things that I said

'Till I finally died
Which started the whole world living
Oh had I only seen that the joke was on me

I looked at the sky
Rolling my hands
Over my eyes
And I fell out of bed
Cursing my head from things that I said

'Till I finally died
Which started the whole world living
Oh had I only seen that the joke was on me
Oh no! that the joke was on me
Oh...



Janaina Pereira
Redatora
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quinta-feira, julho 21, 2005

Selvagens



Quando eu era criança, eu achava que os brinquedos e os animais falavam em sua própria língua. “Toy Story” foi a realização da minha idéia infantil. E “Madagascar” confirmou minha tese de que os animais falam e a gente é que só ouve rugidos, miados e afins.

Eu sempre gostei de desenhos. Esse é o meu lado infantil que mais faço questão de manter. E depois de rever o ótimo “Shrek” no vídeo, continuei minha semana animada assistindo, finalmente, ao hilariante “Madagascar”. Escrito e dirigido por Eric Darnell (FormiguinhaZ) e Tom McGrath (The Ren & Stimpy Show), o filme é uma sucessão de boas piadas e situações bastante relfexivas.

O leão Alex (voz de Ben Stiller) é a grande atração do zoológico do Central Park, em Nova York. Ele e seus melhores amigos, a zebra Marty (Chris Rock, excelente na dublagem), a girafa hipocondríaca Melman (voz de David Schwimmer) e a hipopótomo fêmea Gloria (voz de Jada Pinkett Smith), sempre passaram a vida em cativeiro e desconhecem o que é morar na selva. Curioso em saber o que há por trás dos muros do zoológico, Marty decide fugir para explorar o mundo. Ao perceberem a fuga do amigo, Alex, Gloria e Melman decidem partir à sua procura. A partir daí começam as aventuras dos animais, que após algumas confusões acabam parando na ilha de Madagascar, onde precisam encontrar meios de sobrevivência em uma selva verdadeira.

O roteiro poderia explorar um pouco mais algumas situações, e assim o filme seria mais longo. Os momentos de conflito dos animais, que trocam os holofotes do cativeiro pela vida selvagem, são muito interessantes. Quando acaba, a sensação de que o tempo passou rápido demais é instantânea. Ainda assim é uma grande e saborosa diversão.



Janaina Pereira
Redatora
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quarta-feira, julho 20, 2005

Fofos & Fofas


(para ler ouvindo “With a little help from my friends”, com Beatles.)


Alê Ana Paula Machado Ana Paula Leone Ana Puttini André Beto Beto Venturi Bruno Camila Carmen Carol Chris Cida Claudete Clauber Cleide Daniela Danielle Dê Cíntia Monteiro Cynthia Antunes David Edson Elaine Erlon Evandro Fabiana Fê Fernandinha Gisele Giovanna Guto Junior Kelly Kiko Lak Leila Leo Luciana Luciano Luíza Marco Mariana Nilda Parvati Patrícia Paulo Paulo Gontijo Pedro Renato Roberta Roberto Silvia Simone Simone Balestero Sueli Taís Vamberto Vany Valéria Vera Vivi Wellington


Feliz Dia do Amigo.



Janaina Pereira
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segunda-feira, julho 18, 2005

A mulher que padece no Paraíso


Finalmente assisti ao único filme de Pedro Almodóvar que faltava na minha vida cinematográfica: “Tudo sobre minha mãe”. Como todo mundo me dizia, o filme é realmente maravilhoso. Aliás, não se pode esperar outra coisa de Almodóvar, para mim o melhor cineasta da atualidade.

Estéban (Eloy Azorin) é um rapaz que deseja ser escritor e vive fazendo anotações num caderno, sonhando publicar uma história chamada ‘Tudo sobre minha mãe’. No dia do seu 17º aniversário ele ganha de presente da mãe, Manuela (Cecília Roth, excelente), um ingresso para assistirem a peça “Um bonde chamado desejo”, com Huma Rojo (Marisa Paredes, ótima como sempre). Após a apresentação, Manuela confessa que já atuou na mesma peça há vinte anos ao lado do pai de Estéban, de quem o jovem, até então, não sabia nada. O rapaz pede para a mãe lhe contar tudo sobre seu pai. Mas um acontecimento inesperado muda completamente a vida de ambos, levando Manuela a uma angustiante jornada de redenção.

