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quinta-feira, dezembro 23, 2004

Mensagem de Natal



Um grande desejo se realizou ?

O amor não chegou ?

Você conseguiu planejar melhor sua vida ?

O dinheiro não veio ?

Tudo correu como você queria ?

O sucesso estacionou ?

A praia foi escassa, as noites de chuva bem aproveitadas, os dias difíceis,
as tardes ensolaradas, você foi ainda mais feliz ou a vida não fez o menor
sentido ???

Tudo bem. Você vai ter 365 dias para tentar tudo novamente. Você vai ter 365
dias para fazer tudo de novo, só que diferente, porque você acaba de
aprender um monte de lições com o ano que está terminado... você tem pela
frente 365 novos dias para errar, aprender, acertar, chorar, sorrir, amar,
torcer, sofrer, caminhar, párar, entender, surtar, magoar, falhar, calar, e
até sonhar. Serão 365 dias inesperados, surpreendentes, cheios de magia. Faz
parte da vida. Da sua vida. Um novo ano que se inicia com o aprendizado do
que termina; uma nova perspectiva de vida e novos caminhos para você traçar.

Aproveite. Você tem o privilégio de aceitar o que virá e aproveitar cada
minuto como um milagre. Porque no final da história, o que importa mesmo é
ser feliz.

Obrigada por fazer parte da minha vida de uma maneira única e especial.

Feliz Natal para você e toda sua família.
E que 2005 seja repleto de surpresas divinas e encantadoras. Como você.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com





terça-feira, dezembro 21, 2004

Passando 2004 a limpo


(para ler ouvindo “ People are strange” do The Doors.)



Este ano foi repleto de agradáveis surpresas para mim. Difícil lembrar que bem no começo dele eu tive minha terceira pneumonia e iniciei um processo de reclusão que me levou de volta às origens. Mas nada, nem ninguém, me fez desistir do meu caminho. Fui mais longe do que qualquer um poderia imaginar. Certamente deixei marcas por onde passei, pois meus desafetos continuam bisbilhotando meu blog para tentar saber do meu paradeiro. As pessoas, quando não tem o que fazer com suas próprias vidas, tentam criar intrigas e polêmicas na vida dos outros. Mas deixa pra lá, o que passou está onde deve estar: no passado.

Entrou pela minha porta um grande acontecimento, e saiu da mesma forma arrebatadora, deixando saudades, me fazendo acreditar que era possível caminhar feliz ainda que sozinha. 2004 foi um ano de muita confusão astral, de descobertas interessantes e novos mundos se abrindo. Mas em especial foi um ano repleto de amor. Amor pela família, pelos amigos, pelos colegas de trabalho, pelo trabalho em si. Meu coração amou demais, amou incansavelmente, como nunca amara antes.

Este foi um ano de poucas mas inesquecíveis baladas, de momentos trash, de celebrações e perdas dolorosas. Foi um ano em que o Rio de Janeiro se fez mais presente do que nunca em minha vida, e o ano em que finalmente eu conheci Floripa. Foi o ano de deliciosas viagens e de pessoas deliciosas também. Algum stress, muita confusão e paixão à flor da pele. 2004 foi ano da minha amiga querida Lelê, do BV, do Vamb, da Kátia, do Robson, do Anderson, da Tati, da Clau, da Dri, do Beto, do Junior, do Mutza, do Clau, da Ana Paula e, por último mas não o último, da minha melhor descoberta: meu querido Gutis. Foi ano de reflexão, insanidade, saciedade, desejo, ternura, afeto e compaixão. 2004 foi do caralho.

O ano em que eu abri a porta pra morar sozinha e viver intensamente a vida que eu sempre quis. O ano em que virei balzaquiana com orgulho. Um ano olímpico, cheio de palavras que me embalaram por noites e dias. 2004 estava escrito como um ano de grandes momentos. Está acabando e deixando em mim muita esperança de que o caminho traçado é absurdamente fantástico. Quero dizer para vocês que a vida só tem graça porque quando você menos espera, Deus vai lá e faz um caminho alternativo pra você. E mostra, de maneira muito clara, que Ele está no comando. Ainda bem. Eu não saberia conduzir meu destino tão bem quanto Ele. É por isso que deixei tudo nas mãos divinas e vivi cada dia como um momento único. É por isso que está marcado em minha vida, e na minha pele Carpe Diem. Aproveite o momento e faça da sua vida algo extraordinário. E não se preocupe muito com o amanhã: ele é só mais um dia. E há alguém lá em cima que olha por mim e por você. Sempre. E não tenha dúvidas: Ele sabe muito bem o que está fazendo.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Poa Futebol Clube


O que era eu recebendo amigos no hall do hotel em Poa ? Eu não posso com isso ... pena não ter visto todos, mas eu tinha obrigação de ver a Ana e o Erlon. Meus queridos e amados companheiros de vida, amores da minha vida. A Ana é minha amiga de fé, a irmã que escolhi, alguém que faz parte da minha vida de maneira muito forte. O Erlon ... ah, o Erlon é meu querido, meu diretor de arte favorito e não tem jeito: eu sou apaixonada por ele (com todo respeito a senhora Goulart, por favor, é amor platônico). Acho esse guri uma das pessoas mais doces que já conheci na vida. E, claro, não podia deixar de ver a fofa da Luisa, a meiguice em pessoa, que sempre me deu força para escrever e escrever.

