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sábado, janeiro 29, 2005

E assim nasceu a Mônica



Acho curioso o modo como as pessoas ganham apelidos. Desde pequena sempre me chamavam por um nome bem estranho, que eu fiz questão de deletar da memória. Mas um apelido me acompanha até hoje: Mônica. Exatamente como a personagem dos quadrinhos, eu era baixinha e dentuça – mas não era gorda – e adorava brigar. Sempre fui bravona, por isso mesmo o apelido pegou fácil. Até hoje eu vejo na Mônica meu alterego. E tenho até um vestidinho vermelho igual ao dela.

Assim como eu, algumas pessoas ganham apelidos por se parecerem com personagens – seja de quadrinhos, de desenho, filmes ou novelas. Já trabalhei com toda a Turma da Mônica: Cebolinha, Cascão, Magali, Anjinho e cia. Conheci uma menina cujo apelido era She Ra (e ela parecia mesmo com a personagem). Trabalho com o DJ Mutza, que nunca viu o desenho “Os Mussarelas” mas que ganhou apelido – e fama – graças ao personagem. Já trabalhei com sósias do Eddie Murphy, Ringo Star e Sarah Jéssica Parker. E conheci gente que se parecia com personagens como o Poderoso Jaba (de “O Retorno de Jedi”), Wolverine (de “X-Men”) e o Austin Powers (pois é). Isso sem falar no irrequieto Senninha, igualzinho ao personagem dos quadrinhos (este sim é um apelido muito fofo), no sósia do Tattoo (aquele mesmo da “Ilha da Fantasia”) e até no Bart Simpson.

Mas nada é mais divertido do que criar apelidos exóticos. O Guto virou Gutis porque ele é fofo e bochechudo, do tipo gracinha. E Gutis é um apelido gracinha. O Vamberto virou Vamb porque assim é mais fácil chamá-lo (embora ele não goste desse apelido, é apenas um modo carinhoso de falar com ele). E o Tiozinho virou Tio Pantufa, que deu origem a série: Pantufete, Pantufinha, Pantufão, Pantufa Man e Tio P (em breve escreverei sobre este bombástico tema, a arte de ‘ pantufar’). Aliás, Tio Pantufa é um apelido muito bom ! Como é que pode, né ? Um homem não vai ao aniversário de um amigo num bar e põe em ruína toda sua fama de bom de copo. A partir disso, fica conhecido apenas como um cara que, após as oito badaladas noturnas do relógio, coloca suas pantufas de Garfield e vai dormir. Como ele já era o Tiozinho da turma ... virou Tio Pantufa. Ainda bem que, se alguém me chamar de Tiazinha, hoje em dia, terá outro significado (algum bem o Luciano Huck fez a televisão).

E da série de apelidos fantásticos, Mendigo entra para história como o apelido que mais rápido percorreu corredores de um local de trabalho. Tudo isso porcausa de uma tampa de papelão de pizza que virou guardanapo. E aquele que não tiver um apelido que atire a primeira pedra. No meu caso, eu atiro meu coelhinho Sansão.


P.S.: O fofo que ganhou o apelido de Tio Pantufa, na realidade, justificou muito bem sua ausência no evento que lhe originou o tal apelido. Embora ele nem seja assim tão merecedor deste apelido carinhoso, chamá-lo de Tio Pantufa acabou sendo uma implicância particular. E não adianta ele reclamar ! Aliás, eu só implico com as pessoas mais queridas da minha vida. Portanto, se você é uma dessas raras pessoas que sofre com minha ironia, considere-se alguém muito especial para mim.




Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora



quarta-feira, janeiro 26, 2005

Quando o amor bate à sua porta


Ainda estou sob o efeito de um filme muito denso: assisti “Closer – Perto demais” (a parte do título em português é dispensável), do Mike Nichols (diretor dos clássicos “A primeira noite de um homem” e “Quem tem medo de Vírginia Woolf ?”). Baseado numa peça teatral inglesa, que fez enorme sucesso pelo mundo (incluindo o Brasil, onde foi estrelada pela Renata Sorrah e pelo José Mayer), “Closer” foi adaptada ao cinema pelo próprio autor da peça, Patrick Marber. E lá estão todos os ingredientes para uma história agradar a muitos, e desagradar a tantos: a veracidade e a crueldade dos relacionamentos, a frieza e a doçura do ser humano, as paixões e traições que movem o mundo.

Dan (o sempre maravilhoso e cada vez mais irresistível Jude Law) é um escritor fracassado que escreve obituários para um jornal e se apaixona à primeira vista pela stripper Alice (Natalie Portman, a garotinha de “O profissional” que cresceu e apareceu e mais recentemente é lembrada como a princesa Amidala da nova fase de “Star Wars”). Porém, pelo caminho de Dan cruza a fotógrafa bem-sucedida e recém-separada Anna (Julia Roberts, correta como sempre mas perdendo uma grande chance de ser brilhante - a personagem dela era rica em conflitos e rendia muito mais) e uma atração à primeira vista também é inevitável. No caminho de todos aparece o médico Larry (o bonitão – e muito talentoso – Clive Owen) e um intenso quadrilátero amoroso está formado.

Questionando sempre as relações dos casais e falando de sexo sem ser vulgar ou apelativo, “Closer” chama a atenção pelo fato de ir fundo nos sentimentos humanos. A verdade pode afastar e aproximar, a traição pode ou não ser perdoada, ser sincero não é o bastante e no final das contas o amor não é o suficiente para manter duas pessoas juntas. Sai do cinema com um peso enorme no coração, uma angústia incontrolável e a sensação de que a vida é um pouco do que o filme mostra: as pessoas ficam juntas sem se amar, as pessoas se separam amando, as pessoas amam e se perdem umas das outras, as pessoas mentem para não magoar e as pessoas dizem a verdade mesmo não querendo magoar. É por causar esta sensação perturbadora, por desafiar a gente a raciocinar sobre o modo como encaramos nossos sentimentos, que “Closer” se sobressai como um raro filme aonde o ser humano é posto à prova no seu mais instintivo sentimento: o amor.