Almodóvar explora com delicadeza temas polêmicos e faz um filme primoroso, abordando mais uma vez a força feminina. Tudo dá certo: do roteiro a direção, passando pela bela fotografia do brasileiro Affonso Beato e a excepcional atuação do elenco feminino. “Tudo sobre minha mãe” é uma homenagem singela e verdadeira às mulheres e, em especial, às mães. Um filme raro, comovente e inesquecível, que inaugurou uma nova fase na carreira do diretor espanhol. Sem dúvida, é a pequena obra-prima de Pedro Almodóvar para as frágeis mulheres fortes.


Janaina Pereira
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domingo, julho 17, 2005

É melhor que os olhos não vejam


(para ler ouvindo “Because”, dos Beatles.)


Às vezes me impressiono com a capacidade auto-destrutiva do ser humano. Por que será que as pessoas adoram arrumar confusão? É verdade que às vezes a vida nos coloca em determinadas situações, que são testes. E a gente acaba trocando os pés pelas mãos e faz besteira... depois reclama.

Uma das coisas mais importantes nesta vida, quando o assunto são as relações humanas, é a confiança. Quem perde a confiança, perde tudo. E se a desconfiança rondar um relacionamento, tudo mais vai pro espaço. Na maioria das vezes, não tem jeito e não tem volta.

Como gosto muito de observar as pessoas, percebo que cada vez mais elas são estão se fechando em seus mundos e criando o seu gueto particular. Vivem cercadas de muros, que rodeiam suas vidas e seus corações. Reclamam de falta de amor, mas não se abrem para ele. Não se permitem, não olham para os lados, não enxergam adiante. Muitas vezes se recusam a admitir que quem está por perto é que vai lhe dar o afeto de que precisa. Preferem insistir na aparente história difícil, na conquista monumental. Seguem por caminhos solitários, reclamando dos infortúnios amorosos. Aprendem a brincar com os sentimentos, querem se comprometer, mas não se comprometem por medo. O medo que atrapalha tudo e muda o coração de lugar. Homens pensam por instinto, por atração, porque sabem que a mulher está a fim, ou porque só querem transar. A mulher sempre se ilude. E por isso quebram a cara.

Acho que não é um bom momento para eu refletir sobre isso. O inferno astral já começou e como diz aquela música ... hoje eu só quero que o dia termine bem.



Janaina Pereira
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quinta-feira, julho 14, 2005

Pecado capital


Tenho que manifestar meu repúdio a dois acontecimentos que me chocaram nos últimos dias. Diante da prisão do deputado estadual George Hilton dos Santos (PFL - MG), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, com malas repletas de dinheiro, o jornalista Bóris Casoy não pode expressar qualquer opinião – como sempre faz. Casoy, um grande nome do jornalismo nacional, ficou calado pois trabalha na Rede Record – emissora da Igreja Universal. O que me choca neste fato é que o jornalismo continua vendido, continua lapidado de acordo com os donos das empresas que têm a mídia nas mãos. Lamentável.

O outro fato que me deixou não só chocada, mas também irada, foi a declaração pífia daquela que é considerada a primeira dama da televisão brasileira, Sra. Hebe Camargo. Ontem, no programa “Fora do Ar” do SBT, ela disse ao vivo, e em alto e bom som, que achava um absurdo a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, ser presa sob acusação de sonegação e contrabando. Segundo tia Hebe, Eliana tem uma obra social – o faraônico prédio da Daslu que, meus amigos, é uma visão absurda de como a burguesia realmente fede – além de ser católica, mãe e empregar 1.600 pessoas, incluindo a filha do governador de SP, Geraldo Alkmin. Com o aval de Adriane Galisteu – com aquele ar de intelectual que ela adora fazer, mas que não esconde o seu jeito burro de ser – tia Hebe fez um inflamado e patético discurso a favor da dona da Daslu, declarando que chorou com a prisão da amiga e que são estas coisas que fazem ela querer abandonar o Brasil. Ah, já vai tarde, né, fofa ?????? Suas palavras caíram como uma bomba nos ouvidos dos outros apresentadores do programa, Cacá Rosset e Jorge Kajuru, que ficaram completamente sem graça. Eles até tentaram expressar suas opiniões mas a situação era tão constrangedora, que não argumentaram muito.