Eu amo Porto Alegre. E depois do Gasômetro, eu fiquei ainda mais apaixonada. Acho uma cidade fofa, graciosa, lírica. Terra do meu poeta preferido, Mário Quintana. Eu disse que esse ano ia lá e fui. E vou voltar. Porque eu tenho uma história de amor com aquela cidade e com os gaúchos. Faço parte da torcida organizada dos ‘ bás ‘ da vida. Gurizada preza. Poa é mesmo afudê.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com






domingo, dezembro 19, 2004

Quero que você me leve



Nada de dor de estômago, dor de cabeça ou dor de barriga: viajar é a melhor solução. Deixar o problema longe, distanciar-se da fúria, aquietar o coração. Longe do nosso habitat, podemos perceber se estamos sentindo saudades, se vale mesmo a pena. Quando eu falei que todos os meus tormentos cessariam porque não havia nada que uma viagem a Porto Alegre não resolvesse, já pensaram que eu ia sair por ai aprontando. Se aprontasse também o problema é meu, eu pago minhas contas e sou dona do meu nariz arrebitado. Mas, o que eu queria dizer, é que ao ficar longe do seu dia-a-dia você enxerga melhor o seu universo.

E a melhor coisa do mundo é não sentir saudades e nem lembrar que as dores um dia feriram seu coração. É perceber que um sorriso e um abraço são mais sinceros do que meia dúzia de promessas facilmente esquecidas. É enxergar que a felicidade não vem de fora, mas de dentro de mim. Que eu sou a pessoa mais importante da minha vida. Que no meu roteiro eu sou a protagonista. Que a cada dia tem gente nova para conhecer e gostar de mim com este meu jeito irrequieto e passional. Sem reclamar. Sem querer me modificar. Sem nenhuma restrição.

Se eu sou como tenho que ser, e se tudo o que acontece é o melhor para mim, abençoado sejam todos os caminhos que me levaram para longe da ponte área. Porque eu embarquei para a realidade de uma vida, a minha vida, a melhor vida que eu poderia ter.


Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com





quarta-feira, dezembro 15, 2004

Antídoto



Escrever para mim, sempre foi tão importante quanto respirar. Desde pequena eu sempre gostei de fazer as maiores redações no colégio, escrever poesias, essas coisas ... li Drummond aos onze anos e aos treze era fã do Mário Quintana. Todo mundo achava que eu seria jornalista, mas eu acabei partindo para o mundo da propaganda. E talvez seja uma redatora com veia jornalística. Acho que eu sou uma boa escrivinhadora. Tenho um olhar muito crítico para mim mesma e não deixo a vida me levar. Adoro fazer acontecer.

Este blog só existe porcausa da Silvia, minha amiga querida que me convenceu a arquivar os textos que eu escrevia para alguns sites. Porque depois que o texto “Forever Young” saiu no Propaganda & Marketing, em maio de 2003, eu virei uma quase famosa. E ali comecei a levar a sério este papo de escrever artigos. Foi assim que o “Veneno da Gata “ nasceu. O nome do blog nunca foi uma pretensão minha: eu sou ácida nos comentários e fiz também uma brincadeira com a expressão “da lata”. Eu não sou e nunca fui pretensiosa. Eu nem divulgava o blog. Mas o André e o Lisboa colaboraram para isso, colocando link do meu blog a partir dos meus textos no Trampolim. E assim o blog foi crescendo, ganhando corpo e forma, até meu nome ir parar no Google. Assim, gente fora da propaganda começou a me ler também. Apesar de escrever sobre publicidade, eu também gostava de contar minhas experiências de vida como uma carioca que mora em São Paulo. E o retorno era absurdo. Tenho guardado todos os emails que recebi com elogios e críticas aos meus textos. O texto sobre portfólios ainda é o campeão: 71 e-mails. Acho que nunca escrevi sobre publicidade ... eu sempre escrevia sobre o comportamento no mundo da propaganda.

E daí vieram as pesquisas pros textos, as histórias engraçadas que viraram artigos e, especialmente, os textos encomendados. Tudo era motivo para alguém me pedir para escrever. Almoço com Kiko e Pedro virou texto obrigatório; os amigos do Rio sempre ganhavam palavras doces e festa de fim de ano da agência tinha que ser retratada. Aos poucos ganhei fãs, gente como o João, o Ed, a Grazi, a Maju, o Eme, a Katy, o Diego, gente de norte a sul do país que falava comigo (e muitos ainda falam) e me inspirava. Eu corri o Brasil pelas minhas palavras, eu levei mensagens, eu ganhei vida com as letras. Eu passei a ser a Jana Redatora, a Jana Pereira, aquela que de modo às vezes cruel, às vezes sereno, escreve com a alma. Porque minhas palavras são apenas o que vivo e sinto, minhas dores, meus amores, minha vida que eu permito ser lida. Quantas brigas com namorado se transformaram em textos de catarse, quantas festas viraram textos divertidos e quantas mudanças se tornaram reflexões profundas ...