O filme está longe de ser banal. Mostra que pessoas lindas estão sujeitas a chifres na testa; que a atração gera traição que gera vingança que gera compaixão; e que omitir, mentir e dizer a verdade, na real, são exatamente a mesma coisa. Tudo isso é mostrado em cenas de profundo teor erótico, mas com fantástica sensibilidade e elegância.

Destaque para a trilha sonora arrebatadora – com direito a Bebel Gilberto cantando a belíssima “Samba da Benção” – e a acidez do roteiro tipicamente inglês, com um toque de humor irônico que eles sabem fazer como ninguém (a cena de sexo virtual é hilária). Isso sem falar no elenco afinadíssimo (Natalie Portman e Clive Owen, vencedores do Globo de Ouro, concorrem ao Oscar 2005 como coadjuvantes e são favoritos ao prêmio) dirigido com maestria por Nichols. Um filme para casais, divorciados, solteiros e todos aqueles que tem coragem de encarar seus sentimentos mais nobres e mais repugnantes.

E o amor ? Ah, esse tal de amor, ele algum dia bate à sua porta, cruza sua esquina e invade sem pedir licença o seu coração. E as conseqüências do que você vai fazer com ele são de sua inteira responsabilidade. É nessa hora que a gente encara o desconhecido ... e muitas vezes aquela paixão enlouquecedora acaba, ou simplesmente toma outro rumo. E é aí, no final da história, que alguém sempre vai sair magoado. Isso é inevitável. Assim como amar também é.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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segunda-feira, janeiro 24, 2005

Destruindo o código do Leonardo



Se você ainda não leu “O código da Vinci”, não leia este texto. Se está lendo, também não. Se não vai ler, ou se leu e gostou (ou nem tanto), siga adiante. Eu li e vou dar minha opinião ácida sobre o livro. Quer dizer, livro não. Aquilo ali é um roteirão cheio de clichês muito bem administrados pelo Dan Brown. Se você já leu um livro que se baseia num roteiro cinematográfico, sabe bem do que eu estou falando. “O código da Vinci” não é um livro ruim, mas também não justifica tanto estardalhaço. Certamente será um grande filme, pois o livro nada mais é que um roteiro caprichado repleto de aventuras mas sem grandes surpresas.

Ok, eu fui influenciada pelo Guto a ler o livro. Ele convenceu mais gente que o livro era bom. E como o Daniel, esse moço que entende das artes, também leu e gostou muito, eu fui na onda. Não que eu tenha me arrependido mas também não é para tanto.

O personagem principal, Robert Langdon, que no cinema será vivido pelo Tom Hanks, é uma cópia do Indiana Jones – com direito a comparação literal ao Harrison Ford. Se Indiana tinha medo de cobras, Langdon tem medo de elevador. Ambos são professores. Langdon não é tão intrépido, mas o estilo “Indiana Jones de ser” está todinho lá. Isso sem falar que o fio da meada da história – a busca pelo Graal – já foi tema de filme do Indiana (embora aqui o Graal seja uma outra realidade) A mocinha da história, Sophie Neveu, tem todos os clichês das mocinhas de filme de aventura. Destemida mas doce, forte porém um pouquinho teimosa. Nunca perde seu jeito clean de ser, e seus cabelos continuam perfumados, faça sol em Paris, ou chova em Londres. O maior dos clichês, no entanto, está no desfecho da história. Você é induzido o tempo todo a acreditar que o policial Bezu Fache é o culpado. Mas quem entende um pouquinho de cinema (e vale a pena lembrar que “O código da Vinci” é um roteiro, antes de tudo) sabe que os amigos do mocinho são sempre os culpados – ou então, se forem fiéis, morrem no fim. Como a cena que descreve a suposta morte de Sir Leigh Teabing era muito vazia, dava para se concluir que ele tinha culpa no cartório. Ou mais precisamente no Louvre.

Eu não vou ser tão chata a ponto de destruir completamente o livro. Tem coisas legais em algumas das mais de quatrocentas páginas dele. O relato sobre o que é o Santa Graal é muito interessante assim como toda a discussão religiosa do livro. A pesquisa para que aquilo tudo fizesse sentido é realmente fascinante. E eu não acho nada impossível o que é dito ali. Afinal, o homem de Nazaré, aquele que veio para ensinar uma história de amor, e não de dor – como a Igreja gosta de reforçar sempre – podia perfeitamente ter vivido um lindo romance com Maria Madalena. O sagrado feminino, a deusa, toda a ascensão e queda da força da mulher através dos tempos, tudo isso faz sentido e é, sem dúvida, a parte mais legal do livro. Tomara que no filme este seja o ápice da história, embora eu ache que vai ser uma correria só pelas ruas de Paris e Londres, pois é isso que faz uma boa – e gorda – bilheteria.

As relações históricas da vida de Cristo com os diversos símbolos do mundo das artes e da música também é muito curioso. E no final das contas, quando Langdon se ajoelha no Louvre reverenciando o cálice sagrado de Cristo – a simbologia do cálice é muito interessante – , ele está silenciando sobre (e sob) uma verdade religiosa. Como Indiana Jones fez ao achar a Arca Perdida e o próprio Graal (lembrando novamente que o Graal de Indiana é diferente do de Langdon).

“O código da Vinci” é um bom passatempo para noites de chuva, tardes sem TV a cabo e a monotonia nossa de cada dia. Eu sei que sou bastante rigorosa quando analiso se um livro é bom ou não, mas eu sou redatora, faz parte da minha vida interpretar o que leio. Nem por isso deixei de me divertir ao ler. E olha que fui bem rápida na leitura: em quinze dias, peguei no livro umas cinco ou seis vezes e devorei seus 105 capítulos. E nem li o final antes (é, eu costumo ler o final dos livros primeiro). Mas acertei todo o seu desfecho.

