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quinta-feira, janeiro 29, 2004

Encontros, desencontros e reencontros


Ontem fui assistir ao badaladíssimo “Encontros e Desencontros” (prefiro o título original, “Lost in translation”, acho que tem mais a ver), que foi aclamado como um filme semi-independente de roteiro bem original. Sai do cinema chocada. Em nenhum momento o filme me empolgou, e se não fosse o (sempre ótimo) Bill Murray, eu ia odiar ter assistido uma historinha tão sem sal.

O filme não é ruim, longe disso. É um bom filme. E só. Dizem que a roteirista e diretora, Sofia Coppolla, tirou de uma passagem da sua vida a inspiração para o roteiro. Se isso é verdade, pobre Sofia. Que vidinha mais sem graça ela tem. A minha vida tem passagens bem mais emocionantes e renderia roteiros muito mais bacanas. Como diretora ela manda bem: achei bem legais seus pontos de vista da câmera. E o roteiro não é horrível, apenas falta emoção e o final é previsível demais (na primeira cena dos protagonistas eu já sabia como aquilo terminaria).

Eu confesso que criei muita expectativa sobre o filme porque achei que me identificaria com ele. Afinal, também sou estrangeira e pior, dentro do meu próprio país. É péssimo você estar num lugar onde ninguém te entende, não te ouvem ou não querem te ouvir. Mas em nenhum momento eu consegui me identificar com os personagens nem sentir o vazio deles. Apenas me diverti com as situações inusitadas que eles passaram. Talvez eu até curta os encontros mas não gosto mesmo é de desencontro: eu prefiro reencontros…

Para quem quer dar uma relaxada e não curte a densidade que o cinema pode ter, “ Encontros e Desencontros” é um filme perfeito. Bonitinho que só ele. E nada além disso.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora



segunda-feira, janeiro 26, 2004

O peso da vida


Eu demorei um pouco para escrever sobre isso, mas não posso deixar de falar. O melhor filme que assisti nos últimos tempos foi “21 gramas” , do mexicano Alejandro Gonzalez Iñárritu, com os ótimos Sean Penn e Benicio del Toro. Quem ainda não viu tem que ver agora. Mas eu disse “agora” mesmo, larga tudo aí e vá ao cinema ver.

“21 gramas” é a brilhante metáfora sobre o peso da vida e o que a gente leva dela – ou o que a gente ganha com ela, dependendo do ponto de vista. Embora a maioria das pessoas que viram o filme digam que ele é pesado, eu achei denso, tenso, profundo e angustiante, mas com aquela redenção que me faz crer que alguém sempre vai aprender com as grandes tragédias da vida.

Eu participei do filme ativamente – junto com a Luisa, assistindo da primeira fila do novo cinema Bristol, eu vi a derme, a epiderme e tudo mais do rosto do Sean Penn (melhor sorte tiveram a Ju e o Luciano, que ficaram longe da telona). Foi meio sufocante acompanhar tão de perto a história, mas depois de quinze minutos de dor de cabeça, eu me acostumei.

O que não dá para acostumar é com o mundo caindo a nossos pés. E “21 gramas” fala disso. Fala das dores das perdas, das redescobertas, da vida, da morte, da ressureição. Fala da reviravolta a que estamos submetidos a cada segundo que estamos vivos. Fala de como podemos influenciar vidas alheias e de como pessoas aparentemente sem nada em comum tem seus caminhos entrelaçados. Fala que dor e amor não rimam por acaso. Fala de paixão, compaixão, sentimento de culpa, vulnerabilidade. “21 gramas”, dizem por aí, é o peso que perdemos ao morrer. Isso mesmo: quando a gente morrer, todos nós perderemos vinte e um gramas do nosso corpo. Seria a nossa alma ? O que são estes vinte e um gramas afinal ? Esta explicação tão singela e aparentemente sobrenatural é perfeitamente possível. Vinte e um gramas é o que sai do corpo morto e a única coisa que sai dele é a alma. O que é pesado, vejam só, é nossa consciência. A alma é leve, sarada, um beija-flor.