O texto do Gad, criado a partir do apoio do Beto, foi o mais complicado para mim. Falar de pessoas que pouco conheço, num evento de trabalho, exigiu de mim uma auto-censura e uma auto-crítica que não costumo ter. Não queria deixar de citar ninguém que esteve a minha volta e ao mesmo tempo não podia deixar nenhuma piada passar em branco. Quando voltávamos de Garulhos no domingo, e o texto da viagem virou assunto da pauta, o Clauber me disse “ nossa, que responsa.” Foi então que eu me toquei que tinha uma grande chance de mostrar se tinha ou não jogo de cintura. Talvez tenha sido meu texto mais complicado de escrever, sabendo que seria lido por todos os escritórios, diretores, tanta gente envolvida naquele mesmo assunto. Levei algumas horas do último domingo escrevendo, relembrando, censurando e passando a limpo tantos momentos de alegria. Precisava ser divertido. E quando o texto estava no ar e o Clauber e o Paulo – os primeiros a ler – começaram a rir, eu pensei: “missão cumprida”. Fazer rir era a missão do texto “ Tem espaço na van ...” porque a viagem por si só foi muito divertida. E eu, que sou irônica mas não sou engraçada, tinha chegado ao ponto final com a graça que precisava.

Tá no sangue, tá na veia. Eu sou bem melhor escrevendo do que falando. E isto molda meu futuro, minha vida, minhas conquistas, meu mundo. Se existe missão na vida, escrever é a minha. É minha praia, minha melhor onda, meu melhor momento. Receber um e-mail de gente como o Fábio Saboya (que disse certa vez que gostava das leituras que eu fazia da vida e também do jeito que eu expressa minhas emoções)ou do David Romanetto (que uma vez me falou que são poucas as pessoas que conseguem passar o seu sentimento através de palavras e eu era uma delas), dois grandes redatores, dois grandes incentivadores ... isto é o que faz valer a pena. Saber que você, que lê este texto, vem aqui procurar refletir sobre si mesmo. Por que um dia você perdeu um amor, um amigo, brigou com seus pais, sentiu uma dor, sofreu, chorou mas também sorriu, se divertiu, tomou porre e se aventurou. É por você, que agora lê este blog, que eu paro e analiso a vida, como boa observadora que sou. Isso aqui é minha terapia. É meu instante de desabafo. É meu cantinho de mensagens que alguém lá em cima manda eu passar.

A minha inspiração vem desse dom que só Deus pode explicar. Eu escrevo. E é só por isso que nasci e estou aqui. Para, através das palavras, levar o amor que eu talvez nunca conseguisse transmitir de outra forma. Escrever é a maior paixão da minha vida. Meu amor incondicional. Meu antídoto para qualquer coisa. Nada me abala porque as letrinhas me consolam. É só girar a metralhadora, apontar e escrever. Às vezes sai bala, mas também sai flores. Queria dividir a felicidade pelo sucesso do meu blog com cada um de vocês. E dizer, do fundo do meu coração: muito obrigada.

Aos meus leitores, todo o meu carinho e amor e saibam que continuarei fazendo deste espaço o momento mais inspirador e desafiador da minha vida.

E nunca se esqueçam do lema de Janaina: Carpe Diem. Porque cada minuto merece ser vivido de maneira única e inesquecível. E no caso dessa viagem a Porto Alegre, levamos isso ao pé da letra.



P.S.: Obrigada a todos os gadianos do Brasil.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora





segunda-feira, dezembro 13, 2004

Tem espaço na van para uma viagem afudê, maneira e da hora



Era uma madrugada de sexta-feira em São Paulo. Parecia uma noite como outra qualquer, mas os gadianos estavam se reunindo rumo a Porto Alegre para dois dias de integração entre os escritórios do Gad. Foi na Vila Olímpia que nossa aventura começou. A turma da arquitetura, do design, da comunicação, da produção, da administração e do atendimento se juntou numa só massa, todos com suas malas coloridas repletas de animação e ansiedade. Primeira viagem de avião para alguns, primeira ida a Poa para outros. Na porta do Gad Sao já dava para ver que a viagem prometia: o mocinho da portaria pedindo nosso crachá – às três da madrugada – e o Clauber chegando atrasado. Lotamos as vans e partimos para Garulhos sob o comando da querida Kelly. Todo mundo com uma grande expectativa. A Ju Jardini prestes a viver seus dias de Ju Mengarda. Vôo com alguma turbulência. E chegamos com o sol em Porto Alegre.

No aeroporto de Poa, identificamos nossa van com o motorista dormindo. Como ninguém ia acordá-lo, eu fui lá e chamei o mocinho. E depois de acordar o coitado, descobrimos que aquela van não era nossa. Ainda bem que descobrimos a tempo, senão a essa hora a gente podia estar ... em Gramado, talvez. Mas conseguimos embarcar em nosso micro ônibus, que nos levou para um rolê por Poa antes do nosso café da manhã no Gad local. Tudo isso em companhia do guia gatinho, o guri que foi o preferido de dez entre dez gadianas da paulicéia. Apesar do vento frio, do cansaço e do sono, o café da manhã foi bem-vindo. E a recepção no Gad local também. Não dá para negar que era tudo muito intimidador: aquela gente toda, que só conhecíamos por telefone ou por e-mail, estava materializada ali. Para mim, que tenho pouco tempo de Gad, soava estranho. Imagino que para os mais antigos era bem mais interessante pois foi a chance de conhecer cara a cara, as pessoas que fazem parte de suas vidas à distância. Alguns grandes – e esperados - encontros não tiveram platéia. Mas já dava para perceber ali que nossos dias em Porto Alegre seriam intensos.