Só para concluir, descobri que a simbologia é bem divertida. E a criptografia então, nem se fala.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora



sábado, janeiro 22, 2005

Aquele que faz a diferença



Existem coisas que nem o tempo nem a distância vão apagar. São coisas que devem ficar para sempre nas memórias e corações. Coisas que realmente valem a pena.


O carinho da avó.

O afeto do pai.

O colo da mãe.

A lealdade dos verdadeiros amigos.


Essas pequenas coisas fazem a diferença. E eu me sinto bem melhor quando pelo menos uma delas está perto de mim. Eu daria minha lealdade e meu afeto a poucas pessoas nesse mundo. Minha amizade então é rara. Sei que algum dia, talvez, eu vou me decepcionar. Mas sei que o que faço é por pura intuição e por seguir os desejos do meu coração.

Lealdade, respeito e apoio é tudo que um amigo pode dar. E amizade não precisa de tempo nem de conhecimento: precisa de empatia. E são as pequenas pedras no caminho que fazem a gente acreditar que as dores são bem menos intensas quando temos um bom amigo ao nosso lado.

Não tenho muito a dizer neste momento. Ou talvez tenha apenas uma coisa a dizer: seja bem-vindo, Gutis.



Janaina Pereira
Redatora
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quarta-feira, janeiro 19, 2005

Leo & Fê


Ontem o dia amanheceu esquisito. Estava mais cinza, nublado. Choveu muito. É verão em São Paulo. Eu mal podia imaginar o que vinha pela frente ...

Uma das melhores coisas da vida é fazer amigos. É poder contar com alguém quando a gente precisa, mas especialmente quando a gente não precisa. É estar junto e separado com a mesma intensidade e alegria. Eu sempre achei que o ambiente de trabalho nos proporciona doces e agradáveis amizades. A gente convive o dia todo, todo dia, mais do que em qualquer outro lugar. Nenhuma esposa, marido, namorado ou amante fica tanto tempo com a gente como nossos colegas de trabalho. E alguns conseguem ultrapassar este limite: viram amigos.

Primeiro foi o Leo. O doce Leonel, o único que consegue combinar com
perfeição a cor da camisa com seus brilhantes olhos. Aquele que sabe como ninguém contar histórias com uma interpretação toda particular. Grande Poldinho. Um moço que faz falta, mas a gente sabe que a felicidade dele é a nossa também, por isso sempre torcemos para que os novos caminhos sejam ainda mais iluminados e com muito sucesso. O fato de não convivermos mais diariamente com Leopoldo não significa que nossa amizade se perdeu no espaço. Porque o que é verdadeiro, nem o tempo nem a distância apagam.

E agora lá se vai o Fê. O espevitado Senninha, uma figura única. Moço de raros e diversos talentos, cheio de estilo, muito maior do que ele mesmo possa imaginar. Quando ele me fez a revelação bombástica de que é leonino, eu entendi muita coisa. Entendi, por exemplo, porque a gente se deu bem tão depressa e porque fazer um job com ele era muito mais legal. Entendi porque sua apresentação no café da manhã, numa manhã de sexta-feira, foi cercada de histórias aonde ele ia e voltava aos lugares ... na ocasião eu achei que ele sabia muito bem levar a vida, sempre com um olhar atento e mais a frente dos outros. Itinerante. Irrequieto. Aventureiro. Ângulo é mocinho da melhor qualidade. E é leonino ! Ah, agora tudo se encaixa com perfeição. Ele sabe que a gente vive de coragem, de desafios, de quebrar regras, de assumir riscos. A gente não tem medo de mudar. Não tem medo de perder. Nem tem medo de ganhar (sim, porque ganhar também dá um baita medo). A gente dá a cara pra bater, e apanha. Mas sabe, como poucos, levantar e seguir adiante com a força e nobreza do nosso signo solar. Absolut Ângulo !

Fê, quem está escrevendo aqui não é a Janaina redatora. Pra você, Djones, nunca esquecer, quem hoje te deseja um horizonte com radiantes possibilidades é sua parceira Djanis. Afinal de contas, jamais esquecerei que você foi o mais sincero de todos os moços com quem já dancei nesta vida: eu pisei no seu pé, mas não derrubei a cerveja.

A vida é assim: pessoas vem, pessoas vão. Mas algumas ficam. E são essas pessoas que fazem a vida valer a pena. Porque tudo realmente passa, as pessoas é que importam. Isso é o que permanece: o amor que você tem pelo outro, por alguém que foi colocado no seu caminho, aparentemente, sem nenhuma razão. Mas que no final você descobre que a amizade e o carinho daquela pessoa, em algum momento de sua vida, fez toda a diferença. E eu posso dizer com absoluta certeza: o Leo e o Fê são moços que fazem a diferença. E vejam só, esses dois mocinhos cruzaram o meu caminho. É, eu sou mesmo uma pessoa de muita sorte.


P.S.: Existem mais de 200 textos neste blog. E este é apenas o segundo que eu escrevo relatando a despedida de colegas de trabalho... que viraram amigos. Ah, Leopoldo e Fernando ... isso vai custar muito caro a vocês ... aguardem.


Janaina Pereira
Redatora
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terça-feira, janeiro 18, 2005

Sai Saturno, entra Vênus


Mês que vem, finalmente, estarei deixando a Conjunção de Saturno para trás. Quando eu fizer 30 anos e meio, dentro de algumas semanas, deixarei de passar pelas maiores mudanças da minha vida. Outra avalanche como esta, só quando eu tiver 56 anos.