Eu fiquei indignada com a declaração da Hebe, justo ela que vive soltando os cachorros para cima dos corruptos do país. Justo ela, que momentos antes mostrava aversão ao fato de Suzane Von Richthofen, a jovem paulistana rica que planejou o assassinato dos pais em 2003, ter sido solta. Mas, para a tia Hebe, Suzane merece ser presa e Eliana Tranchesi não. Para mim, as duas merecem pagar pelos seus respectivos crimes. Porque planejar a morte dos pais é um absurdo. E contrabando também é uma coisa muito feia. Claro que são casos diferentes, mas devem ser punidos.

A televisão, com fatos como esses, só me deixa cada vez mais enojada. Jornalismo tendencioso, declarações hipócritas, pessoas que se calam para sobreviver e outras que vivem num mundinho próprio, superficial e escroto. Gente que não pode declarar o que pensa, porque tem que se submeter ao sistema. Gente que não pensa e fala um monte de tolices sem o menor fundamento.

Como dizia Coco Chanel, que foi paupérrima e se tornou um ícone da moda, o oposto do luxo não é a pobreza, mas a vulgaridade. E tia Hebe Camargo, com sua fiel escudeira Adriane Galisteu, estão aí tornado este pensamento cada vez mais verdadeiro. Tão chiques, tão descoladas, tão ricas ... e absolutamente vulgares e imbecis.




Janaina Pereira
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segunda-feira, julho 11, 2005

Quadrinhos em cena


Assisti ontem a uma das peças de maior sucesso em cartaz aqui em São Paulo: “Avenida Dropsei”. Em mais um brilhante trabalho da Sutil Companhia de Teatro, de Curitiba – que eu conheci em 2001, logo que cheguei a SP, através da maravilhosa peça “A vida é cheia de som e fúria” – o espetáculo foi inspirado na obra do cartunista Will Eisner, mestre das histórias em quadrinhos, que morreu em janeiro aos 87 anos. O diretor Felipe Hirsch, que comanda a Companhia, foi buscar na aguda percepção que Eisner tinha da realidade, uma excelente referência para a peça.

Em seu trabalho gráfico, Eisner (criador do inesquecível "Spirit") descreveu uma tragédia humana invisível aos olhos dos moradores das grandes cidades, apontando a maldade e a bondade, o terror e a redenção que circulam diariamente pelas ruas. Em “Avenida Dropsie” este cenário está presente, não numa história central, mas em pequenos flashes do cotidiano inspirados em célebres graphic novels como ‘Nova York: A Grande Cidade’ (1987), ‘City People Notebook’ (1989), ‘Pessoas Invisíveis’ (1992) e ‘Avenida Dropsie - A Vizinha’ (1995). O trabalho de Eisner é a base para a interpretação, a cenografia, a iluminação e outros elementos de cena, num resultado extraordinário.

O público já se impressiona ao entrar no teatro: a fachada de um edifício de três andares com quase dez metros de altura, criação da cenógrafa Daniela Thomas, reproduz com fidelidade a avenida Dropsie, criada por Eisner para ambientar várias de suas histórias. Oito atores recriam os momentos selecionados pelo grupo, especialmente os que mostram o cotidiano de um centro urbano, palco de situações que passam despercebidas pela maioria das pessoas, como separações, solidão, pequenos furtos e alegres reencontros. Assim, a Sutil Companhia de Teatro, liderada no palco pelo excelente Guilherme Weber (que interpreta 27 personagens na peça) retorna ao território pop para, mais uma vez, brincar com a memória usando projeções, incrível trilha sonora e belíssimas atuações. Simplesmente imperdível.


Avenida Dropsie
Direção: Felipe Hirsch. Com a Sutil Companhia de Teatro. 105 min.
Teatro Popular do Sesi (455 lug.). Av. Paulista, 1.313, 3146-7405.
5ª e domingo, às 20h, grátis. 6ª (às 20h) e sábado (às 21h), R$15,00 (inteira) e R$7,00 (meia).

Os dias em que a entrada é franca o ingresso deve ser retirado três horas antes do início do espetáculo. Até 25/08.



Janaina Pereira
Redatora
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sábado, julho 09, 2005

O que nunca vai se apagar


(para ler ouvindo "Beautiful Day", do U2.)