Após o café, seguimos para o Novotel onde fomos participar do Gad´Future. Não posso esconder que o cansaço era quase insuportável e durante as palestras foi possível observar algumas pessoas tentando vencê-lo. A palestra da Dulce Ribeiro foi bem interessante, sob diversos pontos de vista. Foram momentos de descontração, reflexão, emoção e muito questionamento. E ao som de “Imagine” e “É preciso saber viver” (nesta música, com a revelação de que nosso produtor gráfico Alexandre é o sósia oficial do Paulo Miklos), fomos almoçar no hotel e despachar nossas malas para o quarto. A tarde livre ia começar e não havia tempo a perder.

Fomos dividos em duplas por diversos andares do hotel. Alguns casais famosos do Gad Sao foram separados, entre eles Junior e Paulo, que agora vivem dando rolês pelo Taboão na hora do almoço, mas em Porto Alegre não puderam ficar juntos. Junior ficou com o Beto e ao Paulo restou dormir com o Clauber. Eu, fazendo jus a minha fama de atrapalhada, comecei bem: após entrar com minha companheira de quarto, a Ana Paula, e o Beto na sala errada para pegarmos nossas malas (atrapalhando uma convenção), fui instalada no quarto errado. Ana Paula e eu já tínhamos deitado na cama e usado o banheiro quando fomos informadas que estávamos em quarto alheio. Deixamos o quarto para a Ana Puttini e a Roberta e seguimos em perigrinação atrás de nossas camas. Quero dizer que eu não comi o bombom que era da Ana, conforme andaram falando por ai. Eu devolvi, já que o bombom não era meu, assim como não era aquele quarto. Quando conseguimos chegar ao sétimo andar, onde finalmente ficaríamos, a galera do tour por Poa já estava de partida. Não deu tempo para nada: eu e a Ana Paula só deixamos as malas e fomos com a turma rodopiar por Porto Alegre.

Nossa tarde livre em Poa foi de pura diversão. E cada departamento tinha seus representantes: do design, Fernando "Senninha" Ângulo, Ana, Ana Paula e Leo; da comunicação, eu, Paulo e os inseparáveis Junior e Beto; da produção, Fabi, André Cascão, Bispo e Bruno Nenê; do atendimento, Dani, Re, Evelyn, Helena e Márcia; da arquitetura, Roberto e Vera, e ainda a Cris, representando a administração, Leandro, direto de Campinas e duas representantes do Gad Rio. Fomos de ônibus – fazendo muita bagunça, é claro – até o Mercado Municipal e de lá seguimos a pé pelo centro de Porto Alegre, aos cuidados da Tia Ana, que eu garanto ser muito mais legal que a Tia Augusta. Como éramos um grupo muito grande, acabamos dispersando. Enquanto alguns ficaram pelo Santander Cultural, outros foram conhecer igrejas, a Casa de Cultura Mário Quintana e até dançaram tango ! Mas o ponto de encontro foi o Gasômetro. Um lugar belíssimo, com um inusitado bar dentro de um barco. Parada obrigatória para uma cerveja e para relaxar. Parte do grupo que se reencontrou ali, por ali ficou. Outra parte voltou ao hotel para descansar. No meu caso, eu só voltei para encontrar parte dos meus amigos gaúchos, que conheci pelo Brasil afora, que foram me ver no hotel. Mas isso é uma outra história para um outro texto.

E a noite prometia. Nossa festa de fim de ano, sob a cumplicidade das estrelas, à beira do Guaíba, estava badaladíssma. As vans foram saindo ao longo da noite mas a turma da bagunça ficou por último, lógico. Algum alvoroço na saída do hotel – o tamanho da minha saia não era para causar tanta polêmica – e a entrada triunfal dos nossos queridos Clauber – com sua música-tema sendo ardorosamente cantada – e Junior – que foi trocar de roupa e jogar playstation, atrasando a nossa já atrasada saída. E sob o comando de Ale, o terrível Mendigão, seguimos para a Marina Datelli.