Para quem não sabe o que é a Conjunção de Saturno, neste blog há um texto explicando sobre este curioso tema (“Os anéis de saturno”).

Saturno passou por mim de modo devastador. Fez estrago no coração, na mente e na alma. A vida passou a limpo e nada passou em branco. Castelos foram destruídos, pessoas sumiram com uma velocidade assustadora, e outras surgirão de maneira arrebatadora. Tudo foi questionado: meus sonhos, meus pesadelos, minha esperança, minha fé, meus medos e meus anseios. Nada ficou imune. Os estilhaços na estrada deixaram um rastro de cortes pelo corpo, mas é impossível amadurecer sem as marcas.

Foram dois anos de intensas e tensas transformações. E o resultado disso é que hoje sei mais sobre mim mesma; meus castelos já não são feitos de areia e minha vida é cheia de novas possibilidades. O que mais me chamou a atenção neste processo é que Saturno define metas e ao sair da Conjunção, você pode – ou não – fixar raízes. E eu, definitivamente, não tenho raízes em lugar nenhum e aprendi a cultivar o desapego.

Que venha Vênus. Porque o mundo e o infinito do Universo me pertencem.




Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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sexta-feira, janeiro 14, 2005

Uma partida de futebol



Quando eu era criança, meu pai sempre me levava para vê-lo jogar futebol com os colegas de trabalho. Eu cresci e sempre acompanhei namorados e amigos aos jogos nos estádios e aos bate-bolas do trampo. Ontem voltei as minhas origens esportivas e fui acompanhar o tradicional Gad Esportes. Com a responsabilidade de escrever uma resenha esportiva pro jornal online da agência, e ainda um artigo pro blog, lá fui eu, de máquina em punho, ver de perto os mocinhos do meu trabalho baterem bola e baterem papo.

Eu me diverti muito. Tudo bem que a máquina fotográfica deu piti e volta e meia eu estava na mira da bola. Mas os moços jogam com disposição e olha que a bola estava murcha ! Com lances cinematográficos, era quase um balé de pontapés, chutões e bolas na trave, acusações de deslealdade por todos os lados, xingamentos e muitas cenas hilárias. Mas eles também fazem gols ! O Marco fez alguns mas o acusaram de só jogar na banheira. O Guto, enquanto goleiro na linha, atendia ao celular. Clauber acertou mais bolas na trave do que dentro da rede (e teve o seu momento ao sair do gol para fazer um gol). Junior jogou de calça jeans e com todo cuidado para não abalar seu tênis (mas ainda sim marcou seus gols). Bruno Nenê chegava na marcação e todos saiam correndo com raro fôlego. Leo estava empolgadíssimo com sua camisa do Francescoli. Isso sem falar no estilo e na técnica do Peter, do Douglas e do Leandro. E no final, o Evandro ficou com as marcas do futebol. Um timão.

Os meninos também são fashion. Guto e Bruno Nenê não combinaram, mas acertaram na escolha dos uniformes em tons de vermelho e azul. Marco também seguiu o estilo e usou uma camisa vermelha. Depois de muito suor, pode-se ver claramente o Mickey Mouse na camiseta do Douglas (o desenho se formou aleatoriamente). Foi um desfile de pernas, canelas, caneladas, estilos e poses para todos os tipos e gostos. É por isso que eu digo que eles são fofos !

A pequena torcida – eu, Kelly e André Cascão – ria e se empolgava com os momentos de euforia de nossos bravos craques. Apesar de não me deixarem entrar no vestiário – eu, como jornalista esportiva, deveria ter livre acesso, afinal estava ali a trabalho, não é ? – registrei que os moços, em inicío de temporada, ainda estão buscando o melhor de sua forma mas têm fôlego de sobra. Confesso que a empolgação deles para jogar é gigante. E eles não fizeram feio: com algum esforço esses garotos vão longe !

Após a empolgante partida – quem venceu ?! – acompanhei os mais guerreiros ao terceiro tempo no fenomenal Complexo do Alemão. Uma cerveja daqui, um salgadinho Torcida dali ( o ovo cor de rosa ficou para uma outra vez) ... e o papo fluiu com muito humor, sem falar de trabalho, sem lembrar dos problemas diários. A gente era pura alegria, num encontro repleto de grandes revelações. E perguntas ficaram no ar: o Guto é tão bom de bola quanto é bom de copo ? O Clauber tem mais fôlego para jogar ou para beber ? Afinal, qual o segredo do guaraná do Leo ? O churrasco na casa do Evandro vai rolar ou não vai ? Nossa !!!! Eu ficaria a noite toda dando risadas com eles. Futebol e botecão combinam muito. E esses meninos têm as manhas e sabem como se divertir.

Cheguei a conclusão de que o universo masculino tem muito mais diversão. Meninos jogam bola, enchem a cara e se divertem de uma maneira muito simples e objetiva. Mulher complica tudo. É por isso que eu sempre gostei de acompanhá-los nesta programação futebolística. A paixão que a bola exerce sobre os homens é simplesmente uma válvula de escape. Enquanto eles gritavam e corriam de lá para cá, daqui para lá, eles jogavam o stress para fora. E eu, como espectadora, só me divertia.

Agora eles vão ter que me aturar porque eu aprendi o caminho da quadra. Parece que além do futebol, eles também jogam basquete. Eu trabalho com verdadeiros atletas ! Não sei porque tem tanta mulher que implica com a paixão dos homens por esses programas que envolvem a dupla futebol/cerveja. A bola sempre vai ganhar da mulher. O chopp também e não adianta discutir. Ops ! Então é mais fácil se unir a eles do que jogar no time contrário.

Golaço dos gadianos atletas: eu adorei o Gad Esportes. Até a próxima partida.



P.S.: Agradeço a Kelly Casarin pela confiança e pelo apoio nesta jornada futebolística.