Nesta vida o que importa mesmo é a gente encarar tudo de peito aberto. Saber que o momento é agora e amanhã pode não ter mais. Mas se o amanhã existir, pense bem na bobagem que você cometeu hoje. Então viva cada segundo sem medo, mas seja responsável pelos seus atos. E no final da história, só vai ficar aqui o resultado das suas ações. E você vai levar da vida apenas lembranças. Que elas sejam leves … como nossas almas.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora




sexta-feira, janeiro 23, 2004

Alguma coisa acontece no meu coração


A primeira vez que eu cruzei a Ipiranga com a São João eu me emocionei profundamente. Eu me senti personagem da música mais paulistana que conheço, a famosa “Sampa” do Caetano. E agora que a cidade chega aos seus 450 anos, tudo é festa. Fico feliz de fazer parte dessa loucura toda. Eu nunca imaginei que um dia moraria aqui – embora muita gente diga que eu sempre sonhei com isso.

Eu sei que SP é uma cidade esteticamente estranha. Não digo feia, porque eu realmente não acho ela feia, mas acho bem esquisita. Lembro da sensação que tive ao entrar na Avenida Paulista pela primeira vez. Eu fiquei muito assustada. Olhei aqueles prédios, aquele agito, aquela confusão toda, uma coisa absurdamente ensandecida. Eu nunca imaginei que conseguiria morar aqui. Meu amor pelo mar, pela natureza e pela vida parecia que ia morrer a cada fim de semana de sol. Apesar da minha paixão doentia pelo Rio, eu consegui sobreviver em SP. E só por isso eu me sinto uma vitoriosa.

Eu vivo nesta cidade cheia de poluição, de gente que corre pra lá e pra cá, repleta de guetos e lotada de cores escuras e sombrias. Eu sobrevivo graças ao privilégio de ter um parque como o Ibirapuera; graças a gente como a Sueli, a Re, a Sil, o Haroldo, o Silvio, o Sergio, o Antonio, a Si, a Fe e todos estes paulistanos que me acolheram tão bem; graças ao universo cultural e gastronômico que eu encontrei aqui; graças as cores que eu trouxe pra cá. Eu não sou apaixonada por SP mas aprendi a respeitar esta cidade que me deu a vida que eu pedi a Deus, que me deu oportunidades, reconhecimento e coragem. E me sinto muito orgulhosa de saber que parte da história da minha vida eu escrevi nas suas tortuosas esquinas, sob o olhar desconfiado das suas meninas e no meio do seu concreto claustrofóbico.

Ah, meu, SP tem bossa, tem ritmo louco, tem força, tem grana e tem muita diversão noturna. SP me deu dores, lágrimas, solidão, novos amigos, novos amores e uma nova vida. E alguma coisa acontece no meu coração … quando cruzo a Ipiranga, a São João, a Santos, a Lorena, a Brigadeiro, a Faria Lima, a Berrini, a Funchal, a República do Líbano, a Paulista … alguma coisa acontece toda vez que eu olho para o céu e não vejo as estrelas mas penso: eu moro em SP. Eu consegui sobreviver na selva concreta.


Parabéns, Sampa. E obrigada pela vida que eu levo aqui. Uma vida cheia de turbulências, é verdade, mas cercada de uma rara e maravilhosa emoção.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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terça-feira, janeiro 20, 2004

Por causa de você


Talvez eu leve alguns dias para voltar ao normal. Mas a sensação que tenho é que nada será como antes. Ao mesmo tempo que penso que nunca mais isso vai acontecer de novo. É uma sensação absurda de insegurança, de falta de rumo, de incerteza. Luto para não criar expectativas. Luto para não ficar triste, para não chorar, para não me sentir sozinha. Eu pedi tanto que alguém viesse, e finalmente fui atendida. Só que a velha sensação de perder tudo que gosto retornou também.

Pelo menos hoje já consigo ver como o furacão que tomou conta da minha vida nos últimos dias deixou um saldo positivo. Barreiras caíram, pessoas se reaproximaram, mitos foram derrubados, incêndios apagados, mistérios revelados, stress diluído, vidas transformadas.