Eu quase desisti, mas segui o caminho pré-estabelecido. Lá fui eu novamente fazer uma tatuagem. Tão significativa quanto a primeira, e bem mais discreta que a segunda, marquei na pele o que eu acho da vida. Achei curioso o Lucas, meu tatuador, falar que nos últimos dois anos cresceu o numero de tatuagens escritas. Segundo ele, as pessoas resolveram escrever na pele o que pensam da vida, expor suas opiniões.

Para mim, tatuar uma imagem deveria ser muito mais simbólico. Até tenho algumas em mente, mas o que penso tem mais força através das palavras. Fácil imaginar que escrevi mais uma vez na pele, não é ? Mas em que lugar do meu corpo ? Quem sabe algum dia todo mundo vai descobrir, porque esta é a mais visível e delicada tatuagem que fiz.

A dor dessa vez foi bem menor. O sofrimento foi rápido mas é sempre compensador. Foi tão simples que eu até retoquei a primeira tattoo. Foi tão legal que as próximas já estão agendadas.

Portanto, estou marcada para sempre. Algumas dessas marcas, só vê quem eu quiser. Outras, todo mundo pode olhar. As próximas ainda são uma incógnita. Aguardem.


Janaina Pereira
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quinta-feira, julho 07, 2005

O mundo de Spielberg


Steven Spielberg sempre foi o meu diretor preferido. Gosto do seu estilo lúdico e feroz, que sabe mostrar o cinema como ele é: pura diversão. No entanto, a partir de “O resgate do soldado Ryan” (1997) eu comecei a questionar algumas coisas nele. Apesar de ser capaz de conduzir a câmera com espetacular habilidade – o desembarque na Normandia de “Soldado Ryan” é uma das melhores cenas da história do cinema – seus filmes passaram a ter, desde então, finais politicamente corretos. Foi assim com “Inteligência Artificial” e “Minority Report” (este, um argumento excelente que teria um final mais digno se tivesse dez minutos a menos). Então, quando fui assistir “Guerra dos Mundos” (War of the Worlds), já sabia o que me aguardava. Por isso nem criei grandes expectativas para não me decepcionar – mas ainda assim sai do cinema com a sensação de que tudo poderia ser bem melhor.

Ray Ferrier (Tom Cruise, em boa atuação) trabalha nas docas, é divorciado e não exerce nada bem a sua função de pai. Assim que a sua ex-mulher e o novo marido dela deixam seu filho adolescente Robbie (Justin Chatwin) e a pequena Rachel (a garota-prodígio Dakota Fanning) numa rara visita de fim de semana, inicia-se uma estranha e forte tempestade. De repente, um dia comum abriga o evento mais extraordinário de suas vidas: o primeiro golpe de um catastrófico ataque alienígena contra a Terra. Ray empenha-se em afastar seus filhos desse novo e impiedoso inimigo, embarcando numa angustiante jornada que os levará para o interior de um país assolado, onde eles se vêem envolvidos por uma desesperada multidão que foge de um exército extraterrestre.

Baseado no livro do inglês H.G. Wells, um clássico da ficção-científica escrito em 1898, esta história causou alvoroço em 1938 quando uma apresentação na rádio CBS, feita pelo então novato Orson Welles (que anos depois escreveria seu nome na história do cinema com “Cidadão Kane”), foi confundida com um fato real e levou milhares de nova-iorquinos ao pânico. Já no filme de Spielberg, o roteiro do estreante Josh Friedman e do experiente David Koepp (roteirista também de Homem-Aranha (2002), O Quarto do Pânico (2002), Missão Impossível (1996), Parque dos Dinossauros (1993) e outros) mantém o ritmo alucinado, deixa alguns ‘buracos’ mas se perde mesmo no fim. Ainda que o filme mantenha o desfecho da versão de Byron Haskin (1953), você tem a nítida impressão de que tudo poderia ser diferente. Poderia ... mas não é. É Spielberg. Bom moço como ele só ...

Recheado de boas cenas – especialmente as que mostram a enlouquecida reação dos humanos diante do ataque alienígena – e cheio de simbolismo – como as referências aos terroristas e alusões ao 11 de setembro – “Guerra dos Mundos “ tinha tudo para ser um grande filme, mas o final patético compromete tudo. E olha que quem está escrevendo isso é uma fã incondicional de Spielberg. De qualquer modo, é bem melhor do que “Independence Day” e outros do gênero. Só não é a melhor coisa que Steven Spielberg já fez.