Janaina Pereira
Redatora
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quinta-feira, janeiro 13, 2005

Sessão de cinema


Depois de dois dias comendo refeições vegetarianas, fui almoçar com os meninos hoje no Mineiro. E entre pastéis de carne seca e mandiocas, o assunto girou em torno de cinema. Um tema que adoro e volta e meio escrevo aqui.

Impossível eu falar qual meu filme preferido. São tantos ... e gosto de todos os estilos. Só não curto muito filmes de terror, mas o resto eu vejo tudo. Adoro filmes de guerra. E falávamos hoje de vários, e neste gênero destaco “ O Império do Sol”, um dos meus preferidos. Também gosto muito de “Platoon”. Já “O Resgate do Soldado Ryan”, apesar de não ser um dos meus prediletos, tem em sua cena inicial (o desembarque na Normandia) uma das mais perfeitas da história do cinema. Soube que não havia roteiro ali: o Spielberg simplesmente ligou a câmera e deixou rolar. Espetacular.

Gosto também de ficção científica e aí não tem pra ninguém: “Guerra nas Estrelas” sempre será minha série preferida. Apesar da nova fase não ser lá essas coisas, o prestígio da série é inabalável comigo. Quando eu era adolescente, meu sonho de consumo era o Han Solo. Para mim, um dos personagens mais legais que o cinema já criou. Só perde pro Indiana Jones e isso torna Harrison Ford um dos meus atores mais queridos.

E se o assunto é filmes de aventura, meu preferido ainda é “Caçadores da Arca Perdida” e os outros do Indiana também. Mas aí vem um monte de outros filmes bacanas como a série “De volta para o futuro”. E lá se vão vinte anos que eu entrei no cinema para ver as primeiras aventuras de Marty McFly !

Entre os filmes que mais gostei de ver estão os belíssimos " Sociedade dos Poetas Mortos" (onde há um persoangem - Toddy Anderson, interpretado pelo Ethan Hawke - que é uma cópia fiel da minha pessoa na adolescência) e “O carteiro e o poeta”, o ácido “Herói por Acidente”, o intrigante “Almas Gêmeas” (dirigido por um Peter Jackson ainda desconhecido e estrelado por uma Kate Winslet pós-adolescente), os singelos “O feitiço de Áquila”, “A festa de Babete” e “Como água para chocolate”, o original “Forrest Gump”, o desafiador “Filadélfia” e alguns que considero pequenas obras-primas: “Seven”, “Os doze macacos”, “O sexto sentido”, “A liberdade é azul”, “Hurricane”, “Beleza americana”, “L.A. Cidade Perdida”, “O silêncio dos inocentes”, “Os outros”, “Comer, beber, viver”, “Carne trêmula”, “Minority Report”, “Matrix” e tantos outros que ficaria horas aqui escrevendo sobre cada um deles.

E para não dizer que só falei de filmes das últimas décadas, posso citar entre meus prediletos todos os filmes do Hitchcock (para mim o maior de todos os diretores), as comédias do Frank Capra e clássicos como “Golpe de mestre”, “Todos os homens do presidente”, “Chinatown” e por aí vai. Eu vou citar até filmes catástrofes: lembro bem de “Inferno na torre” e “O destino do Poiseidon”, que eu assisti muito pequena com meu pai, na TV.

Se eu continuar falando de filmes aqui vou levar meses para citar todos que eu gostei. E serei injusta porque vou esquecer de vários. Mas se posso dar uma dica cinematográfica, assista a qualquer hora “Cinema Paradiso”. A maior declaração de amor ao cinema e o único filme que me fez chorar de verdade. Porque o cinema é como aquele filme: uma bela e singela lembrança de momentos marcantes de nossas vidas.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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quarta-feira, janeiro 12, 2005

Hoje

Pro dia de hoje, tudo que eu desejo é que eu, você e toda a torcida do Flamengo (e a do Corínthians) consiga isso ... ser mais feliz.


Mais Feliz

Adriana Calcanhoto


O nosso amor não vai parar de rolar
De fugir e seguir com um rio
Como uma pedra que divide o rio
Me diga coisas bonitas

O nosso amor não vai olhar para trás
Desencantar nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
Pra transformar o que eu digo
Rimas fáceis, calafrios
Furo o dedo, faz um pacto comigo
Num segundo teu no meu
Por um segundo mais feliz

O nosso amor não vai parar de rolar
De fugir e seguir com um rio
Como uma pedra que divide o rio
Me diga coisas bonitas

O nosso amor não vai olhar para trás
Desencantar nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
Pra transformar o que eu digo
Rimas fáceis, calafrios
Furo o dedo, faz um pacto comigo
Num segundo teu no meu
Por um segundo mais feliz

Rimas fáceis, calafrios
Furo o dedo, faz um pacto comigo
Num segundo teu no meu
Por um segundo mais feliz

terça-feira, janeiro 11, 2005

Os espinhos da rosa



É fácil perceber quando eu não estou bem. O sorriso fica raro, o olhar se
perde, as palavras não tem força e eu pareço sempre distante. Na realidade estou distante. Eu detesto ficar doente. Porque isso é um sinal de que minha alma está sofrendo. Minha alma adoece e o corpo paga. Sempre.

Adoro morar sozinha e preciso muito da solidão e do meu silêncio. Quando eu abro a porta de casa, todos os dias, olho com orgulho meu lar e penso: “eu consegui”. Eu busquei a minha vida inteira ter a minha casa, o meu canto, do meu jeito. Eu preciso estar só para fazer as coisas como eu quero. Eu detesto regras, detesto imposições, detesto gente se metendo onde não é chamado. Eu sempre quis ter a liberdade de entrar e sair sem dar satisfação, sem me preocupar se alguém vai acordar com meu barulho. Eu sou egoísta e não gosto de dividir nada com ninguém. Nem mesmo meus amigos, que eu morro de ciúmes. O único inconveniente de morar sozinho é ficar doente. Mas se não há com quem dividir esta angústia, o negócio é se cuidar e pronto.