Abençoados sejam aqueles que amam sem preconceito, sem medo, sem pensar no dia seguinte. Definitivamente, só o amor pode causar um bem enorme à humanidade. Só pelo amor vale a vida. E como disse sabiamente Gandhi, quem ama vale por milhões.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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segunda-feira, janeiro 19, 2004

As pontes do Ibirapuera


Eu só posso dizer que minha vida virou um filme. E o filme é “As pontes de Madison”, do Clint Eastwood. Eu sou a personagem da Meryl Streep. Guardada as devidas proporções, é o que se passa agora. E é tudo que consigo dizer no momento.


"Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da sua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei um beijo
Que é pra matar meu desejo
faz tempo que não te vejo
Ai que saudade d'ocê

Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que não te vejo
Quero matar meu desejo
Me mande um monte de beijos
Ai que saudades sem fim

E se quiser recordar
Daquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caia na choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer ?
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é d'ocê."


Boa viagem, guri.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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quinta-feira, janeiro 15, 2004

Enquanto houver sol


Nada como 48 horas no fundo do poço para curar qualquer dor. Às vezes ficamos um pouco mais que isso no poço, repleto de lama, mas sempre conseguimos escapar.

E quando o sol aparece para aquecer o corpo e a alma, vemos a luz no fim do túnel, a luz do dia, a luz da vida. Nada como um dia após o outro. Ou uma noite após a outra.

Que bom que a vida é repleta de surpresas doces e serenas. Que bom que Deus fica de olho na gente, espreitando para nos dar a alegria no momento certo. E as estrelas, que muitas vezes nem aparecem neste céu cinzento, surgem luminosas na nossa imaginação.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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quarta-feira, janeiro 14, 2004

Passeando com os meninos e os lobos


Foram várias resoluções de ano novo e a mais fácil delas é ter o cinema como aliado. Então vou escrever sobre dois filmes recentes que eu vi e curti muito. No final do ano passado assisti ao comovente “As invasões bárbaras”, de Denys Arcand. Fazia um bom tempo que eu não chorava no cinema. O filme é lindo, emocionante, um primor; fala das relações humanas, basicamente a difícil relação entre pais e filhos.

Neste fim de semana eu agradeci cada centavo que paguei para ver “Sobre Meninos e Lobos”, do Clint Eastwood. Eu gosto do Clint como cineata mais do que como ator, porque ele está à margem de Hollywood e nunca se corrompeu ao esquema. Ele consegue ser um grande sem precisar baixar a guarda pros poderosos estúdios. Alguns dos meus filmes preferidos é dele: o obtuso “Um mundo perfeito” e o belíssimo “ As pontes de Madison”. Mas nada que ele fez antes é melhor do que o intenso “Sobre Meninos e Lobos”, um filme cujo corte seco da direção faz toda diferença. Com uma atuação magistral do Sean Penn (que nunca esteve na minha lista de atores preferidos, mas que, sem dúvida nenhuma, se tornou um puta ator), além do sempre bom Tim Robbins e do gracinha Kevin Bacon, o filme conta a história de três amigos de infância que se reencontram após 25 anos. Com as dores do passado e do presente à flor da pele, passamos mais de duas horas sofrendo e vivendo cada momento do brilhante roteiro – adaptado do livro de Dennis Lehane. “Sobre Meninos e Lobos” é um daqueles filmes que vale a pena ver, rever e ver de novo. É uma daquelas histórias que eu gostaria de ter dirigido.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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sexta-feira, janeiro 09, 2004

E por falar em saudades


Para não ficarem dizendo por aí que estou amarga e azeda, vou escrever umas linhas mais amenas para terminar bem a semana.

Eu quero falar de uma pessoa muito legal que tem um blog tão legal quanto ela: meu queridinho Bruno. O Bruno foi meu estagiário na Zapt, minha última agência no Rio. Aliás, uma coisa boa da Zapt é que foi lá que eu tive dois estagiários maravilhosos: além do Bruno, a minha queridíssima Vanessa, a Vany Paiva. A Vany, que escreve muito bem, ainda não fez seu blog. Mas o Bruninho fez e vale a pena dar uma olhada. Instante Anterior (www.instanteanterior.blogger.com.br) é gostoso de ler e além das historinhas da vida do Bruno, ele também conta algumas curiosidades sobre sua vida de artista (o Bruno é tecladista do Los Hermanos). Aliás, o Bruno escreve pra caramba. E ele não aprendeu isso comigo; o menino sempre escreveu bem.