Janaina Pereira
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quarta-feira, julho 06, 2005

Um balé na lua


Apesar das cadeiras desconfortáveis do Credicard Hall (que são um desrespeito a todos que pagam caro – com ou sem carteira de estudante – pelo ingresso) e do ar condicionado insuportável, assisti ontem ao espetáculo “Lunar Sea - Mar Lunar” do Momix, a sensacional companhia americana formada por bailarinos-acrobatas-ilusionistas. E a única coisa que posso garantir é que assistir ao Momix alguma vez na vida é uma obrigação: todo mundo tem que passar por essa experiência.

Conhecidos por apresentarem um trabalho que une criatividade e beleza física excepcional, o Momix - que siginifica 'The Moses Mix' - se consagrou internacionalmente como uma companhia de bailarinos que misturam acrobacia e ilusionismo, sob a direção do coreógrafo Moses Pendleton. “Lunar Sea”, que estreou nos EUA, já passou pelo Rio, está com ingressos esgotados em São Paulo e segue ainda para Salvador e Belo Horizonte antes de continuar em turnê mundial, foi criado para celebrar os 25 anos desta companhia de dança aclamada mundialmente. É a quarta vez que o Momix se apresenta no Brasil, sempre com estrondoso sucesso. Vou descrever a seguir minhas impressões sobre este espetáculo.

O termo MAR LUNAR entrou para a história da ciência em 1610, quando o italiano Galileu, observando a lua, achou que as imagens das crateras poderiam ser mares. Quase quatrocentos anos depois, “Lunar Sea” passa à história da dança graças ao Momix. O espetáculo brinca com a ausência de gravidade, mostrando bailarinos que flutuam, desenham formas com o corpo e criam imagens que parecem longe do possível dentro da nossa atmosfera. Boa parte dessas imagens se passam no escuro, onde corpos que brilham ganham destaque juntamente com sedutores movimentos que reúnem ginástica, dança e acrobacia, sob o som de músicas envolventes. Uma tela separa o palco da platéia, recebendo projeções de imagens surrealistas, que aprofundam a idéia de sonho, idealizada pelo diretor Moses ao criar o espetáculo. A iluminação, assinada por ele e por Joshua Starbuck, tem papel fundamental assim como o figurino. O que os bailarinos vestem e o público vê, e também o que eles vestem e o público não vê, impressiona: muitas cenas são feitas por duplas que, cobertas de preto dos pés à cabeça, tornam-se invisíveis no cenário.

Somando estes detalhes, “Lunar Sea” torna-se um desfile de imagens mágicas, com bailarinos que andam, flutuam ou nadam no vazio, seres que se unem e se dividem sem tocar o chão, que se agrupam e se separam em misteriosos formatos, e aranhas que se formam do nada. Como já é tradicional nos espetáculos do Momix, esta é uma brincadeira de corpos ou partes destes, um desafio as posições tradicionais da dança, que valoriza o jogo de sombra e luz, o possível e o inusitado, o aparente e o invisível, o que se vê e o que se imagina. Um balé lunar, de rara beleza e com coreografias extremamente originais. Dá até vontade de sair voando no final.



Referência Bibliográfica: www.momix.com


Janaina Pereira
Redatora
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segunda-feira, julho 04, 2005

Eu vim de lá



Feijoada
Carinho, amor e afeto
Céu azul, noite de estrelas
Quase cinema, quase feliz, quase certo, quase em dúvidas
Milkshake de Ovomaltine do Bob´s
Festa Junina em Julho
Cadê a maçã do amor ?
Mãe, avó, tio, cachorro, família
A Glória de quem chega até Copacabana
A pé
Ao luar
Pelo olhar
Minhas mãos não dizem adeus
É hora de lavar a alma
Preparados para decolar da torre
O tombo é certo
Assim como a praia é certa
Ao cair, quem estará lá para me levantar ?
Ou será que é aqui que devo me reerguer ?
Quantas vezes o show se repetiu daquela forma ?
Mudam a protagonista ?
Perguntas que deixei para trás
Tudo ficou para trás
E enquanto o mar beijava a areia
O caminho de volta se formou
E só restaram lembranças
Café da manhã, almoço e jantar
Uma janela para a saudade
Com a benção do Cristo Redentor.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

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