Enquanto eu estava no hospital, tentando fazer uma coisa tão simples aos
mortais – respirar - fiquei pensando o que me levou aquela situação. Cada
pneumonia que tive foi por um motivo específico. Todas foram resultado de um processo longo e doloroso, de uma tristeza avassaladora que se alojou em meus pulmões. Quando tive cálculo renal, eu transformei em pedras, as
pessoas que atrapalhavam o meu caminho. E cada uma foi eliminada de modo
cruel, num processo violento de dor e revolta. As incontáveis dores de
garganta foram resultado simples de me calar, quando eu deveria ter falado. A miopia que me acompanha desde a adolescência nada mais é do que o reflexo do medo que sempre tive. Medo que faz o estômago doer vez o outra. E a raiva, que eu tantas vezes deixo explodir, se aloja no meu fígado e causa estragos. E a rinite, que hoje é uma fortíssima sinusite ... é reflexo de uma aparelho respiratório frágil demais. Tudo ligado a uma pessoa que somatiza tristezas. Freud explica. E meu pouco tempo de análise também.

Não sou daquelas que dizem que fez terapia. Terapia é o caramba ! Eu fiz
análise, com psicólogo. Não tomei remédios mas soltei alguns fantasmas e
algumas cicatrizes se fecharam. Porém, uma ferida me persegue ao longo dos anos e essa, pelo jeito, nunca vai se fechar.

A gripe que fez minha sinusite ser pior do que de costume só entrou no meu corpo porque estou frágil. Porque estou triste, estou cansada, estou com o coração partido, a cabeça sem rumo, a vida sem direção. Eu não sei porque no final da história eu preciso perdoar, eu preciso esquecer, eu preciso relevar, eu preciso fazer as pazes. Eu sempre acabo sendo a culpada. Porque as pessoas nem pedem mais desculpas, elas fingem que nada aconteceu e eu só preciso me calar e aceitar.

Fugir não adianta. Não adianta jogar tudo pro alto e sair correndo, os
problemas vão atrás. Acho que já não tenho nem mais forças para chorar. O
que mais dói é saber que as pessoas, nos momentos de fúria, sempre falam a verdade. Falam o que não tem coragem de dizer em qualquer outra situação que não seja a raiva. E as palavras, essas ficam para sempre, como cicatrizes que perfuram e machucam o coração.

Talvez eu tenha mudado mesmo. Talvez eu hoje seja muito mais capaz de seguir meu caminho sem olhar para trás. Talvez eu seja menos apegada as pessoas, aos acontecimentos e à própria vida. Eu deixo as ondas me levarem e já não resisto mais, não fico tentando remar contra a maré. Talvez agora percebam que eu não sou mais alguém facilmente manipulada; que não sou mais uma menina assustada que se deixou fechar numa redoma de vidro. Eu quebrei a redoma e sai já faz tempo. Como é difícil entender – e perceber – que eu cresci e amadureci. Que eu não sou o esteriótipo que se espera de uma mulher da minha idade. Eu não casei, eu não tive filhos e nunca precisei de homem algum ao meu lado para me dizer o que e como fazer as coisas. Eu aprendi desde cedo a viver de acordo com algumas regras rígidas que eu fiz questão de quebrar ao longo dos anos. Eu sai de casa porque quis, sem emprego, sem apoio, sem amigos, sem lar, sem dinheiro, sem nada. E se hoje eu sou o que sou e estou onde estou foi porque eu dei minha cara para bater. Eu cai e me levantei todas as vezes e mesmo cansada, mesmo esgotada de sempre lutar, eu nunca desisti. Eu nunca precisei fazer nada contra minha índole, nem denegrir meu caráter, para conseguir qualquer coisa. Eu não fico me queixando que minha vida está difícil, porque eu nunca achei que seria fácil. Eu olho para trás e lembro exatamente o que eu era: uma frágil menina forte. E hoje, só por hoje, se ainda me permito ser frágil, eu sento na sargeta e choro. Mas eu sei, eu sempre sei que isso passa. Porque as estrelas sempre estarão lá, mesmo nos dias nublados ... elas só foram encobertas pelas nuvens.

Então sempre vai ter um amanhã; sempre existirá um talvez, um porque, um
senão. Sempre teremos brigas, choros, lágrimas, desavenças, reconciliações, perturbações e aflições. As dúvidas não vão se dissipar. A alegria não será para sempre. O amor talvez seja a única coisa que permaneça até o fim dos meus dias. E eu só queria ter certeza de que todo o amor que tenho estou doando para as pessoas certas. Mas nem isso eu posso saber. Por isso mesmo o melhor a se fazer agora é curar a sinusite, enxugar as lágrimas e deixar que a vida siga seu rumo.

Vinícius de Moraes tinha razão: tristeza não tem fim, felicidade sim. Mas
ele também disse que é melhor ser alegre que ser triste porque a alegria é a melhor coisa que existe ... mas para fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza. Acho que para escrever com a profundeza da alma também é assim. Eu preciso estar bem triste para escrever as metáforas da vida. Até o Rei – ele mesmo, Roberto Carlos – tem uma ótima música que reflete isso: “ pois sem você meu mundo é diferente, minha alegria é triste.”

Hoje minha alegria é assim: triste, melancólica, incompleta. Mas vai passar. Porque assim como a Cecília Meirelles, eu também aprendi a me deixar cortar pelas primaveras para poder voltar sempre inteira.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora


segunda-feira, janeiro 10, 2005

Uns dias


Existe um ritual que eu não abro mão no início do ano: preencher minha agenda com frases, provérbios, citações e poesias. Desde a época do colégio eu fazia isso e não perdi a mania. Devo ter mais de duas mil frases selecionadas. Elas já me safaram em muitas ocasiões, servindo de inspiração para textos, cartões de aniversário e até cartas de demissão.