Esta semana, pela primeira vez, coloquei palavras de outas pessoas aqui. Escrevi as letras de duas músicas, uma do Nirvana e outra dos Paralamas, porque elas traduziam meus sentimentos naquele momento. É muito bom ter pessoas que escrevem de acordo com nossas sensações – e os compositores são experts nisso.

Aproveito para dizer que morro de saudades do Bruno e da Vany. Eu adoro estagiários, até porque já fui uma e tive a sorte de ter alguns bons mentores. Mas o tempo passa e é fantástico ver minhas “crias” seguindo seus caminhos, mas sempre escrevendo. Esta paixão, que nos uniu e jamais vai nos separar; esse amor pelas palavras; esse respeito pelas letras; é isso que nos move. Pessoas que escrevem são sempre mais sensíveis e na maioria das vezes não tem consciência do seu poder. Palavras e idéias podem mudar o mundo. Nem que seja o nosso mundinho particular.



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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quinta-feira, janeiro 08, 2004

Come As You Are - Nirvana


Come as you are
As you were
As I want you to be
As a friend
As a friend
As an old enemy
Take your time
Hurry up
The Choice is your
Dont' be late
Take a rest
As a friend
As an old memoria
memoria
memoria
memoria

Come dowsed in mud
Soaked in bleach
As I want you to be
As a trend
As an friend
As an old memoria
memoria
memoria
memoria

And I swear that I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun

memoria
memoria
memoria

And I swear that I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun

memoria
memoria



Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num caleidoscópio sem lógica
Eu quase posso ouvir a tua voz e sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa

Quem vai pagar as contas desse amor pagão
Te dar a mão e trazer à tona pra respirar
Quem vai chamar teu nome
Ou te escutar
Me pedindo pra apagar a luz
Amanheceu, é hora de dormir
Nesse nosso relógio sem órbita

Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Pra gente não ter nunca mais que terminar.

(Herbert Vianna)

quarta-feira, janeiro 07, 2004

Este artigo está no ar nos sites www.trampolim.art.br (coluna redator) e www.voxnews.com.br (coluna artigos)


Baseado em fatos reais


A história começa assim: alguém liga para você querendo mostrar a pasta. Você recebe com a maior boa vontade. A partir daí algumas coisas inusitadas podem acontecer: Existe sempre um "Joselito sem noção" que resolve dar uma de engraçadinho. A seguir, os melhores relatos de alguns publicitários sobre pastas - e pessoas - divertidas demais - ou de menos.


Caso 1: "Você não está entendendo."

Redator vê pasta e não entende determinado anúncio. O autor da peça diz que o anúncio não é para ser entendido pois está em fase de testes.


Caso 2: "Eu sou criativo pra caralho."

Diretor de criação vê pasta de jovem candidato ao cargo de diretor de arte júnior. Quando o rapaz abre a pasta, ela estava "recheada" de Talento, aquele delicioso chocolate. Na época o chocolate acabara de ser lançado - então o jovem rapaz pode ter sido o primeiro de uma série de "criativos" a fazer piada com isso. O melhor dessa história é que o cara distribuiu seus Talentos para várias pessoas na agência e deixou alguns para o diretor de criação não esquecer dele. Isso sim é uma pasta cheia de talentos.


Caso 3: "Se eu não ganhar, quem ganha?"

Redatora vê pasta de um rapaz que deseja imensamente ser redator. O moço deixa uma carta de recomendação dele para ele mesmo onde revelava que era "Auto de Data."


Caso 4: "Estou de regime, ué."

Diretor de arte vê pasta de uma menina redatora. Segundo ele, que não lembra nem da pasta muito menos do nome da dita cuja, o cartão de visita da moça chamava a atenção: era uma foto de um elefante andando de bicicleta e dizia algo como "também sou redatora". Ele não revelou se ela era gorda ou magra.


Caso 5: " Eu sou foda mas tá foda."

