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quarta-feira, maio 26, 2004

O dragão, o leão e outros bichos


(Para ler ouvindo Pequena Serenata Noturna, de Mozart.)


São Jorge matou um dragão. A gente mata um leão por dia. Tem gente que mata outros bichos para conseguir o que deseja. Não é necessário matar nada para alcançar o que se quer. Quando a gente menos espera, a recompensa chega.

Os caminhos do bem trazem frutos compensadores, doces, refrescantes e muito gratificantes. Estes caminhos, que às vezes são obstruídos por pedras, têm uma luz no fim do túnel, têm passarinhos cantando, têm um amanhecer com revigorante energia, um entardecer com um sol ainda vibrante e um anoitecer com céu estrelado. Os caminhos do bem nos levam a um mundo de paz, de amor, de fraternidade, de generosa alegria e incontáveis surpresas que aliviam o coração. Nestes caminhos, lutamos com garra e perseveramos, mas deixamos os animais vivos para o bem de nossa própria saúde.

Matar um leão por dia só vai trazer cansaço ao final da semana numa árdua jornada sem fim. Se a tristeza vier, deixemos nos abater por ela. Quando ela for embora – porque ela certamente irá embora se antes dela chegar você estava num caminho de bem – você verá que o sol brilha de novo. Não existem noites longas demais porque os dias felizes sempre virão.

Então não vamos matar tantos leões, nem dragões. Vamos, primeiramente, acalmar os bichos arredios que existem dentro de nós. E seguir em paz nos caminhos do bem. Porque como dizia um personagem de um velho desenho animado: “o bem vence o mal e espanta o temporal.”


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora

sexta-feira, maio 21, 2004

Um pedaço do céu


(Para ler ouvindo "I am mine", do Pearl Jam.)


Às vezes a gente quer tanta coisa e quando elas vêem, ficamos confusos, assustados, com medo ... medo ... palavrinha complicada essa. Eu tenho poucos medos na vida, mas tenho medo de ter medo na hora de decidir qualquer coisa.

Eu queria que as respostas viessem logo, assim que eu olhasse pro céu. Que as estrelas, que eu abandonei faz tanto tempo, me guiassem mais uma vez.

Minha amiga Daniela falou que estamos onde estão nossos sapatos. Ferrou porque tenho sapatos no Rio e em São Paulo ! A dúvida não é nem essa - onde ficar -, é muito mais complexa - o que fazer ?

É melhor não fazer nada por enquanto. É melhor deixar rolar. Só não quero me afundar ainda mais e matar meus sonhos. Eles já estão agonizando e não posso deixá-los morrer.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora

terça-feira, maio 18, 2004

Uma questão de fé


(Para ler ouvindo "Epitáfio", dos Titãs.)


Fico pensando a diferença que existe entre os vencedores e os supostamente fracassados. Tudo é uma questão de fé e de ponto de vista. Vencer é relativo, como tudo na vida. O sucesso não depende exclusivamente da gente, mas de uma Força Superior que sempre vai determinar o que é o melhor para cada um de nós. E o que é bom para mim, segundo Ele, não quer dizer que seja realmente o que quero. Aliás, nem sempre é: eu quero uma coisa e lá vai Deus me mostrar que é o contrário que vai me fazer feliz. Ele sempre está certo, sempre !

Agora, por exemplo, coisas extraordinárias acontecem; novas experiências, descobertas interessantes e um aprendizado fora do comum. Porém, nada disso estaria acontecendo se eu permanecesse onde estava, fazendo o que eu fazia.

Uma vida vazia, onde a busca pelo dinheiro é um fator constante, numa cidade materialista cercada de pessoas que não se conhecem porque não se permitem um auto-conhecimento. É assim que eu vejo a loucura que é morar em SP. Porém, não posso negar, que sou o que sou hoje porque optei morar lá. Faz parte do meu caminho.

Não me angustia essa vida dividida, entre meu lar, minha família, meus amigos e tudo mais que só o Rio me oferece, e o corre-corre insano de São Paulo. Eu gosto de estar lá e cá, gosto das novas descobertas e do mundo novo que se apresentou a mim graças a esta escolha. Mas não posso sufocar o amor incondicional e devotado que sinto pela minha abençoada cidade e por todos aqueles que amo e que moram nela.