A festa já estava quente quando a última turma de gadianos de Sampa chegou. À base de caipirinha de sakê e de vodka de morango e kiwi (para alguns se pronuncia kivi, ok ?), cerveja e champagne, a galera da manguaça arrepiou geral. Para nós, bebuns confessos, a caipirinha era fraca, e a gente queria era álcool puro na veia. Mas estava tudo sob medida para nossa euforia. Tudo preza para uma noite afudê (é, eu conheço bem o dialeto gaúcho porque sou uma carioca marrenta que mora numa Sampa às vezes embaçada). Algumas figuras se destacaram na festa: Beto, o mais falante dos gadianos, dançou sem tapetinho e foi o que mais se integrou aos ‘locais’, fazendo inúmeras amizades e participando dos momentos mais inusitados da festa; Junior, o mais popular dos gadianos de Sampa, não fez feio no quesito birita; Dani e Re, com suas pilhas duracell com capacidade infinita; Gabi, agora também conhecida em Poa como Gabão, ligadíssima em 220V; Marco e Ilza, o casal que não perdeu o pique e dançou pra valer; Vera e Márcia, outras duas grandes revelações das pistas; Paulo, nosso querido DJ Mutza, das raves de SP para arrebentar na noite gaúcha; Fabi, Evelyn, Roberto, Leandro e Andrezza, campeões de empolgação; Bruno Nenê e Leo, que mostraram que febre e dor de garganta não são nada para quem quer cair na gandaia; Bispo, que depois não lembrava nem o que aconteceu, mas a gente garante que ele foi e celebrou a festa muito bem e por último, mas não o último, a maior revelação de todos os tempos, direto das pistas da F-1 para as pistas de dança, com seu molejo indescritível, seu suingue inovador e sua coreografia única: Fernando “Senninha” Ângulo. Não tenho palavras para descrever os momentos marcantes do nosso querido Ângulo na festa. Quando estávamos dançando, ele disse a frase da noite: “Jana, tudo bem se pisar no meu pé, mas não derruba minha cerveja”. Ainda bem que ele mesmo derrubou a cerveja. Vale a pena destacar o quesito dança, onde a galera provou que entende do assunto: eu e Junior ganhamos no quesito “um pra lá, um pra cá “, a Re no quesito “embarque no trem”, Márcia e Clauber mostrando serem ótimos pés de valsa e Ale como grande revelação da “dança da bundinha”. Teve gente que dançou na moita também, mas o quesito bambuzal não está em questão no momento. No quesito birita ... bem quem sou eu para falar ? Depois que eu escorreguei na pista de dança (mas não cai !!! ), é melhor eu ficar quieta. E no quesito “guris e gurias”... eu não vi, e se vi, não falo, eu não sei e se sei, não digo.

A volta da festa foi um capítulo à parte. Eu embarquei na última van, onde estavam os mais breacos da noite. André Cascão e Ângulo Senninha desmaiaram, sem perdão. Aos berros de euforia, a galera do Rio – esses meus conterrâneos ... fala sério – botou pilha para uma saideira. Acompanhados de alguns gaúchos mais empolgados, gritavam aquele que se transformou no hino da viagem: “Cidade Baixa !, Cidade Baixa !”. E lá fomos nós para a Cidade Baixa. Claro que na hora que chegamos lá, os cariocas não quiseram ficar. Mas os gaúchos, acompanhados dos nossos bravos representantes dos cachaceiros – Bruno Nenê e a dupla dinâmica Clauber e Alexandre – não fizeram feio e foram para o segundo tempo. Eu parti para o hotel onde ainda presenciei dois grandes momentos: o intrépido Junior, fazendo a chamada para saber se todo mundo sabia qual era o seu quarto, e nosso destemido Fernando “Senninha” Ângulo, que mesmo sem saber aonde estava, chegou são e salvo ao seu quarto.

E quem disse que a gente queria acordar no sábado ? Com uma programação intensa, eu até agora não sei como consegui ficar em pé. Mas tínhamos um longo dia pela frente e unidos chegaríamos em algum lugar, nem que fosse ao restaurante para tomar o café da manhã. E foi na mesa do café que fiquei sabendo de grandes histórias: na penúltima van que saiu da festa para o hotel, a galera achou que estava chovendo mas era só alguém que passou mal na janela do ônibus. Mas foi na antepenúltima van que tudo aconteceu: pairava no ar um cheiro estranho de alguém que se estragou. É por isso que falei pro Ale fazer um livro para ensinar as pessoas a beberem. Vai fazer o maior sucesso, garanto. E falando no querido Ale, ele chegou triunfante a mesa do café. Pena que não fotografamos a cena mas a imagem foi inesquecível.

Detonados e quase sem poder abrir os olhos, passamos o sábado em intensas atividades. Chimarrão, relaxamento, palestras, lanchinhos, dinâmicas de grupo. Na dinâmica, aliás, cometi um deslize: eu não sou redatora exclusiva da comunicação. Embora eu não tenha participado do grupo de design, quero deixar registrado aqui que eu também faço parte da equipe da Ana. Ainda que o Clauber me considere uma traidora, dessa vez eu fui fiel aos meus queridos mocinhos da comunicação. E eu espero que nossos próximos dias de job sejam inspirados pela música que cantamos lá: “ tudo muda, o tempo todo no mundo“. Que mude para melhor. Mas acho que uma coisa não vai mudar: ainda vou continuar ouvindo comentários como " Noooossssa ! o departamento de arquitetura, hein ? Foi muito bem escolhido ! " Eles sempre vão falar de mulher nos meus ouvidos e eu vou ter que aturar.

O cansaço era gigante pela própria natureza, mas a gente resistiu com louvor. E terminamos a noite numa autêntica churrascaria gaúcha, com danças típicas, muita carne, cerveja, alegria e sotaques diferentes. Na caravana para o aeroporto, nosso ônibus foi o retrato do que aconteceu nestes dia em Porto Alegre: animação total. Cantamos a trilha sonora de Clauber, ovacionamos nosso ídolo Ângulo Senninha, lembramos as histórias do Bispo, comentamos as melhores poses das fotos tiradas pelo Leo (muitíssimo aguardadas), brincamos com o figura que é o Beto e nos divertimos com as tiradas certeiras do Junior e do Ale. E após um vôo tranqüilo, ainda teve espaço na van para sair de Garulhos rumo ao Gad Sao. Onde tudo começou ...