Diretor de arte vê uma pasta, não muito boa, de um jovem criativo. Criativo até demais: o cara dizia que era necessário enxergar o que estava na cabeça dele, e não apenas os layouts. Tentando convencer o paciente diretor de arte, ele sacou de sua mochila um caderno com o seu melhor trabalho. Nosso amigo diretor de arte abriu o caderno e deu de cara com um diário com desenhos do jovem criativo incompreendido. Tem mais: como pretendia ser diretor de arte também, começou a analisar o mercado, declarando que tudo que via nas revistas era uma merda e perguntou porque justo ele tinha que ter uma pasta boa.


Caso 6: " É big, é big, é big."

Diretor de arte vê pasta de diretor de arte novato. De repente ele se depara com um anúncio onde tudo era grande demais. As pessoas são gigantes cercadas por tomates gigantescos também. O autor da peça faz a revelação bombástica: já que a peça era para o supermercado Big .


Caso 7: " What?"

Diretor de arte presenciou a cena: um diretor de arte holandês foi mostrar a pasta na agência que nosso amigo trabalhava. Depois de uma entrevista toda em inglês, ele deixou sua mala de roupas na agência, pois tinha outras para visitar. A mala ficou no banheiro, choveu e molhou toda roupa do cara. Ao retornar à agência para pegar sua mala, o holandês tomou um susto ao ver o estrago que a chuva fez em suas roupas. Ele, que até então afirmara só saber falar inglês, soltou um sonoro: "Puta que pariu, mas que merda!"


Caso 8: " Faço freelas de carteiro."

Diretor de criação vê pasta de jovem diretor de arte. Ele gosta e alguns dias depois liga para o rapaz com uma proposta, quer marcar para o piá voltar à agência e acertarem tudo. O rapaz responde que não pode retornar naquele dia porque tem que ir ao Correio.


Caso 9: " De onde eu vim a gente não faz essas coisas não."

Diretor de criação de agência de promoção vê pasta de aspirante a diretor de arte. Ele fala que na agência se faz muitos folhetos (afinal é uma agência de promoção!). O rapaz fala categoricamente: "Eu não faço folhetos."


Caso 10: " Eu comecei assim na propaganda."

Hoje ele é um jovem redator bem-sucedido. Mas um dia, quando era um estagiário, viu uma pasta maravilhosa na agência em que trabalhava. O portfólio era de um famoso redator. Além dos anúncios do caralho, a pasta era show também. Nosso então redator iniciante, usando de toda a sua ingenuidade universitária, resolveu ligar para o redator fodido. E deixou singelo recado na caixa-postal do cara dizendo que gostou da pasta dele. E ele gostou tanto da pasta que perguntou também onde o redator-fodão tinha comprado a mesma. O melhor da história é que o cara retornou a ligação e deu o telefone da papelaria onde a sensacional pasta foi comprada.


Caso 11: " Preciso fazer xixi."

Redator vê pasta de jovem interiorano que também quer ser redator. Ele gosta do portfólio do rapaz mas no momento não há vagas. Entrevista encerrada, o jovem rapaz pergunta onde é o banheiro. Enquanto ele vai tirar a água do joelho, o redator mostra o portfólio do moço para o diretor de criação. Ao sair do banheiro, o menino recebe a notícia: acabara de ganhar um estágio ali. Hoje ele é um jovem redator premiado no mercado publicitário paulistano. E eu conheço os dois lados dessa história inusitada e com final felicíssimo.


Estas são algumas singelas e divertidas historinhas dos bastidores da propaganda. É sério, são absolutamente reais e nem todas são autobiográficas. Mas o que seria da nossa vida se não fosse essa gente (nem sempre bronzeada) tentando mostrar seu valor?

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora


segunda-feira, janeiro 05, 2004

Parem o mundo que eu quero descer


O ano mal começou e tudo continua igual: SP continua estranha, as coisas continuam fora do lugar, a conta do celular continua absurdamente alta quando volto do Rio, o tempo continua esquisito, as pessoas continuam fracas, a felicidade continua me escapando pelos dedos e a vida continua me enchendo de tristeza.

Pode párar o mundo agora que eu quero descer ! Pelo amor de Deus, o que estou fazendo aqui ? Eu voltei e já fui jogada naquele turbilhão estressante de pessoas falsamente felizes com suas vidinhas sem sal. Detesto pessoas felizes. Felicidade que se compra, que se vende, que fica ali na esquina te espreitando, felicidade que se rouba, que te roubam, felicidade que vem de fora … isso não é ser feliz.