O mais legal de preencher as páginas em branco da agenda com citações é o fato de que a cada dia eu coloco um tema ... e no decorrer do ano percebo que eles se encaixam perfeitamente com o que aconteceu. Como escrevo todas as frases logo no início do ano, é impossível saber o que vai acontecer. Mas as coincidências acontecem e como eu não creio em coincidências ... os dias acabam caindo como uma luva para as citações (nunca é o contrário !)

Algumas frases me acompanham desde sempre. Tem uma do Al Pacino que eu adoro:
“ Eu digo a verdade. Até quando eu minto.”

Tem também meu poema preferido, do meu poeta predileto, o Mário Quintana:
“ Todos esses que aí estão
atravancando o meu caminho
eles passarão
e eu passarinho.”


Quintana, aliás, é uma das minhas maiores inspirações. Ao lado dele, Walt Whitman, Drummond, Shakespeare, Cecília Meirelles, Clarice Lispector, Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Einstein e Thoreau também aparecem com destaque.

É de Whitman uma frase arrebatadora:
“Levantar quem caiu, apoiar quem resiste.”

De Drummond:
“ Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”

De Shakespeare (uma frase célebre de Hamlet):
“ O resto é silêncio.”

De Cecília Meirelles:
“Eu canto porque o instante existe
e minha vida está completa
não sou alegre nem sou triste
sou poeta.”

De Clarice Lispector:
“Eu não faço poesia porque sou poeta, mas para exercitar minha alma.”

De Gandhi (absolutamente espetacular):
“Quem ama vale por milhões.”

De Madre Tereza de Calcutá (uma frase que virou lema para mim, e tento adotá-la nos momentos de ira):
“Se você julga as pessoas não tem tempo de amá-las.”

De Chico Xavier:
“Amar sem esperar ser amado, sem esperar nada em troca.”

De Einstein:
“Não é que eu seja brilhante. Apenas fico com meus problemas por mais tempo.”

De Thoreau:
“A maioria dos homens vive em silencioso desespero.”


Também gosto de preencher as páginas com trechos de música – Cazuza, Gil e Herbert Vianna são os compositores que mais aparecem – e ditados populares.

“ Eu quero a sorte de um amor tranqüilo com sabor de fruta mordida.”

“Se eu quiser falar com Deus tenho que aceitar a dor.”

“ Se tudo tem que terminar assim que pelo menos seja até o fim pra gente não ter nunca mais que terminar.”


Entre os ditados populares, tem um em especial (árabe) que eu adoro:

“Tua casa é onde está o teu coração.”

E por aí vai ... amor, ódio, tristeza, sucesso, fracasso, orgulho, fé, respeito, esperança, traição, amizade, paixão, melancolia, felicidade, silêncio, dor, vida, morte, estes são os temas mais freqüentes. E, claro, meu amor incondicional pelas palavras, minha paixão fulminante pela escrita. Porque escrever é apenas uma maneira de falar sem que interrompam a gente. Sabia frase de Sofocleto.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com




sexta-feira, janeiro 07, 2005

Nas garras do leão


Cada signo do zodíaco tem suas características. Boas ou ruins, elas formam uma personalidade. Não acredito em horóscopo de jornal, mas creio que os astros têm uma certa influência em nossa personalidade. Eu sou leonina – graças a Deus ! Signo de força, de liderança e de má fama. Dizem que os leoninos são ossos duros de roer, extremamente orgulhosos e egocêntricos. Eu já vi leão manso e leão louco. Já vi leão dócil e leão bravo. Mas nunca vi um leão indiferente ao mundo. Eles sempre se sobressaem.

Na minha vida existem alguns leoninos que fazem a diferença. O Jorge, desde sempre meu amigo de fé e irmão camarada, nasceu na véspera do meu aniversário. Somos irmãos astrais e amigos para a eternidade. O Jorge é tranqüilo, adorável, um amor. Diria que é um leão domado. Tem a Daniela, jeito, pose e gênio de leoa. Amada, idolatrada, salve, salve a Danny. A Ana Paula, que hoje corre o mundo pelo mar e nunca negou seu lado feroz de boa leonina. O Zé Luiz e o Bruno, leoninos mansos mas com aquele brilho que só o nosso signo tem (e a modéstia também não faz parte da nossa vida, né ?). Tem a Adriana, leonina típica, apaixonada e apaixonante, uma fera. A Juli, leonina aparentemente domada, mas que esconde atrás de seus bilhantes olhos azuis a bravura que é característica do signo. A Cynthia, que nasceu com a luz do sol, nosso planeta regente. A Leila, forte e corajosa como um leão autêntico tem que ser. O Vamberto, leonino dos bons, coração do tamanho do mundo, a essência da vida cheia de luz que nosso signo sempre busca. E mais recentemente descobri o Clauber, um leonino que engana, com seu jeito aparentemente tranqüilo. Mas quem olha além dos seus óculos de Clark Kent vê uma alma iluminada, onde transborda ansiedade, força e liderança, qualidades essenciais para um leonino nato.

E eu ? Eu tenho a juba dos leões. A ansiedade, o egoísmo, o orgulho, a força e a coragem que um bom leonino tem. A paixão pela vida, o jeito arrebatador e passional e ainda aquela característica que faz a diferença: o palco (todo leonino, de um jeito ou de outro, adora aparecer). Bom leonino não nasce, estréia. Bom leonino gosta de chamar a atenção por onde passa, tem luz própria, é sarcástico, é divertido, é feroz, é bravo, é irritante, é amado, é idolatrado, é odiado, é antagônico, é cheio de bossa, é marrento, é fogo. Não machuca, arranha. Não mata, morde. Não mente, engana. Leonino que se preza é inesquecível.