O que fica dessa viagem ? Que o esforço da empresa em unir seus escritórios realmente valeu a pena. Agora sabemos quem são os rostos por trás dos e-mails. E nossa equipe paulistana pode se conhecer melhor. Não tenho dúvida de que o Gad Sao vai ser muito mais unido. Se faltava isso aos departamentos de SP acho que agora o trabalho pode fluir muito mais legal. A gente precisou viajar a Porto Alegre para se reunir e descobrir que temos muita animação para levar ao nosso dia-a-dia. Ou pelo menos, tentar transformá-lo em algo mais leve, tranqüilo e solidário. O Gad Sao é uma mistura de sotaques, estilos e experiências. E quem está dizendo isso é uma carioca legítima que aprendeu a respeitar uma cidade tão difícil e complexa. Uma carioca que acha afudê trabalhar numa empresa gaúcha em São Paulo. Foram dois dias de uma maratona inesquecível. Povinho animado esse do Gad Sao, meu ! Fala sério, já estamos marcando balada para esta semana. Afinal, temos que ter paixão pelo trabalho, amor no coração e servir mais uma dose, porque de bebida a gente entende. Mas não se preocupem: na hora do job sabemos muito bem o que estamos fazendo. E vamos fazer um trabalho de equipe. Porque é isso que nós somos: uma grande e animada equipe, repleta de sotaques (tem até sotaque argentino - essa é pro Hugo, não agüentei !). Uma equipe afudê. Uma equipe maneira. Uma equipe da hora, meu.


P.S.: Quero dizer que o casal que citei como um dos mais famosos do Gad Sao - Junior e Paulo - na verdade não é um casal: no mesão da comunicação, a gente não tem um casal definido ... acho que somos um bom sexteto (em Poa, estávamos em quinteto, sem o reforço de Ju "Margarida" Mengarda). Mas nós somos fiéis uns aos outros ali. E batemos um bolão. Por isso dedico este texto aos gadianos de Sampa mas, em especial, aos meus queridos mocinhos Clauber, Junior, Beto e Paulo. Os guris mais fofos que passaram por Poa.



Ah, e para quem não sabe ... "Tem espaço na van", que compõe o título deste texto, é o nome de uma música do Ed Motta.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com




domingo, dezembro 12, 2004

Bá !


Este blog nunca mais será o mesmo. Depois que a galera lá do trabalho descobriu que ele existe, a pressão aumentou. Atualizações diárias, textos sob medida para nossa vida profissional e muitas idéias para deixar este espaço ainda mais visitado.

Estou preparando o texto mais aguardado dos últimos tempos: o diário da viagem a Porto Alegre, que rendeu noites de insônia e uma ressaca colossal em nossas vidas. E depois dessa viagem, nosso pequeno mundo de trabalho nunca mais será o mesmo.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com





quarta-feira, dezembro 08, 2004

Com que roupa eu vou ?


Eu sou perua. Assumida mesmo. Com todas as cores e brilhos. Sou chegada num vermelho, laranja, azul, verde, amarelo, rosa, lilás. E nem sempre um de cada vez ! Branco combina comigo quando estou bronzeada. E preto, quase nunca. Adoro dourado, acessórios e brincos – de argola ou aquele estilo indiano. Aliás, sou hippie chique. Daquelas que usa saia longa, bracelete, colares e pulseiras. Curto blusa de um ombro só, tomara-que-caia e frente única. Não acho que sou estilosa, muito menos fashion. Tenho um jeito bagunçado de me vestir, meio arrumadinha, meio relaxada, meio menina, quase mulher. Eu me amarro num salto alto tipo agulha, numa plataforma, mas também uso sandália rasteira e tênis. Tênis combina com jeans, com saia, com short e camiseta. Gosto de lenços no cabelo, esmalte vermelho e bronzeado natural. Mas escova só em ocasiões muitíssimo especiais (sem chapinha, por favor). Nunca pintei o cabelo; balaiage e luzes, nem pensar. Os fios brancos vão ser tingidos, um dia, não sei como. Barriga de fora ? Já usei muito e hoje em dia uso menos. Não que a barriga não permita – ela ainda é bem sarada – mas a idade avançou. Porém as pernas, essas sim, podem ficar de fora. Minissaia sempre estará no meu guarda-roupa. Saias mais longas somente em ocasiões que exigem isso – no trabalho ou em festas de gala, por exemplo. Vestidos são femininos e elegantes. Já transparência acho um pouco demais. Raramente uso.

Vai ter festa e a preocupação é com que roupa a galera vai. Quero me sentir confortável mas não nego que quero estar bem na fita, na foto e na festa. Mulher é fogo. E eu estou longe de ser básica e simples. Eu quero mais é dar colorido à vida. E como diz a velha Rita, enquanto estou viva e cheia de graça talvez ainda faça um monte de gente feliz !