Tenho a sensação de que nada mudou. O computador continua no mesmo lugar e todo resto fora do lugar. A poeira foi apenas varrida para baixo do tapete. Talvez eu precise mesmo pagar um terapeuta para ouvir minhas neuroses. Embora eu saiba que o problema do mundo – eu também faço parte deste mundo – é não olhar cara a cara, é não ter coragem para enfrentar as coisas de frente, é sempre deixar tudo para depois, e depois, e depois … e o amanhã nunca vem.

Eu sou mesmo uma idiota, com um coração mole, que acredita, que perdoa, que ama, que arrisca tudo para fazer os outros felizes. Mas a verdade é que as pessoas gostam de ser infelizes; elas acham que são felizes em seus mundos virtualmente fúteis e vivem uma eterna ilusão. Eu, que sempre dou a cara para bater, acabo apanhando muito mais. Um dia eu aprendo. Mas agora, por favor, alguém pode me dizer onde fica o botão para eu desligar minha caminhada neste mundo ? Eu preciso descer neste momento. E pegar outro caminho porque nesta estrada em que estou existem muitos buracos e eu não quero cair neles.

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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domingo, janeiro 04, 2004

O dia já vem raiando e eu tenho que ir embora


E hoje terminam minhas férias no Rio de Janeiro. Os dias de chuva superaram os dias de sol, mas ainda assim foram dias maravilhosos. Infelizmente meu tradicional choppinho na Lagoa não rolou: a Lagoa quase transbordou de tanta chuva, mas eu vi a nossa já tradicional árvore. Por causa da chuva também não fui à Cobal do Humaitá, mas isso não tornou minhas férias imperfeitas.

Férias no Rio, além de mergulhos em Ipanema, tem que ter sorvete de creme com bananas fritas e canela do Manoel & Joaquim do Largo do Machado; tem que ter liquidação da MNG; tem que ter show na praia; tem que ter passeios no Rio Sul, no Praia Shopping e na feirinha da General Osório e tem que ter o imbatível crepe de chocolate com sorvete de creme do Chez Minchou. Dessa vez ainda descobri o Butequim Carioca, perfeito para chopps ao entardecer, e a Livraria da Travessa, cult e in, com sabor de bananas flambadas, amêndoas e sorvete de canela.

Bem, meu mapa astral diz que, além da vocação para a área de comunicação, eu também posso me dar bem no ramo da alimentação. Comer, uma das melhores coisas da vida, certamente faz parte da minha rotina de férias no Rio. Beber também. Apesar daqui não ter caipirinha de saquê, tem o melhor chopp do mundo, o maior alto astral do Universo e o feijão mais delicioso do Planeta, que é o da minha mãe.

Minha amiga paulistana Sueli, visita na minha casa daqui e que já veio ao Rio várias vezes, disse que nunca se sentiu tão à vontade na cidade. Certamente ter uma carioca como guia faz toda diferença. E uma carioca suburbana, que anda de ônibus e vira a cidade de cabeça para baixo, faz mais diferença ainda. Ela pode ver, pela primeira vez, o show do revéillon em Copacabana, afinal, todo mundo tem que ter esta experiência um dia. E vale muito a pena.

O tempo é curto e infelizmente não deu pra ver nem metade dos meus amigos. Ainda bem que pude sair com a Cida, a Lu, a Nilda, a Carmen e a Daniela; encontrar o Marco na praia, ir ao aniversário da Cíntia e, claro, manter a tradição de almoçar com a Luiza. Ainda deu para falar ao telefone com a Dani, a Chris, a Vivi e a Vany. Como sempre, não consegui achar a Pri, o Marcelo, a Paty, a Cynthia, a Clau e a Si, mas todos ouvirão minhas mensagens em suas secretárias eletrônicas quando retornarem de suas viagens.

Nesta segunda o ano começa para mim. E ele vai começar com toda força, afinal ,depois das férias no Rio, minha energia está renovada. Minha alegria, que atravessou o mar, vai ancorar em SP amanhã. Aguardem.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora

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