Leão se dá bem com os outros signos de fogos – meus melhores amigos são arianos e sagitarianos – e se enturma bem com outros leõezinhos. Leonino é tudo gente boa, se dá bem com qualquer um. Mas não pisa no meu rabo que não vai dar certo. Não tente me enganar que você vai se arrepender. Quem é de leão é fiel a tudo: aos amigos, aos amores, as dores, aos dissabores, aos sonhos e – especialmente – tem fidelidade incomum aos seus inimigos. Entre para a lista negra do leão e descubra do que ele é capaz.

Somos o sol, o girassol, a própria luz. Da cor amarela, de todas as cores, brilhantes e apaixonados. Dizem que nosso signo complementar é aquário. E que somos fogo em todos os sentidos (a imaginação fértil de vocês foi longe agora, não ?). Dizem também que somos os mais fiéis e companheiros amigos. E os mais fiéis e verdadeiros inimigos. Líderes para o que der e vier. Que nunca se deixam abater após as derrotas. Que adoram situações adversas para mostrarem sua força e talento. E que quando amam, são os melhores amantes, mas quando odeiam, são mordazes, duros e cruéis.

Como modéstia nunca foi uma característica do meu signo, tenho que admitir: aos nativos de outros signos, vocês são maravilhosos. Mas ser leonino é muito foda.




Janaina Pereira
Redatora
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janaredatora@hotmail.com



quinta-feira, janeiro 06, 2005

O mar e eu



Eu queria começar 2005 com palavras de otimismo e fé mas tive um reveillon tão particular que nem quero falar sobre isso. É só mais um ano que começa. Já me disseram que este ano é regido por Iemanjá. Que bom, estou na liderança então. Minha Rainha, aquela que veio do mar para trazer a paz e a serenidade aos homens de bem.

Não entendo muito bem sobre orixás, mas como meu nome é Janaina – e eu já expliquei aqui o porquê disso – eu sou fascinada pela história dela. Meu manto é azul e eu navego pelo mar, onde me encontro e me perco. Só na praia consigo encontrar equilíbrio e paz. E por isso desejo que 2005 seja como Ela, a Rainha: cheio de força, graça e beleza.

Sim, eu jogo flores no mar, eu pulo as sete ondas, eu me concentro na hora que a virada acontece e eu peço licença para entrar num novo ano com esperança e amor no coração. Eu acho que o mar traz energia e que o homem deveria aprender a respeitá-lo, e não dominá-lo.

Então, peço licença a vocês para dizer: que Iemanjá nos abençõe hoje e sempre. Em cada dia dos 365 que vem por ai neste ano novo ... que você tenha em seu coração muita alegria e amor. Porque a sua energia move o mundo e faz de você uma pessoa única. Então seja o melhor você que você puder ser. E faça de cada minuto da sua vida um acontecimento especial. Mas não se esqueça que, como diz sabiamente o Paulinho da Viola, não sou eu quem me navega ... quem me navega é o mar.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com



quarta-feira, janeiro 05, 2005

Meu lar



Eu me pergunto porque ainda insisto no sofrimento. Dores não existem sem lágrimas e o passado nunca vai bater de frente com o presente se você souber lidar com ele. Estava tudo indo bem mas meia dúzia de palavras são capazes de destruir mortalmente uma noite perfeita.

Os dias de reclusão na praia me fizeram menos feliz do que eu queria. Deixaram marcas no corpo e cicatrizes no coração. Na hora da raiva, as pessoas falam o que pensam mas não tinham coragem de dizer. E a palavra corta profundamente, muitas vezes sem possibilidade de cicatrização.

Eu podia ter partido e fiquei, eu podia ter voltado e não fui, eu podia ter ficado e retornei. Eu podia ter mudado mas não quis. E podia ter mentido mas calei. Eu não queria chorar mas chorei. Nem queria me engasgar com palavras sem fim. Eu deveria ter calado mas não agüentei: eu falei e agora não tem mais volta.

Então, que fique o passado no passado, com as dores e as lembranças que não me fizeram bem. Fica o sol como testemunha de alguns dias que meu corpo não descansou, que minha alma não vagou e que meus olhos não fecharam.

E São Paulo se fez tão amiga e tão querida como nunca se fizera antes. E, quem diria, pela primeira vez eu percebi que voltei para minha casa.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com


terça-feira, janeiro 04, 2005

Rio para não chorar



Chopp na Lagoa
Compras no Rio Sul
Crepe de chocolate com sorvete do Chez Minchou com a Cida e a Carmen
Mergulhos em Ipanema
Biscoitos Globo no Leme
Comida árabe no Bar do Elias com a Luiza
Semana sem folga
Caminhada no Leblon
Banco na Cinelândia
Almoço no Pax Delícia com o Marco
Feirinha hippie da General Osório
Sete ondas em Copacabana
Programa de rádio com o André
Pôr do sol no Arpoador
Sol, céu, mar e surf

É, o RJ continua lindo e continua sendo.

Sampa, voltei.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com


domingo, janeiro 02, 2005


Família
Titãs

Família, família
Papai, mamãe, titia,
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania.
Mas quando a filha quer fujir de casa
Precisava descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nem um tostão,
Família ê,
Família a
Família

Família, família,
Vovô, vovó, sobrinha.
Família, família
Janta junto todo dia.
Nunca perde essa mania
Mas quando o nenê fica doente
Procura uma farmácia de plantão
O choro do nenê é estridente
Assim não dá pra ver televisão.
Família ê
Família a
Família

Família, família
Cachorro, gato, galinha
Família, família
Vivi junto todo dia
Nunca perde essa mania
A mãe morre de medo de barata,
O pai vive com medo de ladrão,
Jogaram inseticida pela casa,
Botaram cadeado no portão.
Família ê
Família a
Família.

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