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com




terça-feira, dezembro 07, 2004

A arte mais preciosa



A paciência é mesmo uma arte. Preciosa. Eu nunca fui muito boa nisso. Ansiosa ao extremo, não sei esperar nem sei fazer o jogo da espera. Aliás, detesto esperar: seja o ônibus, a comida ou alguém. Esperar, para mim, é o tormento do desejo (como bem disse Joaquim Manuel de Macedo), é a angústia do desconhecido, é um vazio que não tem volta. Enquanto espero, atormentada, por aquilo que não vem, sigo meu caminho em silêncio. Já esperei tanta coisa nessa vida ... coisas que não vieram e talvez se viessem, não me fariam feliz. Continuo esperando sentada, porque de pé já cansei. Esperando por quem não vem. Esperando o que não tem. Esperando, esperando, esperando... ah, quer saber, cansei de esperar. E se eu não correr agora, perco o vôo.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora


domingo, dezembro 05, 2004

Pais e filhos


No dia que meu pai morreu, eu vi a minha vida se dividir. Nenhuma dor que viesse depois faria sentido. Sempre que estou muito triste, lembro o quanto sofri naquele dia. Sou capaz de detalhar cada momento. Sei exatamente o sentimento que tive naquela manhã de sete de março. Passaram-se quinze anos e a dor, quando volta, continua avassaladora.

Uma das minhas maiores preocupações na vida foi jamais procurar um substituto para o meu pai. Fiz análise para tentar entender a minha cabeça – não ajudou, mas aliviou meu coração. A morte do meu pai, mais do que uma lacuna na minha vida, deixou também um rombo emocional jamais preenchido. Meu pai era muito calmo, tranqüilo, amigo, alegre, cheio de vontade de viver. Adorava futebol, chopp, praia, comia um monte de bobagem e vivia para o trabalho. Mas eu era, acima de tudo, a menina dos olhos dele. Meu pai nunca me deu mais do que eu merecia, e sempre exigiu muito de mim. Fui a melhor aluna do colégio, a mais fiel e dedicada criança para crescer e ser a mais forte e corajosa mulher. Fui criada para o mundo, para ser dona do meu nariz, para trabalhar e vencer na vida, para fazer do meu trabalho a razão do meu viver. Meu pai sempre dizia: “ jamais ache que casamento é a coisa mais importante da vida de uma mulher; trabalhe e faça do seu trabalho a razão da sua existência. Seja uma mulher independente. “ Eu ouvia isso quando tinha apenas doze anos de idade. Eu cresci com a certeza de que ser uma profissional realizada era meu único objetivo.

Minha relação com a minha mãe sempre foi um desastre. A começar pelo fato de que não fui uma criança planejada e desejada, chegando ao ápice nas diferenças de pensamento e opinião. Eu e mamãe vivíamos em pé de guerra. Uma vez perguntei ao meu pai porque ele sempre quis uma filha mulher. Ele respondeu: “ para fazer companhia a sua mãe.” Eu e minha mãe brigamos a vida inteira, e hoje em dia não é diferente. Até que chegou uma hora que eu chutei o balde e mostrei a ela que a menina que tinha tudo para ser mimada, crescera e aparecera. Nada como um tratamento de choque às vezes ... já faz pelo menos uns dois meses que eu e mamãe resolvemos abrir o jogo e soltar o verbo. E de repente eu descobri que meu pai, aquele homem que era meu herói e a razão dos meus idéias de vida, tinha um lado que eu suspeitava mas desconhecia. E eu enxerguei os defeitos dele, e vi que os defeitos da minha mãe não eram nada. Eu percebi que o amor que eu dediquei a ele era sincero, mas que o amor que eu deixava de dar a minha mãe era injusto.

Meus pais foram e ainda são, as pessoas mais importantes da minha vida. Nenhuma lágrima que eu derramei, nenhuma dor que eu senti, nada que eu tenha vivido supera a dor da perda do meu pai. Eu sempre o amarei pelo homem honrado que foi, por ter me dado uma criação atípica para uma menina. E à minha mãe dedico meu coração e minhas lágrimas, o colo seguro, a certeza de que ela, por mim, é capaz de tudo. Certa vez eu disse a minha mãe que eu não suportaria vê-la morrer, então eu preferia morrer antes dela. Hoje penso o quanto seria injusto isso, pois a dor da perda de um filho é a maior que alguém pode passar.

Hoje, como em tantos dias da minha vida, eu estou chorando de saudades porque meu pai está por perto mas eu não posso mais vê-lo. Porque ele sempre estará perto de mim, me protegendo. Não é a saudade que importa, é saber que depois da morte dele tudo mais perdeu o sentido, todas as dores que vieram se tornaram banais. E é dar valor a mulher que lutou bravamente para que eu seguisse meu caminho, a mesma que mesmo sofrendo com a minha ausência e distância, me ama incondicionalmente. Jamais conseguirei ter por alguém um amor tão sublime como esse. E neste dia de tantas lágrimas e dor, só posso dizer que eu agradeço por ter reencontrado meus pais nesta vida, neste mundo. Porque eles são, foram e sempre serão as pessoas que realmente têm importância nesta minha vida insana.



Janaina Pereira
Redatora
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sábado, dezembro 04, 2004

Embaixo do tapete está cheio de poeira


Três finais de semana consecutivos em São Paulo: isto é quase um milagre. Nos últimos oito meses eu estive mais no Rio do que na minha casa, e final de semana em Sampa virou raridade. Vai ver que foi por isso que um monte de gente me chamou para sair hoje. É tão raro eu ficar por aqui agora que quando estou, virei espécie em extinção.