Ah, eu desisto de entender o que eu quero. Aliás, como eu já aprendi, eu não quero ter razão, só quero ser feliz. No Rio, em SP, na Índia ou em Veneza. E como alguém muito sabiamente me disse, não existe separação porque a gente está onde estão nossos pensamentos.


Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

segunda-feira, maio 10, 2004

Eu, o mar e o vento


(Para ler ouvindo "Here Comes the Man", do Pixies)


Segunda-feira de sol e ventania, um mar inteiro me esperando em Ipanema. Esta vida de playboy não era o que eu imaginava para mim ...


Janaina Pereira

quinta-feira, maio 06, 2004

Minha fama de má


(Para ler ouvindo Sympathy for the Devil, dos Rolling Stones.)


Ah, tolinhos são aqueles que dizem: “mas você é muito boazinha.” Boazinha, eu !!?? Bem, se existe alguém no mundo – e pior que existe – que me acha boazinha, engana-se redondamente. Eu não nasci para ser heroína de novela das oito. Nem estrela de filme romântico. Jamais seria a mocinha de uma peça de teatro melodramática. Nunca.

Bom mesmo é ser vilã. É ser um tipo maquiavélico, cruel, mordaz. É por isso que não sou engraçada. Sou irônica. A ironia é muito mais divertida. Todos os vilões da história ganharam em charme de qualquer mocinha ou herói. A Laura é muito mais legal do que a Maria Clara Diniz. Vejamos: qual o sobrenome da Laura ? Ninguém sabe ! E o de Maria Clara ? Ora, Dinizzzz, argh, todo mundo está careca de saber. Pessoas que tem sobrenome não são legais. A Laura é comum, maligna, perversa, gente ruim mesmo. Já Maria Clara é chata, sonsa, chorona, perfeitinha, com aquele cabelinho estilo Sandy que não sai do lugar. E quem é mais legal: o Fernando ou o Renato Mendes ? Bem, Fernando não tem sobrenome, mas não precisa: ele é um bobo alegre, com cara de quem acabou de comer um pastel da dona Jura (que faz uns freelas no Andaraí, certamente) e acha isso mais legal do que qualquer jantar chique em Paris (sei...). Já Renato, que apesar de algumas pessoas forçarem a barra chamando o cara pelo sobrenome também – só pra queimar o filme dele - , tem todas as características de um “bom vilão”: é sarcástico, metido, altivo, feroz, hipócrita, ardiloso. Perfeitamente cruel.

Os melhores heróis não são cheios daquele verniz da perfeição que tanto irrita. Luke Skywalker nunca teve 1% do carisma do interesseiro, irônico e imperfeito Han Solo. E o maior herói de todos os tempos, Indiana Jones, vivia sujo, maltrapilho, cheio de veneno na língua e destilando ironia e atitude. Até James Bond, hábil e conquistador, desfilava um humor cruel. Nenhum deles era vilão, mais fugia do estereótipo de heróis perfeitinhos.

Portanto, longe de mim ser heroína, mocinha romântica ou a garotinha boazinha que existe para alguns olhares desatentos. Minha língua é afiada e minhas garras também. Afinal, sou leonina. E nunca, nunca mesmo, fui um leão manso.


Janaina Pereira
Redatora
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janaredatora@hotmail.com

terça-feira, maio 04, 2004

Listas - Primeira Parte


Vou fazer minhas listas inusitadas até o fatídico artigo das listas alheias ficar pronto. Aí vai a primeira delas.

MÚSICAS PARA SE OUVIR NUM DIA DE SOL


Here Comes the Sun - Beatles
Satisfaction - Rolling Stones
Pro Dia Nascer Feliz - Barão Vermelho
Virgem - Marina (somente para os cariocas e/ou moradores do Rio, que sabem o que significa estar no Leblon e ver o hotel Marina se acender)
My Sweet Lord - George Harrison



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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Ele veio do mar

Dorival Caymmi completou 90 anos na última sexta-feira. Recebeu inúmeras, e merecidas, homenagens. Um caso raro de reconhecimento em vida, coisa que não é muito comum em nosso país. Gosto do Caymmi porque ele é um homem apaixonado pelo mar. Suas músicas são pura poesia com versos que encantam... existe coisa mais bela do que dizer: " É doce morrer no mar, nos braços de Iemanjá" ?

Salve, Caymmi !



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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