Aproveitei para por a casa em ordem, consertar o que se escangalhou e juntar os cacos. Estou inteira novamente. Passei uma tarde claustrofóbica na Bienal de Artes. Andei muito mas vi coisas bem interessantes. Adoro estas tardes culturais que só SP tem. Agora estou em casa - sim, voltei a escrever no meu velho e bom PC, recauxutado com um Windows XP - ao som do Red Hot. O CD que eu amo, com as músicas que lembram os melhores momentos da minha vida paulistana, que meu querido amigo Guto gravou.

Daqui a pouco vou sair para a balada. Recusei uma ida básica a Trash 80´s - que eu a-do-ro ! - para dar um role mais intimista ... estou mais para um banquinho e um violão. É a minha fase de mocinha culta, que de vez em quando aparece. Daqui a pouco volto ao normal e vivo intensamente meus dias de loucura.

Esta semana promete, afinal, vou voltar ao lugar que eu amo, onde deixei amores, amigos e saudades. Quem acha que estou falando do Rio, se enganou redondamente. É isso, eu sou uma eterna caixinha de surpresas. Se alguém, algum dia, descobrir o que habita meu coração, ganha um prêmio. Mas não se entusiasmem: o prêmio não será um beijo na boca. Porque isto é só para alguns abençoados homens que algum dia cruzam novamente o meu caminho nesta encarnação.

Não estou completamente recuperada das estrupulias da semana mas varri toda poeira para baixo do tapete. Deixa lá, sabe ? Eu não estou a fim de limpar toda esta sujeira. E que se dane todo mundo porque hoje é sábado e eu mereço ser feliz. Nem que seja enquanto toca o CD do Red Hot.



Janaina Pereira
Redatora
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janaredatora@hotmail.com



sexta-feira, dezembro 03, 2004

As horas que não passam


Hoje é um daqueles dias que eu pedi a Deus para párar o mundo porque eu queria descer. Pedi para que meus olhos fechassem e minha imaginação me levasse para longe daqui. Chove em São Paulo e eu resolvi destilar meu veneno numa só direção. Isso resultou em dor de estômago, lágrimas no banheiro e muita aflição e stress. Resultou num coração partido, magoado e ferido. E nem vale a pena. Nunca vai valer. Eu só queria que o dia de hoje não existisse para que as palavras que ecoaram em meus ouvidos não tivessem sido pronunciadas.

Que Deus perdoe todos os meus pecados. Porque as portas do inferno já foram abertas para mim.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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quarta-feira, dezembro 01, 2004

Bem safado



É normal os homens terem a libido um pouco mais aguçada – ou eles acham que as mulheres não se importam muito com o assunto mesmo ... incrível como qualquer coisinha atiça o universo masculino. Bundas grandes. Peitos siliconados. Cabelos longos. Olhos claros. Sardas. Pés delicados. Decote no peito. Colo nu. Costas à vista. Tatuagem discretamente revelada. Mãos com unhas vermelhas. Pernas de fora. Barriga sarada.

Ai, isso é um saco. A cada passo parece que você está passando por um exame de raio X. As mulheres são bem mais discretas sobre isso. Nosso olhar é velado, e sob silêncio, observamos tudo atentamente.

Eu sempre trabalhei com maioria masculina. Então já estou acostumada as piadinhas e safadezas dos meninos. Sempre sei quem é a gostosona da agência porque eles falam para mim. Eu já aprendi tanto sobre o mundo masculino que às vezes me surpreendo com um pensamento igual ao deles. Ou pelo menos parecido.

Os casados sempre são meu alvo de polêmica. Longe das esposas, adoram falar que fulana é gata, quem eles pegariam se não fossem casados e tudo mais que a aliança no dedo impede de se realizar. Impede naquelas: pular a cerca é simples. As conseqüências desse ato é que pode ser complicado. E quando eu interrogo: “ mas você não pode, você é casado”, vem a resposta: “ mas não estou morto, posso olhar”.

E o que será que tantas amizades masculinas geram na minha personalidade ? Já tentei imaginar o que eles pensam de mim. Tenho até medo de pensar ... vai que eles já tiveram algum sonho erótico comigo ? É melhor eu não saber. Deixa quieto.

Com o passar do tempo, a gente ganha liberdade e fica tudo muito íntimo. Amigos que poderiam ser `ficantes `virão irmãos e confidentes. E aquele cara que todo mundo tem certeza que eu já beijei, não passa de um puta-cara-legal-que-eu-amo-de-paixão-mas- que-não-rolou-nada. E aquele outro que ninguém imagina que já rolou alguma coisa ... foi ele que, certeiro, acertou meu alvo. É difícil não criar vínculos no trabalho. A gente vive juntos todo dia, 14, 15 horas, almoça e às vezes até toma café e ainda tem jantar ! É muito tempo convivendo com pessoas diferentes. No meu caso, com muitos meninos inteligentes, interessantes, maneiros, alegres, engraçados, amorosos, amigos e, claro, safados. Faz parte do universo deles. Tenho dez anos de profissão e muitos grandes amigos que conheci no trabalho. E cada um contribuiu para que eu seja quem sou hoje. Mesmo com o olhar malicioso do universo masculino, são eles que tornam meu dia-a-dia uma deliciosa aventura.

Que me desculpem as meninas – maravilhosas e queridas – mas trabalhar com uma maioria absolutamente masculina faz toda a diferença.


Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com



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